28 abril, 2008

A OBRA DA CRUZ

Boa noite irmãos

Vamos ter uma oração juntos.

Pai querido. Reunidos no nome do Teu Filho mais uma vez, nós pedimos toda a provisão do Senhor para essa hora. Desejamos ver a Tua face, ouvir a Tua voz, tocar-Te. Muito obrigado porque estamos ao redor de Ti mesmo. De Ti nos acercamos pelo Teu chamado celestial. Pedimos ao Senhor que, mais uma vez, abra os céus para nós. Rasgue o véu do nosso entendimento. Revela-nos aquilo que está no Teu coração, e ganhe o nosso coração, em nome de Jesus. Amém.

Amados. Vamos abrir novamente o nosso texto de Mateus, cap. 16.

Eu gostaria de fazer uma breve introdução sobre o que foi partilhado ontem e qual a finalidade. Gostaria que vocês nunca perdessem de vista que, com relação à palavra de Deus, a visão microscópica, a visão particular de cada assunto, é tão importante quanto a visão macroscópica, ou a visão panorâmica. Nós precisamos das duas formas de abordagem bíblicas, se queremos conhecer realmente a palavra. Nós precisamos ter uma visão governante, e nós precisamos ter os detalhes específicos dessa visão. Nós precisamos saber que Cristo morreu pelos nossos pecados e Ele nos justificou mas nós precisamos saber o que é “justificação”. O que significa “justificação”? O justo pelos injustos para nos conduzir a Deus. Nós precisamos saber que Ele morreu na cruz e nós fomos redimidos, mas nós precisamos saber o que significa “redenção”. É uma outra grande palavra do Evangelho, da nossa salvação. Nós precisamos saber o que é que significa “propiciação”. João nos diz que Ele é “propiciação”, não somente pelos nossos pecados mas ainda pelo do mundo todo. “Propiciação”. Uma grande palavra do Evangelho. Nós precisamos saber que Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, mas nós precisamos saber o que é “reconciliação”, outra grande palavra do Evangelho. Você sabe o significado de cada palavra dessa? Você já estudou cada palavra dessa? Então você tem pouca compreensão sobre a sua salvação. Você é um salvo, com pouca compreensão sobre a sua salvação, porque nós precisamos da visão panorâmica, mas precisamos da visão microscópica. Então ontem nós tentamos fazer uma visão panorâmica, mostrando a importância desses quatro assuntos. Nós poderíamos desenvolver os quatro assuntos nesses quatro dias, mas é claro que panoramicamente. Nós passaríamos sobrevoando, e assim como você faz um vôo panorâmico, e através desse vôo nós podemos identificar a real posição, lugar e valor de cada coisa assim quando você tem a visão panorâmica e governante da palavra de Deus das escrituras, você pode identificar o real valor e o real lugar de cada coisa. Essa é a importância da visão panorâmica. Usando uma outra figura para você entender. Se você tem um quadro com um quebra-cabeças, montado, e você vê aquele quadro, você tem a visão panorâmica, daquele lindo quadro, de mil pequenas peças. Se você retira uma daquelas peças daquele quadro, e olha para ela, você não vê muito valor naquela peça. Não é? Ela tem a sua beleza e o seu valor no todo. Mas esse todo é formado por cada peça. Se você não tem cada peça você não tem o todo. Então esse é o lugar da visão panorâmica na Bíblia e o lugar da visão microscópica na Bíblia. Então nós podemos abordar Mateus 16, panoramicamente ou microscopicamente. Então o desejo do meu coração é poder prover as duas coisas para os irmãos. É claro que uma visão microscópica aqui nesses dias é impossível, mas nós podemos entrar em alguns detalhes e na verdade nenhum assunto da Bíblia pode ser esgotado. Claro. A Bíblia é a palavra de Deus. A palavra de Deus não pode ser esgotada. Podemos ter uma conferência eterna e nós nunca vamos esgotar nenhum assunto. A finalidade é termos uma visão macroscópica, panorâmica, e alguma coisa de visão microscópica. Ficou claro, irmãos? Isso é muito importante. Você não precisa saber só que foi salvo. Você precisa saber o tamanho da sua salvação, estudando microscopicamente cada termo da sua salvação. O que é expiação? O que é propiciação? O que é redenção? O que é reconciliação? Cada termo. O que é justificação? Então eu queria que você entendesse bem isso. Nós precisamos das duas abordagens bíblicas. Lembra que nós falando ontem, colocando de novo, mais um ponto aqui bem rápido, que Mateus 16 é um capítulo crucial na bíblia. Talvez seja o capítulo mais singular de todo o Novo Testamento. No sentido de visão panorâmica, não há nenhum, certamente nenhum, igual a ele. Exatamente porque ele coloca esses quatro alicerces aí. Cristo, a igreja, a cruz e o reino. A visão panorâmica de quatro aspectos que são os mais fundamentais. Cristo, como nós falamos ontem, é o tema de Gênesis a Apocalipse, da Bíblia de capa a capa. Ele é o tema de Deus, o foco de Deus, Ele é as delícias de Deus, Ele é o prazer de Deus. Tudo o que Deus nos fala, Ele nos fala em função de Cristo, por meio de Cristo, para a glória de Cristo. Cristo é o foco de Deus, Cristo é a centralidade de Deus. Então, se você isolar esse tema Cristo, que vem em primeiro lugar, tome agora os outros três. Quais que sobraram aí? A igreja -versículo 18 aí na sua bíblia - a cruz - que vai do verso 21 até o 26 - e depois o reino, nos dois últimos versículos finais e entrando no cap. 17, na transfiguração, como nós falamos ontem. Preste atenção agora. Se você tomar esses três assuntos, igreja, cruz e reino, sabe o que está acontecendo aqui? Aqui estão os três maiores assuntos do Novo Testamento. Se você ler o Novo Testamento todo e fizer três colunas, igreja, cruz e reino, e você vai ler cada versículo, ou conjunto de versículos dentro de cada um destes contextos, você vai ver então que as menções que o Novo Testamento faz sobre a igreja, e sobre a cruz, e sobre o reino, são as três maiores menções. Tudo o que o Novo Testamento tem para nos dizer estão aí nesses três assuntos. O Novo Testamento foi escrito para nos falar da cruz. Tantos os evangelhos quanto todas as epístolas. O Novo Testamento foi escrito para nos falar da igreja, para nos falar do reino. E é claro que Cristo é a chave desses três, sem dúvida. Sem Cristo não tem igreja, sem Cristo a cruz não é nada e sem Cristo não tem reino. Não é? Cristo é como uma chave superior e temos aí, debaixo Dele, essas três chaves que são os três maiores assuntos do Novo Testamento. Isso é muito importante. Se você tem uma visão de Cristo adequada, você pode ler a Bíblia com sabedoria. Se você tem uma visão da igreja, o corpo de Cristo, adequada, você pode ler as epístolas com sabedoria. Se você tem uma visão do reino adequada, você pode ler a Bíblia com sabedoria, do contrário como falamos ontem, usando como exemplo o reino, você vai achar que reino é muita coisa que o Senhor não chama de reino. Ou talvez você se prenda em muitos detalhes do reino que são, puramente casca externa. Tem o seu lugar, mas são apenas expressão, manifestação. Não são a essência. Assim como na obra do espírito, por exemplo, se você for usar uma frase, olhe como a centralidade na visão é importante. Deixe-me te fazer um teste. Se você for responder para mim, em uma frase - foi feita essa pergunta aqui hoje, no tema em que foi sugerido para os grupos de compartilhar da tarde - qual é a obra, estou perguntando no singular e não no plural, qual é “a” obra do Espírito Santo? O que é que você me responderia? Alguns responderiam usando as próprias palavras da bíblia, e me responderiam assim: “convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo”, não é? Não estariam certos? Claro que estariam. A Bíblia diz isso lá em João. (João 16:8 Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo) Mas essa não é a obra central. A obra central do Espírito Santo é “revelar Cristo”. Quando o Senhor anunciou o consolador Ele falou: “Ele há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar. (João 16:14 Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. 15 Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.) Sabe ao que o ministério do Espírito Santo pode ser comparado? A um holofote. Quando você erige uma estátua, ou um monumento em uma praça, e você ilumina com aqueles holofotes, qual que você quer deixar visível: a imagem ou o holofote? A imagem. O que é que você faz com o holofote? Você esconde atrás da paisagem, não é? Faz um buraco no chão e enfia o holofote ali naquele buraco da grama para ninguém ver o holofote, porque o que tem que ser visto é o monumento iluminado. Esse é o ministério do Espírito Santo. Ele não chama atenção para si mesmo. O ministério do Espírito Santo é lançar a luz na face de Cristo. O apóstolo Paulo em Coríntios diz que nos fomos chamados: Deus mesmo resplandeceu nos nossos corações, pelo seu Espírito, é claro. Ele nos deu vida estando nós mortos. Ele resplandeceu nos nossos corações. E Paulo vai explicar para que. (2ª Coríntios cap. 4, se você quiser conferir lá. Versos 5 e 6) (5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus. 6 Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.) Paulo vai dizer assim: Ele resplandeceu nos nossos corações, para - ele vai nos dar o propósito então - para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo. Estão vendo? Esse é o ministério do Espírito Santo. Por que é que Ele convence do pecado? Para nos revelar Cristo. Ele não nos convence do pecado só porque o pecado é errado. Ele nos convence do pecado para nos mostrar a glória de Cristo, a santidade de Cristo, o perdão em Cristo, a verdade em Cristo, a restauração em Cristo, a vida em Cristo. É por isso que Ele nos convence do pecado. Convencer do pecado é um meio, não é um fim. É um meio para nos conduzir a Cristo. Então, se nos formos ser bíblicos realmente, a obra do Espírito Santo é uma: Revelar Cristo. Então Ele usa esse meio para nos atrair a Cristo, nos mostrar Cristo, a graça em Cristo, a verdade em Cristo, o amor de Cristo, a justiça de Cristo. Amém? A visão panorâmica é importante por isso. Nos ajuda entrar depois, especificamente nos detalhes. Precisamos então das duas coisas. Hoje quem sabe, nós vamos entrar mais um pouquinho nessa visão microscópica e se o Senhor permitir irmãos - estive buscando uma clareza direção Dele aqui, junto a vocês, eu acho que nós compartilhamos a palavra de Deus, tem sido uma experiência, somos como um vinho. Quando você vai tomar um vinho, você tem que o tirar, de onde ele é guardado, e levar para um ambiente onde ele vai ser tomado. E quando você coloca a garrafa naquele ambiente, ela vai tomar a temperatura do ambiente, se adequar ao ambiente. Daí você vai abrir a garrafa e tomar o vinho. Não é? É assim que você vai experimentar o bom vinho. Primeiro ele tem que ficar junto do ambiente. E então, meu desejo é ser esse vinho de Deus, para com vocês. Estando entre vocês eu tenho buscado a direção do Senhor para qual a abordagem nós faríamos nesse capítulo. Panorâmica ou microscópica? Se microscópica, quais temas? Qual o assunto? Microscópica sobre a cruz, microscópica sobre a igreja, microscópica sobre o reino. Então eu creio que o Senhor tem me dado alguns parâmetros, e eu quero seguir essa direção.

Hoje nós vamos ser um pouco mais microscópicos. Vamos falar um pouquinho sobre Cristo, de uma forma não tão microscópica, mas microscópica. Vamos ver um pouco sobre Cristo. O significado da pessoa de Cristo, o valor da pessoa de Cristo, o que Cristo é. Lembram quando o apóstolo Paulo entrou no Areópago, em Atenas, ele viu ali um altar muito especial. Vocês se lembram quando ele pregou ali naquele berço da sabedoria da época, o Areópago, onde ficavam os filósofos discutindo todas as coisas que não são. Então Paulo entrou ali, no meio deles, e com a ousadia do Senhor, Paulo sem dúvida nenhuma, como homem, na sua formação natural ele era, também, um filósofo, instruído aos pés de Gamaliel, ele era um homem sábio, naturalmente falando, só que não suava dessa sabedoria para anunciar a Cristo, de forma nenhuma. Ele diz que quando se colocava entre os irmãos não usava de linguagem de retórica, de filosofias, de sabedoria humana, mas de demonstração de espírito e de poder, para que a fé deles não se apoiasse em sabedoria humana, mas no poder de Deus, na visão de Cristo, na revelação de Cristo. Mas então Paulo entra naquele Areópago, e encontra ali aqueles homens, e vários altares, o politeísmo pagão. Vários altares erigidos para vários deuses. Encontra também um altar muito especial, onde estava escrito: “Ao deus desconhecido”. Então Paulo começa a anunciar aquele Deus para o qual eles levantaram aquele altar. Eles tinham medo, por causa da sua visão pagã, eles tinham medo de que se eles deixassem de levantar um altar a um possível Deus que existe e não foi honrado com um altar aquele deus poderia amaldiçoá-los. Então, para agradar aquele deus eles fizeram aquele altar. Tem um aqui para ele também, porque ele não pode se desagradar. É como no dia de todos os santos, aí no nosso calendário. Tem um dia para cada santo, e para que nenhum fique descontente, o dia de todos os santos. Se faltou algum, tem um dia que é para todos os santos. Não é assim no nosso calendário? É mais ou menos assim no nosso calendário. Aquele altar era para o deus desconhecido. Então quando Paulo passou ali, usando a sabedoria de Deus, ele se coloca no Areópago e faz uma coisa impressionante. Ele chama aqueles sábios, aqueles homens que tinham uma barba até no pé, aqueles filósofos epicureus, estóicos, que vinham no berço da sabedoria grega, e ele disse assim: “Deus não levou em conta o tempo da vossa ignorância”. Foi isso que ele falou para eles. “Mas agora Ele anuncia um tempo de arrependimento”. Ele prega o Evangelho ali no Areópago em Atenas. Deus preparou aquele homem de uma forma muito especial. Saulo de Tarso, o apóstolo Paulo, a graça de Deus. Toma aquele altar. Ele diz que aquele Deus desconhecido, para o qual eles haviam levantado aquele altar para eles, era precisamente o que ele anunciava para eles. É o Deus que fez tudo o que há, nos céus, na terra. Nele, nós existimos. É o único Deus. Nele nós nos movemos. Dele nós somos geração. Então Paulo prega o evangelho ali no Areópago, e você vê como a igreja em Atenas começa. A igreja ali começa com o chefe do Areópago -ele se converte - Dionísio, o areopagita. Ele se converte. E uma mulher chamada Dâmaris, sem dúvida uma mulher muito especial. Ela não estava só na cozinha. Ela estava no Areópago também. Ela ia um pouco na cozinha, fazia o almoço, corria para o Areópago, para ouvir o que os filósofos estavam ensinando. Uma mulher preocupada com o conhecimento. Essa mulher, também, se converteu. E a igreja em Atenas, começa com esses dois personagens. Dionísio, o areopagita, e Dâmaris. Nós não adoramos um Deus desconhecido. Nós adoramos um Deus que conhecemos. A nossa adoração é medida pela avaliação que temos da sua glória. Se a nossa avaliação da sua glória é pequena, a nossa adoração é pequena. A nossa rendição é pequena. Então irmãos, quanto mais nós podemos mergulhar em uma visão microscópica, de Cristo e da sua palavra, mais a nossa adoração é real. Mais nós estaremos adorando em espírito, mas não só em espírito, mas em realidade, em conteúdo, em substância. Esse é o sentido. Não é verdade que contrasta com mentira. A palavra verdade, usada no Evangelho de João, não contrasta com mentira. Contrasta com irrealidade, com sombra. Seria a sombra e o corpo, a realidade. Então João nos fala: adoramos em espírito e com conteúdo. Adoramos em realidade, ou adoramos em verdade. Quanto mais nós vemos e conhecemos quem adoramos, mais a adoração é em verdade, em realidade. Nós podemos ter um fogo de palha na adoração. Podemos acender o fogo do altar com fogo estranho, o fogo do altar de incenso. Um fogo que não vem do altar de bronze, do holocausto. Aquele fogo é que acendia o fogo do incenso, do altar de incenso que tipifica a oração e adoração. Se toda a nossa adoração, oração, louvor, que é oferecido a Deus, espiritualmente falando é esse altar de incenso, não tem o fogo que vem lá do altar de bronze, não pode agradar a Deus. Você consegue entender essa figura? Nós só podemos adorar com a visão que temos da cruz, da expiação, do sangue, da oferta de Cristo por nós, da glória, da pessoa e da obra de Cristo. É por isso que quando Deus vai dar as instruções do Tabernáculo em Êxodo 25, qual é o móvel que vem em primeiro? A arca da aliança. Nenhum outro vem antes dele, porque a arca fala da pessoa e obra de Cristo. A arca em si fala da pessoa de Cristo. O propiciatório, que é aquela tampa da arca, a que ficava sobre ele, com aqueles dois querubins, um de cada lado, de frente um para o outro e olhando para baixo, para o propiciatório onde o sangue era derramado, aquele propiciatório, a tampa da arca, fala da obra de Cristo, da obra que ele realizou na cruz, aquele móvel era um só. A arca e a sua tampa, faziam um só móvel. Pessoa e obra de Cristo. Cristo e a sua cruz. Não é? Então irmãos, o fogo do altar de incenso é aceso com o fogo do altar do sacrifício, o altar de bronze, porque toda a nossa adoração, se ela é real, ela tem que vir dessa visão, dessa realidade. Eu conheço a pessoa, tenho conhecido a pessoa de Cristo. Tenho conhecido a obra de Cristo. É isso que me faz adorá-lo. Não é? Então nós queremos mergulhar um pouquinho na pessoa de Cristo hoje, para que nós possamos ver o valor da obra amanhã. Um pouquinho da cruz amanhã, se o Senhor assim o confirmar. Então vamos procurar fazer isso.

Abram por favor, a palavra de Deus, no livro de Hebreus, cap. 1. Vamos ler os quatro primeiros versos. Por favor, preste bem atenção nessa leitura. Esse é um texto que todos nós deveríamos saber de cor. Aplique o teu coração a isso, a memorizar a palavra. Se um dia a palavra não estiver na sua mão, nas nossas mãos como povo de Deus, nós aguardamos dias aí tão difíceis, esses dias do fim, dias da revelação do anti cristo a este mundo. Se nós ainda estivermos aqui, se o Senhor ainda nos conservar aqui para testemunhos Dele, sem dúvida nós teremos dias muito difíceis. Até mesmo a palavra de Deus pode não estar mais em nossas mãos. Então que ela esteja em nossos corações. Memorize a palavra. Leia a palavra. As epístolas chave, as cartas chave, os textos chave, e esse é um texto chave, para nós sabermos de cor. Vamos ler então juntos. 1 ¶ Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, 2 nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. 3 Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, 4 ¶ tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles. Que texto. Só o Espírito Santo pode colocar em quatro versículos, tanta visão, tanta revelação, tanta coisa condensada, apertada e comprimida, para nós podermos agora, tirar um pouquinho de cada pedaço. Vamos procurar então fazer isso juntos. Primeiro, o versículo 1. O versículo 1, nos leva como num telescópio, em uma visão para trás. O marco aqui é Cristo. Então o versículo 2, nos leva desse marco que nós estamos que é Cristo, para uma visão para trás. E diz assim: Havendo Deus - passado - falado muitas - plural - vezes, aos pais pelos profetas, de muitas maneiras, diz aí. Ele falou de muitos modos. Ele falou abrindo o mar vermelho. Ele falou pelo maná, pela água da rocha, pela coluna de nuvens, pela coluna de fogo. Ele falou de muitas maneiras aos pais pelos profetas. Nesses últimos dias nos falou pelo Filho. Mais literalmente, segundo o texto original grego, é “no” Filho. “No”. “Em o” Filho. Significa agora que toda revelação de Deus, ela foi expressa por meio do Filho. Agora não é mais um falar fragmentário. Agora não é mais um falar parcial. Agora não é mais um falar aqui e ali. Agora é um falar total. Absoluto. Deus nos falou no Filho. Antes Ele falou através de eventos, coisas, circunstâncias, pessoas diversas, e agora Ele nos fala, totalmente, em uma única pessoa. E o versículo 2, vai nos explicar porque Deus falou assim Nele. Porque essa pessoa é Deus mesmo. Então, quando Ele nos falou no Filho, nos falou Nele mesmo, porque Ele e o Filho são um. Deus é um em essência, e trino em pessoas. Isso não é apenas uma coisa acadêmica irmão. Eu queria dizer para vocês que nenhum de nós estaríamos aqui hoje, se pais do passado, homens de Deus, não tivessem batalhado por essa visão da trindade do verbo, da pessoa divina humana de Cristo, da encarnação, nenhum de nós estaríamos aqui hoje. Nós já teríamos nos perdido em heresias e dificuldades de todo tipo. Deus preservou a sua igreja de todas essas heresias. Deus preservou a sua igreja de interpretações de homens que diziam que Jesus era um era um ser criado, o primeiro ser criado de Deus, como citei ontem, os testemunhos de Jeová. Esse é um ensino do passado que foi ensinado por Ario, o arianismo. Foi condenado naquele concílio de Nicéia, no quarto século, e então Deus usou homens para manter a verdade. O Apóstolo Paulo diz em Timóteo que a igreja ela é coluna e baluarte da verdade. (1 Timóteo 3:15 para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade.) E nunca considere algo acadêmico, escolástico, algo para teólogos e seminários, esse estudo da teologia bíblica. Isso é para nós. Você não está fazendo um estudo acadêmico. Você está vendo quem é o seu Deus. Como Ele é, como é a sua pessoa, como Ele subsiste. Não é? Quão é importante nós estudarmos o ser de Deus. O ser de Deus. Quantas vezes na localidade onde eu me reúno, através de muitos irmãos, nós temos feito isso, regularmente. Estudarmos o ser de Deus, os atributos de Deus. Não há estudo mais profícuo para as nossas almas. Como nós precisamos conhecê-lo, como Ele é e como Ele se revelou. E então o versículo 2 vai explicar porque que agora, o falar de Deus foi completo. A revelação de Deus está agora fechada em Cristo. Ele não tem nada para fazer mais de visão extraordinária. Isso é um outro erro. Você encontra algumas vezes livros chamados de evangélicos, de homens que se dizem evangélicos, que dizem que o Senhor os arrebatou até não sei aonde, e lá eles puderam ver detalhes da Nova Jerusalém, disso ou daquilo, de Cristo, revelações extrabíblicas. Nós devemos condenar todas elas, porque toda a revelação de Deus já está finalizada em Cristo. O Cânon das escrituras já foi completado. Tudo o que Deus tem para nos falar Ele já colocou aqui (mostra a Bíblia). Nós não temos nenhuma revelação extrabíblica. Nós temos apenas a novidade atual da velha revelação. A palavra de Deus tem essa característica. É a velha escritura. Nós temos escritos aqui de dois mil e quinhentos anos atrás. Nós temos escritos aqui se considerarmos o Velho Testamento, de muito mais. De três mil e quinhentos anos atrás. Uma velha palavra, feita nova a cada dia, por esse Deus que é. Que é. Se Ele é, Ele é então, novo. Ele é, cada dia. Essa é a palavra de Deus. Então o falar de Deus foi final, definitivo, no Filho.

Agora eu queria me deter um pouco com os irmãos, em uma expressão chave aqui. Aliás, duas. A primeira vamos passar de relance para não gastarmos muito do tempo, porque não vamos conseguir esgotar o que está aqui, é claro. A primeira no versículo 3 é muito significativa. Está falando sobre o Filho. Então o verso 3 diz assim: Ele - Ele é o Filho - nos falou pelo Filho. Então o Filho Ele fez herdeiro, pelo Filho Ele fez o universo. Se você voltar no contexto, você vai ver que esse Ele é o Filho. Esse Ele é Deus, o Filho. O Filho de Deus. Não é Deus o Pai, e sim Deus o Filho. Ele, agora essa expressão, é o “resplendor da glória”. Irmãos, uma das palavras mais difíceis, de se definir na Bíblia, é glória. Seja no hebraico, seja no grego, nas línguas originais, nas quais a palavra de Deus foi escrita. No hebraico, glória tem vários significados. Por exemplo, José, quando foi falar para os seus irmãos anunciarem ao seu pai a sua posição no Egito, ele falou para que fossem e anunciassem ao seu pai a minha glória, no Egito. O que foi que José quis dizer com a sua glória no Egito? Ele quis dizer da sua posição. Foi elevado a governador por Faraó. “Vai, e fala para o meu pai da minha glória”. Então glória tem sentido de posição elevada, glória tem o sentido de peso. Por exemplo. Paulo em Coríntios usa esse sentido, quando ele diz que a “nossa leve e momentânea tribulação hoje, a tribulação atual, vai redundar num eterno peso de glória”. Lembram-se dessa expressão de Paulo em Coríntios? Acima de toda comparação. Glória também tem o sentido de peso. A palavra hebraica “Shekina”. Aquela “Shekina” se manifestava uma vez por ano, lá nos Santos dos Santos, no dia da expiação, como está registrado em Levítico 16, quando o sumo sacerdote, entrava com o sangue naquele quarto fechado, sem luz externa nenhuma, onde só havia só a arca. Ele entrava ali com aquele sangue e derramava no propiciatório. Fala da morte de Cristo. Cristo é a arca. O propiciatório fala da sua morte. O sumo sacerdote é uma figura do próprio Cristo. Tudo ali anuncia Cristo, de uma forma ou de outra. O sangue é figura do sangue de Cristo. O sacerdote é uma figura de Cristo. A arca é a pessoa de Cristo. O propiciatório é a obra de Cristo. Tudo é para falar de Cristo. Ele entra ali com aquela bacia de sangue, naquele quarto pequeno, e derrama o sangue da bacia no propiciatório. Tinha um querubim de cada lado, virando d frente, um para o outro, olhando para baixo. Eles não olhavam um para o outro, porque os anjos não foram criados para contemplarem a sua própria glória, a glória um do outro. Eles foram criados para contemplarem a glória de Cristo. Então, quando Deus mandou que aqueles querubins fossem erguidos, erguidos em cada ponta do propiciatório, eles deveriam estar com as asas abertas, em direção um ao outro e as faces voltadas para o propiciatório. Quando Pedro vai explicar isso lá na sua epístola, muito tempo depois, ele diz assim que o Evangelho é algo tão precioso que anjos anelam perscrutar. Lembra dessa expressão de Pedro? (1 Pedro 1:12 A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros, ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho, coisas essas que anjos anelam perscrutar.) Anjos anelam perscrutar. Anjos anelam sondar por dentro. É o sentido da palavra perscrutar no grego. Anjos anelam sondar. Por isso aqueles dois no propiciatório estão assim, vendo o valor daquele sangue, o valor daquela obra. Por isso que Paulo em Timóteo diz: Grande é o mistério da piedade. Qual é o mistério da piedade? É o Filho de Deus encarnado. Aquele Filho que foi manifestado na carne, foi justificado em espírito, contemplado por anjos. Lembram? 1ª Timóteo 3 15 e 16. Pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória. Aqueles anjos olhavam para aquele propiciatório, a glória da obra de Cristo. Ele é o resplendor da glória. A palavra grega, “apalgasma” significa refulgência, ou radiância, ou resplendor. Está dizendo que Deus não tem nenhuma glória fora de Cristo. Toda a glória de Deus está em Cristo. Nós vemos a glória de Deus na face de Cristo, como Paulo nos disse em Coríntios. Em Colossenses 1 ele diz: ele é a imagem do Deus invisível. Nós vamos avaliar essa próxima expressão. Então irmão entenda isso. Nós não podemos ter nenhuma visão de glória fora de Cristo. Toda experiência espiritual, cuidada com o subjetivismo. Toda experiência espiritual que você tenha que não te acrescente algo mais da visão da glória de Cristo ela tende à falência. Ela vai escapar rapidamente da sua vida. Você pode estar em um dia no vale, no monte da Transfiguração. No dia seguinte, você vai estar no vale da depressão. Não é? A nossa vida cristã ela vai prosseguindo assim. Enquanto essa visão de Cristo não é mais robusta, mais microscópica, como nós falamos, aí então nós vamos tendo uma vida mais estável. Se você fizer um eletrocardiograma (desenha no ar o gráfico de um eletro) cheio de ondas. Assim é a nossa vida. Natural e espiritual também. Mas a medida que a pessoa vai entrando em falência, vai morrendo, como é que vai ficando o eletrocardiograma? Reto. Estável. Nós precisamos morrer. É por estarmos muito vivos, que a nossa vida é tão instável. Há necessidade que a cruz opere em nós, para que a nossa vida seja mais estável. Importa que Ele cresça e que eu morra. Nosso eletrocardiograma está muito forte. Agora irmãos, é que a verdade é que nós já estamos mortos em Cristo. Já estamos. Na medida em que nós compreendemos a grandiosidade dessa revelação em Romanos 6, foi - é passado, não é presente, nem futuro - foi crucificado com Ele o nosso velho homem. Está vendo? Isso é microscópico. Cristo não apenas morreu na cruz, mas você está vendo o que Ele fez na cruz. Ele não apenas se entregou pelos nossos pecados substitutivamente, mas Ele quando foi crucificado, nós fomos crucificados com Ele. Você não vai ser crucificado. Você já foi, se você crer Nele. Na medida em que você permanece Nele, em união com ele você experimenta o poder da sua morte, assim como o poder da sua ressurreição. É por isso que o pecado não tem domínio sobre você, porque você não está debaixo da lei, mas debaixo da graça. Então, se você habita em Cristo, o poder da sua morte é verdade para você. Mas também - o outro lado da espada - a espada afiada tem dois gumes: morte e ressurreição. A medida que o Senhor vai cortando o velho homem, vai edificando o novo homem. A mesma espada faz o corte para cima e o corte para baixo. Ele mina o que é velho e constrói o que é novo. A mesma palavra de Deus. A palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante que qualquer espada de dois gumes. Morte e ressurreição. Não é? Você não vai ser. Você já foi. Você não foi porque pediu: “Senhor me faz crucificado. Senhor eu quero morrer”. Você já está morto. Na medida em que você puder ver isso, em Cristo, espiritualmente, você vai experimentar o poder dessa morte. Não é auto convencimento. Não é auto sugestão. Não é um processo psicológico. É uma verdade espiritual. Na medida em que habitamos em Cristo, experimentamos. Se não habitamos em Cristo, é claro que isso não é verdade, porque isso só é verdade em Cristo. Não é? Em Cristo, objetivamente. E no espírito, subjetivamente. Por que o Espírito Santo vem habitar em nós? Para nos dar o gozo de tudo aquilo que foi obtido por Cristo na cruz, e tudo aquilo que Cristo é Nele mesmo. O Espírito Santo é o gozo do que Cristo é e o Espírito Santo é o gozo do que Cristo fez. Pessoa e obra. Então Paulo diz assim: “Andai no espírito”. Está vendo como a verdade é robusta, é sólida por todo o Novo Testamento? Ele não está dizendo assim: “Esteja em Cristo”. Nós já estamos!!! Paulo mesmo já nos ensinou isso! Então ele diz: “Ande no espírito, porque andando no espírito você jamais satisfará a concupiscência da carne”. A carne milita com o espírito. Essa é a experiência subjetiva. Mas qual é a verdade objetiva? É que nós já estamos em Cristo, mortos para o pecado, mas só podemos experimentar, se andamos no espírito, e não na carne. Se nós ouvimos, atendemos a cobiça da carne, as ambições da carne, as paixões da carne, nós não vamos experimentar subjetivamente, a verdade da morte com Cristo que já é nossa. Já morremos, já estamos mortos. Mas estaremos contrariando isso na experiência. Ficou claro irmão? Por isso que Romanos 5 fala sobre “em Cristo” e “em Adão”. Essas são duas posições objetivas. Ou você está de um lado ou de outro. Não há possibilidade de estar no meio do caminho. Ou você ainda está “em Adão”, ou você está “em Cristo”. Isso é objetivo, é definido. Você não tem como navegar com o pé em dois barcos. Não é? Você vai rachar no meio. Ou você está em Adão ou você está em Cristo. Esse é o ensino de Romanos 5. Agora, e o ensino de Romanos 7? Qual que é? Ali há uma progressão doutrinária. O ensino de Romanos 7 faz um outro contraste, mas não é “em Adão” ou “em Cristo”. Todo aquele que crê em Cristo está em Cristo, porque crer, fé, esse verbo “”pistis””, no grego significa união, adesão. Nós cremos em Cristo, nós fomos unidos a Ele. Paulo diz assim: Aquele que se une ao Senhor é um espírito com Ele. Isso já é um fato. Isso é o lado objetivo. Nós estamos em Cristo. Qual é o lado subjetivo? Nós estamos na carne, ou nós estamos no espírito? Se estivermos no espírito experimentaremos todo o conteúdo do que Cristo é e do que Cristo fez. Mas se estivermos na carne, como cristãos, andando segundo a carne, nós estaremos deixando de experimentar toda esse poder da morte e poder da ressurreição. Ficou claro irmão? Então você tem que separar essas duas coisas. Muitos cristãos, por falta desse entendimento, acham que nunca foram salvos. “Eu nunca conheci a Cristo. Não. Não pode. Uma vida como a que eu estou vivendo”. Eles fazem confusão entre andar na carne e andar no espírito e crer em Cristo e por isso estar em Cristo. Você pode ser um convertido realmente - você está em Cristo, mas você pode estar andando segundo a carne, e não andando no espírito. Então isso é realmente importante. Agora não sei porque eu falei isso, mas vamos voltar no texto aqui.

Versículo 3 de Hebreus 1. Eu estou falando de resplendor. Não sei porque eu fui parar aí. Ele é o resplendor da glória. Ele é o resplendor, refulgência, radiância. Tudo o que Deus é está em Cristo. Toda a glória de Deus está em Cristo, revelada em Cristo. Outra expressão vai nos ajudar agora. Mais ainda. Leiam aí para mim, a próxima frase do versículo 3 Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas,

Deixem-me tentar explicar essa expressão para os irmãos. Vou colocar essa expressão aqui no quadro, parar pensarmos com cuidado. Expressão exata do seu ser. Grifem essa expressão aí. Vou te mostrar como está no original. “Caracter” e “hipostasis”. Gostaria que os irmãos me acompanhassem um pouco nessas duas palavras. O Espírito Santo usou essa língua grega para inspirar então, o que Ele queria dizer. Porque o grego? Porque é uma língua muito rica, nos seus verbos, nas suas conjugações, nas suas formas de uso, na sua abordagem, assim como o hebraico, as línguas mais ricas. Então Deus usou essas duas línguas humanamente mais ricas para expressar um pouco dessa sua riqueza celestial. E é um pouco, porque toda essa riqueza não pode ser expressa em língua, em língua humana nenhuma. Esse foram os melhores elementos que o Senhor encontrou aqui na nossa linguagem humana. Ele usou essa língua grega com essas duas expressões que foram traduzidas aí para o nosso português. Expressão exata. Essa é uma tradução exata do grego “Caracter”: expressão exata. “Caracter” do seu ser. Esse ser aqui é de Deus, porque está falando do Filho, esse Ele do versículo 3, é o Filho, é expressão exata do seu ser, o ser do Pai, o ser de Deus. Está vendo o Deus triuno. Então esse ser é o ser de Deus. A palavra “ser” no original, no grego é aquela ali: “Hipostasis”. Vou ajudar os irmãos a entender isso. Essa palavra “Hipostasis”, ela se compõe de duas palavras. Hipo, no grego significa sub. Debaixo. Aquele stasis, s, t, a, s, i, s, é claro que está transliterado. Claro não é? No alfabeto grego as letras não são essas. Transliteração para o português para que possamos ler. “Hipostasis”. Hipo significa sub, e esse stasis significa ser, significa ter existência, existir ou estar. Qual o sentido dessa palavra hipo stasis? Existir debaixo. Existir por baixo. Exatamente. “Hipostasis”. Então vamos ver o que é que está falando essa expressão o que Jesus é. O Espírito Santo está dizendo que Jesus é o “caracter” da “hipostasis” do Pai. Esse foi o ensino que o Espírito nos deu, e nós precisamos entender porque Ele nos deu. Vamos entender primeiro o que é “hipostasis”. Irmão. Cada pessoa do Deus triuno é distinta. O Pai não é o Filho, o Filho não é o Pai, o Espírito não é o Filho. Cada pessoa é distinta, mas nenhuma delas é separada. Elas habitam uma na outra. Deus tem uma única essência. Agora, subsistir, “hipostasis”, vai nos ajudar a entender essa questão de pessoa. “Hipostasis”, fala de pessoa, subsistência, essa única essência. Deus é indivisível. É um Deus. Não são três deuses. Um Deus. Não é? Esse único Deus Ele subsiste em três pessoas distintas, mas não separadas. Por que Não separadas? Porque elas comungam - vamos usar essa expressão para nós entendermos - a mesma essência. Se elas comungam a mesma essência, elas não são separadas. Esse dedo é um, esse dedo é outro e esse é outro, mas eles estão na mão. Comungam de uma mesma base. A figura é limitada. Claro. Só para nos ajudar um pouquinho na compreensão do ser de Deus. Três pessoas. Cada pessoa tem uma “hipostasis” de uma mesma essência, uma única essência com três “hipostasis”. O Pai tem uma “hipostasis”. Ele subsiste como Pai. O Filho tem uma outra subsistência. Ele subsiste como Filho, e o Espírito Santo tem uma outra subsistência. Ele subsiste como Espírito. Cada pessoa é uma pessoa, distinta, mas não separada. Está claro isso? Essa é a revelação bíblica. Vamos voltar no texto e vamos ver o que ele está falando desse Filho. Olhem a beleza disso. Esse texto está dizendo que o Filho é o “Caracter”, ou expressão exata ou expressa imagem, como algumas versões trazem. Está dizendo que o Filho é quem expressa a “hipostasis” do Pai. É por isso que quando você vê as referências bíblicas contextuais sobre o Pai, você vai ver que sempre diz assim: “ O Deus invisível ”. Não é? Lembra de João 1 18? Ninguém jamais viu a Deus. Deus é invisível. A “Hipostasis” do Pai é invisível, mas o Deus unigênito, a “hipostasis” do Filho foi gerada da “hipostasis” do Pai. Não criada, porque isso aconteceu - aconteceu é uma palavra estranha, pois Deus não tem tempo. Estão vendo como a linguagem humana é limitada? Isso é só para tentarmos entender alguma coisa. Deus é um eterno presente. Não tem passado, não tem futuro. Deus É. Deus está acima e além do tempo. Não é? Então a “hipostasis” do Pai gerou a “hipostasis” do Filho, mas não criou, porque o Filho é Deus com Deus. No princípio era o Verbo, o Filho, o Logos, e o Verbo estava com Deus. Vejam que são dois. Com. Estar com, implica em dois. Mas porque você não acha que um é um e o outro separados, João continua através do Espírito Santo e diz o que? O Verbo era Deus. Estão vendo? O Verbo estava com, mas o verbo também era. Não é? A “hipostasis” do Pai gera a “hipostasis” do Filho. Por isso que você vê aqui em Hebreus mesmo, na seqüência. “Tu és o meu Filho. Eu hoje te gerei”. Esse hoje aí, é um hoje eterno. Fala de uma geração em Deus, uma geração que não tem princípio. Uma geração que não tem nada a ver com tempo. Uma geração que não é nascimento. Nós estamos acostumados a essa linguagem temporal nossa. Eu nasci, eu gerei. Então aquele que foi gerado tem um começo. Não é assim? É assim no tempo, mas não é assim na eternidade. O Deus triuno nunca teve um começo. Ele sempre é. Mas por que é que as pessoas são distintas? Porque no Deus triuno, a “hipostasis” do Pai gerou a “hipostasis” do Filho. Por isso Ele é unigênito. A expressão “Caracter”, se referindo ao Filho, o que é que está dizendo para nós? Está dizendo que é Nele, no Filho, que o ser de Deus é expressado. Essa “hipostasis” do Pai não é visível. Quando nós estivermos lá na Nova Jerusalém, você não vai ver três tronos: um para o Pai, outro para o Filho e outro para o Espírito Santo. Você vai ver um trono. E assentado no meio do trono, o Cordeiro. Na Nova Jerusalém, a glória de Deus, do Deus invisível, a iluminou. Não é? Assim como a eletricidade você não vê, mas você sabe que ela é uma realidade, porque você tem luz, na lâmpada. A lâmpada é um instrumento para revelar a eletricidade. Uma linguagem simbólica, limitada, mas nos ajuda nessa compreensão. Cristo é o “Caracter” da hipostasis do Pai. A subsistência do Pai como pessoa é invisível. Quando Felipe falou assim: “Mostra-nos o Pai. Isso nos basta”.Lembra em João 14? O que foi que o Senhor disse para Felipe? “Felipe. Quem me vê a mim, vê o Pai”. Esse é o sentido de “Caracter”, da sua “Hipostasis”, expressa imagem do seu ser. Nós só conhecemos a Deus na face de Cristo. Por isso irmãos, Satanás tentou, em toda a história da igreja, deturpar a visão de Cristo. Tornar Cristo menor do que Deus, tornar Cristo criatura de Deus, anular as outras pessoas da Trindade e tentar ficar com uma só. Existe ainda hoje um ramo do Evangelicalismo. Eu não estou aqui criticando nem julgando irmãos. Isso compete a Deus. Estou falando de um sistema. A igreja Pentecostal Unida, ainda hoje, eles são unicistas, ou unitários. Eles não crêem no Deus triuno, mas somente em uma pessoa. Isso é uma heresia. Então, quanto cuidado nós temos que ter para compreendermos o ser de Deus, o Deus que nós adoramos. A partir daí nós vamos tendo conceitos mais robustos de outros assuntos da palavra.

Deixem-me citar alguns textos para tentar te ajudar nessa palavra “Caracter”. “Hipostasis” eu acho que você já entendeu. “Caracter”, eu vou citar os textos, mas vou citar mais um exemplo para te ajudar. Pense comigo. Você tem um teclado e um monitor de computador. Pense em uma letra, um caracter. Por isso se chama caracter. Você tem então, no teclado a letra “a”. Você pode dizer que aquele “a” subsiste dentro do computador. Subsiste. Está certo? Aquele “a” está lá dentro, mas não está na tela. A tela está branca. Mas, quando você bate no teclado o “a”, o que é que você tem na tela? O “a”. “Caracter”, da sua “hipostasis”. Entendeu? O Pai é o Deus invisível. O Filho é o caracter da sua “hipostasis”. Quer ver os versículos? Abra em 2ª Coríntios cap. 4, versículo 4 nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. Você acha que esse é um assunto só teológico? Só acadêmico? Ou você acha que isso fala de quem é o nosso Deus e porque o adoramos! Isso fala de quem é Cristo, o Filho e porque nós O adoramos. Isso nos diz, porque João falou assim: Quem não honra o Filho, não honra o Pai. Quem não tem o Filho não tem o Pai. Quem ama o Filho, ama o Pai. “Caracter” da sua “hipostasis”. Tudo que nós podemos conhecer do Deus invisível está na pessoa de Cristo. Por isso que o texto termina dizendo assim: Ele herdou um nome, que está acima de todo nome. Ele é o resplendor da glória e o “caracter” da “hipostasis” do Pai. Vamos ler os textos. Vamos ler os textos. Vamos ler 2º Coríntios de 4 a 6. 4 nos quais (está se referindo aos que não crêem) o deus deste século ( o diabo ) cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, ( Ah irmão!!!! Que dificuldade quanto nós temos um pequeno Cristo. Sabe o que nós fazemos quando nós temos um pequeno Cristo? Nós temos um grande “eu”. Então nós nos colocamos na frente dos outros e começamos a falar assim: “Eu quando me converti...”eu” quando fiz isso, quando fiz aquilo, e “eu” quando comecei o meu ministério; o Senhor tem “me” usado muito, e eu..... Nós temos então um pequeno Cristo. ) mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus. 6 Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo. Paulo tinha um grande Cristo, e ele diz que nós não pregamos a nós mesmos. Quantos pregadores de si mesmo nós temos por aí, não é? Ligue a televisão para você ver. Quantos pregadores de si mesmos. Mas nós pregamos a Cristo Jesus como Senhor. Paulo tinha um foco, um foco todo abrangente. Um foco cativante. Toda mensagem de Paulo era esse Cristo. Ele não estava falando simplesmente de um homem. Ele está falando de um Filho eterno de Deus. O “Caracter” da “Hipostasis” do Pai. Ele está pregando esse Filho. Ele está pregando que esse Filho não ficou nos céus. Ele não é menor do que o Pai. Ele não falou: “Nossa. Eu acho que estou no lugar errado!. Essa glória não é minha” Deixem-me sair daqui e ir lá para a terra. Felipenses cap. 2 diz que não. Lá diz que Ele não julgou o ser igual a Deus, e ali a expressão grega tem dois sentidos: como algo que devesse agarrar, algo que devesse manter a todo custo. Mas então Ele se esvaziou a si mesmo. Ele não é um terceiro personagem como nós falamos ontem. Cuidado como você vê a cruz. Deus não pegou um inocente, um Filho inocente, uma terceira pessoa que não tem nada a ver com o assunto entre Ele e nós. Eu pequei e Deus foi ofendido. Há uma terceira pessoa que não tem nada a ver com isso. Deus não pegou um filho, que é uma terceira pessoa e colocou na cruz. Deus se encarnou na pessoa do Filho. O assunto continua a ser entre duas pessoas. A minha ofensa e a Sua santidade. Ninguém poderia satisfazer a Sua santidade de forma suficiente, senão Ele mesmo. Quem pode estar à altura da santidade Dele? Só Ele. E o que foi que Ele fez? Ele, o ofendido, tomou o lugar do ofensor. Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo. Ele não mandou uma terceira pessoa. Ele se fez carne. Ele foi à cruz. O ofensor assumiu a própria ofensa. Por que é que Ele fez isso? Porque se foi Ele o ofendido, Ele poderia dizer que “Vamos perdoar o pecado e acabar com isso”. Mas, se Ele fizesse isso, irmão, Ele deixaria de ser Deus. Porque Ele no seu ser santo, exige, que o pecado seja julgado. É a exigência do ser santo, de Deus. Mas, se o pecado fosse julgado em nós, nós seríamos exterminados, porque nós somos os ofensores. Nós somos os pecadores. Então quando Deus se fez carne em Cristo, Ele julgou o nosso pecado na pessoa divina-humana do seu Filho. Porque o seu Filho é homem Ele pode ser o nosso representante, porque é Homem, e porque é Deus Ele pode satisfazer totalmente as exigências de Deus. Esse é o drama da redenção. Duas pessoas somente. Então não é uma coisa apenas teológica e acadêmica não. Você tem que ver a cruz como ela é, senão você a cruz de uma maneira injusta e indigna de Deus. Então Ele é a imagem de Deus.

Abra comigo em Colossenses, cap. 1. Irmãos, essa carta de Colossenses, é uma bomba. Isso aqui é um comprimido que as pessoas tomam para dormir uma semana. Uma dose. São duas folhas. Você tem uma dose cavalar aqui. Esta é uma epístola, juntamente com Hebreus, são as duas epístolas, mais focadas em quem é Cristo. Colossenses e Hebreus. São as mais focadas propriamente na pessoa, na obra de Cristo, com maior profundidade. Então, nessa epístola, olhem o que Paulo a partir do versículo 13. Nós vamos ficar por aqui hoje, nosso tempo está chegando no fim. Preste atenção. Vamos ler alguns versículos de Colossenses 1 Quem que é esse “Ele” do versículo 13? Você tem que ler o 12. Você vai ver que é o Pai. Ele, dando graças ao Pai. Verso 12. Então o Ele é o Pai. 13 Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor. Aqui está falando um pouquinho do Deus triuno para nós, estão vendo? Ele não se tornou o Filho do seu amor. Ele sempre é. Nessa geração eterna que nós falamos. Por que é que Deus é amor? Porque subsiste em três pessoas. O Pai é o amante, o Filho é o amado, e o Espírito Santo é o amor. Só como nós falamos. Não são conceitos. São pessoas. O Pai ama o Filho na pessoa do Espírito Santo. O Espírito Santo não é um poder, não é uma influência, não é uma névoa nebulosa que nos influencia de alguma maneira. Ele é uma pessoa divina, que deve ser adorado como Deus. Quando nós ofendemos o Espírito Santo, nós ofendemos a Deus. Quando nós clamamos pelo Espírito Santo nós clamamos por Deus, para que o Espírito Santo revele a pessoa de Cristo a nós. Ele Deus, Ele não é menor do que Deus. Aqui fala um pouco sobre essas duas pessoas Pai e Filho. É o Filho do seu amor. Por isso João diz: Deus é amor. O Pai ama o Filho, no qual, (agora é o Filho, “no” filho) temos a redenção, falando um pouquinho sobre o drama da redenção. Foi o Filho que nos redimiu. Observe o cuidado da palavra. Quem foi crucificado não foi o Pai. Quem foi crucificado foi o Filho, mas o Pai e o Filho são um, porque Deus é um em essência. O Filho não é uma terceira pessoa, mas é Deus com Deus, mas foi o Filho quem se encarnou, a Segunda pessoa da divindade. Não foi o Pai e nem o Espírito Santo. Está certo? Isso não é uma coisa sem importância, de forma nenhuma. No qual, ( no Filho) nós temos a redenção. Nele também a remissão dos pecados. Olhem o verso 15 Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; “Caracter” da sua “hipostasis”. Ele é a imagem - caracter - aí a palavra usada não é nem essa, é eikon, que fala de uma imagem que reflete o conteúdo real. Significado real do que ela é. Então Ele é a imagem de Deus. Ele reflete o que Deus é realmente. Imagem do Deus invisível. A hipostasis do Pai é invisível, e sempre será, no Filho. O Filho é no Deus triuno, quem expressa tudo o que Deus é. É no Filho. Nunca veremos o Pai, nunca veremos o Espírito. O Filho expressa tudo o que Deus é na sua totalidade. Por isso que em Colossenses 2 : 9 diz assim. Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Não é isso que diz? Colossenses mesmo. Ele é a imagem do Deus invisível.

Agora eu queria que nós víssemos alguma pequenas frases aqui, antes de encerrarmos, no cap. 1 e no cap. 2. Vamos procurar ser agora, um pouquinho mais aplicado. Já vimos um pouco das questões teológicas aqui, importantes, mas agora vamos ser um pouco mais aplicados. Por que a nossa visão, a nossa pregação, o nosso mover, deve estar centrado em Cristo? Quais são os perigos que rodeiam essa centralidade? Quais são as coisas que querem nos distrair desse grande Cristo? Na medida em que a nossa visão teológica, espiritual de Cristo cresce, mais nós somos como que cercados de todos esses enganos que nós vamos ler aí, práticos que podem nos distrair dessa pessoa gloriosa, no qual habita toda a plenitude da Divindade. Então Paulo não é apenas teológico. Ele é aplicado, pois aplica a teologia. Vai falar agora alguma coisa para nós. Vamos dar uma olhadinha aí, rapidamente. Ele é a imagem do Deus invisível e o primogênito de toda a criação - Col 1 15. Opa!!!. Parece que aqui Jesus foi o primeiro ser gerado na criação. Então Ele é criado. Mas essa palavra primogênito ela tem mais de um sentido na Bíblia. A Bíblia é muito clara sobre a divindade de Cristo. Claríssima. Não é? Então é óbvio que esse texto não poderia contrariar a revelação de Deus nas outras partes da sua palavra. Primogênito é usado em mais de um sentido. Se você quiser ver um exemplo, deixe este texto marcado. Abra no Salmo 89. Veja que você não precisa de tantos instrumentos assim, para compreender a palavra. A Bíblia se auto explica. Se você ler no Salmo 89, o versículo 27, você vai ver um dos sentidos de primogênito aqui. Um sentido é o primeiro gerado. Primogênito, ou primeiro que foi gerado. O outro sentido, vejamos o verso 27 Fa-lo-ei, por isso, meu primogênito, o mais elevado entre os reis da terra. É um Salmo profético, com relação a Cristo, claro não é? E agora? O que é que está escrito aí na próxima frase? “o mais elevado entre os reis da terra”. Interpretou. Interpretou o sentido de primogênito. A poesia hebraica faz isso. A riqueza da língua hebraica, inclusive no sentido poético, é que a poesia hebraica ela não rima sons, igual a poesias em português. A nossa é uma rima de som. Você vai fazer aquele quarteto ali de frases e vai rimar a primeira com a terceira, a Segunda com a Quarta, ou a primeira com a Segunda, seja como for. Uma rima sonora. Não é assim a poesia nossa? A poesia hebraica não. Ela é muito mais rica. Ela rima idéias. Maravilhoso, não é? Porque ela vai se auto explicar. Então quando você lê a primeira frase, a Segunda vai explicar a primeira por outro ângulo, de outra forma, de outra maneira. Então enriquece aquilo que já foi falado. Então, o que é que é Fa-lo-ei meu primogênito? A frase seguinte explicou. O meu primogênito, ou seja, o mais elevado. Esse é um dos sentidos da palavra primogênito na Bíblia O mais elevado. Esse é o sentido lá em Colossenses, o primogênito de toda a criação. Ou seja, toda a criação está debaixo Dele, está aos seus pés. Foi feita por Ele e é isso que Ele vai falar na seqüência do texto. Você não precisava nem ir no Salmo. Bastava olhar o contexto, e você vai ver que não há possibilidade de Jesus ser um ser criado. Não é? Olhem o que é que diz o texto? Pois Nele, Nele - significa uma esfera, como que uma esfera, como essa mesa aqui. Nele. Irmãos. Ele sustenta tudo o que criou. Até o diabo é sustentado por Ele. O diabo não pode nada sem Ele, porque é um ser criado. Tudo está debaixo do governo, da soberania de um único nome, o nome do Senhor Jesus. Foi por isso que quando a revelação desse nome, todo joelho, no céu, na terra, e debaixo da terra se prostrará e confessará que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai. Não é? Então Nele, como uma esfera. Nele foram criadas todas as coisas. Paulo, no areópago, falou assim: Nele nós existimos, somos e nos movemos. Não é? Colossenses 1:16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Tudo está Nele. Se Cristo pudesse deixar de existir, tudo deixaria de existir. Sabe qual que é a grande visão de Cristo em Colossenses? É que Cristo é Senhor do macrocosmos, como esse texto está falando aí, o macrocosmos, no céu, na terra, em tudo quanto é lugar, ele é o Senhor. Ele também é Senhor do microcosmos. Você vai ver na próxima expressão que vai vir aí na frente. Vai falar que Nele tudo subsiste. A palavra grega significa que se mantém coeso. 17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. (sunistao) Um átomo se liga a outro átomo. Não é assim na química? Sabe por que um átomo se liga a outro átomo? Por causa de Cristo. Colossenses fala sobre o poder integrador da plenitude de Cristo. É Cristo que mantém coeso. Esse é o sentido da palavra no original grego, porque tudo subsiste. Sentido literal do grego é se mantém coeso, ou unido. Se Cristo deixasse de existir, todas as coisas se desintegrariam, porque Cristo é quem integra todas as coisas. Já pensou nisso? Cada célula do seu corpo é governada por Ele. Por isso você não tem que ter medo quando você tiver um câncer. Ele é Senhor do microcosmo. Nele tudo subsiste. Nele tudo se mantém coeso. Ah irmão!!! Quanto que nós precisamos da compreensão de Cristo? Grande Cristo. Quanto descanso nós encontramos nessa pessoa!! Nada foge ao seu governo. Nada foge ao seu controle. Nós estamos Nele, e Nele tudo subsiste, se mantém coeso. Microcosmo. Tem mais aqui. Final do verso 16. Tudo foi criado por meio. Vejam quanta preposição aqui. Por meio. Fala que Cristo é não só a esfera Nele, fala que Ele é a esfera. Nele. Ele é a base. Nele. Subsiste. Fala que Ele mantém coeso todas as coisas. Por meio Dele, fala que Ele é o veículo. Por meio Dele que Deus criou. Ele é o veículo. Haja Luz e houve luz. Aquela palavra falada, na criação de Deus, tanto na criação quanto na restauração da criação, lá em Gênesis, aquela palavra é Cristo, porque Cristo é o Verbo de Deus. Então João diz assim: No princípio era o Verbo e o Verbo estava com, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, ou por meio. Como Paulo diz aqui, veículo. Por meio Dele. Sem Ele nada do que foi feito se fez. Então Ele é o veículo. Tudo foi criado por meio, mas não só por meio. Agora você tem aqui o que é chamado da visão epistemológica de Cristo. Epistemologia, que significa que tudo é para Ele, tudo tem o cumprimento Nele. Ele é a razão de tudo. Para Ele. Por isso que Hebreus diz assim: Ele é herdeiro de todas as coisas. Quando você liga a televisão no Discovery, Discovery Channel, e assiste aquele canal, você vê uns peixes muito esquisitos lá. Tem peixes que vivem a mais de três mil metros de profundidade no mar. Ele não tem nem olho. Uma coisa mais horrorosa que tem. Você olha assim, aquela boca enorme, com aqueles dentes que saem para fora da boca. O peixe é transparente, não tem cor. Para que ter cor a três mil metros de profundidade? E a gente fala: “Meu Deus. Para que o Senhor criou isso?” Ele te responderia assim, sabe como? “Eu não criei para você. Eu criei para o meu Filho”. Tudo foi criado para Ele. Ele é herdeiro de todas as coisas. Aquilo que nós não sabemos dar valor, Ele sabe. O Filho Dele sabe. Tudo o que Ele fez Ele fez para o Seu Filho. Para que é que você existe? Para Ele. Não é? Irmãos esse é o propósito da vida. A vida não em sentido nela mesma. A vida é nada. Cristo é tudo e em todos.

Passe uma página da sua Bíblia, no final do cap. 1 e começo do cap. 2. Eu não vou ler nada. Estou no final do tempo e queria colocar para vocês o que é que é falado aí. Irmão. No começo do cap. 2, para aplicar um pouco para terminarmos, Paulo vai nos ajudar o que é que pode nos distrair desse grande Cristo. Então Paulo mostra o zelo que ele tinha dessa visão desse Cristo. E olha como que Ele começa o cap. 2, que coisa tremenda. Paulo quando caiu na estrada de Damasco, lembram-se que ele ficou cego? Depois ele recobrou a vista natural, não é? Mas a vista espiritual dele, ele continuou cego de um lado. Ele não enxergava nada irmãos. Ele enxergava só Cristo. Paulo só via Cristo. Só falava de Cristo. Cristo para ele era todo absorvente. Para mim o viver é Cristo. (Felipenses 1:21 ¶ Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.) Não foi isso que ele falou? Então, quando ele escreve Colossenses cap., ele diz; Colossenses 2:1 ¶ Gostaria, pois, que soubésseis quão grande luta venho mantendo por vós, pelos laodicenses e por quantos não me viram face a face. Não é o que ele fala aí? E aí ele fala: Para que está nessa luta de intercessão e de oração por eles? Para que os seus corações sejam confirmados, robustecidos, para que tenham toda a riqueza da forte convicção do entendimento para conhecerem plenamente o mistério de Deus que é Cristo. Estão vendo como que Paulo é um homem focado? Ele não está falando: deixe-me colocar uma lista das bênçãos que Cristo tem para vocês. Tem essa, essa outra e mais essa outra benção. Ele falou: eu luto em oração para vocês, para que vocês vejam esse grande Cristo. O mistério de Deus, Cristo. Aí no verso 3 ele diz: 3 em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos. Ele está fazendo só um prefácio aqui. Depois ele continua: 4 ¶ Assim digo para que ninguém vos engane com raciocínios falazes, ou argumentos ardilosos. Esse é o sentido aí. Ele vai falar quais são esses argumentos ardilosos, a partir do verso 8. Ele começa. 8 Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; Enredar: significa jogar uma rede, fazer uma presa, capturar você, com quê? Primeira coisa que está aí: vãs filosofias. Irmão. Quanto que nós temos tido hoje assim como nos dias de Paulo, essa vã filosofia, que anuncia tanta coisa fora de Cristo, e muita coisa junto com Cristo. Quando o diabo não pode arrancar Cristo do meio do povo Deus, ele tenta colocar algumas coisas tão valiosas quanto Cristo, tão importante quanto Cristo, tão desejáveis quanto Cristo. Cuidado. Ninguém vos venha fazer presa sua, com a sua filosofia. Depois ele diz da tradição dos homens. Tradição também nos desvia de Cristo. E isso é prático em muitos sentidos. Quando nós nos reunimos, temos primeiro uma oração de abertura, meia hora de louvor, uns minutos da palavra. Nós temos ter ordem no nosso reunir, é claro. Isso é uma ordem, agrada a Deus. Agora, quando nós tendemos a fazer de coisas uma tradição, aquilo se torna um meio, um mecanismo, uma estratégia, uma estrutura, para se cultuar a Deus, para se adorar a Deus, e com o tempo corremos o risco de perder Deus e a estrutura fica em pé. Isso aconteceu muitas vezes na história da igreja. A estrutura só tem propósito quando ela serve à vida, quando ela está trazendo Cristo ao coração das pessoas. Quando ela deixou de trazer Cristo, jogue fora essa estrutura, porque ela para nada serve. Tradição. Tradição. Quando você estuda os movimentos de avivamentos espirituais na história da igreja, aqueles avivamentos são como uma taça vazia que o Espírito Santo se derrama ali e revela a Cristo. Então as pessoas ganham mais visão de Cristo, e conseqüentemente mais convicção de pecado, conseqüentemente mais arrependimento, conseqüentemente mais restauração. Isso é o avivamento genuíno. Mas aí, com o passar do tempo, aquela genuinidade, vai se escorrendo como que pelos nossos dedos. Aquele vinho vai se escoando, e daí a pouco você tem um cálice vazio. E aí você tem aí muitos cálices e os irmãos brigando uns com os outros para ver qual cálice que é mais bonito. Mas todos estão vazios. Nenhum deles tem mais vinho. Estruturas ocas. Foi o que o Senhor falou para a igreja de Sardes. “Tens nome do que está vivo, mas estás morto. (Apocalipse 3:1 ¶ Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas dizem aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. 2 Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.) Irmãos. Que risco nós corremos de perder Cristo, no meio da igreja, no meio das coisas de Cristo, no meio das bênçãos de Cristo, no meio do operar de Cristo. Cuidado. Ninguém vos venha enredar. Reúna por causa de Cristo. Veja Cristo na face do seu irmão. Suporte seu irmão em amor por causa de Cristo. Você é um servo Dele. Que Cristo seja a nossa motivação, o nosso foco, e o nosso fim.

Depois ele diz rudimentos do mundo. (Colossenses 2:8 Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo;) Depois no final do cap. 2, ele fala sobre lua nova, sábados, cerimônias, ordenanças. Nós batizamos, tomamos a ceia, mas qual é a realidade espiritual disso para nós? O que é que isso fala de Cristo para nós? O batismo para nós é identificação com Cristo, é a expressão da nossa salvação em Cristo. O batismo está falando que nós morremos em Cristo, ressuscitamos em Cristo, ou o Batismo é uma celebração para nós? Quando nós tomamos a Ceia o que é que nós estamos fazendo? É só pão, é só vinho? Ou nós temos discernido o corpo de Cristo, como Paulo nos diz em 1 Co 11. Não é? Cuidado para que nada seja tradição para você, e nem cerimonialismo como os judeus tinham os seus, como lua nova: hoje é dia de guardar esse dia pois é lua nova. Agora é Sábado. Vamos guardar o Sábado. Anjos. Outro problema nos nossos dias atuais. Tem uma grande editora no nosso país, a editora Vida, que editou mais de um livro sobre culto de anjos, uma mensagem ali indireta. O livro tem como tema os anjos e embaixo na capa do livro você tem um sub título, escrito assim: “maneira de você encontrar uma comunhão mais íntima com o Pai celestial”, através de anjos, ministério de anjos. Mas os anjos não têm esse ministério, de nos conduzir a comunhão nenhuma. Os anjos eles são espíritos ministradores a serviço dos que hão de herdar a salvação. Quem ministra a nós a vida de Cristo e a comunhão com Cristo é o Espírito Santo. Não são anjos. Não é? Então Paulo adverte. Cuidado com o culto de anjos e ali tinha um sentido ainda especial. Anjos aí aeons no grego, transliterado aí para o português, que significa emanações, porque aquelas pessoas eram panteístas. Eles criam que tudo era Deus. Uma árvore é Deus, um animal é Deus, em escalas de divindades diferentes. Panteísmo. Tudo é Deus. O movimento hoje, ecológico, esse grupo Greenpeace. Qualquer movimento ecológico se baseia nessa verdade. Eles crêem que tudo é Deus. Por isso é que eles querem salvar o planeta, com toda essa fúria. Eles estão salvando Deus, e então esses aeons, Paulo disse: “Não há emanações de Deus”. Eles criam que Deus era esse espírito amorfo. Eles tinham várias emanações, até os seres mais inferiores. Então Paulo falou para que não cultuassem nenhuma dessas emanações porque isso não é uma verdade. “Toda a plenitude da divindade habita em Cristo”. Foi isso o que ele falou no cap. 2. Ele disse: cuidado com o culto dos anjos, e diz assim. Quanto às advertências irmãos, para nós nos distrairmos de Cristo. Estão vendo aí, nessa carta no cap. 2? Paulo está aplicando agora toda essa grandiosidade do Cristo que Ele via. Não é? Ele dá todos esses critérios para nós filtrarmos nossa vida, nossa conduta, nosso ouvir. E ele vai mais longe. Ele diz ainda: pretextando humildade. Quantas pessoas hoje pretextam humildade. Eles vestem como uma capa no meio do povo de Deus, iludindo, enganando, usando de coisas que vão dar a ela um tom de humildade. “Aquele lá é um humilde servo de Deus. Olhem como ele serve, como ele vive”, e muitas pessoas se escondem atrás de um pretexto de humildade para exercer ali os seus tentáculos de dominação, de glória pessoal, de vantagem própria, no meio do povo de Deus, pretextando humildade. Paulo exortou a Timóteo da mesma forma. Ele falou que tem pessoas que tem forma de piedade, negando-lhes, entretanto o poder. Tem uma forma de piedade, mas não tem o poder de uma vida piedosa. E Paulo falou para Timóteo: Foge desses. Foge desses. Está falando a mesma coisa para os Colossenses. “Colossenses 2:18 Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal”. Esses homens são inchados na sua mente carnal, na sua carnal compreensão. Olhe aí o texto. “Colossenses 2:19 e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus”. A cabeça deles é a sua própria. Eles não retêm a cabeça celestial. Depois ele entra por último, aí no finalzinho, do versículo 20 para frente, até o final, ele fala sobre ascetismo, ensinando a tomar cuidado também. Não toque isso, não toque naquilo outro, não prove isso. Tem pessoas aí pregadoras, não é necessário dizer os nomes, pois vocês sabem quem são, duas especialmente aqui no nosso país, vista como grandes pregadoras, que estão ensinando, de novo, o rigor ascético para o povo de Deus. Rigor ascético. Ascetismo. Não coma isso, não coma aquilo. Isso aqui é carne de porco e Deus falou no Velho Testamento que o porco não se pode comer, e isso vai tornar você mais santo se não comer, ensinando um rigor ascético. Isso parece uma coisa sem importância irmão, mas não é sem importância. Isso nos distrai, de que a nossa santidade, é obtida exclusivamente por meio de Cristo, da Fé Nele e do habitar Nele. Não é por rigor ascético. É claro que existem coisas que não são boas para você, lugares que não são bons para você, amizades que não são boas para você, não é? Você vai ter discernimento de tudo isso segundo Cristo, mas você tem que tomar cuidado para não achar que são essas coisas que te santificam, porque você pode não beber, não fumar, não adulterar, não roubar, mas também não ser santo. Essas coisas não têm valor em si mesmas. Cristo é santificação. 1ª Co 1 30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, 31 para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor. Ele, Cristo, se tornou para nós, da parte de Deus, sabedoria, justificação, santificação, redenção. O que é santificação? Não fazer isso, não fazer aquilo, ou fazer isso, ou aquilo. Santificação é Cristo sendo formado em nós. Sermos mais parecidos com Cristo. Isso é santificação. Então Paulo estava ajudando os irmãos a não se distraírem desse grande Cristo, ajudando teologicamente e ajudando praticamente. Amém.

Vamos orar

Pai, obrigado porque o Senhor deu a nós esse grande Cristo. Senhor, como nós podemos te agradecer. Nós só podemos abrir a nossa boca para que o Senhor a encha, porque nós não temos nada. O Senhor é tudo. Enche a nossa vida de Ti mesmo Senhor. Nós te pedimos. Se esse Cristo é tão grande para Ti, nós desejamos que Ele seja tão grande para nós. Nosso ser seja absorvido por Ele Senhor, conquistado por Ele. Nós nos arrependemos diante do Senhor, agora, reconhecendo que o nosso coração não é de todo conquistado. Ah! Senhor, atrai-nos após ti. Faz-nos correr após Ti. Senhor. Que vida obstinada nós temos. Que vida complicada. Que vida dividida, confusa, tantos interesses. Como nós somos colecionadores de coisas que nada são. Ah Senhor!. Venha nos livrar de nossa ilusão. Vem rasgar o véu do nosso entendimento. Atrai-nos Senhor, atrai-nos. Aplica a Tua palavra, individualmente em cada coração aqui. Provoca o Senhor mesmo uma rendição real de cada coração a Ti. Aqueles que tem te tocado Senhor, pela primeira vez, confirma nos seus corações, a visão da Sua pessoa. Resgata Senhor, convence do pecado, atrai para Ti, regenera, vivifica. Nós te pedimos. Oh! Senhor. A glória é Tua. Tu és a glória. Nós queremos te conhecer mais. Nós te pedimos. Ajuda-nos Senhor. Tem misericórdia de nós, em nome de Jesus. Amém.

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