25 maio, 2008

Ainda que algum dos mortos ressuscitasse.

Pessoas há que evitam confrontar-se com a verdade do Evangelho quanto à salvação, quanto à necessidade de se desfrutar a certeza da vida eterna. Existe até quem se desculpe assim: "Se algum dos mortos ressuscitasse e me falasse da existência de lugares de salvação e de perdição eterna no outro mundo, então acreditaria, então tornar-me-ia cristão"!
O pensador inglês J. C. Ryle, reflectindo no trecho bíblico de S. Lucas 16:19 a 31, escreveu o seguinte: "... nem mesmo os milagres mais portentosos conseguirão convencer os que não querem crer na Palavra de Deus (...). As Sagradas Escrituras contêm tudo o que é necessário para a nossa salvação e um mensageiro do outro mundo não poderia acrescentar-lhes coisa alguma. Não é de maiores provas que os homens necessitam para arrepender-se, senão de maior desejo, de maior vontade. Ainda que os mortos se levantassem dos seus sepulcros, nada poderiam dizer-nos além do conteúdo da Bíblia: e, depois, desvanecida a novidade das palavras de tais mensageiros, não nos impressionariam mais que as palavras de qualquer vivente".
Transcrevamos a história verídica relatada pelo Senhor Jesus a fim de exemplificar uma doutrina. Lê-se no Evangelho: "Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele; e desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado.
"E no Hades ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebestes os teus bens em vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam nem tão-pouco os de lá passar para cá. E disse ele: Rogo-te pois, ó pai, que o mandes a casa do meu pai, pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas, ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dos mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tão-pouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite".
Há décadas atrás, na ex--Jugoslávia, passou-se um caso que ilustra o ensino ministrado pelo Senhor Jesus no capítulo 16 do Evangelho segundo S. Lucas.
Um advogado lavava-se na banheira, e esquecendo a lei da física de que jamais se deve mexer em quaisquer aparelhos eléctricos estando-se na água, apanhou um violento choque que o deixou inanimado. Chamado o médico, deu-o como morto.
Conduzido para o cemitério num caixão, durante o funeral, foi depositado na capela mortuária a fim de ser sepultado na altura própria. Vindo mais tarde a si, gritou por socorro. O coveiro,
Aterrorizado , começou a fugir como um louco, porém como o "defunto" afirmasse não estar morto, e que se encontrava ali por engano, o coveiro voltou, abriu a porta e deixou-o partir.
O "morto-vivo" dirige-se a um telefone público a fim de avisar a esposa, dizendo-lhe que preparasse um bom jantar pois estava com fome. A mulher desmaia! Ele segue para casa, bate à porta, mas ninguém lha abre. Aparecem os vizinhos... todavia, apavorados, batem-lhe com a porta na cara!
O pobre "morto" volta para a rua desanimado. Todas as pessoas que o conheciam fogem dele a sete pés, gritando... Os transeuntes julgam-no louco. Finalmente encontra um amigo que não sabia do seu "falecimento". Explica-lhe tudo, e só assim conseguiu regressar a casa e ser recebido por todos quantos o julgavam um fantasma!
De facto é improcedente a objecção daqueles que, no fundo, não desejando converter-se a Cristo, apresentam a escusa da necessidade dum defunto vir à Terra, de modo a convencê-los da realidade da existência post mortos
Comentando as palavras de Cristo, "tão-pouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite", o escritor Orlando Boyer refere a ressurreição do Senhor Jesus Cristo e de Lázaro (irmãos de Marta e Maria), o que por si só dispensaria a vinda de um morto do Além. Acrescenta mais: "Se Lázaro houvesse saído do Hades (região dos mortos), regressando à Terra, a fim de avisar os cinco irmãos do rico, os mesmos teriam respondido: 'Ora, não podemos acreditar na palavra dum mendigo fanático! O nosso irmão era respeitado e não fez coisa alguma para merecer o inferno...

Autor do Artigo ;
F.M

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