29 maio, 2008

A Ressurreição do Cristianismo

Ao analisarmos o belo quadro que o apóstolo João nos pinta no seu Evangelho (20:1 a 18), deparamos com pormenores que sobressaem imediatamente. Vejamos. 1. AUTORIDADES... Jesus está na sepultura e, com Ele, é também o cristianismo que morre. Claro que as pretensões de Cristo e as dos Seus seguidores nunca tiveram grande reconhecimento a nível nacional. Também é verdade que a Sua carreira foi muito curta, e, além do mais, os Seus discípulos pouco ou nenhum peso social possuíam. Contudo, o Senhor já estava a incomodar demasiado... Mas, agora, nada há a esperar d'Ele: está morto! 2. QUANTO AOS DISCÍPULOS... Bom, os discípulos estão derrotados. Onde se encontram os tronos em que Jesus os prometera sentar? É verdade que Jesus tudo havia predito, mas para eles essas afirmações possuíam um sentido figurado. Maria correu a noticiar que tinham "levado o corpo..." (v. 2); os caminhantes de Emaús disseram que "esperavam que fosse Ele que remisse Israel..." (Lc 24:21). Quando Maria Madalena foi ter com os discípulos, estes "estavam tristes e chorosos" (Mc 16:10). O próprio João afirma que ele e Pedro não sabiam que "era necessário que ressuscitasse dos mortos" (v. 9). Quando as mulheres contaram aos outros discípulos que Jesus lhes aparecera, "as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não creram" (Lc 24:11). Que cena! Creio que nunca existiram homens e mulheres tão desapontados. Eles sentiam-se completamente abandonados e desprotegidos. 3. REPERCUSSÕES PARA NÓS, HOJE. Creia-me, prezado leitor — por paradoxal que pareça — , a tristeza dos discípulos é precisamente a nossa alegria! Sim, eles duvidaram para que nós pudéssemos crer! E isto porque a maior prova da ressurreição de Cristo está em duas ressurreições: a do cristianismo e a da fé dos seguidores de Jesus. Senão, como explicar que os mesmos homens — medrosos, tímidos, chorosos e inseguros — se transformassem nos "fundadores" da Igreja Cristã triunfante? E como explicar o facto de já não se preocuparem com coisas mesquinhas como a sua hierarquia relativa? Em vez disso dispuseram-se até a morrerem pela causa de Cristo! De facto, podemos afirmar que se Jesus ressuscitou com um corpo glorificado, o cristianismo ressuscitou com um corpo transformado — a Igreja, e esta sem carnalidade. Afirmou o apóstolo Paulo: "Se Cristo não ressuscitou é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados (...). Mas de facto Cristo ressuscitou dentre os mortos!" (1 Co 15:17, 20). 4. E QUANTO À IGREJA DE JESUS? (Lc 24:5, 6). Se Jesus encontra-se vivo — está-o efectivamente — , por que motivo o leitor vive o dia a dia como se Ele estivesse morto? Se Jesus Cristo está vivo, por que adora-0 como se estivesse morto? Por que razão a vida de Cristo não se manifesta mais visivelmente no leitor? Don Francisco canta: "Ele está vivo (bis)/Eu estou perdoado/E as portas do Céu estão escancaradas". Já pensou nisto? No Céu não há noite, portanto os portões encontram-se sempre abertos. Aleluia! Os discípulos, enquanto pensaram que Jesus se achava morto, estiveram totalmente "em baixo", chegando mesmo a voltar à vida velha; por exemplo Pedro voltou à pesca (Jo 21:3). Não será isto — prezados irmãos — uma imagem da Igreja actual, e de nós próprios? Lanço daqui um desafio: prove com a sua vida que Jesus está vivo! No Evangelho de João 20:19-21, Jesus transmitiu paz aos Seus discípulos, e é isto mesmo que Ele ainda hoje quer ser na nossa vida: Jeová Shalom. Que a Igreja mostre, através do seu viver, a vida de Jesus, pois assim Ele estará até ao fim com o povo do Senhor! Se Jesus Cristo declarou, certo dia, "está consumado", então tudo aquilo que Ele afirmou é irreversível! Amém
Autor do Artigo ; JORGE RAPOSO

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