12 maio, 2008

Republica ´

Início e Igrejas estabelecidas até finais dos anos quarenta. A cinco de Outubro de 1910, foi instaurada a República e passados três anos chegam os primeiros Pentecostais.
NESSE DIA, UM GRUPO LIDERADO PELO SOBRINHO DO PADRE DA FREGUESIA FEZ DESACATOS PROCURANDO IMPEDIR A REALIZAÇÃO DO CULTO.
As Assembleias de Deus em Portugal, iniciam o trabalho em 1913 com a chegada de José Plácido da Costa (1870-1965), sua esposa Maria da Piedade Silva e sua filha Maria dos Prazeres Costa. No dia 4 de Abril de 1913, José Plácido foi primeiro missionário a sair da recente Igreja do Belém do Pará - Brasil, que fazia parte do grupo inicial da Igreja Baptista e um dos primeiros a aderir, em 1910, ao Movimento Pentecostal no Brasil, com a chegada dos missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren.
Ao chegar a Portugal, José Plácido da Costa dirige-se à região da Beira Alta de onde era originário, concretamente a Valezim, aldeia perto de Seia. Aí inicia o seu ministério e em Maio de 1913 realiza o primeiro baptismo por imersão da crente Maria dos Prazeres Corveira, no Rio Alva (entre Seia e Valezim).
O trabalho não se desenvolveu muito, pois entretanto a sua filha faleceu e o pastor passou a trabalhar com as Igrejas baptistas portuguesas no Porto, Viseu e em Tondela, entre 1918 e 1921. De 18 a 21 de Novembro de 1920 realizou-se a primeira Convenção Baptista Portuguesa tendo sido eleito 2o Vice-Presidente.1
BEIRAS MURTOSA ETONDELA.
Algumas pessoas tais como Casimira, Maria D' Alvarim, Leopoldina Henriques, Adelaide Viega e Eduarda2 e alguns crentes baptistas, que recebem também o baptismo com o Espírito Santo, o que lhes traz certas dificuldades.
Passado algum tempo, José de Matos casa com a jovem Palmira da Silva Matos, a 7 de Março de 1923.
O facto da Assembleia de Deus estar na mesma terra que a Igreja Baptista trouxe um certo alvoroço, fazendo com que José de Matos fechasse aquele trabalho (que depois dará origem à Igreja de Carvalhal Redondo) e fosse para o Algarve, em Setembro de 1924.
Apesar de estar longe, José de Matos continuou a dar assistência a este grupo de crentes. De acordo com uma notícia de 1929, um grupo de crentes de Tondela alugou um carro para ajudar, num culto especial, os seus irmãos em Carvalhal Redondo.
Em 21 de Julho de 1921 foi a vez de José de Matos Caravela (1888-1958), imigrante português convertido no Brasil e membro da Igreja Assembleia de Deus no Belém do Pará, ser enviado de volta para a sua pátria como missionário.
No Brasil realizou trabalho de colportagem e estabeleceu uma Igreja em Macapá (Estado de Amapá) entre 1916-1920. Primeiro chega à Murtosa (Aveiro) onde tinha os seus pais e outros familiares, onde faz evangelismo pessoal e realiza distribuições de folhetos. Nesta altura, baptiza a sua mãe Ana Luzia.
Mais tarde, visita Valezim para se encontrar com José Plácido da Costa e fica triste porque este estava a pastorear a Igreja Baptista de Tondela.
José de Matos, em 1922, abre uma Igreja Assembleia de Deus Pentecostal em Tondela onde se convertem algumas pessoas tais como Casimira, Maria D' Alvarim, Leopoldina Henriques, Adelaide Viega e Eduarda2 e alguns crentes baptistas, que recebem também o baptismo com o Espírito Santo, o que lhes traz certas dificuldades.
Passado algum tempo, José de Matos casa com a jovem Palmira da Silva Matos, a 7 de Março de 1923.
O facto da Assembleia de Deus estar na mesma terra que a Igreja Baptista trouxe um certo alvoroço, fazendo com que José de Matos fechasse aquele trabalho (que depois dará origem à Igreja de Carvalhal Redondo) e fosse para o Algarve, em Setembro de 1924.
Apesar de estar longe, José de Matos continuou a dar assistência a este grupo de crentes. De acordo com uma notícia de 1929, um grupo de crentes de Tondela alugou um carro para ajudar, num culto especial, os seus irmãos em Carvalhal Redondo
CARVALHAL REDONDO
Em 1929 é realizado um culto em Carvalhal Redondo. Vieram, para o efeito, crentes de Tondela. Nesse dia, um grupo liderado pelo sobrinho do padre da freguesia fez desacatos procurando impedir a realização do culto. Mas perante a voz da autoridade que era um crente de nome Alfredo Sampaio, deixaram de perturbar o culto e, visto que não conseguiram daquela forma, à noite foram para uma das saídas da cidade fazer uma emboscada ao carro que tinha vindo de Tondela. Graças à sugestão do crente Joaquim Simões, os crentes foram por outro caminho e evitaram uma possível tragédia4.
A 28 de Junho de 1935, foi baptizado Joaquim Simões Pereira, membro n° 1 do registo actual da Igreja, que
já faleceu. No dia 18 de Julho de 1935, o missionário sueco Daniel Berg, pastor no Porto, baptizou mais três candidatos. De acordo com o missionário Samuel Nystrom e segundo pastor em Lisboa, em 1936 havia em Carvalhal 13 crentes, dos quais 8 tinham sido baptizados no mês de Junho desse ano, e o responsável pelo trabalho era Augusto Henriques5.
Também sabemos que existia trabalho em Cabanas de Viriato (Carregal do Sal) - Beira Alta, em 1942, e que era o pastor José de Matos que dava assistência espiritual. No dia 20 de Setembro do mesmo ano baptiza quatro crentes (dois de Cabanas e dois de Carvalhal Redondo).
Entre 1942 e 1943, Jaime Figueiredo era pastor na igreja de Carvalhal Redondo. Nesse ano mudaram de casa de oração, passando os cultos para uma casa particular6. Também pelas notícias do mesmo jornal, vários pastores visitavam, frequentemente, estas comunidades. É o caso de Rogério Ramos Pereira, que visita a Igreja a 9 de Junho de 19437. Também o missionário no Brasil (nascido em Portugal) e pastor Belarmino Teixeira Martins (?-1977), ajudou aquele trabalho, tanto em Cabanas como em Carvalhal
Redondo.8 Belarmino saiu do Brasil, juntamente com a sua família, no dia 30 de Maio de 1939 no "Almirante Alexandrino"9 e permaneceu em Portugal até 1944. Trabalhou especialmente nas Beiras, auxiliando várias Igrejas e substituindo alguns dos pioneiros nas suas viagens. Foi enviado pela Igreja de S. Cristóvão, no Rio de Janeiro. Em 29 de Junho de 1943, vemo-lo a baptizar três crentes num rio em Carvalhal Redondo, onde era pastor Jaime Figueiredo. Estiveram presentes o pastor Augusto Henriques e alguns crentes de Águeda.10 Em 1943, o missionário Belarmino estava a ajudar em Viseu e fez uma viagem a Águeda onde participa no culto, em que foram baptizados crentes de Esgueira.
Em 1945 chega Augusto Henriques, para pastorear a Igreja de Carvalhal Redondo pela segunda vez. No dia 29 de Junho do mesmo ano, três crentes desceram às águas. A notícia é dada por José Neves Ramos (que viria a ser pastor).11
Em Fevereiro de 1946, Tage Stalberg, missionário sueco e terceiro pastor em Lisboa visita a localidade e prega o Evangelho numa casa de recreio, cedida para o efeito.12 No dia 22 de Dezembro de 1946 foi dedicada uma casa para os cultos naquela localidade, tendo assistido, nesse dia, 200 pessoas à festa de Natal. Continuava como pastor Augusto Henriques, a notícia é dada por Alípio de Loureiro.13
Em 28 de Outubro de 1947 faleceu o Pr. Augusto Henriques, que era casado com a crente Leopoldina (este pastor era português convertido igualmente no Brasil na Igreja de Belém do Pará e onde chegou a ser diácono). Para substituir o pastor em Carvalhal veio, desde a Igreja do Porto, o Evangelista Frutuoso dos Santos.14
Em Agosto de 1947 é noticiado que já têm uma casa de oração.15 Nesse mesmo ano, na Convenção realizada no Porto, José Neves Ramos (natural de Carvalhal), iniciou o seu ministério, sendo consagrado evangelista em 195016.
Em 1948 abrem um trabalho em Valezim numa casa cedida pelo pioneiro José Plácido da Costa.17 A 18 de Fevereiro de 1950 casou-se o evangelista José Neves Ramos com Lúcia Simões.18
Em 1951, o pioneiro José Plácido da Costa retira-se do Porto, fixando residência em Valezim. Acompanha-o Juvita da Luz Ataíde. O plano era ajudar as Igrejas e o trabalho na Beira Alta.19 José Barros de Sousa foi pastor de Carvalhal. Durante o seu pastorado foi inaugurada uma casa de oração 1964-1965,20 que continua a ser a da actualidade. Foram feitas obras e melhoramentos, assim como a construção da casa pastoral por cima da casa de oração. Esta igreja deu ao movimento os pastores José Neves Ramos, José da Cruz Silva e Isaías Silva.
Actualmente esta Igreja está integrada na Assembleia de Deus em Aveiro.
ESGUEIRA-AVEIRO
Em Esgueira-Aveiro, o trabalho tem o seu início em 1927 com a chegada do presbítero da Assembleia de Deus no Belém do Pará - Brasil, Manuel Maria Rodrigues (1893-1969) e do seu cunhado diácono Manuel Ribeiro, pertencente à mesma Igreja e, mais tarde, António Ribeiro, provavelmente em 193521. O primeiro fazia parte do grupo dos portugueses e brasileiros que aderiram ao Movimento Pentecostal em 1910 em Belém do Pará, através do trabalho dos pioneiros Daniel Berg e Gunnar Vingren. Os primeiros convertidos em Esgueira foram os pais de Manuel Rodrigues, Júlio Maria Rodrigues e Luzia Gonçalves, juntamente com alguns crentes que eram da Igreja adventista e que, entretanto, se converteram22. Outro dos crentes que se converteu em 1928 foi Bernardino de Oliveira Gato23. Passado algum tempo com a saída deles para o Brasil, o pioneiro José de Matos passou a dar assistência espiritual à congregação de Esgueira, depois foram os irmãos do Porto. No dia 3 de Setembro de 1935 foi inaugurado um salão com capacidade para 70 pessoas, pregou a palavra Daniel Berg e esteve presente o missionário Jack Hardstedt de Lisboa24. A casa de oração situou-se muito tempo na Rua General Costa Cascais (propriedade da família Rodrigues). Artur da Silva Rodrigues pastoreia até 194525, sendo substituído pelo pastor Jaime Soares de Figueiredo, e este por José Maria Lopes Conde.
Em 1959 é aberta a Igreja em Aveiro e em 1960 a de Esgueira (até então ligada a Águeda) integra-se no campo de Aveiro durante o pastorado de Rogério Ramos Pereira, iniciador do trabalho 'FELIZARDO, Herlânder, História dos Baptistas em Portugal, CEPAPES,
Lisboa, 1995.
2BARATA, António Costa, Para a Historia das Assembleias de Deus em
Portugal Avivamento, n° 2, Ano I, pp. 20-22,Lisboa, Abril - Junho 1977.
3Boa Semente, N° 103, p.7,Belém do Pará-Brasil, 1929.
4Boa Semente, N° 103, p.7,Belém do Pará - Brasil, 1929
5Mensageiro da Paz, N° 20, Ano VII, p. 5 (Foto), in Do campo estrangeiro
- Breves noticias da obra do senhor em Portugal, Rio de Janeiro, Brasil,
1937.
'Novas de Alegria, N° 4, Ano I, p. 16,Abril de 1943.
7Novas de Alegria, N° 8, Ano I, p.30, in Seara do Mestre, Agosto de 1943.
8Novas de Alegria, N° 21, Ano II, p.38, in Na Seara do Mestre - de Carvalhal
Redondo, Setembro de 1944.
'Mensageiro da Paz, N° 22, Ano IX, 2a quinzena , p.15, Rio de Janeiro -
Brasil, 1939.
'"Novas de Alegria, N° 9, Ano I, p. 34, in na Seara do Mestre, Setembro
1943.
"Novas de Alegra, N° 33, Ano III, p. 67 in Novas da Seara- Em Carvalhal
Redondo, Setembro de 1945.
i2Novas de Alegria, N° 40, Ano IV, p.28 in Notas da Viagem, Abril de 1946.
13Nova de Alegria, N° 51, Ano V, p.22, in Novas da Seara- Deus ouve as
orações, Março de 1947
"Novas de Alegria, N° 61, Ano VI, p. 9 in Em Memória (foto),(3 linhas),
Janeiro de 1948.
"Novas de Alegria, N° 56, Ano V, p. 63 , in Apelo, Agosto de 1947.
16Novas de Alegria N° 753, Ano 62, pp. 30-31, in Geração Pioneira, Outubro
de 2005.
17Novas de Alegria, N° 66, Ano VI, p. 71, in Do Vigilante Fiel, Junho de
1948.
,sNovas de Alegria, N° 89, Ano VIII, p. 56, in três linhas, Maio de 1950;
Novas de Alegria, N° 89, Ano VIII, p. 16 in Testemunhos, Maio de 1950.
"Novas de Alegria, N° 98, Ano IX, p. 4, in Novas da seara - De Valezim,
Fevereiro de 1951.
20Novas de Alegria, N° 752, Ano 62, p. 45, in Assembleia de Deus em
Carvalhal Redondo, António Costa Barata, Setembro 2005.
-'Mensageiro da Paz, N° 17, Ano 6, Ia Quinzena, p.6, Campo Estrangeiro,
Noticias do Norte de Portugal - Porto, Rio de Janeiro, Brasil, Setembro de
1936.
"Boa Semente, N° 92, pp. 6-7, Belém do Pará - Brasil, Janeiro de 1929.
23Novas de Alegria, N° 31, Ano III, p. 56, in Em Paz, Julho de 1945.
24Mensageiro da Paz, N° 21,Ano 5, p. 7, Ia Quinzena, in Do campo
Estrangeiro, Porto-Portugal, Rio de Janeiro, Brasil, 1935.
25Novas de Alegria, N° 33, Ano III, p.72, in Vigilante Fiel, Setembro de
1945.na Veneza Portuguesa.
Autor do Artigo ;
Paulo Branco

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