29 maio, 2008

A paixão pela educação

"Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda a sorte de doenças e enfermidades entre o povo." (Mt 4:23) "Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e Ele passou a ensiná-los, dizendo..." (Mt 5:1,2) "Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, baptizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos." (Mt 28:18-20) "E ali permaneceu um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus." (At 18:11) "É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, tem perante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar." (1 Tm 3:2) "E o que de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idóneos para instruir a outros." (2 Tm 2:2) Temos presentemente um primeiro-ministro que variadas vezes manifestou a sua paixão pela educação, valorizando a sua importância em relação ao desenvolvimento global da pessoa humana, que não só do desenvolvimento económico, embora este também nele se inclua. Esta paixão afirmada e reafirmada fez-me considerar uma vez mais como em toda a Bíblia Sagrada Deus nos chama ao conhecimento da Sua vontade, e de como Jesus Cristo no seu ministério valorizou o ensino, e sendo também os Seus discípulos e a Sua Igreja designados para semelhante tarefa. A fé só existe a partir de uma verdadeira e global informação na Palavra de Deus. Os textos bíblicos que citamos no início deste artigo são apenas uma pequena amostra dos muitos a que poderíamos recorrer para demonstrar como toda a Bíblia inclui um constante apelo a fim de conhecermos verdadeiramente o que a Deus e à Sua criação concerne. Não podemos aceitar uma comunidade em que não se encontre uma paixão pelo ensino da Palavra de Deus. Um ensino alargado a todas as suas dimensões, de capa a capa, sem escamotear nenhuma das suas afirmações. Através da história surgiram determinados grupos que ficaram conhecidos apenas pela ênfase colocada em alguns aspectos do ensino bíblico e isso trouxe à opinião pública uma imagem deturpada do que é realmente o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo. Hoje não podemos de modo algum correr esse risco. Devemos estar atentos para verificar se na verdade estamos a buscar toda a revelação de Deus para nós. A fé só é autêntica quando abrange a globalidade do conteúdo bíblico. A fé só está preparada para defrontar cada uma das provas a que será sujeita pelas eventualidades da vida quando surge da totalidade da revelação de Deus. Como cristãos, sabemos que não podemos nem devemos ficar à espera que outros cuidem disso para nós, embora existam na Igreja pessoas capacitadas pelo Senhor para tal propósito, porque é nossa responsabilidade pessoal o estudo criterioso e atento do que Deus nos diz. Alguns grupos desviados de verdades essenciais da Bíblia procuram evitar que os seus seguidores estudem por si próprios o texto sagrado, invocando ser necessário seguir os estudos dos seus dirigentes e fundadores, de modo a não se desviarem do verdadeiro sentido da Palavra de Deus. Com argumentos semelhantes o Catolicismo Romano vedou ao povo durante a Idade Média o acesso à Bíblia Sagrada e durante muitos séculos a missa era proferida em latim sem que as pessoas entendessem fosse o que fosse do que estava a ser dito. Nada se encontra mais em oposição à prática do Antigo Testamento e do Novo Testamento de Jesus Cristo e dos Apóstolos. Hoje em dia a Igreja precisa estar atenta e não descurar este aspecto fundamental da sua actuação. Nós mesmos, como membros da Igreja, precisamos cuidar do nosso próprio preparo. Deus não quer que sejamos ignorantes ou que tenhamos uma fé ignorante, se é que isso é possível! bem verdade que uma parte significativa da Igreja Evangélica tem a sua base social em estratos da população que não possuem grande formação académica. Esta situação não se prende cem o facto de que os ignorantes sejam mais afins das coisas espirituais. Embora também não escondamos que algumas vezes um pseudo conhecimento e uma pseudo formação cultural tem levado alguns a presumirem não necessitarem de Deus e das Suas coisas. Mas. bem vistas as coisas, a incredulidade não é apanágio dos ricos e letrados como também a fé não o é dos pobres e incultos. Encontramos entre os seguidores de Cristo uma enorme multidão de homens e mulheres que deixaram o seu nome inscrito no número daqueles que contribuíram para o incremento das artes e das ciências. Uma coisa tem acontecido inúmeras vezes e que atesta como o Evangelho produz em nós uma vontade de conhecimento e informação: muitas pessoas, depois de ouvirem o Evangelho e de o aceitarem como linha de comportamento, desejaram aprender a ler para melhor se informarem acerca do conteúdo desse mesmo Evangelho. Sabemos também que muitos discípulos de Jesus Cristo, embora analfabetos, não têm qualquer relutância em dialogar acerca da sua fé e fazem-no com muito melhor conhecimento que alguns religiosos cristãos. O Evangelho é para todas as pessoas; ninguém fica excluído, seja ignorante ou sábio, letrado ou não, rico ou pobre. Mas o que o Evangelho faz a cada uma destas pessoas é instruí-las no reino de Deus. Esta instrução é espiritual, ética e moral, cultural e social. De todos os livros que se possam ler com assiduidade, nenhum deles pode competir com a Bíblia na qualidade destes parâmetros. Não diremos que não existem outras obras que merecem a nossa melhor atenção e cuja leitura desperta em nós os melhores valores e sentimentos, mas ainda não encontrámos nenhuma que possa desafiar as páginas milenárias da Bíblia Sagrada. Obviamente que o nosso depoimento não terá aqui muito peso, mas existem outros que pelo seu prestígio no mundo das letras, das artes, e das ciências têm feito afirmações no mesmo sentido. Uma palavra de elogio cabe aqui à Escola Dominical que nas Igrejas Evangélicas, desde as crianças aos adultos, promove a educação nas sagradas letras. Uma palavra de estímulo a todos os professores que, preparando-se da melhor maneira possível, transmitem cada domingo o ensino da Palavra de Deus. Nos dias que correm é mais que urgente vitalizar esta Escola dos valores espirituais que nos vêm pela Bíblia. Tudo o que se possa fazer não é demais para prover a um ensino sistemático, inteligente, relevante, contextualizado, devidamente aplicado sem qualquer adulteração aos dias que estamos a viver e aos desafios que eles nos colocam. Um ensino que não teme o confronto com as críticas, com as insinuações que se fazem do exterior mas que Jesus e os Seus seguidores nunca temeram A fé só pode ser válida quando é transportada para o dia a dia do nosso viver. Pelos inúmeros textos que temos nas Escrituras, sabemos que a paixão da educação ardia no coração de Jesus Cristo na medida em que Ele, melhor do que nós. sabia e sabe o quão importante é que cada homem e cada mulher estejam verdadeiramente informados acerca dos valores eternos de Deus e da Sua criação. Igreja evangélica portuguesa, continua a levar por diante a tua missão de ensinar as sagradas letras e todo o propósito e desígnio de Deus. Ensina que é popular e impopular, o que recebe o aplauso e o repúdio dos menos informados, o que incomoda e faz comichão aos ouvidos... tudo isso é para ser apresentado a fim de ninguém se esconder na ignorância e ninguém sofrer por ignorar amor de Deus! É preciso saber-se que este amor de Deus dá ao homem o que ele carece, mas que também este amor leva o homem a conhecer como deve agir e proceder para tomar posse, pela sua vida. do que Deus quer que tenhamos e usufruamos. É o ensino genuíno das Boas Novas que nos torna aptos no Reino de Deus
Autor do Artigo : SAMUEL R. PINHEIRO

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