07 maio, 2008

Desmascarar o pecado

A CURA PARA O PECADO, AO CONTRÁRIO DO QUE A RELIGIÃO PROPÕE, NÃO SÃO REGRAS, LEIS E VALORES MORAIS.
Apesar de fora de moda, o pecado continua a existir e está aí bem visível na natureza e condição humana a nível global. A negação ou a indiferença não altera a sua presença e o seu efeito mortal em cada indivíduo e nas relações humanas sejam elas sociais, familiares, económicas, políticas, culturais.
Mascarado pelo prazer, enfeitado pelas filosofias do pluralismo e do relativismo, ele continua a provocar a sua onda devastadora no coração humano e nas estruturas geo-políticas.
Muitas são as suas propostas alternativas que passam pelas heranças genéticas, pela influência do meio ambiente, pelos determinismos da educação, pelo fatalismo dos fados, pela conspiração dos astros.
Nas suas mil e uma máscaras só o conhecimento pessoal da natureza de Deus, na Sua santidade, amor e justiça, permite ao homem reconhecê-lo em toda a sua malignidade.
A Bíblia continua a denunciar o pecado como a origem de todos os males e sofrimentos do Homem. O pecado que é a condição do homem longe de Deus, de costas voltadas para Ele, indiferente e hostil à Sua vontade. O pecado que é alienação de Deus. O pecado que se traduz na ideia de que o homem é auto-suficiente, de que o homem é dono da sua própria vida, que Deus não tem o direito de intervir, de que o homem quer viver sozinho. O pecado do homem que não admite a existência de Deus ou admitindo-a quer ditar a Deus a sua própria vontade, os seus planos, a sua "bondade", as suas boas obras, os seus méritos e virtudes e dessa forma negociar com Deus a vida eterna e a sua salvação.
Pecado que nega a necessidade de salvação ou que teima em querer salvar-se a si mesmo. Pecado que nega o estado de perdição em que se encontra, que procura outras explicações, diagnósticos e prognósticos para a sua condição.
Pecado que nega a sua origem em Deus e a articula única e exclusivamente em termos materiais e naturais. Pecado que quando muito admite que Deus seja parte de tudo o que existe.
Pecado que continua a ser a tentação do homem em definir para si e para os outros o bem e o mal, em vez de se sujeitar à natureza de Deus que define esses princípios.
A cura para o pecado, ao contrário do que a religião propõe, não são regras, leis e valores morais. Antes disso é necessária uma transformação radical que só o poder de Deus é capaz de operar mediante o que Jesus Cristo realizou por nós na Sua morte e ressurreição. Antes da mudança de comportamento é necessária uma mudança de natureza. A religião e até o ateísmo podem apregoar valores morais, ainda assim derivados da consciência que Deus instilou na Sua criação, mas não podem nunca operar o novo nascimento, uma nova criação, fazer do homem uma nova pessoa, um filho de Deus.
Alguns ateus, hoje em dia, vêm anunciar que não é preciso ser religioso para praticar o bem, e os religiosos por sua vez, anunciam que a prática do bem é que torna o homem merecedor das bem-aventuranças eternas. A diferença fulcral do evangelho reside no facto de nos levar a entender que só pela graça, pelo favor imerecido de Deus em Jesus Cristo, é que somos salvos. O que está em conformidade com o desígnio original de Deus que no Jardim do Éden não criou o homem para comer da árvore da ciência do bem e do mal, mas para uma vida vivida na dependência da Sua santidade, amor e justiça, em relacionamento e intimidade com Ele. O pecado rompeu essa condição, e Jesus Cristo veio restaurá-la. É pela graça que voltamos ao regaço de Deus e passamos a viver, a partir de dentro, em santidade, segundo o amor e a justiça. Por isto também o projecto da Igreja não é nem nunca pode ser político, porque uma constituição, um tratado, ou um código civil (apesar de necessários enquanto aqui vivemos), não podem mudar o coração do homem. Só Deus nos salva, porque a salvação é regressarmos ao lar da Sua presença.
A Palavra de Deus continua a afirmar: "Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus"'/'Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor".
Autor do Artigo;
Samuel R. Pinheiro

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