09 outubro, 2008

LIDAR COM A PRESSÃO DE GRUPO

O meu filho, com 13 anos de idade, é muito sensível e envergonhado. lá várias vezes mesmo disse que, na escola, os colegas gozam com ele, por ser evangélico. Como os outros alunos! da turma são todos católicos, ele confessou que iria afirmar-se também como católico] Qual deverá ser a minha atitude perante esta situação? (questão de uma leitora)
AMOR E RRME2A

Para já .a atitude de verá ser de muita atenção ,carinho e paciência. Os filhos deverão ver. nos pais, os verdadeiros amigos de que necessitam para os orientar na vida.
Principalmente na sua meninice e adolescência.
Quanto ã educação, os pais têm o dever de actuar com à face da Terra com amor e firmeza, ensinando as boas condutas, atitudes e procedimentos correctos. No aspecto religioso, também deverão orientar os filhos naquilo que consideram bom. Não faz sentido, por exemplo, que os pais conheçam a Palavra de Deus e não a transmitam aos filhos!
Naturalmente que os jovens farão a sua opção, no tempo determinado, mas, até lá, os pais deverão ensinar tudo o que sabem acerca da vida e do bom caminho. A Bíblia diz: "Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele" (Pv22:6).
Em face do exposto, poderemos questionar-nos;
Devemos impor o que é bom? As coisas boas devem ser obrigatórias? Poderemos obrigar os nossos filhos a serem felizes? Bem, a verdade é que o Senhor Jesus é bom demais para ser imposto a alguém! Ê muito melhor proceder na base do amor, identicamente ao Príncipe da Vida, quando estava como homem à face da.
Se obrigarmos uma pessoa a ser cristã, então ,para ela, Jesus Cristo passara a ser interpretado como um opressor! Não será o doce e meigo senhor maravilhoso bom mas sim um tirano ao qual terá de obedecer contra a sua própria vontade .É lamentável que alguém tente comunicar o amor de Deus através de uma autentica imposição Forçada .
ABORDAGEM POSITIVA
Em lugar de um procedimento rígido, em matéria] religiosa, poderíamos explicar várias coisas adolescente. Por exemplo, que todos nós só diferentes uns dos outros, pois não há duas iguais. Vale mais ser diferente em aspectos positivos que primar pela negativa. E, numa altura em que vi -pessoas se orgulham de praticar obscenidades, ás v até algo contra a própria natureza humana (autenticas - aberrações), seria maravilhoso haver alguém que identificasse com a verdade!
Aqueles que seguem o bom caminho poderão sofrer incompreensões da pane de familiares e colegas, mas vale a pena. porque é grande o galardão que os espera. As bênçãos de Deus não são todas para este mundo e enquanto aqui estamos. Se pensarmos assim, nem receberemos nada agora nem depois. Diz a Bíblia; "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens" (I Coríntios 15:19).
ALGUNS ESCLARECIMENTOS
Possivelmente, os colegas de turma do seu filho não serão todos católicos. O mais natural é que muitos nada sejam, mas alinhem com aquele principio de que. em Portugal, quem não tem religião nenhuma é considerado católico. Alguns até vão mais longe, ao afirmarem-se como "católicos não praticantes", o que constitui um manifesto paradoxo.
O vocábulo "católico" significa universal e os cristãos evangélicos também são universais, ou católicos. Por isso, não há mal nenhum em que o menino se afirme como taL Aliás, ele até poderá ser mais católico do que alguns que se gabam de o ser.
Se levássemos a efeito um inquérito geral ã população de uma escola ou de um pais, iríamos encontrar diferenças substanciais, não só em matéria religiosa, política e desportiva, mas em muitas outras áreas. Diferenças nas suas aptidões, vocações, autoconfiança, auto-estima e outros aspectos.
Em algumas turmas também poderá surgir um aluno mais atrasado no desenvolvimento e aquisição de conhecimento, ou até com defeitos físicos. Irão os colegas fazer chacota com algum deficiente? E se for um viciado em qualquer produto, impróprio para um ser humano ou. pelo menos, para a sua idade?
É verdade que. em Portugal, os evangélicos são considerados como pertencendo a uma minoria, embora.
(Esperemos que também haja com os evangélicos). E. se nenhuma minoria política, religiosa ou desportiva, se envergonha, como poderei eu envergonhar-me? Jesus não Se envergonhou de moner no meio de dois malfeitores, do pior que havia, para me salvar.
Será que as pessoas criticam mais o que é bom do que aquilo que é mau? Terão vergonha de fazer o que é correcto? Se é assim, colocam-se na mesma posição dos "Metralhas" (banda desenhada juvenil dos anos 70/80), os quais se envergonhavam de ter alguma boa acção registada no seu cadastro biográfico!
EXPERIÊNCIA PESSOAL
Em Maio de 2006 passei quinze dias em Albufeira e observei algo, ainda não muito usual no nosso pais. Quase debaixo da nossa varanda estava um muçulmano a fazer as suas orações, voltado para Meca, enquanto um seu colega, mais adiante, aguardava. Vo.se que este acompanhante estava com pressa, mas aguardou. Não se riu, nem trocou, mas aceitou o amigo, tal como ele era. Por que não se aceita um evangélico?
Um amigo verdadeiro é aquele que me aceita, tal como eu sou; não aquele que me impõe condições, seja o uso de uma determinada marca de telemóvel (como aconteceu numa escola) ou a prática de algo que não condiz com a minha maneira de ser.
Para pertencer a um determinado grupo, é necessário praticar algo negativo? Então, não estou interessado. Prefiro pertencer (ou até fundar) a um outro grupo, nem que seja unitário (só comigo) daqueles que procedem correctamente, que estudam a sério e respeitam professores, empregados e colegas.
Para terminar, eu diria que Jesus Cristo è o verdadeiro Amigo que me aceita, tal como sou e. com muito amor. me vai tratando até eu concluir que devo mudar algumas áreas da minha vida. Ele continua a convidar: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mateus 11:28).
Autor do Artigo;
Agostinho Soares dos Santos

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