06 junho, 2008

Liberdade ou Libertinagem

Era uma festa animada, como muitas das festas juvenis defins do século vinte: uma festa com amigos, com música rock, com abundância de cerveja e com o denso fumo dos cigarros. Na sala havia uma mulher deitada, com uma lata de cerveja numa mão e um cigarro na outra.
Porém algo estranho estava a passar-se, de modo que teve de intervir a polícia de Arkansas, Estados Unidos. A mulher deitada em plena sala era a mãe de Johnny Harrison, o organizador da festa. E o mais chocante e até macabro é que a mesma encontrava-se morta dentro de um caixão... O filho da defunta foi acusado de profanação de cadáver, sendo multado em cinco mil dólares.
Em sua defesa, Johnny Harrison alegou que a mãe pedira-lhe que, quando morresse, se despedissem dela com uma festa. Mas dificilmente ela imaginaria que tal despedida chegaria ao cúmulo de transformar-se em orgia.
Não há dúvida que estamos a viver num tempo em que ocorrem coisas muito estranhas. O caso de Johnny Harrison obedece a esse fenómeno que - embora não se veja todos os dias - manifesta de forma patente o menosprezo e o desdém para com os valores morais e espirituais. Esse desprezo, tarde ou cedo, há-de levar-nos à ruína. Pois assim como a civilização começou quando o homem cavou a primeira sepultura, em sinal de respeito pelos seus mortos, terminará quando deixe de honrar os seus defuntos em sinal de haver aberto a sua última sepultura: a da sua consciência.
A que se deve essa falta de respeito e apreço pelos valores morais que alguma vez tivemos por sagrados? Em definitivo, não se deve a que hajamos chegado a um ponto superior de evolução, mas precisamente o contrário. Perdemos o pudor, a vergonha, a dignidade e o respeito a tudo o que antes venerávamos, porque temos confundido a liberdade com a libertinagem a tal grau que algum dia as gerações futuras dirão de nós o que se dizia de quem vivia na época dos juízes bíblicos: cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos.'"
Temos levado ao extremo as nossas liberdades fundamentais (liberdade de pensamento, liberdade de consciência e liberdade de expressão), convertendo-as em licença para praticar a imoralidade, a desonestidade, a luxúria, a lascívia, a perversidade, a bestialidade, a obscenidade e a profanidade. Se não é assim, como se explica que a pornografia se haja transformado na actividade mais lucrativa do mundo actual?
Contudo, não é demasiado tarde para recuperar esses valores perdidos. Necessitamos voltar aos nossos primeiros passos na fé e expressar a Deus a nossa gratidão quanto ao valor das Suas leis morais e espirituais, e, como o salmista, pedir-Lhe que nos dê entendimento para seguir essas leis e cumpri-las de todo o coração.


Autor do texto bíblico

CARLOS REY

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