A ideia de Deus existe desde os primórdios da civilização, anterior a qualquer revelação do Deus dos hebreus. Como podemos saber ou provar que o Deus dos hebreus é o verdadeiro e único, se os outros deuses são anteriores? Aliás, os sacrifícios e holocaustos de Israel já eram usados por outros povos mais antigos! Até a circuncisão é usada actualmente em tribos africanas! E, quanto ao capítulo 1 de Génesis, não teria sido copiado de outro documento mais antigo?
RESPOSTA
Não é correcto afirmar-se que os deuses mitológicos são mais antigos do que o “Deus dos hebreus”. O que se poderá dizer é que certos povos, que adoravam deuses mitológicos (falsos), eram mais antigos do que o povo hebreu!
Os povos poderão ser mais antigos ou mais modernos, conforme os casos; porém, a verdade é sempre muito mais antiga do que a mentira! Aliás, a mentira surgiu numa tentativa frustrada de alterar a verdade!
Deus é a Verdade (Jesus afirmou-o categoricamente, conforme O Evangelho de João 14:6) e o Diabo representa a mentira. O Diabo é muito mais moderno do que Deus, porque quando ele entrou em cena, o Senhor já cá estava. Aliás, sempre cá esteve, porque Deus é eterno. Não compreendo bem o facto de Deus sempre existir, mas aceito-o pela fé. Até neste mundo físico e material há várias coisas que eu não compreendo, mas isso não as impede de funcionar.
O Deus mais antigo, aliás, único Deus no Universo, é Aquele que falava com Adão, arrebatou Enoque, anunciou o Dilúvio a Noé e revelou-Se a Abraão e sua descendência. Poder-se-á dizer que a maior revelação de Deus na Antiguidade seria no tempo de Moisés, desde as pragas do Egipto até à Terra de Canaã, passando por um deserto de dificuldades. Quanto a mim, essa revelação divina no tempo de Moisés seria largamente ultrapassada pela presença física de Deus na Terra, na Pessoa do Senhor Jesus Cristo!
É verdade que a determinada altura somente os hebreus seguiam o Deus verdadeiro, mas esse facto não O limita nem O circunscreve. Pela mesma ordem de ideias, o Deus vivo não deixaria de existir, ainda que todos as pessoas deixassem de O adorar!
Mesmo antes de comunicar com Abraão e sua descendência (os hebreus), Deus havia contactado as Suas criaturas, tanto Adão e Eva como Caím, Enoque, Noé e muitos outros!
Os holocaustos e sacrifícios já existiam no passado, praticados por outros povos, mas não nos moldes que Deus instituiu. Nesses sacrifícios pagãos entravam também animais imundos e até seres humanos, o que Deus proibiu. Porém, ainda mais antigos do que esses sacrifícios pagãos temos o facto de Noé oferecer sacrifícios ao Senhor após o Dilúvio, conforme a Bíblia menciona. E, se recuarmos ainda mais no tempo, praticamente ao início da vida humana, vamos encontrar Abel que ofereceu uma ovelha ao Senhor Deus!
Por muito que se recue no tempo à procura dos usos e costumes, iremos sempre encontrar bases na Bíblia ainda mais antigas. E o resto, que por aí existe ou existiu, será sempre uma continuação deturpada das ancestrais práticas bíblicas. As práticas sacrificiais degeneraram, do mesmo modo que a religião monoteísta inicial descambou para o politeísmo e panteísmo!
Também é verdade que os hebreus influenciaram o mundo. Não só no tempo do rei Salomão, que reinou sobre uma grande parte do mundo conhecido, mas também através das migrações deste povo. Sim, os hebreus influenciaram o mundo com os seus costumes, tanto no apogeu da sua glória salomónica como na miséria do seu cativeiro babilónico. É possível que vários povos, praticantes da circuncisão tenham recebido influência dos hebreus, mesmo que actualmente desconheçam a origem dessa prática.
O ser humano é dotado de um vazio espiritual que somente poderá ser preenchido por Deus, na Pessoa Bendita do Senhor Jesus Cristo. Foi o Criador que o fez assim para que ele O buscasse, adorasse e fosse feliz. Infelizmente, nem sempre o homem se volta para Deus e por isso tenta preencher esse vazio espiritual com outras coisas, sejam aspectos carnais, materiais ou até espirituais errados, adorando, por exemplo, deuses mitológicos.
Deus criou o homem e este criou os deuses. Deus deu capacidade ao homem para criar coisas; porém o homem não conseguiu dar poder aos deuses para criar outras coisas. E esses deuses mitológicos, criados pela imaginação humana, não ouvem, não falam, não vêem nem realizam coisa alguma.
O ser humano criou deuses. Porém, o Deus verdadeiro, não só dos hebreus, mas de todos os que O aceitarem, disse: “Antes de mim, nenhum deus se formou, e depois de mim nenhum haverá” (Is. 43:10). O Senhor Jesus Cristo, que Se apresentou como Filho de Deus, e deu provas mais do que suficientes de o ser, também esclareceu: “Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores..” (João 10:7) e “muitos virão em meu nome dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (Mat. 24:5).
Concluindo: Um só Deus e um só Mediador entre Deus e o homem pecador. Isto, independentemente da imaginação humana dirigida, muitas vezes, pelo príncipe das trevas que pretende tirar a glória ao Senhor e criar alternativas ao verdadeiro Salvador.
Sobre o livro de Génesis já muito se disse. Por exemplo, que o mesmo era resultado do trabalho de três autores do século VI a. C.. Porém, numa análise computatorial concluiu-se que o referido livro pertencia a um estilo único, bem definido e impossível de ser escrito por mais do que um escritor.
Se o capítulo 1 de Génesis, ou até o livro todo, foi copiado de outro documento, eu não estou muito preocupado com isso. Logo que esse documento seja fidedigno eu aceito e compreendo. As Bíblias que eu tenho em casa já foram copiadas de muitas outras!
Naturalmente que todos os 66 livros da Bíblia são inspirados por Deus. Logicamente, cada um deles poderá fazer referências a outros livros inspirados, pertencentes ao Cânon. E por não a outra literatura extra-bíblica, que relate a verdade? Aliás, isso passa-se com algumas textos bíblicos onde se mencionam outros livros não inspirados!
Não ficava muito admirado se o capítulo 1 de Génesis fosse transcrito de um outro documento existente. Moisés, possivelmente, terá recebido indicações divinas para recorrer às fontes fidedignas, fossem escritas ou orais! E, a partir daí, seleccionar a verdade!
Não estou preocupado em saber se a minha Bíblia foi copiada por outra, ou se os escritores da mesma recorreram a outros documentos. Ficaria preocupado se alguém conseguisse provar que uma determinada passagem (ou, pelo menos uma parte) era falsa, ou estava errada. Porém, como isso nunca aconteceu, eu continuo a acreditar que a Bíblia é o Livro de Deus!
Autor do texto bíblico
Agostinho Soares
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