13 janeiro, 2009

O ESPIRITO E A Bíblia

QUANDO SE TORCE A PALAVRA DE DEUS PARA TENTAR SUSTENTAR HERESIAS

"li, agora, numa revista, algo que me horrorizou e revoltou. Segundo o autor» Jesus Cristo teria levado três médiuns para o monte Tabor e realizado, ali> uma grande s. espírita, comunicando com dois homens que já haviam desencarnado (morrido). Fazendo isso, Jesus estaria a anular a lei de Moisés, que proibia a consulta dos mortos. Essa prática teria sido continuada e desenvolvida pelos discípulos, de tal modo que, mais tarde, o apóstolo Paulo sentiu-se na obrigação de escrever aos Coríntios, a fim de os instruir acerca do modo de realizar essas reuniões pneumáticas (espíritas), que na época se designavam por assembleia dos !L

Não satisfeito com estas barbaridades, o autor citava também o zelo fanático do rei Saul, que perseguiu todos os feiticeiros, cartomantes, magos, encantadores e aqueles que conversavam com os mortos, mas, depois, precisou de uma pitonissa para lhe fornecer preciosas informações sobre a grande batalha que se aproximava. Pedia-lhe para comentar estas afirmações espíritas

Começando pela parte final, eu diria que as tais Tabor. sinceramente, temo de estar preparados para 'preciosas informações', que Saúl recebeu da pitonisa, eram catastróficas e não lhe serviram para nada. O rei acabaria por morrer nessa batalha, suicidando-se, sem honra nem glória alguma, Ê exactamente o que acontece a quem se mete com o diabo, nomeadamente a quem o consulta em situações criticas e determinantes da sua vida!

Sobre este assunto do rei Saúl. convém ainda acrescentar que, qualquer fracasso de um servo de Deus. que faz cedências ao inimigo das nossas almas, passará a ser citado como exemplo negativo e incluído na propaganda diabólica. Os erros de um crente cristão acarretam prejuízos irreparáveis, tanto para ele próprio como para a comunidade onde está inserido. O diabo irá sempre aproveitar esse desvio para denegrir os fiéis, atacando, à partida, as posições espirituais e o zelo de cada um. Por isso. a responsabilidade vai até ao fim da nossa vida física.

Acerca da transfiguração do Senhor Jesus, no monte ouvir (ou ler) as maiores barbaridades! Há, realmente, coisas que só lembram ao diabo! Este mundo é muito difícil, pois está nas mãos do maligno! Como diz o Divino Rabi, o diabo não vem senão a matar, roubar e destruir! A Bíblia diz que Pedro. João e Tiago eram pescadores e disso temos a certeza. Não menciona, em lado algum. que eles eram médiuns! Como é que os espiritistas descobriram isso, se eles nunca foram incorporados por ninguém? O que faziam, isso sim. era expulsar os demónios em nome do Senhor Jesus! Na transfiguração do Rei dos reis passou-se algo completamente diferente, e até antagónico, relativamente ao que acontece nas reuniões espiritistas. Enquanto estas são ministradas pelo diabo, onde os seus servos espirituais (demónio) incorporam nos seus servos físicos (médiuns), no monte Tabor estava o Senhor dos senhores,, todo resplandecente, cheio de poder e glória. ao natural, fazendo a ligação entre o Céu c a Terra, entre a eternidade e o tempo. Apareceram Elias e Moisés, porque Deus é o Senhor dos vivos, dos mortos e até dos que foram arrebatados sem provar a morte, como é o caso de Enoque e Elias.

Tanto Moisés como Elias apareceram ali de modo visível e sendo reconhecidos. Não incorporaram Tiago, nem jorro, nem Pedro! Aliás, este até disse para se fazerem três cabanas: uma para o Senhor Jesus, outra para Moisés e outra para Elias. Desceu uma nuvem que os cobriu a todos e ouviu-se a voz ao Pai Celestial, dizendo: 'Este é o Meu Filho amado, a Velo ouvir!' (Marcos 9:7)

Diz a Bíblia que depois passou a nuvem e os apóstolos não viram mais ninguém, senão só Jesus com eles. Isto significa, certamente, que antes eles viram os antigos profetas. Ora. não é assim que acontece nas reuniões espíritas, onde os demónios incorporam os médiuns (e lalam através deles) de modo que o comum dos mortais nada vê, mas apenas ouve o que eles dizem.

O Divino Rabi não veio anular o livro de êxodo nem a proibição de consultar os mortos. A Sua missão era tirar-nos de debaixo â Lei e colocar-nos debaixo da Graça. Todavia, não destruiu a Lei. porque a mesma continua. O Filho de Deus disse: 'São cuideis que vim destruir a Lei ou os Profetas; não destruir, mas cumprir" (Mateus 5:17).E mais fácil passar o Céu e a Terra do que cair um til da Lei" (Lucas 16:17).

No monte Tabor. o Rei do universo mostrou a Sua glória aos Seus amigos mais chegados. Não anulou nada do que foi dito pelo profeta Moisés; no que se refere à consulta dos mortos ou a outros aspectos. O que era proibido (e pecado) continuou a ser de igual modo.

Trabalhei com três espiritistas e ainda tenho comunicação com um deles. Boas pessoas, sim. Mas com muita imaginação. Para eles, a Bíblia situa-se ao mesmo nível dos outros livros e quase só a usam naqueles textos que se prestam para reforçar a sua doutrina. Porém, eu gostava de ouvir (ou ler) os seus comentários relativamente àquelas situações em que o Senhor Jesus expulsava os demónios, incluindo o que estes confessavam antes de serem expulsos!

Já disse a alguns espiritistas, e mais do que uma vez, que Elias não é um bom exemplo para o Espiritismo, Nem para as sessões espíritas nem para a suposta reencarnação, pois este servo do Senhor foi arrebatado, sem provar a morte. Como é que ele poderia incorporar alguém, se não morreu? Como poderia reencarnar, se não desencarnou?

O Espiritismo continua usar o nome de Elias para tudo. dizendo até que ele reencarnou em (João Baptista, etc, A propósito, devo dizer que também ainda não entendi como é que os espiritistas conseguem defender a mediunidade e a reencarnação ao mesmo tempo! Se

os mortos reencarnam como é que vêm falar através dos médiuns? A acumulação destes dois enormes erros, que se contrariam mutuamente, constitui um paradoxo!

As tais 'reuniões pneumáticas' (como os espiritistas chamam ao que a Bíblia refere) estavam relacionadas com a intervenção do Espírito Santo e não com o diabo. E há uma abissal diferença entre um culto evangélico, dirigido por Deus. e uma sessão espírita, de orientação diabólica!

Deus continua a proibir a consulta dos mortos, pois sabe perfeitamente que esses "mortos são os demónios, anjos caídos, revoltados contra Ele . Como disse Jesus em Lucas 16. os humanos mortos não voltam cá, nem falam através de ninguém. Simplesmente, estão impedidos de comunicar! Os que falam nos centros espiritistas, e noutros lugares, nunca viveram na Terra como seres humanos!

A Bíblia continua a ser o Livro mais importante, pois é o Livro de Deus. Há muita imaginação da parte dos espiritistas e muita "informação" do lado oculto, mas eu quero ler a Bíblia. Não necessito de informações diabólicas, nem que o diabo confirme ou desminta aquilo que Deus diz na Sua Palavra!

Autor do Artigo,

Agostinho Soares dos Santos

27 outubro, 2008

Toda a Verdade

Não temos QUE Ser Vítimas das Circunstâncias.
"Tens-me dito toda a verdade?" - perguntou Miguel Ánge l Chávez. Miguel etc
Um jovem casado apenas há um ano, e essa pergunta continha em si uma profunda. angústia. - "Sim, - respondeu ela - toda a verdade." Miguel ficou longo tempo pensativo. Depois, sorrindo debilmente, disse-lhe: "Saiamos para jantar!"
E o jovem casal foi comer a um restaurante em San Diego, na Califórnia. Depois do jantar regressaram a casa. A esposa foi dormir, e o marido voltou a sair de casa entrou no seu automóvel e viajou até à ponte Coronado. Essa ponte ocupa segundo lugar em suicídios. Acto contínuo, Miguel atirou-se de grande altura para ; águas escuras da baía. Qual foi a verdade que a esposa lhe disse? Ela confessou i marido um deslize amoroso.
Por que será tão difícil medir as consequências no momento da tentação? Por que motivo a esposa não pensou que chegaria a altura de o seu segredo ser descoberto Onde está a precaução quando a tentação chega? Onde está a consciência? nome está o respeito?
A Bíblia refere-se a um caso semelhante. O personagem é José. Ele chegou ; Egipto após ser vendido como escravo pelos irmãos. No Egipto os donde venderam-no por sua vez a Potifar, capitão da guarda de Faraó. Aí ele realizou t; bem o seu trabalho que Potifar colocou-o à frente da administração da sua casa.
Um dia em que José se encontrava na residência do seu senhor (não estando e presente), a esposa de Potifar procurou seduzi-lo. José fugiu, todavia, deixando a si capa na precipitação da fuga. A dita mulher valeu-se disso para acusar falsamente José de intentar violá-la.
Assim, José foi colocado no cárcere como sedutor. Qual o fim da narrativa Bíblia José era inocente, por isso nunca perdeu a confiança em si mesmo e em Deus. Com o tempo foi completamente reabilitado, chegando a ser o braço direito de Faraó governação do Egipto.
Aqui temos dois casos: num deles não se mediu as consequências de suas acções e o marido suicidou-se; no outro, José foi fiel à sua consciência e, mesmo na prisão não perdeu a paz nem a esperança.
Peçamos a Deus a capacidade de medir sempre as consequências. Não temos que ser vítimas das circunstâncias. Recordemos que todos colheremos o que semearmos. Com Jesus Cristo no nosso coração seremos lancemos a nossa vida para o vazio sem paz nem esperança. Vivamos repletos graça de Deus.
Autor do Artigo :
HERMANO PABLO

O Anjo do Senhor (parte IV)

Em não poucas referências bíblicas o Anjo do Senhor é identificado com o próprio Deus.
De Julho a Agosto a nossa revista publicou textos concernentes ao Anjo do Senhor ou Anjo de lave (ou Javé), manifestação da Divindade, sobretudo em forma corpórea; aparição visível do Criador, ao homem. Deus, que é Espírito (Jo 4:24; 2 Co 3:17), pode efectivamente revelar-se a nós em aparência humana ou angélica, e outrossim de modo audível (I Sm 3:1-4,10), através de fogo sobrenatural, como o da sarça que ardia sem se consumir (Ex 3:1-4), etc. Ele é Soberano para o fazer. Numerosos exemplos de teofanias constam nas páginas sagradas do Antigo Testamento. Em não poucas referências bíblicas o Anjo do Senhor é identificado com o próprio Deus. Mencionam-se algumas: Gn 16:7-13; 18:1,2,13,14,17-33; 21:17,18; 22:11-18; 32:24-30; Ex 3:1-4:1-17; Jz 2:1-4; 6:1 1-24; 13:2-24. Noutras citações o Anjo de lave é distinto de Deus, pois ambos conversam, como se verifica pela leitura de2Sm24:l6; I Cr2l:l5;Zc 1:12; etc.
Concretamente em Agosto escolhemos para reflexão o caso de Agar (Génesis 16). No mês transacto discorremos acerca do privilégio de Abraão receber a visita celestial do Anjo de Yahweh (quiçá o Verbo divino antes da Sua encarnação na Era Cristã), acompanhado de dois seres angelicais, estes criaturas de Deus (Génesis 18).
AS DESCULPAS DE MOISÉS PERANTE O ANJO DO SENHOR

3 - Para terminar esta série de artigos de natureza teofânica, ponderaremos na revelação miraculosa do Deus eterno concedida a Moisés (Êxodo 3), facto citado também no Novo Testamento por Estêvão, protomártir do Cristianismo (At 7:30-34). Ele apascentava o rebanho do sogro, junto do monte Horeb, quando Deus se manifestou, neste caso de maneira audível, por intermédio de fogo que ardia numa planta silvestre sem a reduzir a cinzas! Transcrevamos o respectivo trecho bíblico: "E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. E Moisés disse: Agora me virarei para lá, e verei esta grande visão, porque a sarça se não queima. E vendo o Senhor que se virava para lá a ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés! E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Não te chegues para cá; tira os teus sapatos dos teus pés, porque o lugar em que tu estás é terra santa. Disse mais: Eu sou o Deus do teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, e o Deus de Jacob. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus. E disse o Senhor: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egipto, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exactores, porque conheci as suas dores. Portanto desci para livrá-lo da mão dos egípcios..." (Ex 3:2-8).
Nos capítulos 3 e 4 de Êxodo o Senhor encarrega Moisés de falar com o rei do Egipto, a fim de libertar o povo hebreu que aí se encontrava em servidão há quatro séculos. Não obstante haver sido educado no palácio de faraó ("instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras" - At 7:22), não se sentia em condições de realizar semelhante tarefa, apesar de Deus assegurar-lhe que o acompanharia, que estaria ao seu lado
para auxiliá-lo. Após várias escusas, Moisés resolve defrontar faraó, juntamente com o seu irmão Aarão, e exigir a saída de Israel do Egipto.
Vejamos, então, as cinco desculpas apresentadas por Moisés ao paciente Anjo do Senhor, ao longânime e misericordioso Deus. Isso antes dele decidir obedecer ao Criador.
a)Não tenho capacidade: "Quem sou eu que vá a Faraó e tire do Egipto os filhos de Israel?" (Ex 3:1 I). O anjo de lave encoraja-o: "Eu serei contigo", e assegura ao amedrontado Moisés: "Quando houveres tirado este povo do Egipto, servireis a Deus neste monte" (Ex 3:12). "O Moisés confiante e impulsivo aprendera a humildade; agora tinha de aprender a ter fé" (Comentário Bíblico Moody).
b)Não tenho conhecimento: "Eis que quando vier aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?" (Ex 3:13). Resposta pragmática do Deus imutável e eterno: "EU SOU O QUE SOU (...) EU SOU me enviou a vós (...). O Senhor de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, e o Deus de Jacob, me enviou a vós; este é o meu nome eternamente, e este é o meu memorial de geração em geração" (Ex 3:14,15). "Este nome [lave] expressa o Seu fiel amor e cuidado, e Seu desejo de redimir o Seu povo e estar em comunhão com ele" (Bíblia de Estudo Pentecostal).
c)Não possuo autoridade: "Mas eis que me não crerão, nem ouvirão a minha voz, porque dirão: O Senhor não te apareceu" (Ex 4:1). Para incentivar a fé de Moisés, o Criador realizou diante dele sinais milagrosos, como transformar sua vara em serpente, voltando a ser vara; tornar leprosa uma das mãos, ficando depois sã; e tirar um pouco de água do rio transmudando-a em sangue (Ex 4:2-9).
"Como é difícil subjugar a incredulidade do coração humano! Como é sempre custoso ao homem confiar em Deus!
Como nós somos tardios em nos aventurarmos olhando tão somente para as promessas de Jeová!" (Notas Sobre o Livro do Êxodo, de C.H. MacKintosh).
d)Não sou eloquente; tenho dificuldade em expressar-me: "Ah, Senhor! Eu não sou homem nem de ontem nem de anteontem» ainda desde que tens falado J servo; porque sou pesado de bf pesado de língua (Ex 4:10). A re» é que Moisés deveria ser uma I bastante culta, devido sobre educação recebida na corte Egipto intelectuais Filo e José fosse reconhece elevado nível cultural do líder hetS mais esta objecção de Moisés insiste na promessa de ajudá-lo: "I fez a boca do homem? ou quem mudo, ou o surdo, ou o que véí cego? Não sou eu, o Senhor? VM agora, e eu serei com a tua boca ensinarei o que hás-de falara 4:11,12). "Não havia lugar parai descrença, uma vez que De Criador, ordenava. Moisés era nada mais" (Estudo no Livro de Êxodo António N. Mesquita).
e) Não tenho vontade. É coJ Moisés dissesse ao Anjo de lavava mandar outra pessoa, em vez dei com Faraó. Na versão antiga de , lê-se: 'Ah, Senhor! envia por mão a quem tu hás-de enviar" (Ex 4: facto dele não estar disposto a o' ao Criador, de resistir à ordem desagradou profundamente a De Sua misericórdia, porém, condes com Moisés: "Não é Aarão, o le irmão? eu sei que ele falará muito eis que ele também sai ao teu e me e, vendo-te, se alegrará em seu c E tu lhe falarás, e porás as palavras boca; e eu serei com a tua boca, e boca, ensinando-vos o que havia fazer. E ele falará por ti ao p acontecerá que ele te será por tu lhe serás por Deus. Toma pois vara na tua mão, com que farás os (Ex 4:14-17). "Boca é uma mete em lugar de 'porta-voz'" f Introdução e Comentário, de R. Alam
OUTROS EXEMPLOS DE TEOFANIAS
Finalizamos a sequência de t dados à estampa acerca do Anjo Senhor, com a reprodução de excertos da análise bíblica ao t Trindade, por parte de Loraine Bom São novos exemplos das Escritura não tivemos oportunidade desenvolver nos quatro textos escritos

Na primeira parte do livro A Do da Trindade (a segunda parte da obra lavra de Benjamin Warfield), Boettner: "Muito importante é o faz que, começando no livro de Génies prosseguindo, cada vez com mais nitidez, através dos outros livros do Velho Testamento, encontramos uma distinção entre Jeová e o Anjo de Jeová, que Se apresenta como um em essência com Jeová, porém distinto d'Ele. Tal acontecimento em que Deus toma a forma dum anjo ou dum homem para falar, visível e audivelmente, ao homem, é em geral chamado teofania. A medida que a revelação vai sendo desenvolvida, mediante uma sucessão de profetas, verificamos que títulos divinos e adoração divina são dados a este Anjo, e que Este o aceita; que Ele se revela como um Ser eterno, o Deus Todo-Poderoso, o Príncipe da Paz, o Adonai, o Senhor de David, que vai nascer duma virgem; que Ele será desprezado e rejeitado dos homens, varão de dores e experimentado em trabalhos; que Ele levará sobre Si o pecado de muitos e que, acima de tudo, estabelecerá o reino de justiça, que aumentará até encher toda a Terra. Estas profecias, como o Novo Testamento mostra, foram cumpridas em Cristo, a segunda Pessoa da Trindade, que na Sua qualidade divino -humana, operou a redenção do Seu povo e que há-de reinar até que todos os Seus inimigos sejam postos debaixo dos Seus pés (...).
Em Génesis 22:1-19 temos referência a Deus, e também a um que é 'o Anjo de Jeová'. No versículo 2, Deus mandou a Abraão: 'Toma agora o teu filho (...) e oferece-o ali em holocausto', enquanto no versículo 12, o Anjo de Jeová retira e mumifica o mandamento de Deus, com as palavras: 'Não estendas a tua mão sobre o moço'. Nos versículos 15 a 18, este Anjo de Jeová jura por Si, como Jeová, dizendo que Ele é Jeová, e dá a Abraão a promessa de uma bênção tríplice.
"Em Génesis 32:22-32, Jeová aparece a Jacob na forma de uma personagem misteriosa, que luta com ele toda a noite. De manhã, Jacob compreendeu que estivera face a face com Deus, e pediu a Sua bênção. Chamou ao lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face' (...). em Êxodo 23:20-23, Deus, falando por intermédio de Moisés, promete enviar o Seu Anjo à frente dos filhos de Israel para os guardar e levar até à Terra Prometida. Foram avisados, especialmente, a respeito deste Anjo. 'Guarda-te diante dele, e ouve a sua voz, e não o provoqueis à ira, porque não perdoará a vossa rebelião; porque o meu nome está nele' (v. 21). Vemos aqui que o Anjo de Jeová tem poder para perdoar pecados; este facto em si identifica-o com Jeová, pois que se nos ensina que só Deus pode perdoar pecados. No Novo Testamento vemos que este poder e autoridade pertencem ao Senhor Jesus Cristo (...)."

Conclui Loraine Boettner a sua reflexão sobre o Anjo do Senhor: "Em Josué 5:1 3-6:3 encontra-se registada outra estranha aparição: 'E sucedeu que, estando Josué ao pé de Jericó, levantou os seus olhos, e olhou; e eis que se pôs em pé diante dele um homem que tinha na mão uma espada nua. E chegou-se Josué a ele, e disse-lhe: És tu dos nossos, ou dos nossos inimigos? E disse ele: Não; mas venho agora como príncipe do exército do Senhor. Então Josué se prostrou sobre o seu rosto na terra, e o adorou, e disse-lhe: Que diz o meu Senhor ao seu servo? Então disse o príncipe do exército do Senhor a Josué: Descalça os sapatos de teus pés, porque o lugar em que estás é santo. E fez Josué assim (...).
Então disse o Senhor a Josué: Olha, tenho dado na tua mão a Jericó e ao seu rei, os seus valentes e valorosos'. Este homem, este príncipe do exército de Jeová é, evidentemente, o Anjo prometido, que iria diante dos filhos de Israel, e os conduziria à Terra Prometida.
A luz do Novo Testamento, este Anjo de Jeová, que apareceu nos tempos do Velho Testamento, que falou como Jeová, exercia o Seu poder, recebia adoração e tinha autoridade para perdoar pecados, não podia ser senão o Senhor Jesus Cristo, que veio do Pai (Jo 16:28), fala por Ele (jo 3:34; 14:24), exerce o Seu poder (Mt 28:18), perdoa pecados (Mt 9:2), e recebe adoração (Mt 14:33; Jo 9:38). Deus, o Pai, não foi visto por alguém (Jo 1:18), nem podia ser enviado por nenhum outro; mas Deus, o Filho, foi visto (I Jo 1:1,2), e foi enviado (Jo 5:36). Não fora Cristo, a pergunta 'quem será este personagem misterioso?', não teria resposta" (Pgs. 40-45, Edições Vida Nova, Leiria, Portugal).
Autor do Artigo :
Fernando Martinez.

A propósito do anjo-da-guarda (Parte II)

Não há fundamento para a crença em 'anjo-da-guarda' no sentido de que cada crente é assistido por um anjo que o protege.
A Escritura menciona claramente que Deus envia os Seus anjos para a nossa protecção
Em Dezembro de 2006, Novas de Alegria publicou o artigo da nossa autoria intitulado Os Anjos no Nascimento de Jesus. Apesar disso era intenção do articulista redigir novo texto para o corrente mês, sobre a vinda do Messias a este planeta (efectivada há dois milénios), e a manifestação sobrenatural de seres angélicos, quer na natividade do Salvador, quer durante a génese e vivência da Igreja Primitiva.
O facto de haver saído a lume na revista de Novembro p.p., a parte inicial duma reflexão bíblica acerca do anjo-da-guarda, que entretanto se conclui, impediu-nos de concretizar esse desejo.
No número anterior considerámos a passagem não testamentária de Actos 12:15 a propósito da existência ou não de um anjo-custódio exclusivo de cada cristão devoto, por consequência um anjo que proteja a vida de cada crente. Agora meditaremos nas palavras de Jesus Cristo exaradas no Evangelho de Mateus 18:10, visto serem os principais passos das Escrituras utilizadas na análise do tema proposto. Nesta última citação da Palavra do Senhor lê-se: "Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai que está nos céus."
SIGNIFICADO DO VOCÁBULO "PEQUENINOS" NA LINGUAGEM DE JESUS CRISTO
Os "pequeninos" referidos nc capítulo 18 de Mateus são os crentes semelhantes a crianças (num certo sentido), pessoas convertidas a Jesus: cristãos simples, humildes de coração, e não indivíduos pretensiosos, presunçosos, altivos (Mt 18:1-4; M: 9:33-37). Quem desprezar esses pequeninos por causa da sua fé; quer escandalizar os tais que acreditam er™ Cristo (provocando sua quedai espiritual) sofrerá as consequências (Ma 18:6,7,10,14; Mc 9:24). O Senhor Jesus acrescenta que Deus auxilia os Seus] servos através do ministério dos santos anjos, e não apenas directamente.
O Evangelho de Lucas 9:46,47 revela que houve uma discussão entre esta ] discípulos do divino Mestre a respeito! de qual deles seria o maior, o mas importante. Jesus, conhecendo os seus pensamentos, deu-lhes uma magistral} lição prática: colocou uma criança em pé junto de Si, e disse aos apóstolos "Qualquer que receber este menino meu nome, recebe-me a mim; e qualquer que me recebe a mim, recebe o que me enviou [Deus Pai]; porque aquele que entre vós for o menor, esse mesmo é grande" (Lc 9:48). Saliente-se que as questões da superioridade, da categoria social, da posição de privilégio levantaram-se noutras ocasiões entre os seguidores de Cristo (Mt 20:20-28; Mc 10:35-45; Lc 22:24-27).
Na sua exegese a Mateus 18:10, escreve John A. Broadus: "Pequeninos aqui, designa, não meninos, mas pessoas semelhantes a meninos, como nos versículos 3 e 6; assim entendiam os Pais [da Igreja], igualmente Calvino e Beza, e assim entendem quase todos os comentadores modernos. Os homens em geral são inclinados a desprezar os cristãos, porque contam em grande maioria pessoas de condição humilde, pobres, e muitas vezes ignorantes (I Co 1:26); e a sua humildade, ainda que é uma das mais belas características humanas, é considerada por pessoas religiosas e orgulhosas, apenas como incapacidade e baixeza (...). Embora humildes na estima do mundo, os crentes têm os anjos como seus assistentes, enviados para servirem a Deus em seu favor (Hb 1:14), e estes anjos, enviados a servi-los, ocupam no Céu a mais alta dignidade e consideração, semelhante à das pessoas admitidas à presença de um monarca, com a faculdade de vê-lo, não uma vez, mas continuamente (...). Não há aqui [em Mt 18:10] suficiente apoio para a ideia comum de 'anjos-da-guarda', um para cada pessoa; simplesmente é dito em relação aos crentes como uma classe, que há anjos, que são seus anjos; mas não há nada aqui, ou noutro lugar que mostre que um anjo tenha o encargo pessoal de um crente (...)." '
TEORIAS VÁRIAS RELATIVAMENTE AOS ANJOS-DA-GUARDA
Ebenézer Soares Ferreira assevera o seguinte num dos seus livros a respeito do anjo-da-guarda, ao considerar o verseto de Mateus 18:10: '"Seus anjos'. Surgiu desta expressão a teoria de que cada pessoa tem o seu anjo-da-guarda. Basílio [329-379 d.C] assim doutrina: 'Cada um dos fiéis tem ao seu lado um anjo como educador e pastor que dirige a sua vida' (Adv. Eunomium lll.l). Jerónimo [347-420 d.C] comenta este trecho assim: 'Quão grande é a dignidade das almas humanas, que cada uma delas, desde o dia do nascimento tem um anjo para protegê-la!' (cf. S. Gregório Taumaturgo, Discurso de Gratidão a Orígenes c. 4; S. th. I. 113 1.8)."
Continua Ebenézer: "Houve também uma teoria que ensinava que cada pessoa tinha a acompanhá-la desde o nascimento um anjo Tau para a incitar a pecar. Patrocinava — ta ideia Pastor de Hermas, Orígenes, Gregório. Na Idade Média, Pedro Lombardo. Entre os teólogos modernos aceita-a Suaréz (...). Mullins declara que não há fundamento para a crença em 'anjo-da-guarda' no sentido de que cada crente é assistido por um anjo que o protege (The Christian Religião in its Doctrinal Expression, p. 278). O Dr. J. P Boyce na sua Abstract of Systematic Theology, p. 179, acentua: 'Guiados por fábulas rabínicas e guiados por ideias peculiares da filosofia oriental, alguns têm concebido que sobre cada pessoa nesta vida há um anjo -vigia para guardá-lo e protegê-lo do mal (...). Que tais ideias existiam entre os Judeus e que prevaleceram também entre os cristãos primitivos, pode admitir-se; mas autoridade escriturística [bíblica] para ela falta" (Apud Thomas Paul Simmons, Um Estudo Sistemático da Doutrina Bíblica, I 39)." 2
CADA FILHO DE DEUS TEM O SEU PRÓPRIO ANJO-DA-GUARDA?
Eis diversas frases de pensadores cristãos sobre Mateus 18:10, relativas ao anjo-da-guarda: I) "Não prova que cada criança, ou que cada crente, tem o seu anjo -guardião pessoal" (Charles Hodge, Teologia Sistemática); 2) "É uma alusão aos anjos-da-guarda que acompanham toda a criança, pelo menos toda a criança piedosa" (F. Davidson, 0 Novo Comentário da Bíblia); 3) "Desprezar as crianças é acto insensato, pois elas são representadas perante o Pai por seus 'anjos-da-guarda'" (S.E. McNair, A Bíblia Explicada); 4) "Alguns formam a doutrina de 'anjos protectores', a qual ensina que cada crente tem um anjo especial para guardá-lo e protegê-lo (...). Não podemos ser dogmáticos sobre o assunto" (Myer Pearlman, Conhecendo as Doutrinas da Bíblia); 5) "Os anjos (...) transmitem mensagens do Céu à Terra, e vigiam sobre nós dia e noite" (Ann Spangler, Encontros com Anjos); 6) "Nas palavras de Cristo está subentendido o facto de que cada criança tem um anjo protector" (Marilynn e William Webber, Anjos); 7) "Não devemos pensar que haja um anjo só ao nosso serviço, um guardador invisível que esteja sempre a proteger-nos dos perigos ocultos, advertindo-nos dos precipícios ou riscos, corrigindo nossos equívocos, etc." (Donald Turner, A Doutrina dos Anjos e do Homem).
Wayne Grudem tem esta opinião concernente ao por vezes denominado anjo custódio: "A Escritura menciona claramente que Deus envia os Seus anjos para a nossa protecção: 'Porque a seus anjos ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os seus caminhos; com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra' (SI 91:11,12-NVI). Mas algumas pessoas vão além dessa ideia de protecção geral e pensam que Deus dá um 'anjo-da-guarda' específico para cada indivíduo no mundo, ou ao menos para cada cristão. As palavras de Jesus a respeito dos pequeninos têm servido de apoio para essa ideia: '(...). Pois eu lhes digo que os anjos deles nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai celeste' (Mt 18:10-NVI). Contudo, nosso Senhor pode estar dizendo que os anjos designados para a tarefa de proteger as criancinhas têm pronto acesso à presença de Deus. (Para usar uma analogia desportiva, os anjos podem valer-se da marcação 'por zona' em vez da marcação 'homem a homem'). Quando os discípulos em Actos 12:15 dizem que o 'anjo' de Pedro devia estar batendo à porta, isso não implica necessariamente na crença do anjo-da-guarda individual. Poderia ser que um anjo estivesse guardando ou tomando conta de Pedro naquela situação específica. Parece não haver, entretanto, qualquer apoio convincente para a ideia de 'anjos-da-guarda' individuais no texto da Escritura. Mas cremos que os anjos em geral têm a tarefa de proteger o povo de Deus." 3
Em resumo, acreditamos que o Senhor defende-nos, guarda-nos Directamente porem neste caso através dos Seus anjos. Isso não significa que cada crente tem um ser angélico à sua disposição para o auxiliar. De resto, o Criador, o Deus Altíssimo, promete na Sua Palavra estar connosco e em nós. O nosso corpo é o templo do Espírito Santo, o habitáculo do Deus vivo (SI 46:7,11; Mt 1:23; 18:20; 28:20; João 14:16,17; I Co 6:19).
Concordamos com João Calvino, quando escreve na sua notável obra As Instituías da Religião Cristã: "Não me aventuraria a asseverar que um anjo é designado para cada cristão como seu guardião; porque não vejo que possa ser provado pelas Escrituras. Mas o certo é que não somente um anjo e sim todos eles, vigiam pela nossa segurança de comum acordo; e diz-se acerca deles que mais se regozijam a respeito de um só pecador que se arrepende do que sobre noventa e nove justos que não precisam de arrependimento."
Autor do Artigo .
Fernando Martins

Aprender com a Igreja em tiatira ( parte 1 )

Tiatira destacava-se, acima de tudo, por ser uma cidade operária e laboriosa
Olhar a cidade de Tiatira.
Devemos ser cristãos, para além de espirituais, inteligentes.
As duas únicas referências bíblicas relativas à cidade de Tiatira que encontramos na Palavra de Deus situam-se, respectivamente, no capítulo dois de Apocalipse, na carta que é dirigida à igreja, e no livro de Actos dos Apóstolos 16:14. Aqui, numa alusão à conversão de Lídia, uma mulher vendedora de púrpura e que, embora encontrando-se em Filipos, era originária daquela cidade. Mais do que provavelmente Lídia exerceria em Filipos o comércio de tecidos importados de Tiatira, cidade com alguma relevância precisamente na produção deste tipo de produto.
Tiatira, integrada na província da Ásia Menor, mais ou menos a cerca de 50 quilómetros a sudeste de Pérgamo, era laboriosa e trabalhadora, mas sem nenhuma importância político-social no contexto das cidades da província romana. Foi fundada por Seleuco I, um dos quatro generais de Alexandre Magno, a quem coube a maior fatia dos territórios do império de Alexandre, quando este morreu sem deixar herdeiros naturais. Estava situada numa importante linha de defesa da cidade de Pérgamo, essa sim, um centro político e social para os romanos, mas a intenção de defesa das fronteiras esteve desde logo presente na sua fundação de Tiatira por Seleuco, fronteiras essas que foram, apesar de tudo, flutuando ao sabor das investidas de Lisímaco (outro general de Alexandre) e mais tarde dos atálidas do reino de Pérgamo. Possuía concertes a guarnição militar que servia não apenas para defesa da própria cidade como fundamentalmente para travar os eventuais avanços de tropas inimigas sobre a capital administrativa da I Menor no período romano. Para disso, é também seguro dizer que população não se preocupava a com as diferentes actividade profissionais mas estava tarr capacitada para pegar em armas vis, a sua auto-defesa, caso I necessário, embora sob o do romano essa eventual necessidade tivesse esbatido debaixo da imposta romana na grande parte dos território .: circundantes. Tal facto é, confirmado por achados arqueólogo resultantes de escavações realizada finais do século XIX e ao especialmente da primeira metade século XX.
Tiatira ficava situada na impo rota que ligava Pérgamo a Laodi Não era, como já dissemos, uma com relevante. Sem grandes refere arquitectónicas, culturais ou mesmo religiosas, a sua (pouca) importa advinha-lhe do facto de se situar dos principais caminhos percorrer pelos correios romanos, da sua posição ' estratégica na linha de defesa milita' Pérgamo, mas também, principalmente da sua florescente indústria e come de variados produtos que ali tini origem. Por lá terão existido um outro templo em honra das dividindo pagãs, quase de certeza um deles honra de Apolo, "filho" de Zeus, pouco mais. A cidade de Tiatira obscura e apagada, relativamente grandes linhas do desenvolvido social e cultural que se regista noutras cidades da província em qu inseria.
Tiatira destacava-se, acima de como dizemos, por ser uma com operária e laboriosa, facto região .
Pelas escavações realizadas e que forneceram detalhes que atestam ser a cidade protótipo de uma comunidade industrial e comercial bastante organizada. Os trabalhadores, artífices e empresários organizavam-se em guildas (associações) de classe, existindo várias na cidade: produtores de tintas, vestuário, carpinteiros, tintureiros, produção de metal e manufacturas, especialmente de bronze, bem como ainda de todo o conjunto de pessoas que depois se dedicavam ao comércio e exportação desses produtos para outros territórios mais ou menos afastados. Estas guildas, tinham cada uma o seu patrono, sempre um deus pagão, quase sempre romano ou grego, que veneravam e ao qual prestavam culto. Esta parece ser, aliás, a principal fonte de problemas para a igreja plantada na cidade de Tiatira: é que dificilmente seria possível exercer uma profissão sem pertencer a uma destas guiidas e, pertencer-lhe, significava ter que integrar os vários festivais que ao longo do ano iam sendo consagrados a estas divindades. Para que nos seja mais fácil perceber esta questão, basta pensar que, em Portugal, por exemplo, podemos verificar, ainda hoje, este princípio nos muitos cultos idolátricos vastamente referenciados no território de norte a sul: São Cristóvão é patrono dos condutores; Santo Elói, patrono dos veterinários; São Crispim dos sapateiros e por aí fora até onde a imaginação idolátrica vai permitindo. Cada terra tem, pelo catolicismo, atribuído um santo padroeiro que é normalmente venerado e cultuado com a realização de pelo menos uma festa por ano. A minha cidade, por exemplo, ostenta como padroeiro "atribuído" São Pedro. Em tempos mais ou menos afastados quantos de nós não participámos já, por omissão, eventualmente, nas festas dos santos padroeiros da nossa cidade, vila ou aldeia de origem, quando vamos de visita a familiares ou apenas matar saudades da nossa terra e lá caminhamos até ao recinto da festa aconchegar o estômago com alguma iguaria das muitas abundantes na ocasião?! Devemos ser cristãos, para além de espirituais, inteligentes. Quando lemos os cartazes que anunciam as festas da vila, aldeia ou cidade, se o fizermos com atenção, iremos verificar que normalmente se realizam em honra do santo padroeiro da povoação e cujo nome lá está impresso. Salvo se a comissão de festas estiver zangada com o responsável católico e a festa se tornar "profana" ou se realizada sem nenhuma conotação religiosa, dita apenas popular, como acontece em muitas zonas de Portugal menos dadas à religiosidade que se nota em muitos lugares. Ou seja: aquilo que estamos a dizer muito claramente é que desde que uma festa se produza em honra a uma qualquer "divindade" padroeira, a nossa participação, como cristãos esclarecidos, redimidos pelo sangue de Cristo e dirigidos pelo Espírito Santo, em semelhantes festividades, será no mínimo estranha ainda que muitos se queiram "ter por inocentes" em tal participação.
Na generalidade, a diferença dos dias de hoje para os dias em que a carta de Jesus foi dirigida à igreja situada na cidade de Tiatira, é que actualmente ninguém é obrigado a prestar culto ao santo patrono de qualquer associação para poder exercer a sua profissão, possuem um patrono seguem mais uma moda do que uma religião mas, nos dias de Tiatira, ou se integrava uma dessas associações profissionais e se tinha trabalho para sustentar a família - e isso implicava também não ficar à parte do culto e da reverência aos patronos - ou não era possível exercer uma profissão ou desenvolver um trabalho, para além de se ser estigmatizado e perseguido socialmente. Esta era a realidade que os cristãos conheciam em Tiatira e que a igreja enfrentava nesta cidade. Uma pequenina diferença poderia subsistir, relativamente às outras cidades em que imperava a perseguição aos cristãos, mas apenas porque Tiatira não teria nenhum templo dedicado ao culto do Imperador, facto que pode não chegar para sustentar esta nossa convicção de que provavelmente os cristãos de Tiatira não seriam confrontados, pelo menos uma vez no ano, com a obrigação de adorarem nesse templo, o imperador, com risco de vida se o não fizessem.
De Tiatira, como aliás das restantes cidades onde se situavam as sete igrejas identificadas em Apocalipse, não restam hoje mais do que vestígios arqueológicos em maior ou menor quantidade. Na actualidade e no espaço físico ocupado na antiguidade por esta cidade, ergue-se uma vila Turca de nome "Akhisar" cuja toponímia, como vimos, não tem a mais leve semelhança com "Tiatira". Do ponto de vista arqueológico muito pouco restou. também que possa contar, com riquez; de pormenores, a sua história.
Autor do Artigo .
Jacinto Lourenço

MOVIMENTO PENTECOSTAL (parte 2)

DESENVOLVIMENTO E PRESENÇA NA EUROPA
Na Europa, temos a figura de Thomas Bali Barrat, pastor metodista da Noruega, que em 1906 fundou o Movimento Pentecostal no seu país, depois de ter estado na Rua Azuza, sendo uma influência para outros líderes na Europa. Entre outros, retira-se o pastor sueco Lewi Pethrus como outra das grandes figuras do Movimento Pentecostal na Europa e que foi um dos grandes impulsionadores pentecostais das Missões Suecas para todo o Mundo.
Em relação a Portugal não podem ficar no esquecimento Daniel Berg e Gunnar Vingren (suecos) que em 1910 chegam ao Brasil, e que, poucos anos depois, motivam portugueses para regressarem ao seu país com a mensagem do Evangelho Completo.
O que os definia doutrinariamente e os diferenciava dos outros evangélicos era a glossolália, os dons Espirituais, especialmente a cura Divina e a espontaneidade nos serviços religiosos (cultos), com manifestações externas.
O primeiro português de quem temos conhecimento de ter sido um Pentecostal e ter estado na Rua Azusa e a chegar até nós, foi Adolfo Rosa1 que chegou a Cabo Verde em 1907, procedente de São Francisco nos Estados Unidos da América. Seguidamente veio um grupo de portugueses que se encontrava no Brasil, que tinham sido expulsos da Igreja Baptista de Belém do Pará por receberem as doutrinas pentecostais, pregadas por Daniel Bergia e Gunar Vingren. Em 18 de Junho de 1911 resolvem fundar uma nova Igreja com o nome Missão da Fé Apostólica. Deste grupo faziam parte Ana Silva, António Mendes Garcia, Celina e Henrique de Albuquerque (brasileiros), Emília Dias Rodrigues, Isabel, João Domingues, Joaquim e m , Jerusa e Manuel Maria Rodrigues (portugueses), Maria de Nazaré, Manuel Dias Rodrigues (português) e Teresa Silva de Jesus.
Plácido veio do Brasil para a sua pátria a 4 de Abril de 1913, sendo considerado um dos pioneiros das Assembleias de Deus em Portugal.
Outra figura mencionada por alguns historiadores como um Pentecostal mas desconhecida é a de Leovegildo Pelágio Sales2. Segundo dizem, era militar de carreira, inicia uma igreja congregacional, chegando a trabalhar com Eduardo Moreira, em Braga (1913), foi enviado a África por pouco tempo e mais tarde, em 1915, separa--se definitivamente dos congregacionais, trabalhando em Valezim-Seia de uma forma independente. Pouco ou nada se sabe além do que está dito.
Durante muitos anos, as Assembleias de Deus, foram as únicas Igrejas pentecostais no país. Hoje existem várias denominações de pentecostais, Neo-Pentecostais e Carismáticos. A Assembleia de Deus continua a ser o grupo mais numeroso e com uma estrutura totalmente nacional.
O Movimento Pentecostal é hoje a terceira força do Cristianismo Mundial, entre 500 e 600 milhões de Pentecostes e Carismáticos. Segundo o Pew Research Center de Washington, na publicação de Outubro de 2006, pertencem às Igrejas pentecostais 20% dos crentes da Guatemala, 33% dos do Quénia, 15% do Brasil, 4% das Filipinas, 10% da África do Sul, 9% do Chile, 18% da Nigéria e 5% dos Estados Unidos. A maior destas denominações (Igrejas) é a Assembleia de Deus, criada nos EUA. Entretanto, a maioria de seus fiéis não vive no país. Segundo o World Christian Database, em Boston, o Brasil (maior país católico do mundo) possui o maior número de Pentecostes - cerca de 24 milhões - seguido pelos EUA com 6 milhões e a Nigéria com 3,9 milhões de crentes.
Autor do Artigo;
Paulo Branco

Conferencia.

Como Educar Filhos Heterossexuais.
RECLAMAMOS OS MESMOS DIREITOS E RESPEITO PARA COM A IGREJA CRISTÃ EVANGÉLICA NO QUE RESPEITA ÀS PRÁTICAS, CRENÇAS E DEFESAS DE UMA CONDUTA HETEROSSEXUAL E O DIREITO DE EXPRESSAR LIVREMENTE A NOSSA CONCEPÇÃO DA EDUCAÇÃO HETEROSSEXUAL DOS NOSSOS FILHOS."
PROVOCA AGITAÇÃO EM ESPANHA
A conferência decorreu em Saragoça e foi apresentada pelo ministro evangélico Marcos Zapata , tendo provocado acesa polémica e reacções intempestivas, bem pouco tolerantes, por parte de algumas organizações e pessoas individuais que se consideraram atingidos, embora a conferência não tenha veiculado quaisquer insinuações que pudessem ser tidas por homofóbicas ou tendentes a promover a violência ou a intolerância.
O que aconteceu é que o conferencista assumiu e defendeu a liberdade que assiste aos pais e à família de prosseguir uma educação que valorize e dê visibilidade à heterossexualidade, com base no ensino bíblico, no plano criativo divino, na vivência entre mãe e pai, na informação e formação dos filhos. Com a defesa desta posição o conferencista certamente assumiu que a educação, a formação, o ambiente familiar, o relacionamento na família tem uma forte influência e pode ser determinante na orientação sexual do indivíduo.
As ondas de choque que a abordagem provocaram, levaram a que os organismos representativos da comunidade evangélica em Espanha se tenha unido numa defesa clara do direito que assiste a todos os cidadãos de exprimirem e defenderem as suas convicções, religiosas ou não, quaisquer que sejam.
Lê-se a determinado passo do comunicado que foi divulgado e que pode ser lido na íntegra no Portal Evangélico www.portalevangelico.pt noticia.?id=3416, assinada pela FEREDE: Federação das Entidades Evangélicas de Espanha, AEE: Aliança Evangélica Espanhola e CEG: Conselho Evangélico da Galiza.
"Declaramos o nosso respeito por qualquer pessoa que, em uso da sua liberdade de expressão defenda as suas práticas e crenças homossexuais, como também o pensamento em relação à educação dos filhos, por radicalmente opostos que sejam aos mantidos por este manifesto. Igualmente reprovamos qualquer manifestação de homofobia procedente do colectivo ou de uma pessoa. Mas com a mesma firmeza, e da mesma maneira, reclamamos os mesmos direitos e respeito para com a Igreja Cristã Evangélica, no que respeita às práticas, crenças e defesas de uma conduta heterossexual e o direito de expressar livremente a nossa concepção da educação heterossexual dos nossos filhos." E mais adiante acrescenta o comunicado: "Por isso reafirmamos o direito a: a) Proclamar, compartilhar e pregar toda a mensagem e o ensino do Evangelho, b) Fazê-lo livremente, sem impedimento e nos termos que a Bíblia define, c) Declarar como pecado diante de Deus, toda a conduta e procedimento das pessoas que transgrediram tanto os princípios morais como éticos e legais, d) Proclamar que o Evangelho inclui uma mensagem de esperança de restauração em Cristo em todas as áreas da vida. e) Poder exercer este direito, com todo o respeito, diante de todo aquele que livremente pretenda escutar-nos, sem por ele sermos tratados como retrógrados ou ser etiquetados com insultos tão fáceis e rentáveis como 'seitas perigosas' ou homófonos?'
Esta postura serve-nos de exemplo e prepara-nos para possíveis reacções entre portas, porque esta onda não conhece fronteiras. À semelhança dos nossos irmãos espanhóis precisamos saber manter a integridade do amor, da graça, da verdade e da santidade a que somos chamados em Jesus Cristo.
Autor do Artigo;
Samuel Pinheiro

HUMANISMO SECULAR (PARTE 1 )

A RELIGIÃO DO HOMEM
No Novo Testamento encontramos um alerta muito expressivo feito à Igreja com o objectivo de a prevenir para o surgimento de falsos ensinos.
UMA DAS GRANDES AMEAÇAS À INTEGRIDADE DA IGREJA DOS NOSSOS DIAS É O HUMANISMO SECULAR.
O apóstolo Paulo, entre outros, e o próprio Senhor Jesus Cristo, alertaram para o facto de que os falsos mestres e os falsos ensinos seriam uma realidade na vida da Igreja. A história da Igreja confirma esse facto: a Igreja foi assaltada ao longo dos séculos por falsos mestres, que difundiram doutrinas e ensinos errados. A história também revela que a Igreja teve sempre que lutar contra heresias ameaçadoras, que tinham como principal objectivo perverter a essência do cristianismo bíblico. O Arianismo, o Agnosticismo, o Docetismo, o
Maniqueísmo e o Dualismo, são apenas alguns exemplos das muitas correntes heréticas com que a Igreja teve que se debater ao longo da sua história.
Os dias de hoje não são muito diferentes. Além do ressurgimento das "velhas" heresias, apareceram outras novas, tais como a Cabala, que é considerada por muitos estudiosos como a vertente mística do Judaísmo. Também a Cientologia. Estas novas "espiritualidades" estão a suscitar o interesse de muitas celebridades do mundo da música e do cinema. Este facto faz com que muitas pessoas se tornem seguidores destas novas doutrinas, ainda que seja apenas para se identificarem com os seguidores famosos.
Uma das grandes ameaças à integridade da igreja dos nossos dias é o Humanismo Secular. Este conceito tornou-se uma expressão recorrente na actualidade, e quase obrigatória nas reflexões que são feitas quando se trata de analisar as características da sociedade contemporânea, à luz dos princípios do cristianismo bíblico. Todavia, o facto do "Humanismo secular" se ter transformado numa expressão comum, não significa que na maioria dos cristãos exista uma verdadeira consciência das suas implicações na sociedade desde o fim do século XV até aos nossos dias.
Consideremos as seguintes questões para nossa reflexão: como se chega ao momento em que é socialmente aceite não existirem padrões de certo e de errado? Como se chega ao momento em que objectivamente se afirma que a orientação sexual é apenas uma opção do foro individual e que cada um é livre para optar em função das suas preferências pessoais? Como se chega ao momento em que o Parlamento Europeu rejeita, por maioria, uma proposta de inclusão no prefácio da Constituição Europeia, de uma alusão ao facto de o Cristianismo ter estado na origem da cultura, dos valores e dos fundamentos da construção Europeia? Como se chega ao momento em que se diz que o Cristianismo é apenas um religião entre muitas e que as suas verdades são absolutamente relativas e irrelevantes? Como se chega ao momento em que se afirma não existirem padrões absolutos c verdade? Houve um trajecto, houve um caminho que foi percorrido até chegarmos aqui.
Algures na história, foi dado o tiro de participação que precipitou a humanidade na direcção do civilizacional, em matéria valores e de moralidade' Fiódor Dostoievsksi, um dos maiores escritores Russos de sempre, no seu livro Os Irmãos Karamázov, a dada altura escreve o seguinte: "... Se Deus não existe e a alma é mortal então tudo e permitido (...)". A crise de valoríde a que chegámos está subjacente o facto de alguém num determinado momento da história postular ideia de que o Homem está só no universo, entregue a si mesmo e que Deus é apenas fruto da imaginação humana, ou seja, não existe. Deste modo mesmo homem considera-se à-vontade par exercer indevidamente ou usurpar o se livre arbítrio.
Consideramos a reflexão sobre Humanismo Secular fundamental, muito oportuna, para a compreensão da assustadoras e impensáveis mudança que estão a acontecer na sociedade contemporânea. Esta análise, tem com propósito alertar para o impacto que o humanismo tem vindo a provocar na vida das pessoas, e formar ; consciência dos cristãos no sentido de compreendermos a verdadeira dimensão do Humanismo Secular e perigo que este representa para o cristianismo bíblico.
DEFINIÇÃO DE HUMANISMO
A palavra humanismo deriva do latim e tem a so origem na palavra "humanos" que significa "humano é desta palavra que etimologicamente deriva palavra Humanismo. Se fizermos uma pesquisa mais encontramos três definições essenciais: Uma doutrina ou um conjunto de ideias centradas nos interesses e nos valores humanos; uma teoria que defende a dignidade do ser humano como valor absoluto; um movimento intelectual europeu do Renascimento, caracterizado pela valorização do espírito humano.
Depois de analisarmos os conceitos que definem o Humanismo, concluímos que ele é uma Cosmo visão (uma visão do mundo) centrada na importância e nos valores humanos, e que enaltece a liberdade do indivíduo, o uso razão, as oportunidades e os direitos.
ORIGEM DO HUMANISMO SECULAR
O Humanismo Secular, como sistema filosófico organizado e como um manifesto definido, é relativamente novo, mas as suas ideias fundamentais podem ser encontradas no pensamento de vários filósofos gregos da antiguidade clássica. É com relativa facilidade que podemos encontrar ideias humanistas no pensamento de Sócrates, no Estoicismo e no Epicurismo. Também muitos dos valores apresentados no pensamento do Confucionismo chinês são claramente valores humanistas. Os seus defensores advogavam que as respostas para os grandes problemas da humanidade estão no próprio homem, e não em quaisquer entidades transcendentes. Por isso, buscar em "deuses" respostas para os problemas da humanidade não fazia qualquer sentido. O seu pensamento estava voltado e centrado no homem.
O HUMANISMO É UM PRODUTO DO RENASCIMENTO Durante a época medieval, conhecida também como era das trevas que abrange um período da história de cerca de 1000 anos (século V ao XV), a visão que o homem tinha do mundo (Cosmo visão) era.
No final do século XV surgiu em Itália um grande movimento intelectual chamado Renascimento. O impacto provocado pelo renascimento foi de tal maneira importante que assinalou o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Este movimento caracterizou-se pelo retorno à antiguidade clássica (cultura Greco-romana) e, acima de tudo, à valorização do Homem (humanismo).
O Renascimento foi o período da história durante o qual mais se produziu no âmbito da literatura e das artes. Foi neste período que surgiram grandes génios, tais como Michelângelo Buonarroti (1475-1564), que se destacou na arquitectura, na pintura e na escultura; Rafael Sanzio (1483-1520), que se destacou como pintor; Leonardo da Vinci (1452-1519) que se destacou como pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico e escritor; Sandro Boticelli (1445-1510) que se destacou como pintor. Galileu Galilei que se tornou célebre como cientista. Foi ainda nesta época que apareceram homens como, Erasmo de Roterdão, Thomas More (que escreveu a Utopia) e Williams Shakespeare.
O Humanismo desenvolveu o conceito de antropocentrismo (que coloca o homem no centro de tudo). Termina assim a visão Teocentrica, ou seja, Deus deixa de ser a razão para todas as explicações acerca do universo.
AS IDEIAS DO HUMANISMO RENASCENTISTA
O Humanismo deu origem a uma grande vitalidade intelectual. O homem, através da razão, podia agora estabelecer para si novos conceitos e novas explicações para as grandes questões da humanidade.
O Humanismo dinamizou a busca de filosofias e moralidades alternativas às cristãs. Gerou também uma nova atitude em relação à ética e à moral, e contribui-o para a formulação de novos conceitos em relação à humanidade. Trouxe também uma nova visão do mundo natural - o naturalismo, que consiste na crença de que as causas naturais por si só são suficientes para explicar tudo o que existe. A valorização do método científico tornou-se num dos grandes pilares do ideal humanista e passou a aceitar-se apenas o que podia ser comprovado cientificamente. Fica evidente que esta nova forma de pensar centrada no homem torna irrelevantes os conceitos de Deus, da inspiração da Bíblia e dos milagres, etc.
Foi neste período que a Europa iniciou a sua caminhada para a secularização, que a conduziria ao afastamento de Deus, da Bíblia e da Igreja. Movimento que pode ser definido como abandono do Sagrado e da fé.
O HUMANISMO COMO MOVIMENTO DE RUPTURA
Para podermos desenvolver uma compreensão clara do que é o Humanismo Secular, temos que o entender acima de tudo como um movimento de rotura. I movimentos têm como objectivo provocar condições na forma de pensar das pessoas e provocar muda profundas no seio das sociedades, através da divulgar massiva de novas ideias. Um dos grandes efeito movimento intelectual humanista foi gerar uma rumo . contra a "velha" forma de pensar teocentrica. As humanistas provocaram uma onda de revolta contra "velhas" autoridades, tais como a Igreja, e contra o que tinha como fonte de emanação autoridade superior (Deus). Os humanos atribuíam à razão um papel fundamento formação do conhecimento, e considera; apenas como verdadeiro o que podia explicado racionalmente. Empenha se arduamente na educação das m; Acreditavam que o progresso cultura tecnológico iria trazer as respostas todos os problemas da humanidade.

OS HUMANISTAS SECULARES SÃO ATEUS
Os Humanistas Seculares descrevem-se como ou como agnósticos, dado que racionalmente possível provar a existência ou inexistência de um Os seguidores do humanismo não se apoiam em ou noutras forças sobrenaturais, para resolver o problemas, bem como para buscar orientação p suas condutas. Em vez disso, valem-se da aplicar * razão, da ciência, das lições da História e da expie pessoal para formar fundamentos morais e ética para dar sentido à vida. Os humanistas seculares o método científico como a mais confiável fora : informação sobre o universo. Reconhecem, porei novas descobertas poderão alterar e expandir a compreensão do universo e, possivelmente, também a nossa abordagem de assuntos éticos.

Autor do Artigo;
Jorge Humberto.

Essência e atributos de DEUS (parte IV)

Atributos morais.
Uma das declarações supremas da revelação cristã é que Deus é Amor (I João 4:8).~
A Amor é mais que sentimento é a atitude firme de dar-se ao ente ou objecto amado, e de possuí-lo em íntima comunhão.
4.2.2.3. Amor - Uma das declarações supremas da revelação cristã é que Deus é Amor (I João 4:8). Procuraremos agora, se for possível, compreender o que significa esta sublime declaração, "Deus é amor". Depois de estudarmos esta declaração do Apóstolo e aprendermos a mesma também dos ensinos de Jesus, veremos que só se pode verdadeiramente conhecer a Deus conhecendo o que é o amor. Antes, porém, de penetrarmos na discussão do assunto, queremos destacar um fato: o amor não é apenas um sentimento. Não há nada mais passageiro na vida que o sentimento. O amor não consiste somente em sentir. O amor, além do sentimento, envolve também certa atitude em relação ao amado. A Bíblia diz que o amor nunca se acaba. Sabemos que os sentimentos findam, pelo que convém não confundirmos o que é passageiro com o que é permanente. Amor é mais que sentimento, é a atitude firme de dar-se ao ente ou objecto amado, e de possuí-lo em íntima comunhão.
O amor que existe em Deus pode ser assim definido: O amor em que Deus é Ele dando-se a Si mesmo, e dando tudo quanto é bom às Suas criaturas com o fim de possuí-las na mais íntima comunhão consigo mesmo.
Há duas fontes de onde podemos aprender o que é o amor em Deus: primeiramente, podemos aprender o que é o amor, estudando-o tal como existe entre os homens; em segundo lugar, estudando o grande amor revelado em Cristo Jesus. E é destas duas fontes que tiraremos o necessário para a discussão do assunto.
O amor humano, na sua feição mais pura, fornece o maior gozo desta vida. O amor é um atributo no qual se combinam dois impulsos: o de dar e o de possuir. Em todo o amor, humano ou divino, entram sempre estes dois elementos: o impulso de dar e o de possuir.
O princípio operativo do amor baseia-se numa avaliação do objecto amado. Isto é, o amor opera ou funciona pela avaliação. Amamos aquilo a que damos valor. Sem avaliar, o amor não entra em acção. Não se pode jamais amar um objecto sem primeiramente se lhe dar certo valor.
Dissemos nós que no amor se combinam os impulsos de dar e possuir. O esforço de dar é também um esforço que se faz para revelar-se o amor dedicado ao objecto que se ama. Falando certa ocasião aos fariseus, referiu-se Jesus à mulher que deu muito porque amava muito. Quanto maior é o impulso de dar ao amado, tanto maior o amor. "E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não Me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e Mos enxugou com os seus cabelos. Não Me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de Me beijar os pés. Não Me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com unguento. Por isso te digo que os seus muitos pecados lhes são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama" (Lucas 7:44-47).
A grandeza do amor revela-se naquilo que se oferece ao amado. A pureza do amor revela-se no desejo que é o do bem-estar do amado. E o ardor do amor manifesta-se no esforço feito para possuir o amado. O amor não somente dá, mas quer possuir e viver pelo amado.
Estes dois elementos característicos do amor - o impulso de dar e o desejo de possuir - combinam-se em várias proporções. Às vezes o desejo de possuir excede o de dar, e quando assim acontece, o amor torna-se interesseiro e imperfeito. O amor humano é sempre imperfeito, porque sempre estes elementos aparecem nele mal equilibrados. Assim como achamos dois elementos no amor humano, achamo-los também no amor divino. Em Deus encontramos tanto o impulso de dar a Si mesmo como também o ardente desejo de possuir o amado em íntima comunhão. Em Deus o impulso de dar é igual ao desejo de possuir; isto é, achamos que Deus está tão pronto a dar-se ao homem como a possuí-lo em íntima comunhão. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho unigénito, para que todo aquele que n'Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16).

O amor de Deus é um amor perfeito: porque está ligado a uma bondade perfeita. Nisto temos o que de mais precioso e benéfico se pode imagina porque, como já notámos, o amor é I impulso de dar e o desejo de possuir: t estando este amor ligado à bondade perfeita, temos então o que melhor SÍ pode imaginar para o benefício e I felicidade dos homens. Devido a és» bondade perfeita, o amor divino vejo muito mais do que o amor de qualquer criatura humana, porque quando Ele Si dá aos homens, oferece-lhes e dá-lhe ao mesmo tempo, a bondade perfeita
Vejamos agora o que nos ensinam m Escrituras concernente ao amor de Deus Segundo I João 4:16, Deus é amor. João 3:16 corrobora fortemente a doutrina "Porque Deus amou o mundo de m maneira, que deu o Seu Filho unigénito para que todo aquele que n'Ele crê na pereça, mas tenha a vida eterna".
Encontram-se nestas duas passagem perfeitamente combinados os doa elementos do amor; há aqui tanto I impulso de dar como o de possuir. 1 próprio Deus dando-se a Si mesmo primeiro, para que pudesse ter I homem íntima comunhão consigo Temos aqui o perfeito amor.
Ao mesmo tempo encontramos, nesmas duas passagens, a mais alta avaliação m homem, a mais subida honra para a ~ humanidade; pois, como já notámos. I amor vem da avaliação, e o grau desde revela a grandeza do amor. QM extraordinário amor, o que Deus vota humanidade! Que honra a de ser amado por Deus como Ele nos amou e sem nos amar!
Neste bondoso amor divino temos o próprio Criador do universo dando-se aos homens afim de possuí-me íntima e eterna comunhão.
A missão de Jesus Cristo que revela este grande amor é belamente figura pela jornada do pastor em busca da ovelha perdida, em Lucas 15:3-7. A vinda de Jesus ao mundo, a Sua vida inteira, todo o Seu sacrifício, a Sua morte, a Sua ressurreição, são manifestações desse grandioso amor de Deus aos homens.
A humanidade estava perecendo, e Deus, por Seu grande amor, e por preço incalculável aperfeiçoou o plano de salvação. Temos, em Jesus, ambos os elementos de um verdadeiro amor, perfeitamente combinados. Ele é o impulso de dar-se ao mundo, e é também o desejo de possuir o mundo em íntima comunhão. Podemos assim dizer de Jesus o que João falou de Deus, isto é, que Ele é amor. JESUS É AMOR, porque n'Ele Deus Se deu aos homens, e é por Ele que Deus pode possuir aos homens.
Assim é que temos, revelado em Jesus, o perfeito amor de Deus. O amor de Deus é incomparável. O melhor, o mais perfeito amor humano apenas serve para insinuar, dar uma ideia do que seja o bondoso amor divino; porém, de forma alguma pode igualá-lo. "E a esperança não confunde, porquanto o amor de Deus está derramado cm nossos corações pelo Espírito Santo que nos é dado. Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a Seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus recomenda o Seu amor para connosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5:5-8). O amor de Deus é mais paciente que o amor de mãe, mais forte que o amor de pai, mais puro que o amor de irmã; é mais fiel que o amor de amigo e mais ardente que o amor de esposo. "Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que se não compadeça dele, do filho do seu ventre? Ora, ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu Me não esquecerei de ti" (Isaías 49:15). Deus não pode esquecer, porque o Seu não é um amor fingido, mas perfeito.
O Velho Testamento é um comentário sobre a santidade de Deus, mas o Novo Testamento é uma exposição fiel do Seu grande amor.
Dizer que Deus é amor supremo não é dizer que Ele aprova tudo quanto o homem faça. Há uma ideia muito generalizada, infelizmente, de que a aprovação é necessária ao amor, ideia que leva muitos a suporem que, se Deus não pode aprovar tudo o que o homem faz, não pode amá-lo. Ideia assaz errónea. Um dos mandamentos do
Cristianismo é que o homem ame aos seus inimigos. Será possível que o cristianismo exija mais do homem do que do próprio Deus?
O amor não depende de aprovação, porque Deus nos amou quando éramos ainda inimigos Seus. "Mas Deus recomenda o Seu amor para connosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5:8). Só quem não compreende a natureza do amor poderá afirmar que a aprovação é essencial ao amor. Qual a mãe que não ama o filho travesso, embora não aprove os seus actos? O amor mais abnegado, mais ardente, é muitas vezes dedicado àquele que procede pior e que menos merece ser amado.
Visto que a aprovação não é essencial ao amor, é necessário dizer dele duas coisas:
1) Há um amor que inclui aprovação, como seja o amor de Deus para com os crentes fiéis. A este amor chama-se amor que se compraz, isto é, amor que se regozija no objecto amado. O amado é realmente amável.
2) Há um amor que não se pode regozijar no objecto amado.
O amado não é realmente amável. Temos exemplo disso no amor de Deus para com os pecadores, os perversos, os rebeldes.
Este pode ser chamado amor que se compadece. Deus ama o pecador apesar de não aprovar a sua vida e feitos.
Esta consideração não nos deve levar a suposição de que há dois amores, pois o amor de Deus é um só
. A aparência de dois só provém da diferença entre os objectos amados, e não da existência de dois amores
. O sol derrete o gelo, mas endurece o barro; porém é sempre o mesmo sol.
A diferença nos seus efeitos provém exclusivamente da diversidade da natureza entre o gelo e o barro. Assim é o amor e Deus em relação ao crente e ao descrente.
SANTIDADE E AMOR - Vamos estudar agora a relação entre a santidade e o amor. Há uma ideia que parece estabelecer certo conflito entre estes dois atributos divinos, conflito que, na realidade, não existe. A relação entre a santidade e o amor pode ser compreendida mediante um estudo das suas respectivas naturezas. Na santidade temos a plenitude gloriosa da excelência moral de Deus, tomada como aferidor das Suas acções e dos actos das Suas criaturas. No amor temos o impulso deste Deus santo, de dar-se ao mundo, e mais o desejo de possuir este mundo e conservá-lo em eterna comunhão consigo. Qual é, então, a relação entre a santidade e o amor? Assim definidos, amor e santidade são bem semelhantes. A relação é íntima; mas, ao mesmo tempo, diferem entre si. Deus não seria santo se não fora amor, e não seria amor se não fora santo.
Urge saber o que é amor, para saber o que é santidade; e depois temos de compreender a santidade para compreender o que é o amor.
É o amor elemento grandemente aproveitável. Se Deus não fosse amor, seria interesseiro ou indiferente. Mas este espírito interesseiro, indiferente, seria um defeito na perfeita bondade, e neste caso, já não existiria a santidade de Deus. O amor é, pois, um elemento indispensável à perfeição do carácter. Pode dizer-se, então, que a santidade é o coração do amor, e o amor o coração da santidade.
Como já notámos, Deus não seria amor se não fosse santidade, porque um ser imperfeito pode amar, mas não pode ser amor. Deus é amor, portanto é santidade. Se amor é o impulso que há em Deus de dar-se ao homem, então só aquele que tem todo o bem, pode amar perfeitamente. Por outro lado, se amor é o desejo puro de possuir o amado em intima comunhão só pode ser perfeito em quem a comunhão seja a melhor possível. Assim, amor perfeito indica carácter perfeito, e nosso amor é perfeito na proporção da nossa perfeição. O amor é então purificado em aperfeiçoar o carácter. Mas, o amor de Deus é um amor perfeito porque Ele é santo.
Pode explicar-se, da seguinte maneira, a relação entre o amor e a santidade de Deus. Santidade é o que Deus é em Seu
carácter mais íntimo; amor é o desejo de Deus dar-Se, isto é, dar aquilo que Ele é, aos homens; e mais, possui-los em íntima comunhão consigo, ou com aquilo que Ele é: santidade.
Tanto o amor como a santidade insistem, portanto, em que seja o homem santo como Deus é santo. Todo o trabalho do amor é o trabalho também da santidade; e todo o trabalho da santidade é o trabalho do amor. Quanto ao amor, ele insiste em que o homem aceite a dádiva, que é a santidade. Deus, por ser amor, quer dar ao homem a santidade. E Deus, por ser santo, ama o homem.
Não há, pois, conflito nenhum entre estes dois atributos de Deus. Tanto o amor como a santidade proíbem que o picadeiro progrida em seu caminho, e tanto a santidade como o amor servem ao plano da salvação. E a salvação do homem consiste tanto no desejo duplo de amar como na esperança da santidade. Isto é, Deus quer que o homem seja santo. Estes dois atributos saem do mesmo coração onde reina perfeita harmonia, porque Deus fez tudo em santo amor.
O amor oferece santidade e a santidade baseia-se no amor. Quando grande amor, quer dar-se ao homem, Ele quer dar santidade a homem, porque Ele é santo. E quando amor insiste com o homem em que aceite a dádiva, está insistindo em que aceite a santidade. Por isso, tanto amor insiste na santidade, como própria santidade de Deus exige santidade no homem. Não pode, pois haver conflito entre estes dois tribute "E nós conhecemos, e cremos o ame que Deus nos tem. Deus é caridade; quem está em caridade está em Deus.j Deus nele. Nisto é perfeita a caridade para connosco, para que no dia do juiz tenhamos confiança, porque qual Elej somos nós também neste mundo, fl caridade não há temor, antes a perfeita caridade lança fora o temor porque I temor tem consigo a pena, e o qJ teme não é perfeito em caridade. Não O amamos a Ele porque Ele nos am(| primeiro. Se alguém diz: Eu amo Deus, e aborrece a seu irmão, mentiroso. Pois quem não ama ao ss irmão, ao qual viu, como pode amar Deus, a Quem não viu? E dele temi este mandamento: que quem ama Deus, ame também a seu irmão (I João 4:16-21)
Autor do Artigo :
Dinis Rodrigues

Declaração Do Compromisso Social Evangélico

DECLARAÇÃO DE FILADÉLFIA, AGOSTO 2007
Esta declaração foi preparada pelos participantes de uma mini-consulta sobre fé, providência de Deus e envolvimento político realizada em 31 de Julho de 2007 no Seminário Teológico Palmer Baptista do Leste em Filadélfia, USA. A consulta foi dirigida pela Comissão de Teologia da Aliança Evangélica Mundial (AEM) que elaborou este breve sumário do debate
O EVANGELISMO E A ACÇÃO SOCIAL, SÃO AMBOS ESSENCIAIS À DIMENSÃO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO.
COMO PESSOAS DE FÉ, INTERPRETAMOS TUDO À LUZ DA PROVIDÊNCIA CUIDADOSA DE DEUS PARA O BEM.
CREMOS QUE O NOSSO COMPROMISSO DEVE SER.
UMA PARTE DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO E CURA, A NÍVEL LOCAL, NACIONAL E INTERNACIONAL.
O SENHORIO DE CRISTO E O COMPROMISSO POLÍTICO E CÍVICO
A confissão "Jesus é Senhor" tem implicações políticas imediatas para o testemunho da igreja no mundo. Isto é tão verdade hoje como foi no tempo do início da igreja, quando declarar que "Jesus é Senhor" era um desafio à ideia de que César era Senhor. Um autêntico reconhecimento do senhorio de Cristo significa vê-1'0 como Senhor de todos. Ele não é apenas b meu Senhor ' ou até apenas o Senhor da Igreja.
Mais exactamente, Ele é o Senhor de toda a criação que inclui os reinos social e político, governantes e estruturas em todas as nações. O senhorio de Cristo provê a razão fundamental para o envolvimento dos cristãos nos assuntos sociais, cívicos e políticos.
Consequentemente, o evangelismo e a acção social, são ambos essenciais à dimensão do evangelho de Jesus Cristo.
O reino (ou "reinado") de Deus que Jesus proclamou é uma entidade espiritual que existe quer Deus seja obedecido ou não. O reino de Deus não é um reino político ou geográfico mas tem um impacto aprofundem secularmente, nas esferas nacionais e políticas da vida Em humildade, cristãos oram ao Pai que venha o teu reino e assim seja feita a tua vontade, na terra como no céu'.
A PROVIDÊNCIA DE DEUS
Nós confiamos na soberania de Deus - Pai, Filho e Espírito Santo - sobre todo o mundo, de acordo com a Sua sabedoria e cuidado providencial. Deus usa governos para combater o mal e preservar a Sua criação em boa ordem. A certeza da providência e do cuidado de Deus e saber que Deus está definitivamente no controlo de todas as coisas, é um grande conforto face a todas as dificuldades pessoais, políticas e conflitos. É encorajador saber disto, apesar dos problemas e limitações da nossa natureza humana e o nosso contexto social. Deus até pode usar o mal para o bem (Gn. 45:4-15).
Tudo na vida existe sob a providência e soberania de Deus, a qual relativiza todos os sistemas políticos.
Um conhecimento adequado da providência de Deus o qual preserva, protege e engrandece a vida humana e a sociedade, cria em nós uma atitude de humildade relativamente às nossas próprias capacidades e faz-nos lembrar que Deus se preocupa com todas as pessoas - pois todos transportam a imagem de Deus.
Portanto, é mais importante respeitar do que atormentar os outros, para evitar o pessimismo excessivo relativo ao futuro moral do mundo e procurar um consenso respeitante à vida social e política com todos os que procuram a paz e o bem comum.
A IGREJA E A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
A Igreja de Jesus Cristo existe como "a luz do mundo" (Mt. 5:14). Não deve fazer apenas uma crítica sócio--política, mas também ser uma fonte criativa para moldar a sociedade, praticar os princípios bíblicos e modelos que possam engrandecer a vida comunitária. Embora os conceitos culturais, políticos e sociais sejam bastante diversificados, os princípios bíblicos são sempre relevantes. Os cristãos são chamados para "procurar a paz da cidade" (Jer. 29:7) e fazer uma contribuição na sociedade. Em muitas culturas há uma influência evangélica forte e positiva na sociedade e é nossa responsabilidade manter esta envolvência.
A teologia evangélica realça a importância de haver uma relação pessoal com Deus em Jesus Cristo e busca a transformação de indivíduos como uma parte importante da transformação do mundo. No entanto, a ideia de uma fé puramente privada, na qual o Evangelho apenas afecta a vida do indivíduo, particular ou familiar, mas que não tenha implicações mais vastas na sociedade, deve ser rejeitada por ser inadequada.
Como pessoas de fé, interpretamos tudo à luz da providência cuidadosa de Deus para o bem. Em esperança, permanecemos firmes mesmo nas mais intimidastes condições, desejando o que é correcto enquanto resistimos pacientemente às forças do mal.
Agarrando-nos firmemente às virtudes da fé, e amor, afirmamos o envolvimento cristão nos processos políticos nas comunidades locais, nações, e a nível internacional; encorajamos os cristãos a procurarem profissões que lhes permitam servir numa esfera política e social. Reconhecemos que as transformações massivas que ocorrem no nosso mundo moderno devem ser tratadas de uma forma perspicaz. Como cristãos e cidadãos de nações distintas preocupamo-nos bastante com a liberdade, justiça para os pobres, paz, casamento, família, santidade da vida humana e justiça racial.
Reconhecemos que o processo também é importante, e que a forma como cada um destes assuntos e soluções são apresentados, não deve contradizer os valores nos quais as nossas prioridades estão firmadas.
Cremos que o nosso compromisso deve ser uma parte do processo de restauração e cura, a nível local, nacional e internacional.
UMA CHAMADA PARA A VIVÊNCIA DO REINO
Cremos que a verdade da revelação de Deus é na realidade suprema; contudo o nosso entendimento da verdade é temporário e parcial. Como resultado do exercício da nossa responsabilidade política, cremos que é importante abordar a nossa tarefa respeitosamente, estar preparados para ouvir e aprender com aqueles que estão fora das nossas fronteiras religiosas e teológicas. Há diferentes formas de governo, contextos e assuntos locais que chocam com a implementação do reino de Jesus Cristo e é importante a participação dos cristãos de nacionalidades e convicções políticas diferentes, participar no debate sobre estas mudanças. No entanto existem áreas importantes comuns à maioria das sociedades onde seguidores de Jesus Cristo devem orar e trabalhar para o reino, tal como a procura do cumprimento dos direitos humanos e da liberdade religiosa, trabalhar contra a corrupção, violência e guerra, combater a pobreza, proteger a família e a santidade da vida e cuidar da criação.
A igreja como comunidade primária na qual o reino de Deus é manifesto, deve incorporar os princípios da graça deste reino e testemunhar na vida, a palavra, a acção e o poder do evangelho na transformação de vidas e sociedades . Nós cristãos evangélicos devemos arrepender-nos da nossa falha em viver como comunidade de fé que demonstra o Reino de Deus. Devemos então assumir o compromisso pessoal de uma vida de fé e acção, a qual nos conduz à transformação do mundo no qual vivemos. Como a igreja vive a vida do Reino pode tornar-se um exemplo de vida comunitária e ser uma base credível da qual se parte para causar impacto na esfera política.
A igreja não deve usar o poder político apenas como um meio de auto-protecção, mas deve procurar os benefícios para a comunidade na qual está inserida, com humildade, arrependimento e no espírito de unidade.
Indivíduos, grupos, congregações e alianças evangélicas nacionais são todos chamados a participar em acções e programas cujo alvo é derrotar o mal na sociedade e valorizar o bem comum. Valorizamos o trabalho da AEM em várias áreas de acção social e política, particularmente no potencial do Projecto de Política Social cujo alvo é ajudar as alianças/comunhões evangélicas nacionais a desenvolverem uma abordagem evangélica ao compromisso político e cívico.
No exercício desta responsabilidade para com a sociedade é fundamental para a missão da igreja não assumirmos que tudo depende da sua acção no mundo. Consequentemente, a igreja exercita a sua responsabilidade social não apenas dirigindo a acção no mundo mas também através do testemunho da obra redentora de Cristo e esperando a consumação de todas as coisas n' Ele.
Autor do Artigo.
Aliança Evangélica Mundial
Comissão de Teologia.