07 junho, 2008

PERGUNTA Nº101

É sabido que os jovens e adolescentes sofrem pressões de vária ordem, inclusivamente pressões internas a nível físico e pressões externas de outras pessoas que apontam para a concretização das tendências sexuais. Como resolver esta problemática sem prejuízo da vertente espiritual? Autos sexualidade? Relações antes do casamento? Será um grande erro se isso acontecer, mesmo que haja uma pré -determinação e um compromisso em casar-se logo que haja melhores condições?

RESPOSTA
Não são apenas os jovens e adolescentes que sofrem pressões de vária ordem, mas todas as pessoas e em todas as idades. O que podemos dizer, isso sim, é que na adolescência passamos as primeiras grandes provas de fogo. Se soubermos dominá-las e ultrapassá-las, teremos grandes hipóteses de vencer na vida e atingirmos níveis elevados de felicidade relativa.
Tribulações, dificuldades e tentações constituem o normal de cada dia de um simples ser humano. Acrescente-se ainda que até o próprio Senhor Jesus Cristo, como homem, sofreu dificuldades diversas, para além das tentações satânicas, algumas das quais estão narradas nas sagradas Escrituras. Digo, como homem, porque não só não estou em condições de avaliar o sofrimento e humilhação no que se refere à Sua componente Divina, mas também porque são estas pressões humanas que estamos a considerar.
A maior parte das coisas poderão ser bem ou mal utilizadas. O sexo, que constitui uma bênção se for devidamente usado, poderá ser também uma maldição para as pessoas descontroladas. Naturalmente que o poder do sexo está na mira do inimigo de Deus e dos homens.
O sexo está, não só no centro do corpo humano mas, sobretudo, no centro das atenções dos mortais. As pessoas pensam no sexo e reagem a muitas situações , tendo como base quase exclusivamente a vertente sexual. Aldous Huxley até definia o intelectual como aquele que, de vez em quando, pensava em alguma coisa diferente do sexo.
É verdade que o adolescente sofre pressões sexuais. A puberdade atinge-se cada vez mais cedo e a maturidade cada vez mais tarde. No espaço de um século, a puberdade caiu dos 16 para os 12 anos nos rapazes e a monarca, ou primeira menstruação das meninas, veio dos 17 para os 12,5 anos. Alguns estudos efectuados revelam que um adolescente de 16 anos tem um pensamento sobre sexo em cada 20 segundos. Eu diria que se torna necessário aproveitar os restantes 19 segundos para pensar nos outros aspectos fundamentais da vida.
Em todas as épocas da História do homem os adolescentes suportaram inúmeras pressões (sexuais) internas e tentações espirituais negativas para aliviar essas pressões do modo errado, desobedecendo ao Criador da Vida. Porém, na actualidade os apelos que chegam do exterior para a consumação sexual são muito superiores aos de antigamente. Josh McDowell regista: “Dizem que uma criança hoje em dia, enfrenta muito mais apelos e tentações sexuais no caminho diário para a escola do que o seu avô enfrentava aos sábados à noite, quando, então, ia em busca dessas mesmas coisas”.
Antigamente, as paixões carnais ou pressões sexuais eram reprimidas pelos pais e criticadas pelos mais velhos. Actualmente, alguns modernos ensinadores acham que não se deve reprimir coisa alguma. Por isso, passamos, então, de um extremo para o outro. No passado reprimia-se todas as tendências e iniciativas e agora incentiva-se a praticar quase tudo.

Será que a Psiquiatria, a Psicologia e outros ramos das ditas Ciências Humanas têm ajudado nestas situações? Ou, pelo contrário, estarão incentivando os adolescentes à prática de tudo o que lhes dá na “real gana”? Compreender um doente passará por lhe dar razão? Apoiá-lo significa mandá-lo concretizar o que lhe passa pela mente? Um determinado ensina dor, ligado às Ciências Humanas, chegou a dizer a um doente frustrado: “Apetece-lhe partir tudo? Então faça isso; realize-se!”
Segundo a lógica de alguns ensinadores parece que tudo é permitido, desde que se use o preservativo!
A Educação Sexual nas escolas Secundárias será uma boa medida? Certamente que tudo dependerá do docente responsável pela cadeira. Se o professor estiver despido de sentimentos e valores morais, acabará por explicar somente os aspectos biológicos do sexo, incentivando, directa ou indirectamente, à prática do mesmo. Infelizmente, alguns dos ministradores de Educação Sexual são pessoas para quem o cuidado, o amor, o casamento e outros valores são desnecessários. Afirma Josh McDowell: “Chamar muitos dos educadores do sexo abrangente e especialistas em planeamento familiar para ajudar os adolescentes a lidar com a sexualidade é o mesmo que chamar incendiários para apagarem incêndios. Eles não trazem extintores de incêndio, mas lança-chamas”.
Os adolescentes experimentam o sexo, às vezes por curiosidade, como, aliás, acontece relativamente ao álcool, tabaco e drogas. Outras vezes procuram o afecto que lhes falta em casa. Nesta área. Os pais deveriam dar amor aos filhos (e filhas) compreendendo e ajudando para evitar que eles entrem por caminhos que conduzem à infelicidade.
Na maioria dos casos, os rapazes querem sexo e as meninas amor. Parece haver aqui uma troca destas coisas. Depois, as moças ficam frustradas porque verificam que foram apenas usadas no aspecto físico.
É verdade que o sexo é bom! Aliás, tinha que ser, pois caso contrário ficaria comprometida a continuação da vida. O sexo é realmente bom porque foi Deus que o criou e Ele sabia muito bem como fazer as coisas de modo que a Terra fosse povoada.
Quando Deus criou o homem e a mulher viu que era muito bom (Gen. 1:27). O sexo é bom, e poderoso, mas precisa de ser controlado. Ninguém deixará as crianças brincar com granadas militares; porém, o sexo é mais poderoso que todos os explosivos à face da Terra, pois poderá destruir a Humanidade por completo e em pouco tempo.
Aquele que criou o sexo também instituiu o casamento (Gen. 2:24). E assim, o casamento constitui o meio ordenado por Deus para dirigir o regular o poder do sexo. As três funções básicas do sexo no casamento são a unificação, a recreação e a procriação. Os dois elementos do casal tornar-se-ão uma só carne (Gen. 2:24; Mat. 19:5; I Cor. 6:16; Ef. 5:31).



Deus, não só instituiu o casamento como lhe atribuiu muita honra. Diz a Bíblia: “Digno de honra entre todos seja o matrimónio, bem como o leito sem mácula” (Heb. 13:4). É bom que todas as pessoas honrem o casamento, respeitando o Criador e sendo fieis também aos seus cônjuges, para que o leito fique sem mácula. Ninguém é obrigado a casar-se, nem a ter filhos, uma vez que a Terra já está densamente povoada, mas o casamento legaliza e legitima o relacionamento sexual.



No que diz respeito á autos sexualidade é geralmente errada e quase sempre pecaminosa. A sublimação, ou seja, drenar a energia sexual através de exercícios e as emissões nocturnas naturais são consideradas maneiras legítimas de queimar energia sexual excessiva. A autos sexualidade (masturbação) é pecaminosa nos seguintes casos:


1º) Quando o seu único objectivo é mero prazer biológico. 2º) Quando é permitido tornar-se um acto compulsivo. 3º) Quando o hábito resulta de sentimentos de inferioridade e causa sentimentos de culpa. 4º) Quando é realizada em ligação com imagens pornográficas, porque, conforme Jesus disse, a concupiscência é uma questão dos interesses do coração (Mat. 5:28).


(Não incluir)

Ainda no que se refere à autos sexualidade e tendo em linha de conta certas aberrações, digamos que o homem não consegue praticar sodomia nele próprio, por exemplo, nem sexo oral em si mesmo, a não ser que extraia duas costelas como fez Marylin Mason. Este homem (com nome de mulher, a exemplo de Alice Cooper) esteve em Portugal com a sua banda em finais de 1998, tendo sido noticiado, nessa altura, que ele tinha feito uma operação cirúrgica para extrair duas costelas a fim de poder praticar sexo oral nele próprio!

Entrevistados, alguns adolescentes e jovens que estavam na fila a fim de comprar bilhetes para o seu concerto, disseram que Marylin Mason era maluco, não tinha juízo, etc, mas nenhum deles saiu da fila nem desistiu de comprar bilhete! O mundo está assim desta maneira; admite-se melhor o pecado do que a ausência dele! Porém, um cristão, salvo, lavado e purificado pelo sangue de Jesus, tem responsabilidades na vida. Tem o dever de respeitar o Criador e, sobretudo, a obrigação de ser feliz!



O ser humano não inventou as relações sexuais nem é o único a praticá-las, pois os animais também as praticam. O que o homem inventou foram as aberrações sexuais. Aliás, coisas que os irracionais não fazem.

As coisas estão feitas de tal modo que o homem precisa de uma mulher e a mulher de um homem. Porém, há tempo para todas as coisas (Ec. 3). Se o sexo for praticado antes do tempo, também o bebé (daí resultante) poderá nascer antes do tempo. E quem faz tudo antes de casar, só deixa o divórcio para depois concretizar. E, infelizmente, é nisso que começam a pensar todos os sexualmente precipitados.


No que diz respeito à Bíblia, não há papel algum para as relações sexuais antes do casamento. A própria relação sexual já é um tipo de casamento. Aliás, em certas sociedades antigas, o casamento dos escravos consistia exactamente na relação sexual à vista dos senhores e convidados. Neste caso, os escravos não tinham direito a mais nada, nem à partilha de um bolo, como faziam os nobres, nem a qualquer outra cerimónia ou banquete!


Qualquer relação sexual que esteja fora de um compromisso de amor e tenha em vista apenas o prazer biológico, é designada por fornicação (Gal. 5:19. I Cor. 6:18). Se, entretanto, são namorados que se amam, então eles ficam casados automaticamente diante de Deus e devem legalizar a sua situação diante das autoridades o mais depressa possível, porque o Senhor ordena que sejamos obedientes aos regulamentos do governo (Rom. 13:1; I Ped. 2:13).


Fazer tudo de qualquer maneira e com qualquer pessoa não está correcto. Devemos ter relacionamentos duradoiros que é isso que o Senhor pretende. As experiências sexuais fora do contexto bíblico trazem dissabores, mexem com a nossa sensibilidade e prejudicam o futuro relacionamento com o cônjuge.


Aqueles que experimentam tudo muito cedo, acabam por terem azar muito cedo, serem infelizes muito cedo e, às vezes, até por morrerem muito cedo. E pior do que isso, é viverem sem Deus e morrerem perdidos.


Como diz o arquitecto Samuel Pinheiro, “só há uma primeira vez”. Que essa “primeira vez” seja com o homem ou mulher da nossa vida. É bom ter coisas boas nos nossos arquivos de memória, Vale mais recordar uma noite de núpcias num hotel, com ordem, legalidade, paz e prazer, do que uma relação apressada dentro de um automóvel num lugar ermo e na perspectiva de ser assaltado por algum oportunista.


Há aspectos que irão afectar o futuro relacionamento conjugal. Algumas pessoas têm confessado que, quando vão para a cama com o seu cônjuge, estão sempre a atraiçoá-lo com recordações de situações idênticas, passadas com outras pessoas!



Algumas senhoras americanas, com idades compreendidas entre os 30 e os 50 anos, e que haviam criticado as suas avós por terem tido uma vida sossegada a tomar conta dos filhos e com apenas um marido, acabam por reconhecer que, afinal, elas é que tinham razão. É isso o que irá acontecer em Portugal daqui a alguns anos, quando os adeptos das relações ocasionais e extra-conjugais ficarem sozinhos, sem companheiros e sem relações estáveis. Nessa altura, a melhor saída será voltarem-se para a companhia de animais diversos, talvez alimentando 20 cães ou 30 gatos, se tiverem possibilidades económicas para o efeito!
Este mundo está como está. Não podemos esperar ajuda verdadeira da parte das instituições, nem das chamadas ciências humanas. Quanto muito, elas poderão ajudar no aspecto social e material, mas nunca no sentido espiritual espiritual, conducente à felicidade. Ninguém dá o que não tem, e se este mundo não quer saber do Criador como poderá comunicar as normas que Ele estipulou para a vida e para o sexo?

A televisão, os filmes, as revistas e a publicidade incentivam à prática sexual, ou melhor, à fornicação. Determinadas revistas como a “Playboy” exibem o sexo como diversão e não mencionam as consequências dos actos irreflectidos como corações partidos, relacionamentos desfeitos, tragédia, solidão, ciúmes, frustração, para além da gravidez indesejada, o aborto e as doenças sexualmente transmissíveis.

Os filmes incentivam as relações ocasionais e extra-conjugais. Parece que tudo corre às mil maravilhas, mas a realidade é bem diferente. É muito raro o filme mostrar que a moça ficou vazia, frustrada e infeliz na manhã seguinte, ou grávida e com doenças sexualmente transmissíveis nos dias posteriores. Parece que os problemas só acontecem na realidade, ou seja, do lado de cá das telas e dos ecrãs televisivos.

Há ainda muitas pressões em redor das meninas virgens para que elas façam a mesma asneira que as outras já fizeram. Muitas acabam por ceder para mostrar que não são diferentes, embora depois se arrependam. Infelizmente, as coisas funcionam (mal) assim. Começa-se a brincar com o sexo e acaba-se numa infelicidade completa, separados, divorciados, desiludidos e desencantados. A felicidade deverá começar a ser edificada pela base!

Felizmente que alguém tem tentado fazer algo no bom sentido. O movimento juvenil, cujo “slogan” é “TRUE LOVE WAITS” (O Verdadeiro Amor Espera) começou nos Estados unidos, havendo já chegado a diversas partes do mundo.

Tudo começou com duas adolescentes de Nashville que se queixaram ao pastor Richard Ross de serem as únicas raparigas virgens da sua turma. Este pastor lançou, então, um apelo à juventude, através de um programa televisivo que em 2 anos conseguiu cerca de 100 mil aderentes. Esses aderentes assinam cartões -promessa diante de uma autoridade religiosa dizendo: “Acreditando que o verdadeiro amor espera, comprometo-me face a deus, perante mim próprio e a minha família e aquele com quem namoro, perante o futuro companheiro da minha vida e os meus futuros filhos, a a manter-me sexualmente puro até ao dia em que faça um pacto matrimonial”.



Ser virgem é saber esperar, ter esperança e expectativa. Não é “estar por fora” de tudo, como os outros dizem, mas estar por dentro das ordenanças divinas, estar no verdadeiro caminho que conduz à felicidade.

A fornicação é errada porque visa apenas uma união temporária, ao passo que Deus deseja que a união sexual seja duradoira e permanente)Mat. 19:6). Não há processo de assegurar o máximo prazer numa união conjugal a não ser que a mesma se ache dentro do contexto de um compromisso mútuo vitalício do amor. Tim Stafford afirma: “Ainda ninguém construiu um relacionamento baseado no sexo”.

Há tantos amores falhados, interrompidos, amores de perdição e amores de confusão. Tantos traumas do passado, complexos e frustrações. E eu pergunto: Por que é que o nosso amor não há-de ser de sucesso? O que é que nos impede de respeitar as normas estabelecidas por Quem fez o sexo, a vida e o Universo?

Em lugar de descobrir o corpo e o sexo, descubra o que o Criador do corpo e do sexo diz sobre o assunto. Leiamos a Bíblia, que é o Manual do Grande fabricante desta complexa máquina humana!


O sexo é bom mas não é tudo na vida. Há satisfações e prazeres espirituais superiores aos meros prazeres físicos do sexo. E para se obter essas satisfações e prazeres espirituais é necessário obedecer às normas divinas, no que se refere ao comportamento, postura e relacionamentos. Se estamos na ordem e legalidade as coisas são melhores; têm outro sabor, outra dimensão e outro significado. Todas as coisas, incluindo o prazer sexual!

Autor do texto bíblico

Agostinho Soares

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