13 outubro, 2008

JESUS CRISTO(PARTE III)

O MELHOR DE TUDO
Prosseguimos com o aspecto da revelação pessoal de Deus, em Jesus. Simultaneamente, neste terceiro mês em que abordamos a temática cristológica, veremos como Cristo é revelado pelo Espírito Santo.
-AÇÀO PESSOAL 01 DEUS (CONTINUAÇÃO) A visibilidade de Deus em Cristo é o tema por excelência do Novo Testamento. O apóstolo João na sua primeira carta ê extremamente preciso e tocante nos termos que usa em relação à presença de Deus entre nós: "Escrevemos acerca daquele que é a Palavra da vida, que já existia no principio de tudo. Sós, que O ouvimos e vimos com os nossos próprios olhos, também o contemplámos e lhe tocámos com as nossas mãos. A vida deu-se a conhecer e nós vimo-la. Falamos dela e vo-la anunciamos. É a vida eterna que estava com o Pai e que nos apareceu. O que nós vimos e ouvimos vos anunciamos agora para que estejam também unidos a nós. Na verdade, a nossa comunhão é com o Pai < com o seu Filho Jesus Cristo. Escrevem-vos isto para que a nossa alegria seja perfeita." (\ João 1:1-4). Deus audível Deus visível Deus palpável Deus comunicável Deus que nos une e nos põe em comunhão. Deus fonte da nossa alegria. É em torno desta revelação que se move a vida do apóstolo Paulo: 'Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhe não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos mas a Cristo Jesus como Senhor, e a nós mesmos como vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus que disse: De trevas resplandecerá luz -, ele mesmo resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo." (2 Coríntios 4:3-6).
Hoje o pluralismo religioso pretende convencer-nos que Deus tem muitos nomes e rostos, personalidade e carácter distintos, até opostos e contraditórios. Respeitando todas e cada uma das confissões religiosas, não afinamos, decididamente, por esse diapasão. Existem ideias de Deus perlei lã mente execráveis. Sou profundamente ateu em relação a muitas ideias acerca de Deus. Só conheço um. entre nós, a quem posso efectivamente confessar como Deus. Não é descoberta minha, é apenas a aceitação de todo o peso de evidência que está por detrás da Sua pessoa singular. Aceite ou não, reconhecido ou não, as Suas declarações continuarão ai e ninguém as pode apagar, como ninguém pode ofuscar a luz do Sol ou esconde-lo.
A existência e a essência de Deus não é uma questão de opinião pessoal ou particular, cultural, filosófica ou religiosa. A existência e a essência de Deus é, antes de tudo o mais, uma questão de revelação e de revelação pessoal, para lã de hoje ela se nos apresentar de forma escrita. Pessoal em Jesus Cristo, e pessoal quando O acolhemos e experimentamos na nossa própria vida. Pensamos que é possível ao homem, pela sua razão, ter algum vislumbre tanto da existência, quanto da essência de Deus. Esse vislumbre ainda é uma dádiva da revelação divina, da qual a razão e o coração do homem estão impregnados como imagem e semelhança do Criador. Mas é em Jesus que nós temos a plena revelação acerca da existência e da essência de Deus, na Sua personalidade e carácter. Conforme o apóstolo Paulo declara: "Porque Deus está totalmente presente em Cristo, deforma corporal." (Colossenses 2:9 - Tradução "A Boa Nova").
Jesus disse-o claramente aos discípulos e. entre eles, a Filipe quando pediu para que lhe mostrasse o Pai: "Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. Repicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim, vê o Pai: como dizes tu: Mostra-nos o Pai? crés que eu estou no Pai e que o Pai está em mim, palavras que eu vos digo, não as digo por mim me. mas o Pai que permanece em mim faz as suas obras Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; creu menos por causa das mesmas obras." (João 14:7-1 Hoje como ontem, mesmo visível, muitos não que crer, não porque não tenham as evidências necessário mas porque não querem. E quando não se quer. n; suficiente. "Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão vida; o que vem a mim, jamais terá fome; e o quê em mim, jamais terá sede. Porém, eu já vos disse embora me tenhais visto, não credes," (João 6:35, Não basta acreditar em Deus, precisamos « cientes do Deus em que efectivamente acreditai Jesus Cristo veio até nós decifrando-se como E Nada n Ele faz sentido se negamos a Sua divindade . O modo como entendemos Deus está relacionado com a forma como vivei como agimos e reagimos, com o projecto de vida que abraçamos. Existem mi vezes incongruências, desajustamentos hipocrisias. Mas, de uma ou de outra forma : contemplar Deus na pessoa de Jesus Com e responder afirmativamente ao Seu desafio transforma-nos. Somos transformados Ele na medida em que O recebemos em nós.
Jesus conhece-se no relacionamento pessoal ; Cristianismo é. antes de tudo o mais. relação com I através da pessoa de Crista É nessa e por essa relação somos mudados, que Deus Se toma real na nossa que a esperança nos toma, que o amor nos inunda, que o perdão nos alcança, que o Criador nos serve a vida eterna.
REVELADO PELO ESPÍRITO
O Espírito Santo foi-nos concedido para nos dar a conhecer a pessoa de Jesus. Há uma dimensão histórica, factual que de alguma maneira a nossa razão pode alcançar, perceber e entender, mas a percepção, a convicção da identidade divina de Jesus depende da nossa abertura e dependência da iluminação do Espírito Santo no nosso homem interior. É Ele que abre os nossos olhos para percebermos, efectivamente, quem Jesus é. "Quando »i"er, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas que hão-de vir. Ele me glorificará porque há-de receber do que ê meu, e vo-lo há-de anunciar? (João 16:13,14).
Esta é uma acção concertada com o Pai. Quando a uma pergunta de Jesus, Pedro respondeu acerca da verdadeira identidade e natureza de Jesus, Ele declarou que essa conclusão não era natural mas espiritual, sobrenatural, resultado da revelação do Pai. "Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus." (Mateus 16:15-17).
Deus sabe quem nós somos, conhece a atitude dos nossos corações, discerne de modo rigoroso e preciso qual a nossa predisposição face a Jesus Crista Neste sentido. Ele esclarece-nos ou mamém-nos obscurecidos. Ele sabe se queremos ou não conhecer. A todos quantos O buscam, de todo o seu coração. Deus se dá a conhecer. A luz deste facto, não nos admira que alguns se mantenham cépticos e até se entretenham a distorcer a Sua figura. A tendência não é nova. Ela já estava presente entre os contemporâneos de Crista O coração do homem revela-se diante da postura que assume perante a pessoa e o ensino de Jesus. Ele não obrigou ninguém a recebe-lo e a aceita-lo, embora tenha alertado para as consequências presentes e eternas que dai advêm. É nesta linha de pensamento que se entendem bem as palavras de Jesus, citando o que já estava anteriormente profetizado: "Disse-lhes então Jesus: Ainda por um pouco de tempo a luz está
entre %V$- Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai. Enquanto tendes a luz, crede na luz, para que vos torneis filhos da luz. Há vendo Jesus assim falado, retirou-se e escondeu-se deles. E embora tivesse operado tantos sinais diante deles, não criam nele; para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías: Senhor, quem creu em nossa pregação? e a quem foi revelado o braço do Senhor? Por isso não podiam crer, porque, como disse ainda Isaías: Cegou-Lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos e entendam com o coração, e se convertam, e com os cure. Estas coisas disse Isaías, porque viu a sua glória, e dei e falou. Contudo, muitos dentre as próprias autoridades creram nele; mas por causa dos fariseus não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga; porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus" João 12:35-43). O centurião Cornélia a quem Deus enviou Pedro com o intuito de partilhar com de a pessoa de Jesus Crista é um exemplo da forma como Deus Se revela a todos quantos estão receptivos, na sua razão e coração, a conhece-lo: "0 centurião Concílio, homem recto e temente a Deus, e tendo bom testemunho de toda a nação judaica, foi instruído por um santo anjo para chamar-te a sua casa e ouvir as tuas palavras" (Actos 10:22).
Da mesma forma aconteceu com o etíope eunuco, mordomo-mor da rainha de Candace, quando regressava a sua casa depois das celebrações em Jerusalém, e ao qual Deus enviou o Seu servo Filipe. "Um anjo do Senhor falou a Felipe. dizendo: Dispõe-te e foi para a banda do sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se Untando efot Eis que um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro, que viera adorar em Jerusalém, estava de volta e, assentado no seu carro, vinha lendo o profeta Isaías. Então disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro, e acompanha-o. Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías, e perguntou: Compreendes o que lendo? Ele respondeu: Como poderei entender, se alguém não me explicar? E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele." (Actos 8:26-31).
Também Paulo de Tarso acaba por ser um exemplo desta actuação divina, quando respirando ameaças e afrontas, perseguição e morte contra os cristãos, foi surpreendido por Jesus Cristo na estrada de Damasco. "Saulo. respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor dirigiu-se ao sumo-sacerdote, e lhe pediu cartas para sinagogas de Damasco, afim de que, caso achasse algum que eram do Caminho, assim homens como mulheres, levasse presos a Jerusalém. Seguindo ele estrada fora, aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma » que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? perguntou: Quem és tu. Senhor? E a resposta feri: Eu Jesus, a quem tu persegues; mas, levanta-te, e entra cidade, onde te dirão o que te convêm fazer? (Actos 9:1
Jesus Cristo deu a entender, de uma forma muito clara que o Pai é o responsável por todos aqueles que a se dirigiam, e que a todos esses Ele acolhi e guardava. Não que Deus faça acepção pessoas, mas porque Deus sabe efectivam quais são aqueles que estão disponíveis pa serem recebidos e acolhidos: "Todo o que Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim maneira nenhuma o lançarei fora. Porque desci do céu, não para fazer a minha vontade mas a vontade daquele que me enviou. E a -.vontade que me enviou é esta: Que eu não perca nenhum de todo aqueles que me deu. mas que eu o ressuscite no último dia. Porquanto esta é a vontade de meu Pai: Que t aquele queo Filho e crê nele, tenha a vida eterna; e o ressuscitarei no último dia" (João 6:37-40).
Varias são as razões que levam os homens a reconhecerem a divindade de Jesus Crista O própria Jesus declarou aos Seus contemporâneos que todos os que querem faze-ra vontade de Deus O recebem e acolhem o ensino: "Quem ê de Deus ouve as palavras de Deus; isso não me dais ouvidos, porque não sois de Deus." I 'João 8:47). Outra razão da incredulidade das pessoas, reside facto de que elas estão mais interessadas na aprovação o homens do que na aprovação de Deus; "Como podeis vós os que aceitais glória uns dos outros, e contudo procurais a glória que vê do Deus único?" (João 5:44 João é bem explícito quando na sua primeira carta afirma "Nós somos de Deus; quem conhece a Deus nos ouve quem não é de Deus não nos ouve. isto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro." (1 João 4:6). ]
Autor do Artigo.
Samuel R. Pinheiro

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