17 junho, 2008

PERGUNTA Nº 91

Quais os prejuízos que podem advir do facto de passar muitas horas ao computador, seja com joguinhos ou na “Internet”?

RESPOSTA

Estamos na era da Informática e o computador serve quase para tudo, principalmente quando ligado a outros computadores através de uma rede. Até as coisas mais elementares que antigamente fazíamos com destreza e naturalidade, parece que já não conseguimos realizar sem o dito computador.
O computador quase substituiu a máquina de calcular e a máquina de escrever. Os “E-mails” quase substituíram as cartas e a “Internet” o telefone e a biblioteca. Os ficheiros físicos quase desapareceram ficando tudo registado no computador, embora muito mais vulnerável do que antigamente.
Naturalmente que o progresso tem preços e riscos. E se as pessoas se dedicam exageradamente a certas modalidades ou actividades, correm o risco de ficarem sem saber fazer nada se o sistema falha ou o computador avaria.
Há cerca de 40 anos um professor de desenho disse-me que aprendíamos a desenhar algarismos e letras porque se um dia os escantilhões partissem nós poderíamos, mesmo assim, continuar o nosso trabalho, ainda que estivéssemos num recôndito lugar. Posteriormente, vulgarizou-se o uso da máquina de calcular, verificando-se, consequentemente, que várias pessoas desabituaram-se de fazer contas e algumas quase desconheciam a tabuada.
A Ciência tem muitos aspectos positivos que podem ser usados negativamente. Aliás, isso acontece em todas as áreas. A dinamite, assim como outros explosivos, foi inventada para fins pacíficos como abertura de poços, etc. O senhor Nobel, que inventou um desses explosivos, ficou tão decepcionado com a sua posterior utilização na guerra que resolveu doar a sua fortuna pessoal a quem inventasse algo de bom para a sociedade. Foi assim que surgiu o “Prémio Nobel” em várias áreas como Física, Química, Medicina, Paz, Literatura.
O progresso não tem culpa de algumas pessoas “cristalizarem” de um certo modo e não se manterem operacionais para enfrentar todas as situações possíveis. É lógico que as coisas deverão avançar com todos os riscos inerentes. A má ou boa utilização depende dos utentes e não do sistema.
Outrora, para executar qualquer tipo de espionagem era necessário assaltar os escritórios da empresa em causa ou fazer-se empregado da mesma; agora basta descobrir a “password” e pouco mais. Antigamente os ladrões usavam armas para os assaltos; agora usam o computador e fazem “transferências” bancárias de umas contas para outras sem consultar os titulares das mesmas. Qualquer pessoa pode ser roubada sem sair de casa por um assaltante sentado ao computador (na casa dele). Às vezes os “piratas” de informática “entram” nos departamentos de Estado e até nas Forças Armadas de certos países. Nada está devidamente guardado nem suficientemente protegido.
A “Internet” serve para todo o tipo de informação, não só cultural, científica e religiosa mas também inclui elementos sobre erotismo, prostituição, pornografia, pedofilia, ocultismo e outros negócios incríveis. A culpa não é da “Internet” mas dos utilizadores da mesma. Como dizia Bill Gates, o patrão da “Microsoft” (e o homem mais rico do mundo) na “EXPO 98, a “Internet” reflecte a sociedade que temos.
Naturalmente que as nossas actividades deverão ser o mais diversificadas possível. Não é saudável permanecer muitas horas em redor do mesmo aparelho, fazendo o mesmo tipo de serviço. Precisamos de fazer intervalos, mexer-nos, mudar de actividade para não prejudicarmos o corpo, seja quanto aos músculos, sistema nervoso e relativamente aos olhos. É prejudicial manter a focagem da visão sempre à mesma distância.
Os nosso organismo tem tendência a “fixar” hábitos, costumes e vícios. Qualquer coisa poderá “prender-nos” de modo a ficarmos “agarrados”, seja no sentido positivo ou negativo. Até nas coisas boas podemos ficar “viciados” ou criar habituação. E há aspectos para os quais o uso regular não produz qualquer malefício; porém, a prática abusiva passa a ser deveras nociva.
Quando alguém refere que não pode passar sem uma determinada coisa... cuidado! Possivelmente já criou uma determinada habituação da qual dificilmente se livrará. Eu costumo dizer que podemos passar sem muitas coisas, inclusivamente sem refeições algumas vezes (não digo seguidas). Além disso tento lutar contra qualquer tendência quando vejo que estou a habituar-me. O meu objectivo é ficar dependente apenas do Senhor Jesus Cristo.
O uso excessivo do computador poderá, de certo modo, ser tão prejudicial como o uso da televisão ou do rádio. Já vi “possessos” da televisão e endemoninhados por ouvir música na rádio durante algumas horas diárias.
Alguém poderá argumentar que o computador é um instrumento de trabalho. Certamente, mas devido à sua versatilidade também pode ser um instrumento de cultura e de recreio. E não devemos ser fanáticos por coisa alguma; nem pelo trabalho!
O computador não pode ser um ídolo nem criar dependência. Podemos fazer muitas coisas sem o computador e convém que continuemos a fazê-las, não só para variar um pouco mas também para não nos desabituarmos delas.
Aqueles que passam muitas horas nos computadores têm necessidade de certas compensações ou contrapartidas, recorrendo por vezes até a um determinado tipo de literatura para desanuviar um pouco. Um conhecido actor da nossa praça fez referência a um jovem especialista de computadores que quando interrogado sobre as suas preferências literárias respondeu que só lia o “Tio Patinhas”. “Ora isso é outra cultura!” Concluiu o dito actor português.
Não podemos recusar o computador, a Informática ou a “Internet” pensando que serão instrumentos a utilizar futuramente pelo Anticristo! Nesse caso também recusaríamos o automóvel, o avião e o telefone porque, certamente, esse tenebroso personagem irá viajar e comunicar. O Anticristo utilizará tudo o que estiver ao seu alcance; até aspectos positivos serão usados no sentido negativo.
Tanto os “bons” como os “maus” utilizarão tudo o que puderem. Bom seria que os cristãos utilizassem mais a “Internet” do que os pedófilos! Foi até com muita satisfação que tive conhecimento de um espaço reservado aos crentes cristãos na “Internet”!
É verdade que qualquer mensagem diabólica poderá passar na “Internet”, mas isso também acontece em outros meios de informação, seja TV, rádio, imprensa, etc. Porém, todos esses meios poderão também servir para evangelizar. É necessário utilizá-los!
O exagerado tempo que se passa a fazer mesma coisa poderá prejudicar-nos fisicamente. E tudo o que nos prejudica, escraviza ou fanatiza não agrada a Deus porque o Senhor pretende o nosso bem, que sejamos felizes e comuniquemos essa felicidade aos outros, de modo a poderem obter a salvação em Cristo Jesus!

Autor do texto bíblico

Agostinho Soares

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