04 junho, 2008

PERGUNTA Nº 115

Eu gosto de fazer pesquisa e de escrever, e gostaria de saber uma coisa; há uns livros negros que falam sobre mistério, sobre o Triângulo das Bermudas, extraterrestres... devo ler, mesmo como pesquisa? (Um jovem de 16 anos)

RESPOSTA
Bem, de facto, esses livros negros não são apenas de capa preta por fora mas também negros e perigosos no seu interior. Há muito anos atrás, a Livraria “Bertrand” adoptou essa estratégia de colocar capas negras nos livros cujo conteúdo estava relacionado com o mistério e com o Ocultismo. Considerei isso um justo e sincero procedimento, que contribuiu para o esclarecimento dos leitores. Assim, ninguém comprará gato por lebre. Ao pegar num livro desses, de capa preta, todos os compradores sabem que não se trata de um romance de Júlio Dinis ou coisa parecida.
A iniciativa da “Bertrand” teve êxito e a moda quase pegou por completo. Posteriormente, foi editada em fascículos, uma “Eciclopédia de Ciências Ocultas e Parapsicologia”, também com capas pretas. Até, em 1989, quando editei o meu livro “FALSAS CIÊNCIAS DO NOSSO TEMPO” caí na tentação de lhe colocar uma capa de cor negra; só que este livro não era negro por dentro, mas ajudava a compreender e a afastar a parte negra dos outros.
Será bom ler, examinar ou pesquisar esses livros? Não nos sentiremos afectados ou influenciados por eles? Será que somente os livros bons influenciam o ser humano?
Um dia perguntei a um engenheiro que trabalhava comigo como foi que se tornou espiritista. Respondeu que foi devido à leitura de muitos livros de mistério, os tais de capa negra e muitos outros. “Quantos lestes? Cem?” Perguntei eu. “Não! Aí uns oitenta!”
Nessa altura quase fiquei envergonhado de ter lido tão poucos livros evangélicos. Era crente evangélico há mais tempo do que ele era espiritista (ou espírita) e tinha lido menos livros evangélicos do que ele sobre o Ocultismo!
Expliquei ao meu colega e amigo que os livros influenciam a nossa vida, as tomadas de posição. E, antes de qualquer decisão devemos examinar tudo como a Bíblia diz (I Tess. 5:21). E, depois dos exames e análises de assuntos diversificados, deveremos reter o bem. Aquilo que verificarmos ser bom deve ser retido e continuado. No que se refere à literatura, continuar a ler os livros daquela linha que considerarmos boa.
Insistir num determinado tipo de literatura sem saber se é boa ou não, poderá afectar-nos. Contei-lhe que há muitos anos, numa cidade portuguesa, deu-se um crime sexual. A Polícia procurou os suspeitos, fez vistoria às habitações e acabou por prender um deles que tinha muitas revistas pornográficas em casa.
O que temos em casa, que é objecto das nossas predilecções, identifica-nos e denuncia-nos. Ter uma biblioteca de livros evangélicos identifica-nos como evangélicos; ter uma estante carregada de livros de guerra, denuncia-nos como suspeitos de algum assalto ou ataque terrorista! Porquê?! Porque a Polícia sabe que os livros e revistas influenciam as pessoas!
Não é verdade que a Bíblia tem influenciado positivamente milhões de pesoas? Não é verdade que ela tem-nos influenciado? E os livros diabólicos não influenciam?
Conheci uma jovem evangélica que ouvia música pesada durante algumas horas, diariamente. Estava possessa e o Diabo manifestou-se numa reunião especial. Curiosamente, um familiar dessa jovem que estava possessa da música (e que recuperou) está possesso de televisão! Temos de estar atentos e ter muito cuidado com tudo, seja TV, literatura, música e muitas outras coisas.
Tinha eu 42 anos de idade e 23 de crente cristão evangélico quando fui convidado pelo GBU (Grupo Bíblico Universitário) para falar num seminário sobre OVNILOGIA. Nessa altura tive de examinar um conjunto de material que nunca examinaria em circunstâncias normais. Deus providenciou tudo, pois um novo crente veio dizer-me que iria deitar fora um conjunto de livros de capa preta. Pedi-lhe para deixar-me examiná-los, antes de se livrar dos mesmos. Foi assim que tive acesso àquela literatura.
Durante a análise e investigação senti determinadas pressões diabólicas, difíceis de suportar. Tive de interromper algumas vezes para dobrar os meus joelhos e orar a Deus. Mais do que uma vez orei desta maneira: “Senhor, Tu sabes a minha situação. Tenho de falar sobre estes assuntos para os quais fui convidado. Caso contrário não me meteria nisto!”
Afinal, quem era eu para meter-me naquelas matérias? Cheguei a pensar desistir, mas recebi forças do Senhor para continuar. Recordo-me que parte dos estudos foram feitos de joelhos, a tomar apontamentos, entrecortados com oração.
O produto dessa investigação foi posto em forma de livro e publicado nos Estados Unidos pela “Life Publishers” em 1987 com o título de “UFOLOGIA À LUZ DA BÍBLIA”.
Em 1988 senti que deveria elaborar um trabalho sobre “FALSAS CIÊNCIAS DO NOSSO TEMPO”, como já anteriormente referi. Senti outra vez enormes pressões satânicas mas Deus deu-me força e material suficientes para continuar. Então, os elementos de que necesitava vieram ter à minha mão de uma maneira miraculosa. O livro foi publicado no ano de 1989 e esgotou-se rapidamente. Nessa altura, um conhecido pastor da Assembleia de Deus disse que não havia nada no meio evangélico sobre o assunto (embora nos anos seguintes aparecesse muitos livros sobre aquela matéria).
Pouco depois da saída do livro, o Diabo vingou-se, provocando-me um elevado prejuíjo material, mas Deus recompensou-me nos anos seguintes. Um outro conhecido pastor disse-me: “Olhe, irmão, isso foi o Diabo que não ficou contente por ser desmascarado no seu livro. Mas Deus vai recompensá-lo. E recompensou; glória a Deus!
Naturalmente que há áreas boas para nós estudarmos. Eu fui dirigido pelo Senhor para desenvolver estes temas naquela altura; caso contrário não o faria. Depois fui convidado para falar em várias igrejas sobre o assunto daquele livro, sejam escolas bíblicas, semanas abertas ou de ênfase espiritual. Inclusivamente nos anos de 1991 em Paris, Luxemburgo e Alemanha, o tema era sempre o mesmo, tanto nas igrejas, como auditórios e rádios locais de língua portuguesa. Cheguei mesmo a dizer que também gostava de falar sobre coisas boas.
Não vou dizer que aos 16 anos é cedo para pesquisar estas áreas ocultas. Não! Vou, sim, dizer que para estas coisas é sempre cedo e perigoso. O melhor é começarmos por ler livros evangélicos que expliquem esses assuntos e alertem para o perigo de nos metermos neles!
É difícil entrar nessas áreas sem sermos influenciados ou até afectados. Bem sei que há seres humanos mais fracos do que outros, mas quem pode dizer que é forte ao ponto de entrar no fogo sem sair chamuscado? A Bíblia diz: “Quem está em pé, olhe, não caia”.
Recentemente veio a lume um conjunto de livros (já vai no livro 3) de Neal Donald Walsh cujo título é “Conversas Com Deus”. A capa é de cor clara, o texto é de leitura agradável para o comum dos mortais, mas o objectivo é tenebroso: Anular tudo o que a Bíblia ensina sobre Deus, Jesus Cristo, a Igreja e a salvação. Já o analisei sem o comprar pois há processos de o fazer. Não quero entrar, de modo algum, na contabilização das vendas desses livros tenebrosos, nem contribuir para que um livro blasfemo e diabólico seja um “bestseller”.
Decidi há muito tempo não comprar nenhum livro de vocação diabólica. Se Deus quiser que eu me pronuncie sobre alguma passagem ou assunto dos referidos livros do Ocultismo, eles virão ter à minha mão por processos miraculosos, como, aliás, tem acontecido. Não comprei “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec, nem as “Centúrias” de Nostradamus, mas eles passaram pela minha mão quando era necessário escrever sobre esses assuntos. Quem sou eu para meter-me nestas áreas, se não for dirigido por Deus? Se Deus dirige, eu avanço; caso contrário trabalho em áreas mais agradáveis e menos perigosas.
Infelizmente, temos muitos analistas que compram tudo, embora não analisem tudo. Metem-se em tudo, e a certa altura já estão mais para lá do que para cá. E depois, no que se refere às compras, devo dizer que bastam dois ou três por cento dos evangélicos portugueses comprarem um livro blasfemo para que se esgote uma edição no nosso país!
Bem, o que é que eu poderei aconselhar ao prezado jovem? O que posso dizer é o que fiz ou o que faria no seu lugar, isto é, deixava as capas pretas e os conteúdos negros próprios de um certo tipo de literatura corrente. Depois, agarrava-me mais à Bíblia e aos livros evangélicos!
Autor do Artigo;
Agostinho Soares

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