08 maio, 2008

ANÚNCIO ANGELICAL

DO NASCIMENTO DE JESUS.
AO LERMOS OS DOIS PRIMEIROS CAPÍTULOS DO EVANGELHO DE LUCAS, IMPRESSIONA¬DOS A PERSONALIDADE E CARÁCTER DE MARIA, PIEDOSA SERVA DE DEUS.
Nos últimos meses escrevemos nesta revista acerca do anjo Gabriel, enviada por Deus a Zacarias (dedicado sacerdote israelita), a fim de transmitir-lhe que Isabel, sua idosa e estéril esposa, seria ma dum menino que se chamaria João, o que precederia o Messias prometido (Lc 1:5-25
Devido à escassez de espaço, o artigo de Marco; ficou incompleto, pelo que publicamos agora no inícío deste texto a parte que não coube relacionada com João Baptista. Só depois analisaremos as palavras c supracitado anjo a propósito do nascimento de nos Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Filho de Deus.
CONCEITO DO SENHOR JESUS SOBRE JOÃO BAPTISJ Concernente à pessoa e ministério de João Baptista o Senhor Jesus afirmou o seguinte: "(••■) Que foste ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento? Si que fostes ver? Um homem ricamente vestido? que trajam ricamente estão nas casas dos reis. N então que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo e muito mais do que profeta; porque é este de que está escrito: Eis que diante da tua face envio o n anjo, que preparará diante de ti o teu caminho, verdade vos digo que, entre os que de mulher 1 nascido, não apareceu alguém maior do que J Baptista; mas aquele que é o menor no reino dos c é maior do que ele" (Mateus 11:7-11).
O erudito bíblico John Broadus explica o santidade algumas frases deste trecho. Assim, começa por Ana o versículo 9: "Vemos de Mateus 21:26, que as multidões geralmente tinham João como profeta; e o facto de ter havido profeta por alguns séculos, revestia-o do alto interesse. Jesus diz que ele era na verdade um profeta mas muito mais do que profeta (...). Ele era efectivante um homem inspirado, que viera falar por Deus (veja-se Mt 7:22) à semelhança dos profetas dos tempos passados .
Era também alguma coisa mais do que profeta, pois cumprimento de profecia (v. 10), e tinha uma posição! e singularmente definida, como o precursor imediato.
Messias, introdutor do Seu reino glorioso (...)." '
Sobre as palavras alguém maior (v. 11), opina Broadus "Ê óbvio que a expressão refere-se principalmente à sua exaltada posição, e também, talvez, à sua consagração aos seus deveres. Pessoa alguma ocupado uma posição mais altamente privilegiada João Baptista, envolvendo mais clara interpretada verdade, ou maior honra à vista de Deus."
Acerca da assertiva do Salvador "aquele que é o no reino dos céus é maior do que ele" (v. 11), esclarece o supracitado teólogo: "Deve entender-se que o mais humilde súbdito do reino messiânico, está em posição de maior privilégio e dignidade (...) que o grande precursor; ou mesmo, talvez (Calvino), que o mais humilde de todos os mestres, instruído pelo próprio Messias, era superior como mestre, ao precursor (...). Como, pois, conceberemos a posição de João? Em algum sentido ele pertence ao reino do Messias, à dispensação Cristã; a obra dele constituiu o seu período introdutório; e não obstante a sua posição é inferior em dignidade e privilégio à do menor no mesmo reino. Sua obra pode ser comparada ao patamar de uma escadaria; o patamar mais alto dum lanço de degraus debaixo; ou o mais alto degrau do mais baixo lanço; ou {Crisóstomo) pode ser comparado à hora entre a aurora e o nascer do Sol. O começo do ministério de João foi a aurora do reino messiânico, cuja luz aumentou gradualmente no decurso do ministério de Jesus; o Dia de Pentecostes foi o Sol na plenitude da sua beleza e refulgência; mas a glória do meio-dia está ainda para vir. Nesta passagem, pois, a posição de João é distinguida da de um que vivesse quando a Nova dispensação estivesse completamente estabelecida; enquanto que noutras passagens ele é referido como pertencendo àquela dispensação, no seu período introdutório. Sua posição era tão peculiar, que podia ser variadamente considerada, segundo o ponto de vista em cada caso." 3
UM ANJO COMUNICA A MARIA QUE SERÁ MÃE DE JESUS.

Alguns meses depois do mensageiro celeste haver dito a Isabel que ela teria um filho, Gabriel anunciou outrossim a uma piedosa crente, Maria, que através dum milagre conceberia e daria à luz uma criança a quem seria posto o nome de Jesus, o Salvador do mundo.
Reproduzamos esse belo trecho das Santas Escrituras: "E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão, cujo nome era José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. E entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agracidada4: o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. E, vendo-o ela, tombou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta. Disse-lhe então o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus; e eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de David, seu pai; e reinará eternamente na casa de Jacob, e o seu reino não terá fim. E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço varão? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há-de nascer, será chamado Filho de Deus. E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho na sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril; porque para Deus nada é impossível. Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela" (Lucas 1:26-38).
Escreveu Billy Graham, num dos seus livros, relativamente ao texto bíblico acima transcrito: "O anúncio a Maria de que ela iria ser a mãe de Jesus não foi feito por um anjo qualquer. Foi Gabriel, um dos três anjos cujos nomes nos são dados nas Escrituras, que entregou essa mensagem. E ela estava ligada com o Evangelho. Isso era um facto tanto nas palavras que Gabriel proferiu, como nas que falou Maria quando estava grávida e aguardava o nascimento do seu filho. O anjo disse a Maria que Jesus seria o Filho do Altíssimo, que Ele herdaria o trono de David seu pai, que reinaria sobre a casa de Jacob para sempre e que teria um reino eterno. Isso era algo completamente diferente do que havia sido prometido a qualquer outra pessoa na Escritura. Não foi prometido a Abraão, nem a David, nem a Salmão. Só o nome de Jesus está ligado a estas promessas, e todas elas estão intimamente ligadas quer à salvação pessoal quer à nacional.
"Quando Maria ficou grávida, visitou Isabel e cantou um dos mais belos cânticos que se conhecem na literatura. No mesmo torna-se evidente que ela apreendeu perfeitamente a mensagem do anjo. O que ele lhe comunicou, descreve-o ela como salvação e remissão dos pecados: 'O meu espírito se alegra em Deus meu Salvador' (Lucas 1:47). Aqui estava a notícia de que a própria Maria precisava dum Salvador e O havia encontrado. Esse mesmo bebé que trazia no seu ventre iria um dia oferecer-se a Si mesmo como propiciação por ela e por todos os homens. E esse bebé que trazia no seu ser era o Deus Todo-poderoso que se havia humilhado a fim de habitar entre nós em carne".
Conclui o Dr. Graham: "De facto, ela [Maria] exclama que a misericórdia de Deus 'é de geração em geração sobre os que O temem' (Lucas 1:50). Que é isto senão o glorioso Evangelho, a boa nova que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo? E foi esta a mensagem que Gabriel trouxe a Maria. Ele [o anjo] não o podia pregar, mas podia dar testemunho do Evangelho que seria pregado mais tarde por Jesus Cristo e pelos Seus discípulos no decorrer dos séculos".5
MARIA DOS EVANGELHOS NÃO É UMA SEMIDEUSA
Ao lermos os dois primeiros capítulos do Evangelho de Lucas, impressiona-nos a personalidade e carácter de Maria, piedosa serva de Deus. A sua fé, humildade e singeleza de coração; sua fidelidade ao Criador, Senhor e Salvador do mundo estão bem patentes no dito Evangelho. É digno de nota, nesses trechos bíblicos: a humildade de Maria durante a aparição do anjo (Lc 1:29,30,38); o seu admirável cântico de louvor e gratidão a Deus na visita feita à prima Isabel (Lc 1:46-55); o facto de guardar todas as coisas maravilhosas ocorridas com o nascimento do Messias "conferindo-as em seu coração" (Lc 2:16-20); a perplexidade de Maria e José ao encontrarem Jesus,
com 12 anos, assentado no meio dos doutores da lei ou mestres do judaísmo "ouvindo-os e interrogando-os" (Lc 2: 45-47); a circunstância deles não entenderem as palavras do menino "não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?" (Lc 2:49) e a atitude de Maria em guardar "no seu coração todas estas coisas" (Lc 2:51); a realidade da mãe de Jesus Cristo sujeitar-se, plena e humildemente, à vontade divina (Lc 1:38).
Efectivamente Maria era uma crente dedicada e temente a Deus, a quem Ele favoreceu, escolhendo-a dentre as santas mulheres do Seu povo a fim de ser a mãe do Senhor Jesus, o Verbo de Deus tornado homem sem perda da natureza divina. Para os cristãos evangélicos, Maria é uma personagem bíblica que merece o maior respeito, como aliás os grandes homens e mulheres de Deus mencionados nas páginas do Antigo e Novo Testamento. Consideramo-la um modelo de virtudes, um exemplo de vida a ser seguido por todos os cristãos.
No aspecto doutrinário há, porém, algo a dizer concernente a Maria, até porque no decorrer dos séculos as autoridades religiosas têm-na transformado, no mínimo, numa semi deusa. Assim, atribuem-lhe títulos divinos; prestam-lhe culto superior ao dos anjos e santos, etc. Essas e outras inovações teológicas a respeito de Maria não têm qualquer base na Palavra de Deus.
Terminamos este artigo com uma série de textos bíblicos relacionados com o culto divino. 1) Não se deve cultuar qualquer santo ou anjo; só Deus (1 Cr 16:29; SI 29:2; 95:6 96:8,9; Mt 4:10; Lc 4:8; Jo 4:24; Cl 2:18; Ap 7:11,12; 14:] 15:4; 19:10; 22:6-9). 2) As preces, louvores e acções graças terão de ser dirigidas apenas a Deus, Criador | Sustentador do universo (preces: Is 55:6; Jr 29:12,13; 9:3-5; Mt 6:6-13; Jo 14:13,14; Fp 4:6; Tg 1:5-louvores: 1 Sm 22:4; Esd 3:11; SI 22:23; 47:6j 96:1-8; acções de graças: SI 147:7; At 22:1^ Ef 5:20; 1 Ts 1:2; 3:9; 2 Ts 1:3; 1 Tm 2:1; 7:12,13). 3) O Senhor Jesus é o único Mediado entre Deus e os homens, sobretudo ao expiar i pecados da humanidade no Calvário (1 Tm 2:3 6); é-o outrossim como nosso Advogado junto ao Pai (Jo 14:6,13-16; 17:9-24; Rm 8:33,34; Hb 4:14-lj 7:25-27; 1 Jo 2:1). 4) O início da Lei de Deus (Decálogo preceitua o seguinte: "Não terás outros deuses diante l de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nei alguma semelhança do que há em cima nos céus, neta em baixo na terra, nem nas águas debaixo da ter Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, Senhor teu Deus, sou Deus zeloso (...)" (Êxodo 20:3-Estes mandamentos condenam toda e qualquer forma < idolatria, como de resto, noutros lugares das Escrituras, Citam-se alguns versículos: Dt 4:15-19; SI 115:1-8; 135:1 18; Is 40:18-20; 44:6-20; Hab 2:18-20; 1 Jo 5:21. IE
Autor do Artigo:
Fernando Martinez
Pst

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