17 maio, 2008

Problemas do CORAÇÃO

O poder curador da Palavra
"Porque estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu." (Salmo 42:1 I).
Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e súplica, com acções de graça." (Filipenses 4:6)
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação (2 Corínitos 1:3)
O coração está na ordem do dia. A pós-modernidade colocou o coração no centro das atenções. Sentimentos e emoções tomaram as rédeas da consciência e da vontade. É certo e bom o que provoca sensação de bem-estar. "Dá ouvidos ao teu coração" e 'Segue o que sentes" são os slogans que ditam as campanhas publicitárias e os enredos das telenovelas. O resultado será cada vez mais desastroso. Um número cada vez maior de pessoas sofre de "problemas do coração". Não nos estamos a referir obviamente ao músculo de carne que bombeia o sangue e aos problemas cardíacos decorrentes da hipertensão arterial, do stress ou às altas taxas de colesterol no sangue. Estes são igualmente questões sérias de saúde que ocupam os especialistas e representam para o Orçamento de Estado um peso cada vez mais significativo. Apesar do grande investimento que está a ser feito no domínio preventivo, com uma informação cada vez em maior quantidade e de melhor qualidade, os progressos parecem não ser significativos. A razão eventualmente também se estende aos outros problemas do coração, na indiferença face aos riscos quando o prazer e o que "sabe bem" é que ditam as ordens desde a infância, face a uma educação familiar, escolar e dos meios de comunicação que claudicaram diante da ditadura do relativismo, e ao que parece, algumas chamadas igrejas também cederam.
Não negamos o valor da estética, antes pelo contrário, mas consideramos que ela deve estar articulada e harmonizada com o ético, ou seja, o belo e o bom devem estar integrados. É este o projecto divino que encontramos no relato da criação, é este o quadro profético que encontramos na descrição da nova era que virá com a segunda vinda de Jesus Cristo. Como cristãos não esperamos a morte, o vazio e o nada, mas "novos céus e nova terra" em que a justiça habitará eternamente. Tudo isto em conformidade com a santidade divina, com a essência, a natureza do Criador e do Restaurador de todas as coisas que em Jesus Cristo se mostrou em carne e osso. Na pessoa de Jesus Cristo encontramos esta realidade presente.
Quando falamos de problemas do coração, neste caso, estamos a referir--nos aos males que passam pela depressão, medo, ansiedade, angústia, traumas, insegurança, rejeição, insatisfação, falta de sentido e propósito, indiferença, apatia, etc. Um número cada vez maior da população recorre a analíticos e os psicólogos, psiquiatras e outras especialidades médicas, não têm mãos a medir.
Diante desta "epidemia emocional" começa cada vez mais a emergir todo um conjunto de propostas espiritualistas, de relaxamento, de meditação, de integração nas energias cósmicas, cujas cosmo visões são absolutamente contrárias à doutrina bíblica. A Nova Era e os seus autores, muitas vezes dando ares de psicologia, atraem uma multidão de pessoas que, rejeitando a dimensão espiritual e ética da questão, preferem receitas simplistas que tratem à superfície o problema com alguma maquilhagem ou com o alívio momentâneo dos sintomas, sem atacar a situação de fundo.
Fique bem entendido desde já que consideramos muito importante a ajuda prestada pelos técnicos de saúde, sejam eles psicólogos ou psiquiatras, e como cristãos não colocamos em causa de forma alguma o seu papel. Ainda assim entendemos que algumas correntes não se coadunam com os princípios bíblicos e é necessário estar atento a essa possibilidade. Não dá para nos alongarmos neste particular, mas sempre que uma determinada linha de pensamento desvaloriza a dimensão espiritual do homem ou põe em causa prolongados, de perturbação psíquica. O que podemos afirmar, sem qualquer sombra de dúvida, à luz da Bíblia, é que ela, enquanto Palavra de Deus, tem uma influência decisiva também nestes domínios. A Palavra que nos salva, que nos reconcilia com Deus, que nos santifica, é também a Palavra que nos cura física e psiquicamente. Acreditamos que Deus restaura tanto o espírito, quanto a alma e o corpo. Sabemos com toda a certeza que na eternidade seremos saudáveis em todos os domínios do nosso ser. Enquanto aqui estamos, apesar de sermos em Jesus Cristo, novas criaturas, temos de aprender a lidar com as nossas debilidades, fraquezas e disfunções da alma.
Em Deus e na Sua Palavra encontramos conforto, saúde e orientação espiritual. A Bíblia regista a experiência de muitos homens e mulheres que se destacaram na sua vida de fé e passaram por momentos depressivos. Referimos, entre outros, Elias, David, Jeremias, Paulo.
Creio que não há ninguém que em algum momento não se sinta apanhado num furacão emocional.
Uma âncora que nos mantém seguros, quando somos engolidos pela instabilidade dos sentimentos é, sem sombra de dúvida, a certeza e a experiência de que Deus é soberano e Senhor, que está no controle de todas as coisas, e que como Seus filhos, Ele cuida de nós. Outra âncora decisiva é a nossa identidade fundada em Cristo, que é muito mais do que auto-estima, mas a estima que Ele tem por nós. O amor incondicional de Deus, o facto de sabermos que somos amados, nos assegura estabilidade em meio à instabilidade, consolo no meio do sofrimento, ânimo face à adversidade.
Olhar a cruz de Jesus Cristo nos ajuda a suportarmos a nossa própria cruz. Considerarmos a agonia de Jesus no Getsemani nos estimula a declararmos a nossa submissão à vontade de Deus. O Deus que nos criou é o mesmo Deus que nos salva e que restaurará todas as coisas. Deus conhece por experiência própria a realidade humana não apenas de conviver com ela quando se encarnou, mas principalmente quando, na cruz, tomou sobre si as nossas iniquidades. Somos amados e amamos a um Deus que sabe o que é o sofrer.

Autor do Artigo :
Samuel R. Pinheiro

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