06 maio, 2008

Carnaval Carne Vale

O PRAZER DO PECADO E A ALEGRIA DO ESPÍRITO

Durante a época carnavalesca muitas pessoas aproveitam para expressar os seus sentimentos modo eufórico aproveitando a liberdade que tal qual lhes permite para manifestações entusiásticas nem sempre têm oportunidade de exteriorizar. Algum aproveitam mesmo para verbalizar opiniões q noutros contextos, não lhe são permitidas, ou não t a coragem para as manifestar.
A maioria dos foliões não saberá explicar o porquê festa em que estão a participar. De facto, muitos nem sequer atribuem um carácter religioso a esta qualquer pois ignoram a ligação da mesma com o período antecede a Páscoa chamado Quaresma.
Actualmente verificamos que a generalidade das pessoas atribui um carácter sagrado apenas a determinados ritmou conforme as suas conveniências. Certamente Jesus muitos que se dizem religiosos a abstinência de ingerir determinados alimentos não faz sentido em pi século XXI, visto tratar-se de um regulamento antigo que se encontrará desactualizado e descontextualiza
Também alguns conhecedores de história saberão determinadas excepções eram aceites para aqueles que em virtude das possibilidades económicas, consegui adquirir documentos que os isentassem de ser à risca as ordenanças, não da Bíblia Sagrada, mas homens que se achavam (e ainda acham) no direito legislar a seu bel-prazer a respeito de assuntos do foro religioso.
É exactamente por causa das atitudes da igrejas tradicional em relação à autoridade bíblica, desvirtuosa por interpretações ao sabor das conveniências, muitos vivem um cristianismo de fachada que nada acerco com a massagem de Jesus.
Na vida com Cristo a carne vale, isto é, Ele não nos impôs como regra a proibição de comer carne, nem sequer em determinados períodos do ano. As únicas restrições alimentares que entendemos estar em vigor desde os dias do início da igreja cristã são aquelas que lemos no livro de Actos dos Apóstolos capítulo 15, e que o leitor poderá consultar para maior informação. Excepto esta passagem que acabamos de mencionar, não lemos nas páginas do Novo Testamento indicações a respeito de um determinado estilo de dieta a observar por parte dos cristãos. Entendemos que a vida alimentar dos crentes deverá, dentro do possível, ser orientada pelo equilíbrio, visando um estilo de vida saudável por parte daqueles a quem a Escritura chama de templo do Espírito Santo, e também lemos que a postura do cristão em relação aos alimentos não deve contribuir para prejudicar um outro crente na sua caminhada cristã.
Se, por um lado a carne vale, por outro lado, na vida cristã a carne nada vale, isto é, a carne, não no sentido de alimento, nem mesmo de corpo físico, mas no sentido de natureza humana pecaminosa. Em algumas passagens bíblicas é esse o significado da expressão carne: a natureza pecaminosa que herdámos de Adão e Eva após estes terem pecado. Como a Bíblia afirma, o pecado foi transmitido de Adão para as gerações seguintes, o que é lógico, pois como lemos no livro de Génesis Adão gerou filhos à sua semelhança, o que implica não apenas semelhança física mas também espiritual. Adão passou aos seus descendentes não apenas a carga genética característica dos seres humanos, mas também a natureza pecaminosa adquirida no momento em que desobedeceu à Palavra de Deus e morreu espiritualmente. Essa é a carne da qual temos de abdicar. Essa é a carne que não merece festa nem folia, mas que, pelo contrário, merece um esforço continuado e dedicado para dela nos livrarmos e darmos cada vez mais lugar ao Espírito de Deus em nossas vidas. Esse é o desafio para o cristão em qualquer época, lugar ou cultura: reconhecer a sua tendência inata para a desobediência a Deus, dizer não a tais inclinações naturais e contrariá-las com uma postura de obediência à Palavra de Deus. A isso chama-se santificação: um processo, longo, a que o crente se sujeita por amor a Cristo dando-lhe o lugar prioritário em sua vida.
Devemos ser sinceros a este respeito: não se trata de um caminho fácil a percorrer. Conforme o próprio Jesus nos avisou, aqueles que tomam a decisão de segui-Lo enveredam por um caminho apertado, repleto de contrariedades, aflições e perseguições, mas que, Por fim é recompensado com uma eternidade plena de realização na presença de Deus . a certa altura do seu ministério terreno muitos discípulos escolheram vira-lhe as costas pois consideram as suas exigências despropositadas ás vantagens imediatas que perspectivavam alcançar. Mas tais atitudes não demoveram Jesus do Seu propósito, nem alteraram o Seu discurso; Ele não fazia concessões na Sua mensagem de modo a agradar aos ouvintes e alcançar popularidade junto dos mesmos. O Seu objectivo era, e continua a ser, proporcionar a todos quantos quiserem aprender Dele, a capacidade para dizer não a uma vida desregrada e condenada à separação eterna de Deus, e dizer sim à comunhão com Ele desde agora e para sempre.
Naturalmente, para muitos, esta perspectiva da vida humana que não se limita ao seu aspecto físico, mas que inclui também a parte espiritual do ser humano, despertará em suas mentes ideias de privação da liberdade, pois consideram que sempre que se fala em vida espiritual e comunhão com Deus isso de imediato implica abdicar da alegria de viver. Mas, na realidade, não é assim. Deus é o primeiro interessado em ver-nos felizes e alegres. Ele deseja proporcionar-nos as condições para que nos possamos satisfazer e sentir realizados desfrutando do mundo físico que Ele criou para nós sem descurar a importante parte espiritual que também faz com que sejamos seres humanos completos.
É verdade que o prazer físico é mais imediato e fácil de obter, mas também é verdade que a busca desenfreada pelo mesmo tem causado dissabores a muitos de nós. Em variadíssimas ocasiões o prazer obtido no "aqui e agora" tem sido pago com o preço de muitas lágrimas, dissabores e diversas consequências negativas. Não é esse o plano de Deus para o ser humano. Ele não deseja que vivamos uma vida infeliz e privada de prazer. Infelizmente esse tem sido o conceito que muitos associam á relegiao em geral e ao cretinismo em particular . mas tal deve-se ao facto de que se tem feito uma leitura superficial dos textos bíblicos com consequências negativas nos mais variados aspectos. Deus não é um desmancha-prazeres, pelo contrário. Ele deseja é ensinar-nos a evitar aquilo que nos prejudica e proporcionar-nos as condições para desfrutarmos de alegria até nas circunstâncias mais adversas. No entanto, o prazer que Deus planeou para o ser humano não poderá, como é óbvio, ser alcançado através da desobediência directa à Sua Palavra, como foi proposto no Jardim do Éden ao primeiro casal e tem sido sugerido desde então a todos quantos dão ouvidos à serpente.
Para muitas pessoas a época de Carnaval representa um tempo privilegiado para dar largas à euforia extravasar emoções e aproveitar para se deleitar em prazeres que lhe vão ser suprimidos nas semanas seguintes. Pelo menos esta seria a ideia em muitas mentes há alguns anos atrás, quando ainda se associava este período com as semanas da Quaresma em que o recato e a abstinência eram requeridos aos fiéis. Hoje em dia, porém, o Carnaval decorre ao longo do ano, em festas de fim-de-semana, graduações, comemorações diversas, quase tudo serve de desculpa para a folia e até se importam do estrangeiro festas pagãs onde as pessoas se mascaram celebrando as trevas e dão largas ao entusiasmo. O que importa é espairecer, desanuviar a mente e satisfazer os desejos físicos, sem importar o modo nem as consequências, e contrariar tais necessidades é, dizem, uma atitude castradora da liberdade, típica de religiosos que atemorizam as pessoas e querem impor a sua visão tacanha do mundo aos outros.
Mas, para nós, não é assim. Cada indivíduo terá o direito de se divertir como bem entender desde que para tal a liberdade e dignidade do próximo não sejam postas em causa. Entendemos que Deus não nos quer privar nem da felicidade nem do prazer, pelo contrário; Deus deseja é, através de Jesus, proporcionar-nos a verdadeira liberdade, a verdadeira felicidade e o verdadeiro prazer que se alcança através de um relacionamento vivo com Ele e que se manifesta numa melhor interacção com o nosso semelhante. Aquilo que Ele nos propõe é que O amemos em primeiro lugar, o que nos dará uma melhor visão de nós próprios e por fim uma melhor compreensão daqueles que nos rodeiam. E para que isto aconteça não são precisas máscaras nem bailes de fantasia em que as pessoas aproveitam para se fazer passar por aquilo que não são mas desejavam ser. O que Deus nos proporciona é a liberdade para vivermos sem máscaras, aceitando-nos a nós próprios como Ele o faz, ou seja como somos, sem estarmos obcecados por aquilo que os outros pensam de nos ou desejariam que fossemos .
Mas isto implica uma autoconfiança e : Transparêncía » que só temos acesso quando começamos a olhar pai nós próprios com os olhos de Deus, o que só açor» quando Lhe damos o primeiro lugar que, em geral M aquele que dávamos a nós próprios.
Em Cristo deixamos de ter necessidade de agrada» nós mesmos e aos outros. A prioridade torna-se ]em e é com Ele e com Sua opinião a nosso respeito que vem preocupamos. A vida deixa de ser uma feira de vaidade onde vivemos obcecados com o modo como julgam» que os outros nos vêem, e passamos a viver de modo a que o verdadeiro eu se manifeste com suas virtual e defeitos. Em relação às primeiras, atribuímos a Da I o mérito pelas boas qualidades com que nos criou consagramos-lhas para que Ele as desenvolva e use 11 Seu serviço, com benefício para aqueles q I nos rodeiam. No que diz respeito aos defeito; não os escamoteamos, mas reconhecem-lhe Bem dependemos de Deus para que Ele nos ajuda a torná-los menos influentes para a nossa conduta e menos prejudiciais nos nosso relacionamentos. O nosso desejo é, como filhos de Deixa seguir a Cristo e tê-lo como modelo perfeito para o nos Bem viver. Reconhecemos que Ele representa um padrão de excelência e virtude que ultrapassa em muito o st humano caído e pecaminoso. Por outras palavras, Jesus coloca a fasquia demasiado elevada. No entanto, é boi quando temos um alvo de excelência ao qual desejam! alcançar e não nos contentamos com a médio cristãos em que vivemos. Para nós, a vida de pecado deixou § ser o normal e não nos contentamos com o prazer J imediato alcançado sem olhar a meios. A carne, isto e* natureza pecaminosa deixou de ocupar lugar central i nossa vida como novas criaturas regeneradas por Deus Agora é o Espírito Santo quem governa a nossa vida * Jesus Cristo é o Rei do nosso coração. Não precisar Jesus de estrelas do cinema ou da televisão para nos servir * de ponto de referência pois colocamos os olhos em Jesus autor e consumador da nossa fé.
Respeitamos as expressões culturais das comunidade em que vivemos mas, como cristãos, temos acima desde Jesus tradições locais ou nacionais, religiosas ou secular! uma pessoa que, tendo nascido entre nós e participa JÊ de tudo aquilo que é próprio da humanidade, vi"4 isento dessa carne que nada vale e é com Ele que ri queremos parecer. Nesta época do ano e em todas \ outras não precisamos de máscaras para sermos nem da tolerância ao disparate para fazer o que, noite I circunstâncias não fazemos por falta de oportunida I ou de coragem para tal. O que precisamos é, acima tudo, da presença real de Cristo no nosso dia-a-dia que Ele seja cada vez mais manifesto a uma geração d O desconhece e que, por isso, vive privada da verdades alegria que um ser humano pode usufruir quando I liberta do jugo do pecado e cede lugar a Cristo e a Ele vive uma vida, que só não é realizada na plenit'-porque ainda estamos deste lado da Eternidade .
Autor do Artigo
Novas de Alegria

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