27 outubro, 2008

HUMANISMO SECULAR (PARTE 1 )

A RELIGIÃO DO HOMEM
No Novo Testamento encontramos um alerta muito expressivo feito à Igreja com o objectivo de a prevenir para o surgimento de falsos ensinos.
UMA DAS GRANDES AMEAÇAS À INTEGRIDADE DA IGREJA DOS NOSSOS DIAS É O HUMANISMO SECULAR.
O apóstolo Paulo, entre outros, e o próprio Senhor Jesus Cristo, alertaram para o facto de que os falsos mestres e os falsos ensinos seriam uma realidade na vida da Igreja. A história da Igreja confirma esse facto: a Igreja foi assaltada ao longo dos séculos por falsos mestres, que difundiram doutrinas e ensinos errados. A história também revela que a Igreja teve sempre que lutar contra heresias ameaçadoras, que tinham como principal objectivo perverter a essência do cristianismo bíblico. O Arianismo, o Agnosticismo, o Docetismo, o
Maniqueísmo e o Dualismo, são apenas alguns exemplos das muitas correntes heréticas com que a Igreja teve que se debater ao longo da sua história.
Os dias de hoje não são muito diferentes. Além do ressurgimento das "velhas" heresias, apareceram outras novas, tais como a Cabala, que é considerada por muitos estudiosos como a vertente mística do Judaísmo. Também a Cientologia. Estas novas "espiritualidades" estão a suscitar o interesse de muitas celebridades do mundo da música e do cinema. Este facto faz com que muitas pessoas se tornem seguidores destas novas doutrinas, ainda que seja apenas para se identificarem com os seguidores famosos.
Uma das grandes ameaças à integridade da igreja dos nossos dias é o Humanismo Secular. Este conceito tornou-se uma expressão recorrente na actualidade, e quase obrigatória nas reflexões que são feitas quando se trata de analisar as características da sociedade contemporânea, à luz dos princípios do cristianismo bíblico. Todavia, o facto do "Humanismo secular" se ter transformado numa expressão comum, não significa que na maioria dos cristãos exista uma verdadeira consciência das suas implicações na sociedade desde o fim do século XV até aos nossos dias.
Consideremos as seguintes questões para nossa reflexão: como se chega ao momento em que é socialmente aceite não existirem padrões de certo e de errado? Como se chega ao momento em que objectivamente se afirma que a orientação sexual é apenas uma opção do foro individual e que cada um é livre para optar em função das suas preferências pessoais? Como se chega ao momento em que o Parlamento Europeu rejeita, por maioria, uma proposta de inclusão no prefácio da Constituição Europeia, de uma alusão ao facto de o Cristianismo ter estado na origem da cultura, dos valores e dos fundamentos da construção Europeia? Como se chega ao momento em que se diz que o Cristianismo é apenas um religião entre muitas e que as suas verdades são absolutamente relativas e irrelevantes? Como se chega ao momento em que se afirma não existirem padrões absolutos c verdade? Houve um trajecto, houve um caminho que foi percorrido até chegarmos aqui.
Algures na história, foi dado o tiro de participação que precipitou a humanidade na direcção do civilizacional, em matéria valores e de moralidade' Fiódor Dostoievsksi, um dos maiores escritores Russos de sempre, no seu livro Os Irmãos Karamázov, a dada altura escreve o seguinte: "... Se Deus não existe e a alma é mortal então tudo e permitido (...)". A crise de valoríde a que chegámos está subjacente o facto de alguém num determinado momento da história postular ideia de que o Homem está só no universo, entregue a si mesmo e que Deus é apenas fruto da imaginação humana, ou seja, não existe. Deste modo mesmo homem considera-se à-vontade par exercer indevidamente ou usurpar o se livre arbítrio.
Consideramos a reflexão sobre Humanismo Secular fundamental, muito oportuna, para a compreensão da assustadoras e impensáveis mudança que estão a acontecer na sociedade contemporânea. Esta análise, tem com propósito alertar para o impacto que o humanismo tem vindo a provocar na vida das pessoas, e formar ; consciência dos cristãos no sentido de compreendermos a verdadeira dimensão do Humanismo Secular e perigo que este representa para o cristianismo bíblico.
DEFINIÇÃO DE HUMANISMO
A palavra humanismo deriva do latim e tem a so origem na palavra "humanos" que significa "humano é desta palavra que etimologicamente deriva palavra Humanismo. Se fizermos uma pesquisa mais encontramos três definições essenciais: Uma doutrina ou um conjunto de ideias centradas nos interesses e nos valores humanos; uma teoria que defende a dignidade do ser humano como valor absoluto; um movimento intelectual europeu do Renascimento, caracterizado pela valorização do espírito humano.
Depois de analisarmos os conceitos que definem o Humanismo, concluímos que ele é uma Cosmo visão (uma visão do mundo) centrada na importância e nos valores humanos, e que enaltece a liberdade do indivíduo, o uso razão, as oportunidades e os direitos.
ORIGEM DO HUMANISMO SECULAR
O Humanismo Secular, como sistema filosófico organizado e como um manifesto definido, é relativamente novo, mas as suas ideias fundamentais podem ser encontradas no pensamento de vários filósofos gregos da antiguidade clássica. É com relativa facilidade que podemos encontrar ideias humanistas no pensamento de Sócrates, no Estoicismo e no Epicurismo. Também muitos dos valores apresentados no pensamento do Confucionismo chinês são claramente valores humanistas. Os seus defensores advogavam que as respostas para os grandes problemas da humanidade estão no próprio homem, e não em quaisquer entidades transcendentes. Por isso, buscar em "deuses" respostas para os problemas da humanidade não fazia qualquer sentido. O seu pensamento estava voltado e centrado no homem.
O HUMANISMO É UM PRODUTO DO RENASCIMENTO Durante a época medieval, conhecida também como era das trevas que abrange um período da história de cerca de 1000 anos (século V ao XV), a visão que o homem tinha do mundo (Cosmo visão) era.
No final do século XV surgiu em Itália um grande movimento intelectual chamado Renascimento. O impacto provocado pelo renascimento foi de tal maneira importante que assinalou o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Este movimento caracterizou-se pelo retorno à antiguidade clássica (cultura Greco-romana) e, acima de tudo, à valorização do Homem (humanismo).
O Renascimento foi o período da história durante o qual mais se produziu no âmbito da literatura e das artes. Foi neste período que surgiram grandes génios, tais como Michelângelo Buonarroti (1475-1564), que se destacou na arquitectura, na pintura e na escultura; Rafael Sanzio (1483-1520), que se destacou como pintor; Leonardo da Vinci (1452-1519) que se destacou como pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico e escritor; Sandro Boticelli (1445-1510) que se destacou como pintor. Galileu Galilei que se tornou célebre como cientista. Foi ainda nesta época que apareceram homens como, Erasmo de Roterdão, Thomas More (que escreveu a Utopia) e Williams Shakespeare.
O Humanismo desenvolveu o conceito de antropocentrismo (que coloca o homem no centro de tudo). Termina assim a visão Teocentrica, ou seja, Deus deixa de ser a razão para todas as explicações acerca do universo.
AS IDEIAS DO HUMANISMO RENASCENTISTA
O Humanismo deu origem a uma grande vitalidade intelectual. O homem, através da razão, podia agora estabelecer para si novos conceitos e novas explicações para as grandes questões da humanidade.
O Humanismo dinamizou a busca de filosofias e moralidades alternativas às cristãs. Gerou também uma nova atitude em relação à ética e à moral, e contribui-o para a formulação de novos conceitos em relação à humanidade. Trouxe também uma nova visão do mundo natural - o naturalismo, que consiste na crença de que as causas naturais por si só são suficientes para explicar tudo o que existe. A valorização do método científico tornou-se num dos grandes pilares do ideal humanista e passou a aceitar-se apenas o que podia ser comprovado cientificamente. Fica evidente que esta nova forma de pensar centrada no homem torna irrelevantes os conceitos de Deus, da inspiração da Bíblia e dos milagres, etc.
Foi neste período que a Europa iniciou a sua caminhada para a secularização, que a conduziria ao afastamento de Deus, da Bíblia e da Igreja. Movimento que pode ser definido como abandono do Sagrado e da fé.
O HUMANISMO COMO MOVIMENTO DE RUPTURA
Para podermos desenvolver uma compreensão clara do que é o Humanismo Secular, temos que o entender acima de tudo como um movimento de rotura. I movimentos têm como objectivo provocar condições na forma de pensar das pessoas e provocar muda profundas no seio das sociedades, através da divulgar massiva de novas ideias. Um dos grandes efeito movimento intelectual humanista foi gerar uma rumo . contra a "velha" forma de pensar teocentrica. As humanistas provocaram uma onda de revolta contra "velhas" autoridades, tais como a Igreja, e contra o que tinha como fonte de emanação autoridade superior (Deus). Os humanos atribuíam à razão um papel fundamento formação do conhecimento, e considera; apenas como verdadeiro o que podia explicado racionalmente. Empenha se arduamente na educação das m; Acreditavam que o progresso cultura tecnológico iria trazer as respostas todos os problemas da humanidade.

OS HUMANISTAS SECULARES SÃO ATEUS
Os Humanistas Seculares descrevem-se como ou como agnósticos, dado que racionalmente possível provar a existência ou inexistência de um Os seguidores do humanismo não se apoiam em ou noutras forças sobrenaturais, para resolver o problemas, bem como para buscar orientação p suas condutas. Em vez disso, valem-se da aplicar * razão, da ciência, das lições da História e da expie pessoal para formar fundamentos morais e ética para dar sentido à vida. Os humanistas seculares o método científico como a mais confiável fora : informação sobre o universo. Reconhecem, porei novas descobertas poderão alterar e expandir a compreensão do universo e, possivelmente, também a nossa abordagem de assuntos éticos.

Autor do Artigo;
Jorge Humberto.

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