17 maio, 2008

O amor que atou Cristo a cruz.

Para que a Sua morte tivesse valor expiatório teria de ser voluntária.
A cruz é o ponto mais alto deste amor de Cristo, que excede todo o entendimento.
Não foi o destino fatalista, nem o grande número e ódio dos seus inimigos, nem as suas bem tecidas conspirações, nem os cravos que O cravaram sobre a cruz.
Após haver tomado a última ceia com os seus discípulos e, quando lhes tinha falado o último sermão de despedida, nosso Senhor abandonou o Cenáculo onde havia permanecido com eles. Depois, cruzou o ribeiro de Cedron e, com o grupo que O acompanhava, entrou num cercado bem conhecido por todos: o Jardim das Oliveiras ou Getsêmani. O que então teve ali lugar foi narrado por todos os evangelistas.
Não haviam decorrido senão duas horas desde que Judas deixara a mesa da ceia. Todavia, esse escasso tempo foi-lhe suficiente para completar o seu plano obscuro: procurar as autoridades e dizer-lhes que o momento favorável para a prisão do Mestre havia chegado. Ele conhecia o sítio solitário onde Jesus subira para meditar. Necessitava apenas vencer toda a provável resistência por parte de Jesus e dos Seus discípulos.
"Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se, e disse-lhes: A quem buscais?" (João 18:4).
Cristo acabara de despertar os Seus discípulos pela terceira vez, quando captou o ruído de pés que se apressavam, o choque suave das espadas, o murmúrio dos gentios que se aproximavam. Provavelmente tinha enxergado a luz dos archotes, que bruxuleava por entre as árvores do jardim e começavam a aproximar-se do lugar onde se encontravam em oração. Sabendo todas as coisas que sobre Ele haviam de vir e, sem esperar que os seus inimigos se aproximassem, com tranquilidade e serenidade, adiantou-se e surpreendeu-os com a pergunta: "A quem buscais?" '
Depois deste episódio, Jesus é preso e crucificado. Para que a Sua morte tivesse valor expiatório teria de ser voluntária. Existem vários pormenores que expressam claramente que Jesus ofereceu voluntariamente a Sua própria vida, que ninguém lha tirou.
A PRIMEIRA PERGUNTA DE JESUS
Jesus perguntou: "A quem buscais?" a um determinado auditório. Naquela companhia havia, sem dúvida, homens que O conheciam muito bem e sabiam que era Ele o objecto daquela incursão à noite. Nenhum deles, porém, teve o valor suficiente para responder "E a Ti que buscamos!". Um temor paralisador havia começado a embargar os seus corações. Os soldados que O conheciam não queriam identificá-lo e contentaram-se em responder de um modo indefinido e geral: "A Jesus Nazareno!".
Quando Ele respondeu "Sou Eu", repentinamente caíram por terra. Seria que alguns raios da Sua glória oculta se tinham deixado ver e revelado Sua majestade? Teriam ficado sob a influência daquele poder que tantas vezes se havia manifestado para salvar e abençoar? Qualquer que tenha sido a 6 | causa, certo é que toda a multidão caiu por terra. E por terra ficaram durante alguns momentos, aqueles que haviam de propósito saído para capturá-lo, como se uma mão oculta os sujeitasse ao pó. Todavia, o "encanto" desfez-se e de novo se puseram de pé. Este é o ponto: o poder que arrojou até ao solo aquela companhia de homens armados, não poderia detê-los ali ou arrojá-los como a Core, Data e Abirã2, vivos ao sepulcro? Uma faísca caiu para revelar raios adormecidos que Ele não quis utilizar! Em face disto, quem poderá dizer que a morte de Cristo não foi de Sua própria eleição?
A SEGUNDA PERGUNTA DE JESUS
Quando os gentios se puseram de novo em pé, frente a frente com Jesus, Ele lhes perguntou pela segunda vez: "A quem buscais? A Jesus o Nazareno!" -foi a resposta. "Já vos disse que sou Eu!" tornou Jesus. "Se é pois a Mim que buscais, deixai ir estes" (referindo-se aos discípulos), desde logo estendeu o Seu poder protector sobre os discípulos, assegurando-lhes protecção. É evidente que o poder que guardou os discípulos, poderia ter assegurado a liberdade do Mestre; poderia ter passado pelo meio deles, como outrora o havia feito, quando os seus inimigos tentaram lançá-lo num precipício em Nazaré. Quem pois poderá negar que a morte de Jesus não foi de Sua própria eleição?
A VOLUNTARIADADE DE JESUS
Nestas circunstâncias, cada um duvidava sobre quem seria o primeiro a lançar-Lhe mão. Quando a empresa ameaçava fracassar, Judas sentiu que se tornava necessário, a todo o custo, sair daquela situação embaraçosa e mostrar que não havia perigo em prender o Mestre. Adiantou-se, então, e beijou-o. Animados por este acto tão vil, seus cúmplices deitaram mão de Jesus e agarraram Sua bendita pessoa, como o teriam feito a Barrabás. E amarraram--No. Pedro não pôde suportar o que via fazerem ao Mestre. Saltou da sombra, desembainhou a espada e desferiu um golpe que acertou na orelha de Malco. Jesus pediu que Lhe desligassem as mãos e curou a orelha desse homem. E aquelas benditas mãos que operaram tal milagre não poderiam ter despedaçado as cordas que O haviam manietado? Com certeza o poder com que Jesus salvou os outros tê-Lo-Ia salvo a Si mesmo.
Sempre que nos recordamos da morte de Jesus devemos meditar na Sua voluntariedade. Quão grande foi o Seu amor para connosco! Foi o amor e só o amor que O reteve parado ante Pilatos, curvado ante o azorrague dos seus algozes. Foi o amor que O prendeu à cruz. Não foi o destino fatalista, nem o grande número e ódio dos seus inimigos, nem as suas bem tecidas conspirações, nem os cravos que O cravaram sobre a cruz. Foi a Sua própria escolha, motivada por um amor que estava disposto a tudo suportar, contanto que pudesse redimir e salvar aqueles a quem amava mais do que a Si próprio. "O Filho de Deus me amou e Se entregou a Si mesmo por mim"3 -dizia Paulo mais tarde.
O AMOR DE JESUS
Foi o Seu amor por ti, foi Seu amor por mim, pobre e miserável pecador, que O atou àquela cruz. A cruz é o ponto mais alto deste amor de Cristo, que excede todo o entendimento. É mais alto que as alturas dos Céus; mais profundo que os profundos abismos oceânicos; mais vasto que o universo infinito. Cristo amou-nos e continua a amar-nos, sem merecermos. Ama-nos voluntariamente, no dizer do profeta Oseias. Por este amor deu Sua vida na Cruz do Calvário, fim de nos salvar da condenação e desgraça eterna. "(...) dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la.
Este mandamento recebi de ti Pai.'" E foi assim que, em aba obediência à vontade de Seu Pai, Cl se ofereceu a Si mesmo, i Macau Deus, sendo, por isso, perfeito, e Te completo o Seu sacrifício para a r salvação.
O CONVITE
Amigo: Vem a Jesus! Rende-lhe coração quebrantado, confessa-o tua desobediência e aceita o Seu a Diz-Lhe: "Senhor Jesus, sem nada ia que confiar senão a certeza de que fiz cruz morrer por mim, bendito Salveis-me aqui! Salva-me e perdoa to á meus pecados. Por amor do Teu No.
Atende a Cristo, o Salvador, profetizou Jeremias: "O vós passais, atendei e vede se há semelhante à minha dor?!"' A Cristo se sujeitou voluntariamente, grande amor às nossas vidas! F> contemplação deste tão sublime que Paulo pôde exclamar: "Porque amor de Cristo nos construir julgando nós assim: que, se morreu por todos, logo t morreram. E ele morreu por t para que os que vivem não vivam para si, mas para aquele que por morreu e ressuscitou."6
Sê atraído por esse amor e vive agora em diante, para ama-lo e se. voluntariamente e de todo o com Dá-lhe a tua vida e segue-o!

Autor do Artigo :
Pastor Evangélico
Alfredo R, Machado

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