06 julho, 2006

FUNDAMENTOS DA NOSSA CONFISSÃO

Nós vamos ler alguns versos no capítulo 16 do Livro de Levítico.

1 ¶ Falou o SENHOR a Moisés, depois que morreram os dois filhos de Arão, tendo chegado aqueles diante do SENHOR. 2 Então, disse o SENHOR a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário em todo tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque aparecerei na nuvem sobre o propiciatório. 3 Entrará Arão no santuário com isto: um novilho, para oferta pelo pecado, e um carneiro, para holocausto. 4 Vestirá ele a túnica de linho, sagrada, terá as calças de linho sobre a pele, cingir-se-á com o cinto de linho e se cobrirá com a mitra de linho; são estas as vestes sagradas. Banhará o seu corpo em água e, então, as vestirá. 5 ¶ Da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes, para a oferta pelo pecado, e um carneiro, para holocausto. 6 Arão trará o novilho da sua oferta pelo pecado e fará Expiação por si e pela sua casa. 7 Também tomará ambos os bodes e os porá perante o SENHOR, à porta da tenda da congregação. 8 Lançará sortes sobre os dois bodes: uma, para o SENHOR, e a outra, para o bode emissário. 9 Arão fará chegar o bode sobre o qual cair a sorte para o SENHOR e o oferecerá por oferta pelo pecado. 10 Mas o bode sobre que cair a sorte para bode emissário será apresentado vivo perante o SENHOR, para fazer Expiação por meio dele e enviá-lo ao deserto como bode emissário. 11 Arão fará chegar o novilho da sua oferta pelo pecado e fará Expiação por si e pela sua casa; imolará o novilho da sua oferta pelo pecado. 12 Tomará também, de sobre o altar, o incensário cheio de brasas de fogo, diante do SENHOR, e dois punhados de incenso aromático bem moído e o trará para dentro do véu. 13 Porá o incenso sobre o fogo, perante o SENHOR, para que a nuvem do incenso cubra o propiciatório, que está sobre o Testemunho, para que não morra. 14 Tomará do sangue do novilho e, com o dedo, o aspergirá sobre a frente do propiciatório; e, diante do propiciatório, aspergirá sete vezes do sangue, com o dedo. 15 ¶ Depois, imolará o bode da oferta pelo pecado, que será para o povo, e trará o seu sangue para dentro do véu; e fará com o seu sangue como fez com o sangue do novilho; aspergi-lo-á no propiciatório e também diante dele.

17 Nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele entrar para fazer propiciação no santuário, até que ele saia depois de feita a Expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel.

19 Do sangue aspergirá, com o dedo, sete vezes sobre o altar, e o purificará, e o santificará das impurezas dos filhos de Israel. 20 ¶ Havendo, pois, acabado de fazer Expiação pelo santuário, pela tenda da congregação e pelo altar, então, fará chegar o bode vivo. 21 Arão porá ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo e sobre ele confessará todas as iniqüidades dos filhos de Israel, todas as suas transgressões e todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem à disposição para isso.

27 Mas o novilho e o bode da oferta pelo pecado, cujo sangue foi trazido para fazer Expiação no santuário, serão levados fora do arraial; porém as suas peles, a sua carne e o seu excremento se queimarão.

29 ¶ Isso vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez dias do mês, afligireis a vossa alma e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós. 30 Porque, naquele dia, se fará Expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados, perante o SENHOR. 31 É sábado de descanso solene para vós outros, e afligireis a vossa alma; é estatuto perpétuo.

34 Isto vos será por estatuto perpétuo, para fazer Expiação uma vez por ano pelos filhos de Israel, por causa dos seus pecados. E fez Arão como o SENHOR ordenara a Moisés.

Ó Pai, muito obrigado pela tua rica palavra, Senhor. Trás luz sobre o que o Senhor nos revelou neste texto que lemos. Aclara-nos Senhor, pela luz do Teu Espírito. Que nós vejamos com clareza a pessoa e obra do Senhor, como revelada nas Escrituras. Abra os nossos olhos para que vejamos as maravilhas da Tua lei. Muito obrigado porque o Senhor nos tem prazer em Si mostrar, em Si dar, em se fazer conhecer para que o nosso coração encontre descanso em Ti. Nós entregamos em Tuas mãos a Tua palavra nessa noite, para que o Senhor a utilize conforme a direção, conforme aquilo que está no seu próprio coração. Em nome de Jesus. Amém.

Irmãos, então, nesse segundo tempo que nós vamos gastar em torno desse assunto Expiação, nós vamos partilhar um pouco hoje, e talvez um pouco na próxima reunião no Domingo, e encerrarmos esse assunto Expiação, mesmo que em linhas gerais, como tenho dito, o nosso encargo não é entrar fundo nesse assunto, já que são assuntos de base, são fundamentos, são alicerces, e se assim são, nós realmente teríamos que gastar muito tempo, em detalhes, em pormenores, que nos mostram a grandiosidade de cada um desses temas que nós então resolvemos partilhar durante esses dias, esses oito alicerces.

Nós estamos no terceiro, a Expiação. Então estamos passando pinceladas, sempre panoramicamente, sempre iremos fazer assim, e conforme a direção que o Senhor nos der, quem sabe, em algum momento, mergulharmos um pouco em algum ponto mais específico, para maiores esclarecimentos. Mas a idéia é fazer uma panorâmica, para nos dar uma visão dessa coluna vertebral da nossa confissão, daquilo que há de central na revelação de Deus. Nós falamos, repetimos para os irmãos na reunião anterior, quais seriam esses oito aspectos. Desde a Trindade até aquele Supremo Propósito de Deus, incluído ali a segunda vinda de Cristo, desde a revelação da Trindade até a revelação da consumação do propósito de Deus, a segunda vinda do Senhor, e essa visão do desígnio completo de Deus, do propósito de Deus. Dentro desses pontos todos nós iremos passar por alguns aspectos específicos, mas sempre a idéia é traçar uma panorâmica para que então uma visão possa nos nortear. Creio que isso é realmente importante. Nós poderemos dentro desse esqueleto, termos condição de enquadrar aqui muita carne, vários aspectos específicos que nós pudermos observar depois no nosso estudo particular da palavra, poderemos encaixar, debaixo do teto como temos falado, desses grandes alicerces.

Os irmãos se lembram na reunião anterior, quando falamos sobre esse aspecto Expiação, vamos continuar hoje, nós podíamos encaixar debaixo desse teto, algumas doutrinas importantes que nós quase que nada iremos falar delas, porque o motivo, o assunto não é esse, dentro desse tópico Expiação, por exemplo, nós teremos que encaixar, dentro desse alicerce, a questão da doutrina do pecado, que na reunião passada falamos muito de leve, mas tocamos em alguma coisa. Nós teríamos que falar da doutrina da queda. A Bíblia é muito clara e incisiva sobre a queda do homem, o quanto isso tem uma implicação em tudo o que cremos, tudo o que confessamos, em tudo o que pregamos. Se nós cremos, verdadeiramente, na queda do homem, então nós cremos na inabilidade humana, nós cremos que o homem é incapaz, porque ele caiu, ele perdeu completamente a sua relação de união com Deus. Ele perdeu o propósito, ele perdeu a finalidade, ele perdeu a autoridade, ele perdeu a posição de representante, embaixador, desde o Éden. Isso faz toda a diferença na nossa visão do Evangelho, porque se nós não cremos na queda, ou se a nossa visão da queda não é perfeita, nossa visão da Expiação não será perfeita. Claro. Se nós precisamos apenas de um retoque, então o que o Senhor Jesus realizou na cruz foi um retoque, mas se nós precisamos de uma obra total, então o que o Senhor Jesus realizou na cruz foi total. Os irmãos vejam como que essas coisas estão interligadas. São uma corrente de oito elos. Nós não podemos tomar um elo sequer sem destruir a corrente. Precisamos de os oitos elos, bem vistos, bem encaixados, bem relacionados.

Então nós estamos estudando este terceiro elo, já que o primeiro é a Trindade, o segundo é a Encarnação, já passamos por ele em outra época. Estamos no terceiro elo, a Expiação.

Na reunião anterior, só fazendo um panorama rápido, antes de entrar como vamos fazer hoje no assunto Expiação, nós vimos um pouquinho do pecado. Se o assunto é Expiação do pecado, então precisamos ver alguma coisa do pecado. Então, mesmo que em linhas gerais, nós vimos na reunião anterior, e me lembro que nós terminamos tocando em três aspectos marcantes a respeito da visão Bíblica do pecado. Nós paramos aí na reunião anterior. Nós falamos que o pecado nos trouxe três problemas extremamente graves, e vamos então, a partir desse ponto, prosseguir hoje.

Primeiro o pecado nos trouxe culpa. Culpa. Irmãos, essa é uma doutrina Bíblica clara, e é uma experiência humana universal. A nossa experiência só vai confirmar a doutrina, como sempre. A culpa é uma experiência universal. Nós nascemos culpados, nós nascemos com senso de culpa e nada refresca essa culpa. A nossa prática, quem sabe, de boas obras, a nossa educação, o atingirmos qualquer elemento de sucesso ou aprovação social, seja o que for, não muda essa questão da culpa na consciência humana. Culpa é uma experiência universal, porque o pecado nos alienou de Deus, e trouxe a nós um senso de culpa que só um reatar com Deus pode nos livrar. Esse reatar com Deus ele é dependente do assunto que nós vamos procurar entrar mais um pouquinho, em detalhes hoje, o assunto Expiação. Somente uma visão da Expiação, somente a nossa relação com o Senhor Jesus, esse nosso salvador, esse que fez Expiação por nós, pode resolver o problema da questão culpa, que é uma questão universal, é uma questão que atinge todos os homens. As pessoas tentam lidar com essa questão de muitas formas diferentes. Alguns se suicidam por causa da culpa. Outros tentam promover boas obras por causa da culpa. Outros tentam fazer o que podem para serem aceitos, seja socialmente, seja em que aspecto for, seja no seu próprio lar, por causa da culpa. A culpa ela permeia a grande maioria das nossa atitudes, e a grande maioria dos nossos relacionamentos. A culpa é um assunto não resolvido, a não ser que nós vejamos bem a Cristo. Irmãos, se a culpa não é um assunto bem resolvido, nós estamos vivendo uma vida infinitamente aquém do que o Senhor planejou para nós, e consequentemente, gerando em outros todas as conseqüências desse viver anormal, refletindo isso em outros. Então a culpa é um assunto muito sério na palavra de Deus. Nós falamos na reunião anterior, quando a Bíblia diz assim: A ira de Deus se revela do céu contra toda a impiedade e paixão dos homens, que detém a verdade pela injustiça.(Romanos 1:18 A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça;) Aquilo não é uma expressão figurada. Quando João no cap. 3 diz assim: aquele que tem o Filho tem a vida, mas aquele que não tem o Filho, não tem a vida. Na sua epístola e no seu evangelho João repete a mesma idéia com palavras diferentes. No Evangelho ele diz que sobre ele - esse que não tem o filho e que não tem a vida - sobre ele permanece a ira de Deus. Isso também não é uma expressão figurada. É por causa da nossa alienação de Deus, e consequentemente dessa culpa em nossa consciência, que nós experimentamos esse resultado da ira de Deus em nosso coração, essa alienação: o fato de que Deus para nós não é alguém, como pessoa, que dá prazer, naturalmente falando. Deus é alguém que naturalmente falando, nos dá medo. Em alguns, repulsa. .........tentam lidar com a culpa assim. Uma das maneiras de se lidar com a culpa. Muito desse chamado ateísmo é resultado disso. Uma das maneiras de lidar-se com a culpa, é negar Deus. Quem sabe negando Deus, nós amenizamos a questão culpa. Mas irmãos, pobres dessas consciências, porque há um outro elemento na consciência humana junto com a culpa, que é a própria instilação da mão de Deus no fato dele ter criado o homem, e o homem não consegue resolver a questão tão simplesmente assim: “eu nego que Deus existe, isso é uma bobagem, nada disso significa nada, o homem é uma questão de acaso, de evolução, seja lá do que for”, e então eu amenizo a culpa, resolvo a culpa na minha consciência. É claro que isso não é possível. Nenhum resolve a culpa, negando a existência de Deus. Então, quão importante é tratarmos com a questão culpa!! E a Bíblia trata com a questão culpa. Os irmãos vejam no próprio texto que nós lemos que essa questão é abordada aqui com palavras diferentes, de uma forma ou de outra. Com palavra pecados, com palavra transgressões, com palavras iniquidade. Então, quando formos usar a simbologia mais tarde, para tentar entender, só adiantando um pouquinho, quando Arão trás aquele bode, vivo, um bode era morto, o outro ficava vivo. Os dois bodes. Os dois iam fazer a Expiação. Figura é muito linda. Depois procuraremos entrar um pouco mais nos detalhes. Quando Arão trás aquele bode vivo, os irmãos, vejam no texto, lá no verso 20 e 21, mais ou menos desse texto, Arão coloca a sua mão sobre a cabeça do bode, e confessa as iniqüidades, os pecados do povo de Israel, sobre aquele bode. Aquele ato de colocar a mão sobre a cabeça daquele bode vivo, esse ato de imposição de mãos, implica em transferência. Por isso ele impunha as mãos e confessava. É claro irmão, que não havia virtude nenhuma naquele animal. Era só um bode. Mas havia a promessa de Deus, através de toda a simbologia, o assunto envolvido não é o bode, mas é a palavra de Deus, e foi a palavra de Deus que ordenou que isso deveria ser feito assim. Essa cerimônia toda, esse cerimonialismo todo, sangue daqui, o bode que vai ser morto, para o sangue ser passado lá, o bode que vai ficar vivo para um homem levá-lo para o deserto, o novilho que Arão trazia e fazia Expiação por ele, o sangue no propiciatório, o sangue nos chifres do altar, muita cerimônia, muitos detalhes, mas tudo falando de um assunto só, como sempre. Um tema só. A Bíblia só tem um tema: o Senhor Jesus Cristo. Esse é o tema da Bíblia. Sua gloriosa pessoa e sua gloriosa obra. Então, o que nós vemos lá em Levítico 16, não poderia ser diferente. Aquele animalzinho é trazido, vivo, e Arão confessa os pecados com a mão na cabeça daquele bode e isso significa transferência. A idéia é que o Senhor queria comunicar àquele povo de Israel, e claro, a nós por tipologia, é que um animal inocente deveria ser oferecido no lugar do pecador, e somente uma vida inocente poderia agradar a Deus, que nada que o homem pudesse fazer agradaria a Deus porque tudo o que procede dessa fonte está contaminado. Os irmãos se não virem essa idéia central, perdem todo o foco. Parece que Deus é sanguinário, parece que Deus é o deus dos pagãos. Os pagãos é que faziam assim. Sacrifícios até humanos, para aplacar o que eles chamavam “a ira dos deuses”. Isso não é o Deus da Bíblia. A Bíblia é muito clara até no Velho Testamento, antes da revelação de Cristo mesmo. Você se lembra do Salmo que Davi diz que se Deus se agradasse do sangue de bodes, de touros e de animais, Ele trazido a Ele? Ele fala assim: não basta todos os animais do campo para serem queimados, no altar de oferenda a Ti. Ele fala assim: sacrifícios e ofertas não quiseste. Antes corpo me preparaste. Então, eis aqui estou para fazer a Tua vontade. É claro que essa tipologia, esse cerimonialismo todo, não satisfazia propriamente a Deus. Não satisfazia, mas tipificava aquele que satisfaria a Deus: o Senhor Jesus. Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Esse sim. Não foi assim que João Batista anunciou? Mas antes que Ele viesse, todo aquele cerimonialismo então apontava para Ele. E aquelas pessoas que praticavam esse cerimonialismo? Elas eram salvas? Purificadas pelo sangue do touro ou do bode, ou seja do que fosse? Também não. Elas eram santificadas, purificadas pela obediência à ordenação de Deus, à palavra de Deus. Não tinha virtude no sangue do bode. Não tinha virtude no sangue do touro. O livro de Hebreus é tão claro não é? Isso promovia uma santificação, uma purificação com relação à carne. Isso significa uma purificação cerimonial. Mas havia virtude era na obediência à palavra de Deus que havia ordenado. Era como se eles estivesse fazendo algo na expectativa de algo maior. Era como um ensaio de núpcias. Não era o casamento real, era um ensaio. Era o ensaio das núpcias, mas o ensaio das núpcias era feito para as núpcias. O ensaio de núpcias, sem núpcias não tem valor. Aqueles noivos vão ensaiar a entrada, como é que é faz isso, que hora que faz aquilo, porque tem as núpcias. Isso é feito com vista às núpcias. Assim era todo o cerimonialismo no Velho Testamento. Aquele era um ensaio que estava aguardando o noivo, e por isso quando o noivo se revela João Batista usa essa expressão. Eis o Cordeiro de Deus. Nenhum sacerdote ou sumo sacerdote falava isso para o animalzinho. “Esse aqui é o Cordeiro de Deus, que vai ser oferecido pelo povo”. Não!! Aquele era só um animal, figura do cordeiro. Nós falamos que o Senhor Jesus se encarnou, João Batista disse: Eis o Cordeio de Deus que tira o pecado do mundo. Então irmão, os três problemas básicos do pecado que nós precisamos compreender muito bem, tem aplicação não só doutrinária, mas profundamente experiencial para todos nós, é que o pecado nos trouxe culpa em primeiro lugar. E nós precisamos como é que Deus resolveu a culpa.

Depois, uma outra questão relacionada ao pecado, o pecado nos trouxe escravidão. Ele não apenas gerou culpa. Culpa já seria um problema tão grande. Já seria um assunto para vivermos mal durante toda a nossa vida, e durante toda a eternidade. Culpa, porque nós somos culpados. Nós estamos debaixo da ira de Deus. E o que é que pode solucionar essa questão? Nada, senão Deus. Nada está à altura de Deus, senão Ele mesmo. Então culpa seria um problema já muito grave, para agora e para toda a eternidade. Mas ainda há um outro problema, o segundo, que o pecado nos trouxe: escravidão. Não apenas culpa, mas escravidão. O pecado se assenhoreou de nós. Esse é um outro ensino bíblico, claro. Quando os irmãos lêem Romanos 6 por exemplo, Paulo está contrastando o que o Senhor Jesus fez na cruz, mostrando como que nós fomos libertos, e então ele fala assim: “E o pecado agora não terá domínio - lembra dessa palavrinha domínio? - sobre vós”. Por que é que ele não terá mais domínio? Porque agora ele não está mais debaixo da lei, mas sim da graça. Ele está mostrando o que Cristo fez. Então ele usa a palavra domínio, mostrando que o pecado em Romanos 6, ele é um senhor. Não é apenas questão do primeiro problema culpa. É mais grave. É questão do Senhorio. Dois problemas gravíssimo. Pecado nos trouxe uma culpa tremenda, um senso de separação, de insatisfação, de não aceitação, e nada pode resolver isso. Nada. Nem boas obras, nem religião, nem cultura, nem nada. Culpa. Depois escravidão. Domínio. O pecado nos dominou. Lembra que Paulo fala em Romanos 7 assim: Eu até que quero fazer o bem. Até que existe alguma coisa aqui dentro de mim que deseja, de alguma maneira, fazer o bem. Porque quando o homem caiu, a imagem de Deus no homem foi arruinada, mas ela não foi absolutamente destruída. Mesmo o homem pecador, ele continua com um senso de que há um Deus, com um senso de que deve responder a este Deus, com um senso de que este Deus é bom, de que Ele não é bom, é mau, e então, quando nós lidamos com essa questão irmão, embora tenhamos de alguma maneira um senso, mesmo de forma limitada, um senso de bondade - Paulo fala que embora esse querer estivesse nele, não estava nele o efetuar, miserável homem que eu sou – essa é a experiência universal. O querer fazer o bem está em mim, mas não porém o efetuar. De que é que adianta querer fazer o bem sem conseguir realmente fazer o bem? Não adianta nada. Então Paulo dá aquele grito primeiro, de derrota, naquele capítulo 7, quando ele fala “miserável homem que eu sou”. Quem vai me livrar desse corpo do pecado? Tremendo grito de angústia, de agonia na experiência espiritual. Imediatamente, na expressão seguinte, Paulo fala assim: “Graças porém a Deus por Jesus Cristo, o nosso Senhor. Esse é o caminho da libertação”. No Senhor Jesus foi tratada a culpa, no senhor Jesus foi tratado o senhorio do pecado. Agora, o querer o bem está em mim, e o efetuá-lo também. Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer quanto o realizar, segundo a sua boa vontade. Não é assim que ele fala em Filipenses? Então agora mudou: em Cristo. E para aqueles que são de Cristo, não para todos nós. Não para aqueles que não crêem. Mas, para aqueles que vivem uma vida de união com Cristo, para aqueles que foram salvos por Cristo. Para aqueles que vivem em comunhão com Cristo. Não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim. Então agora, o querer o bem, e o efetuá-lo está em mim, por meio de Cristo. Mas há ainda o terceiro problema para completar o quadro do pecado. Como se não bastasse culpa, corrupção, aliás senhorio, domínio, escravidão do pecado sobre nós, e agora nós temos esse terceiro problema, corrupção. Grave demais a situação, não é irmão? Culpa na nossa consciência, insolucionável, a não ser por Deus mesmo. Escravidão na nossa vida. Não podemos controlar, não podemos dominar o pecado. Como se não bastasse isso, corrupção. Terceiro problema do pecado. A Bíblia ensina que o pecado não só gerou culpa na consciência, e domínio nos membros do nosso corpo, mas o pecado corrompeu - isso significa um câncer - contaminou tudo o que há dentro de nós e então a nossa mente é uma mente corrompida, nossa vontade é uma vontade corrompida; nossos sentimentos são sentimentos corrompidos; nossas afeições são afeições corrompidas. Tudo o que há em nós é corrompido. O pecado então ele contaminou, ele contagiou. É como se fosse uma virulência. Não só trouxe culpa na consciência, não só trouxe uma escravidão, de tal forma que nós não conseguimos nos livrar das suas garras, mas ele entrou por dentro, uma virulência, ele contagiou, ele contaminou. Terrível quadro, sem esperança. Os irmãos lembram qual é a figura mais chocante, no Velho Testamento a respeito do pecado? Lembram? É a LEPRA. A lepra é a figura bíblica mais explícita sobre o pecado, na tipologia do Velho Testamento. A lepra era uma doença sem cura, uma doença que condenava a pessoa à exclusão social. Ele era obrigado por lei, o leproso, a ficar fora completamente do convívio social. Se alguma pessoa se aproximasse de um arraial, de uma casa de leproso, ele teria que vendo uma pessoa de longe, gritar para ela que ele era imundo, para que aquela pessoa não se aproximasse. Era isso que ele tinha que fazer. Uma pessoa completamente excluída, alienada do convívio social. Isso foi o que o pecado promoveu em nós. Alienação de Deus, alienação de nós mesmos, alienação dos outros. Era o que a lepra fazia com o leproso. A lepra não era uma doença que paralisava. Era uma doença que sempre prosseguia, contagiava, degenerava e corrompia e a pessoa ia se desfigurando completamente. Uma outra figura do pecado. Ele é progressivo, ele destroi, ele degenera, ele tira a sensibilidade. A lepra é a melhor figura bíblica sobre o pecado, e no Velho Testamento há então todo aquele processo de como Deus tratava a lepra. Os irmãos se lembram. Figura da obra do Senhor Jesus na cruz. Então irmãos, o Velho Testamento é muito lindo, porque com a luz do Novo Testamento, nós vemos naqueles símbolos, em cada um deles, nos animais, no tabernáculo, na figura da lepra como eu citei, tudo o que Deus estava anunciando o que Ele faria em Cristo. Lembra que Paulo escreve para os romanos, ele fala assim que Deus naqueles tempos de ignorância, no tempo do Velho Testamento, Deus considerou impunes aqueles pecados que foram cometidos anteriormente. Não diz que ele puniu um cordeirinho, puniu um bode, um touro. Lá em Romanos 3. Ele fala assim que Deus considerou impunes. Ele deixou impunes mesmo os pecados anteriormente, no tempo do Velho Testamento, aqueles que foram cometidos. Por que? Porque quando viesse Cristo - irmãos o sacrifício de Cristo não foi feito pelos apóstolos da sua época - a morte de Cristo é a morte do Deus homem. E aquele sangue derramado tem valor universal: para aqueles que esperavam em Cristo, antes de Cristo, e aqueles que esperam em Cristo, depois de Cristo. O que é que você acha que o Senhor Jesus quis dizer quando ele falou que Abraão, que viveu dois mil anos antes de Cristo, dois mil, o que você acha o que o Senhor Jesus quis dizer quando ele falou assim. Abraão viu o Meu dia e celebrou. Coisa impressionante. Os judeus não entenderam nada e pensaram: Esse homem é louco. Completamente louco. Ele não tem cinqüenta anos de idade, e viu Abraão nosso pai que já viveu tem dois mil anos? O que é que esse homem está falando? E o Senhor Jesus disse: Abraão viu o Meu dia e se alegrou. Coisa impressionante. Aqueles homens, aqueles santos profetas do Velho Testamento, eles viam que Deus iria prover uma redenção em um salvador que viria. Falaram sobre Ele. Ele foi tipificado em todos aqueles assuntos do Velho Testamento. Ele foi profetizado pelos profetas. Imagina Isaías, naquele capítulo 53, falando sobre esse cordeiro. Isaías não deveria estar entendendo nada sobre o que ele estava falando, porque ele não profetizava para ele, como Pedro diz, mas ele profetizava para nós, nas coisas que viriam sobre nós, na dispensação da plenitude dos tempos. Então ele falou sobre esse cordeiro mudo que era levado perante os seus tosquiadores, que não abria a sua boca, que foi considerado aflito, oprimido de Deus, e levou sobre si as nossas iniqüidades. Olhe o que é que Isaías fala tanto tempo antes do Senhor Jesus. Não é? Porque essa idéia de Expiação ela corre como um fiozinho de prata, já que prata na Bíblia é um símbolo da Expiação. Então a Expiação ela corre assim irmão, como um fio de prata por toda a Bíblia. Muito lindo.

Deixem-me citar um pouco dessa corrente para os irmãos aqui. Essa corrente começa em Gênesis e termina em Apocalipse, esse nosso terceiro elo aí, Expiação. A Expiação começa em Gênesis e termina em Apocalipse. Lá em Gênesis 3, você começa a ver a Expiação. Antes não porque antes, o homem não havia caído. Nem no capítulo 1, nem no 2. No capítulo 3 de Gênesis, nós temos a queda do homem, e se o homem caiu, o homem tem necessidade de Expiação, porque ele não pode resolver o problema. Ele não pode resolver o problema da culpa, nem da escravidão, nem da corrupção. Ele está dominado pelo pecado. O assunto do pecado tomou conta dele, e então não adianta fazer folhas de figueira para tentar cobrir a sua nudez. Aquilo é paliativo. Desde Gênesis 3, quando o pecado aparece, a idéia de Expiação aparece, e é claro que na mente, no conselho eterno de Deus, esse cordeiro, Senhor Jesus, no plano eterno de Deus, ele já havia sido imolado desde a fundação do mundo, porque Deus não está limitado no tempo. Deus é eterno. A mente de Deus é eterna. Ele conhece o fim antes do começo, mas, no que concerne à história, a idéia de Expiação aparece a primeira vez em Gênesis 3. Lá no verso 21 se não me engano. Gênesis 3 21, que diz assim: Deus fez. Veja que não é Adão. Pode ter sido até, talvez, através das mãos de Adão. O versículo 21 de Gênesis é muito claro. Fez Deus vestimenta de pele para Adão e a sua mulher e os vestiu. A primeira vez que a idéia de Expiação aparece na Bíblia. Então o cordeiro ali ele está anunciado. Deus vestiu o homem com aquela pele. Depois a gente vai para Êxodo. Os irmãos vão ver que é um passo sempre avante, porque há um progresso na revelação de Deus em todos os assuntos. O assunto da Expiação não é diferente. Em todos os assuntos há progresso de revelação. Então em Gênesis há uma vestimenta que Deus veste aquele primeiro casal, e em Êxodo há mais. Em Êxodo há um cordeiro. Lembra? Que é morto lá no Egito e Egito é uma figura do mundo. Faraó é uma figura do diabo. Aquele ambiente de pecado, de escravidão. O povo estava ali, e nunca podia sair dali. Era um povo absolutamente escravizado, mas algo acontece ali. Deus vai livrá-los. Vai livrá-los como? Ele não manda Moisés e fala: Moisés chega lá e fala para o povo: Eu Sou o que Sou. Eu vim aqui buscar o meu povo e faraó sai da frente que eu estou carregando todo mundo. Não foi bem assim. Ele foi julgando o Egito com aquelas pragas, os irmãos se lembram, e quando chegou naquele ápice final, Ele ia fazer algo que marcasse o povo com esse assunto Expiação. Olhe como esse assunto Expiação é importante. Você não acha que Deus poderia carregar o povo do Egito do jeito que Ele quisesse? Não podia? Claro que Ele podia. Quem que ia impedir Deus? Mas Ele não ia fazer de qualquer maneira. Quando ele tratou com o seu povo no Novo Testamento, ele também não tratou de qualquer maneira. Ele também não se achegou a eles de qualquer maneira. Para nos achegar a ele, foi preciso fazer algo. A cruz precisou acontecer, o sangue precisou ser derramado, porque Deus é Luz, no qual não há treva nenhuma e nós, somos trevas, na qual não há luz nenhuma. Trevas e luz não ficam juntas no mesmo ambiente. Então, para que Deus pudesse aproximar a nós, igreja Dele, o Senhor Jesus tinha que ser oferecido na cruz do calvário. O seu sangue. E como esse é um fato eterno, então desde o Velho Testamento, aquele ensaio de núpcias está acontecendo. Tudo o que o Senhor está falando aqui, tem em vista aquele grande dia aqui. O dia da revelação de Cristo, da obra de Cristo, da morte de Cristo. Então, o que é que aconteceu em Êxodo? Quando chegou na noite em que o povo ia sair do Egito, o Senhor falou: Agora cada família do povo de Israel vai tomar um cordeiro. Para que fazer isso? Podia sair sem esse cordeiro, podia sair sem esse sangue. Não podia? Deus está com eles da mesma forma, se olhássemos apenas o lado do seu poder. Mas, nós temos que ver o lado da sua santidade. Ele não podia sair com esse povo de qualquer maneira. De novo, uma vida inocente tinha que ser derramada. Então, naquela Noite do Senhor, descrita lá em Gênesis 12, Moisés diz assim para o povo: Essa será a noite do Senhor. Então eles tomavam aquele animalzinho, colhiam o sangue na bacia, passavam do lado de fora da porta, para que o Senhor visse aquele sangue e passasse por cima do povo de Israel. De novo, Expiação, não é? Agora a idéia está mais elaborada. Agora não é Deus vestindo aquele casal com peles. Agora tem a idéia do sangue, a idéia do sangue pelo lado de fora da porta. Uma idéia importante. Não tinha isso no Éden. Tem isso lá no Egito. Sangue do lado de fora, porque não é para que o povo visse em primeiro lugar do lado de dentro, mas que Deus visse do lado de fora. Não é? Porque o sangue era para Deus em primeiro lugar, para que Deus ficasse satisfeito. O sangue do cordeiro, tipológico. É claro que somente o sangue de Cristo, o próprio Deus encarnado poderia satisfazer Deus. Aquilo ainda era uma tipologia. E depois então, quando a gente vai nos profetas, a gente vê um passo a mais. Lá em Êxodo era um animal. Os profetas, quando começam a falar do cordeiro, nós vemos que não é um animal, porque por exemplo Isaías, o texto que eu citei, 53, Isaías não fala de um animal. Fala de uma pessoa. Não é um avanço? Mais um avanço? Isaías chama essa pessoa de cordeiro. Coloca a idéia e do animal e da pessoa, juntas. Esse cordeiro que lá no Éden foi para pronunciado, lá no Egito foi tipificado, esse cordeiro é uma pessoa. Isaías 53. Então ele diz: é um cordeiro mudo perante o seus tosquiadores. É um cordeiro, que Deus fará com que as nossas iniquidades caiam sobre Ele. Ele é o servo do Senhor. Ele é o justo. E com a sua oferta Ele justificará a muitos. Ele verá o penoso trabalho da sua alma. Veja só. Não é um animal. É uma pessoa. Sua alma vai fazer um trabalho. Ele vai ficar satisfeito com esse trabalho. Os irmãos estão vendo? Mais um progresso na revelação. Agora não é uma animal. É uma pessoa, um cordeiro. Então nós temos um cordeiro anunciado no Éden, um cordeiro tipificado no Egito, um cordeiro profetizado ali pelos profetas e depois um cordeiro agora encarnado. Agora o cordeiro vem como Homem, encarnado, e aí João Batista diz; Eis o cordeiro de Deus. E depois Ele vive aqui três anos e meio, revelando a sua pessoa, a pessoa do Pai, a obra que Ele iria fazer, falando da cruz, três vezes para os discípulos: vou para Jerusalém. O Filho do Homem vai ser morto, vai ressuscitar, e no final dos evangelhos nós vemos esse mesmo cordeiro crucificado, a mesma idéia da Expiação, passando por toda a Bíblia, cordeiro crucificado. E depois no comecinho de Atos, o Cordeio ascenso. O cordeiro ressuscitou. Foi ascenso, e depois lá no Apocalipse, o passo final: cordeiro foi entronizado. Lá em Apocalipse 4 e 5, quando João tem aquela visão. Lembra? Ele diz assim: Vi no meio do trono um cordeiro como que recentemente imolado. Então a idéia da Expiação ela corre como um fio de prata por toda a Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse e por isso ela é importante. Quando a gente então entra nessa assunto aqui em Levítico 16 - queria começar a fazer isso hoje e terminar Domingo - os irmãos vão ver porque nós selecionamos esse texto. Na tipologia talvez seja um texto mais importante sobre a Expiação. O próprio dia leva esse nome. Esse dia é chamado: dia da Expiação. Os irmãos observem que vamos começar a ver aqui alguns detalhes, observem que no versículo 17 diz assim: 17 Nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele (Arão o sumo sacerdote) entrar para fazer(olhe essa palavrinha aqui) propiciação no santuário, até que ele saia depois de feita a Expiação (primeiro detalhe importante) por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel. Essas duas palavras contém a mesma idéia. É claro. O versículo aqui está muito evidente isso. O que é que Arão vai fazer? Ele vai fazer propiciação ou vai fazer Expiação? Aí está dizendo que ele vai fazer os dois e que as duas coisas são a mesma coisa. Ele vai entrar lá e fazer uma única coisa, que é Expiação ou propiciação. Então a primeira coisa a ver é que essas palavras são intercambiáveis. A mesma idéia. Ela significa, em primeiro lugar, TIRAR A CULPA, REMOVER A CULPA, DESVIAR A IRA. É o primeiro sentido dessa palavra Expiação ou propiciação. Existe uma tradução grega do Velho Testamento que é claro, no original é hebraico. Essa versão é chamada “dos setenta” ou Septuaginta. Nessa versão a palavra propiciação, é a palavra usada no grego para traduzir essa palavrinha Expiação do hebraico. Essa palavra “ilasterion”. (2433 ilaskomai hilaskomai )Talvez Domingo a gente fale um pouco dessa palavra, o conteúdo dela, a beleza dela, a profundidade dela. Ilasterion. Fala do propiciatório, desse acento de misericórdia, onde era feita a propiciação. A idéia então, é a mesma. É importante os irmãos guardarem isso, porque no Novo Testamento, nós não vamos encontrar a palavra Expiação. Os irmãos vão encontrar a palavra propiciação. Domingo a gente entra um pouco mais nesses detalhes. João quando escreve a sua epístola ele fala. Nós temos advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, e Ele é a propiciação pelos nossos pecados. É essa idéia. Propiciação, Expiação são a mesma coisa.

Agora, o que é que precisamos ver de importante então, em relação com esse assunto do cap. 16 de Levítico? Vamos por partes aqui, irmãos. Versículo 29, primeiro. 29 ¶ Isso vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês(o mesmo mês daquela última festa do povo de Israel que eles celebravam a festa dos Tabernáculos), aos dez dias do mês, afligireis a vossa alma e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós. Primeira coisa que nós então precisamos compreender: o dia da Expiação era um dia único no calendário do povo de Israel. Irmãos, só esse fato já é assombroso, porque mostra o que é que Deus queria marcar na mente, na visão, na memória do povo de Israel de uma forma indelével, uma forma irremovível. Era para ficar marcado como ferro na carne. Era esse dia. O dia da Expiação. Por muitos motivos ele é singular. Talvez o maior motivo, seria que naquele dia então especial desse calendário, um dia por ano só, o décimo dia do sétimo mês, o Sumo Sacerdote, que era representante do povo, ele ia entrar em uma comunhão face a face com Deus. Ele não tinha direito de fazer isso outros dias. Irmão, todo o livro de Hebreus, que se o Senhor permitir, na próxima reunião, nós vamos ver à luz de Hebreus, sobre esse texto de Levítico, hoje nós vamos olhar um pouco a simbologia, em outra reunião a realidade, no Domingo que vem, mas quando os irmãos forem ver Hebreus, os irmãos vão ver que todo esse livro é baseado nessa idéia. O livro de Hebreus tem esse pano de fundo. O assunto de Hebreus é Expiação. O assunto de Hebreus é que Cristo é o nosso Sumo Sacerdote. Aliás, esse título dado a Cristo, só aparece no livro de Hebreus. Nenhum escritor do Novo Testamento, nem Paulo, nem Pedro, nenhum deles, nem Tiago, nem Judas, nem ninguém, falou sobre o Senhor Jesus como Sumo Sacerdote. Só o autor de Hebreus. Essa idéia exclusiva de Deus, Ele é o nosso Sumo Sacerdote e todo o livro de Hebreus foi escrito como para lançar luz sobre esse Levítico 16. Na verdade, outros aspectos do Livro de Levítico, mas essencialmente esse capítulo 16. O Senhor Jesus é quem é o Cordeiro. O Senhor Jesus é quem fez Expiação. O Senhor Jesus é quem entrou além do véu. Os irmãos veja que Arão levava o sangue além do véu. Os irmãos leram o texto. Então o livro de Hebreus vai dizer que o Senhor Jesus é quem entrou além do véu. Ele abriu esse caminho pelo seu próprio sangue. Arão oferecia aquela vitimazinha. Arão era o sumo sacerdote, a vítima era o animal. Quando você lê no livro de Hebreus, você vê que Jesus é os dois. Jesus é tanto o Sumo Sacerdote que Arão era um tipo, quanto é o cordeiro, o animal que foi imolado, a vítima. Ele é o sacrificador e Ele é o sacrifício. Ele é aquele que fez a oferta, e Ele próprio é a oferta. Idéia tremenda do livro de Hebreus. Isso não podia acontecer na tipologia, de maneira nenhuma. Ou a pessoa é o ofertante, ou ela é a oferta. O livro de Hebreus mostra que Jesus era os dois. Ele é tanto o ofertante, aquele que ofereceu a Deus o perfeito sacrifício, que é Ele mesmo. Que outro sacrifício Ele poderia oferecer a Deus senão Ele mesmo, a própria vida Dele? Então Ele é o Sacerdote e Ele é o Cordeiro, tipificado aqui por duas entidades diferentes. Então a primeira idéia importante desse dia da Expiação, é que ele era um dia singular.

A expressão do verso 29, ela é muito significativa. Metade do verso 29 aí. Nenhuma obra fareis. Irmãos. Estão vendo aqui o que o Senhor quer gravar na mente do povo? Irmãos. Nem sacerdote podia operar naquele dia. Muito menos o povo. Nenhuma obra fareis. Aquele sumo sacerdote, não os sacerdotes comuns. Tinham muitos sacerdotes, mas tinha só um sumo sacerdote. Era uma linhagem. Quando morria um, o filho dele o sucedia, e assim ia. Um só era o sumo sacerdote. Naquele dia nem o povo e nem sacerdote nenhum fazia obra nenhuma. Era um dia em que tudo tinha que parar, tinham que observar uma única pessoa fazer uma única obra. Os irmãos estão vendo quão importante é essa idéia?

E ressuscitaram, satisfez a Deus. Essa foi a visão de João, no Apocalipse. Os irmãos vejam aqueles seres viventes, aqueles anciãos, adorando em torno do Cordeiro dizendo assim: Tu és digno porque compraste para Deus com o seu sangue. Aquele que procede de toda tribo, língua e nação. É uma contemplação daquele que fez uma obra. Irmãos, é por aí que a nossa vida cristã começa. Essa idéia de “nenhuma obra fareis”, ela é muito importante. A nossa vida de segurança, a nossa vida de descanso, no Cordeiro de Deus, a nossa vida que honra a Deus com esse descanso, com essa segurança, ela não começa a não ser que vejamos a profundidade dessa obra. Irmão. Pense com você mesmo diante do Senhor. O que na sua vida pleiteia contra essa expressão “nenhuma obra fareis”? Tudo o que decorre da nossa relação com Deus, vem resultado da nossa compreensão desse fato aqui. Cristo se ofereceu por mim e eu fui completamente aceito. Todo o erro que decorre da nossa vida cristã, tem por base a má compreensão dessa verdade. Quanto tempo você passou ou ainda está passando, lutando com Deus para ser aceito? Quanto tempo você passou ou quem sabe está passando, pleiteando com Deus para quem sabe, produzir diante dele, um saldo maior na tua relação com Ele? Todo distúrbio na nossa vida cristã, tem como base a má compreensão dessa primeira grande verdade que o dia da Expiação anuncia. O Senhor Jesus ofereceu uma única oferta, como diz o livro de Hebreus, e com uma única oferta Ele aperfeiçoou para sempre, aqueles que hoje estão sendo santificados. Estamos no processo, estamos sendo santificados, mas esse é um outro assunto. O assunto do dia da Expiação, não é santificação. O assunto do dia da Expiação é que esse sangue foi derramado, para que nós, o quarto elo da corrente, que a gente vai falar aí mais tarde nos estudos, nós fôssemos justificados. A Expiação é a base do próximo passo que vem aí naqueles oito alicerces: Justificação. Sem a Expiação não poderia haver a Justificação. Deus vai nos justificar baseados no quê? No que que Ele vai nos justificar? Baseado no quê? Nas nossas obras? Na nossa boa vontade? Em nosso desejo por Ele? Nem sequer temos isso, naturalmente falando. Baseado no que que Deus pode nos justificar? No fato de que nós somos melhores que os outros? Será? A Bíblia diz: todos pecaram e destituídos da glória de Deus. Então baseado no quê Deus pode nos considerar justos? Nos justificar. Baseado na nossa fé no sangue precioso do Cordeiro derramado. Expiação. Então os irmãos vejam que tudo o que decorre da vida cristã, tem por base uma má compreensão desse fundamento. Irmãos, nós podemos orar de forma errada, ler a palavra de forma errada, reunir de forma errada, nos relacionar de forma errada, fazer tudo de forma errada, por causa da nossa má compreensão dessa verdade. Nenhuma obra servil fareis. Tudo parado. Outro detalhe impressionante. Quais eram as vestes do sumo sacerdote? São detalhes ricos nesse capítulo, todos eles. As vestes do sumo sacerdote, os irmãos conhecem muito bem. Era uma veste que era uma parefernalha. Cores de tudo o quanto é jeito. A roupa dele tinha azul, púrpura, carmesim, tipificava os ministérios de Cristo como sacerdote, rei. Tinha o linho fino retorcido, misturado com tudo isso. Tinha uma mitra da cabeça com uma lâmina de ouro, escrito Santidade ao Senhor. Era uma veste toda paramentada e multicolorida. Era a veste do sumo sacerdote. Agora veja um detalhe. Não era com essas vestes que ele entrava no Santo dos Santos no dia da Expiação. Não é impressionante irmãos? Ele usava essa veste o ano inteiro. Se você olhasse para aquela figura: “Aquele lá é o sumo sacerdote”. Ele era diferente de todo mundo. Aquelas vestes toda colorida, tipificando os ministérios de Cristo, aquela mitra na cabeça, mas o dia em que ele entrava no Santo dos Santos, no dia da Expiação ele não usava essas vestes. Esse é um detalhe impressionante e importante. Se você ler o verso 4 está muito claro. E depois se você ler o verso 24, você vai ver igualmente claro, quando mostra quando aquele bode é levado para o deserto, Arão vem para dentro da tenda da congregação - verso 23 - e no 24 fala assim: ele banha o seu corpo com água, banho geral mesmo, em água no lugar santo e olhe agora: e porá as suas vestes. Agora são as vestes que ele usa, as coloridas. Agora ele vai por, porque aquela que ele usou, olhe lá no verso 23, depois Arão virá à tenda da congregação e despirá as vestes de linho, que havia usado quando entrara no santuário. Está muito claro, no verso 23, está vendo? Ele tira toda aquela colorida, aquela que tipificava os ministérios de Cristo e ele veste uma que está descrita no verso 4. Como que é essa veste que ele vestia no verso 4? Olhe aí. 4 Vestirá ele a túnica de linho, sagrada, terá as calças de linho sobre a pele, cingir-se-á com o cinto de linho e se cobrirá com a mitra de linho; são estas as vestes sagradas. Banhará o seu corpo em água e, então, as vestirá. Túnica de linho, calça de linho, cinto de linho, mitra de linho. Quatro elementos só. Os irmãos estão vendo que não é aquele homem plenamente manifestado nos seus ofícios, no seu ministério sumo sacerdotal? Mas agora há um homem despido de tudo aquilo e vestido só com linho. Um detalhe impressionante. Por que? O linho fino, branco, puro, na Bíblia tem uma figura só, um símbolo só: Justiça de Deus. A Justiça de Deus. Era com essas vestes que ele entrava. Irmão. Que coisa impressionante. Imagina aquele homem todo branquinho, com essas vestes e entrando no Santo dos Santos. Todos os trezentos e sessenta e quatro dias do ano ele vestia aquela veste, aquela parafernália toda, mas no dia da Expiação era aquela roupa branquinha, como você está vendo aí. Quatro itens, inclusive a mitra, de linho. Então, com aquela roupa ele entrava no Santo dos Santos. Aquilo significa perfeita justiça. A gente vai ver no Domingo no livro de Hebreus que coisa linda, quando o livro de Hebreus lança luz sobre isso no cap. 7 de Hebreus. Cap. 7 diz assim que “nos convinha um sumo sacerdote assim como esse”. Olha o livro de Hebreus lançando luz sobre Levítico. Nos convinha. Hebreus 7:26 e 27. Nos convinha um sumo sacerdote assim como esse. Esse Cristo. Está falando de Cristo, Santo, inculpável, ou sem mácula. Está vendo porque Arão entrava lá todo branquinho? Inculpável, Santo, sem mácula. Separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus. E aí o autor de Hebreus diz assim: um sumo sacerdote tal que não tem necessidade de oferecer sacrifícios por si mesmo. Arão fazia isso. Se você olhar aqui nos versos 11 a 14, Arão está oferecendo sacrifício por ele mesmo. Por que? Porque ele não é o cordeiro de Deus, porque ele não é o Senhor Jesus, porque ele não é sem pecado. Arão era um pobre e miserável pecador, como qualquer um de nós. Então primeiro ele oferece sacrifício por ele, para que depois ele, coberto com esse sangue, mesmo que tipologicamente, ele pudesse oferecer sacrifício pelo povo. Os irmãos vêem a ordem? Como que Deus poderia aceitar da mão de Arão um sacrifício pelo povo? Arão era um pecador, e então, para que Arão pudesse representar o povo todo, ele próprio deveria estar coberto pelo sangue. Não é lindo irmãos!! Você vê que Arão não tem suficiência nenhuma para oferecer nada a Deus, assim como homem nenhum. Se o sumo sacerdote não tem, quem tem? Então Arão tinha que oferecer por ele mesmo e pela sua casa. Olhe lá o verso 11. Arão fará chegar o novilho da sua oferta pelo pecado. Ele fará Expiação por si, pela sua casa. Mas aí, quando você vê em Hebreus o texto que eu citei, a gente vai ver na outra reunião, o Senhor Jesus não é assim. Ele é santo, inculpável, separado dos pecadores, ele não tem necessidade de oferecer sacrifício por Ele, porque Ele é perfeito, e Ele então penetrou os céus. Então você vai ver o tempo todo livro de Hebreus lançando luz aí nessa tipologia. Então guarde essa primeira idéia importante. Arão, ele tira todas aquelas roupas coloridas. Ele veste uma roupa branca de linho fino, puro, branco, Justiça de Deus. E ele entra então ali nos Santo dos Santos. Todo sacerdote param. Ninguém faz nada. “Nenhuma obra fareis”. O Senhor disse que se alguém nesse dia fizesse alguma coisa seria exterminado do meio do povo. Só Arão poderia oficiar, porque era uma figura de Cristo. Irmão não há nenhuma obra que nós poderíamos fazer para acertar a questão de culpa na nossa consciência. Nenhuma obra para nos livrar do domínio. São as questões do pecado. Nenhuma obra nos livraria do domínio do pecado. Nenhuma obra nos livraria da corrupção do pecado. Irmão. Você está claro sobre isso? Está, suficientemente claro? Nenhuma obra sua te livraria da culpa. Nenhuma obra sua te livra do domínio do pecado. Sabe o que é que a religião faz? O mestre da religião é o demônio, é satanás. Ele usa a religião como um fole, para soprar dentro do homem, inflar o homem, para tentar produzir nele, uma justiça própria. Então, o que é que eu devo fazer? Eu estou com problema com Deus. Eu tenho culpa na minha consciência. Estou com problema na minha vida. Tem pecado. Quero fazer o bem, mas não consigo fazer o bem. E tudo o que eu toco eu contamino, eu destruo. E eu não consigo resolver isso. O que é que eu faço? A religião vai te ajudar. Você deve freqüentar reuniões tantas vezes por semana, deve dar as suas ofertas, deve fazer esse ou aquele ritual, você deve se penitenciar, e etc, etc, etc. Obras mortas. Livro de Hebreus usa essa expressão. Obras mortas, porque nenhuma obra fareis. Nós não podemos fazer nenhuma obra para resolver nenhum desses três assuntos. Nossa culpa foi tratada na cruz de Cristo pela morte Santo, puro e perfeito cordeiro de Deus. A nossa escravidão ao pecado, tratada lá da mesma forma. O pecado não terá domínio sobre vós, porque não está debaixo da lei e sim da graça. E a corrupção do pecado, tratada lá também, porque aqueles que estão em Cristo, são uma nova criatura. As coisas velhas já passaram, tudo se fez novo. Não vivo eu, mas Cristo vive em mim. Cristo está sendo formado em nós, à medida em que nós andamos em relação com Ele, em comunhão, pelo espírito, pela palavra. Cristo está sendo formado em nós. Então os três assuntos estão resolvidos. Culpa, domínio e corrupção, através de uma obra só. É o que o livro de Hebreus diz: Hebreus 10:14 Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados. Irmãos. Nós precisamos chover muito nesse molhado. Muito. Parece que você vem ouvindo essas verdades há vinte anos. Talvez alguns aqui há trinta anos. Eu mesmo venho tendo contato com essas verdades a vinte e cinco anos. Mas será que é o suficiente? Será que a minha própria vida, o meu coração, a minha vontade, minha mente, as minhas emoções, minha consciência tem desfrutado pleno descanso nessa verdade? Cristo se ofereceu por mim. Sabe o que alguns dentro do cristianismo dizem? Dizem que essa verdade é perigosa. Sabe por que é que é perigosa? Porque se realmente você ver assim, que Cristo fez tudo, que Ele realmente perdoou todos os seus pecados, que você não contribuiu com uma fagulha de obra alguma, tudo com o que você poderia contribuir era contaminado, era sujo aos olhos de Deus, porque qualquer fruto que procede de uma árvore má, é mau. E a nossa árvore era má. A Bíblia diz que de dentro do coração do homem é que procede um monte de fruto. Furtos, impureza, maldades, lascívia, dolo, loucura, não é? A árvore é má, pois só produz mau fruto. Então nós não podíamos fazer nada com relação a esse assunto na nossa relação com Deus. Então será que nós temos compreendidos suficientemente o que Cristo fez? Será que nós temos pelejado com Deus para nos sentirmos mais aceitos, de alguma forma? Quando nós pecamos, o que é que nós fazemos? Nós corremos de Cristo, ou corremos para Cristo? Depende da nossa visão de Expiação. Se nós cremos que Cristo morreu por todos os nossos pecados, então quando nós pecamos nós corremos para Cristo. Agora, se nós cremos que a nossa relação com Cristo é condicional e que quando nós pecamos nós corremos o risco de perdemos a salvação, quando nós pecamos nós vamos tentar resolver o problema dos nossos pecados por nós mesmos, para chegarmos diante de Cristo e falarmos: “Olhe aí Senhor. Foi o melhor que eu pude resolver, para acertar a situação. Agora estou eu aqui de novo.” Então as pessoas, muitas, entendem que ver a graça como ela é na Bíblia, nós temos que chegar nesse assunto com cuidado, porque isso poderia levar os cristãos à leviandade. “Mas então tudo está feito assim? Então eu posso viver uma vida assim”. Irmão, ninguém que tenha visto a graça, de verdade, vive de outro modo que não seja para agradar a Deus. Isso é um princípio Bíblico. A Bíblia diz assim: Quanto mais se perdoa, mais ama. Aquele a quem muito se perdoa, muito ama. Então, quanto mais claro nós estamos sobre a visão da cruz, mais nós queremos agradar a Deus, mais nós amamos a Deus, mais nós andamos perto Dele. Não se deixe enganar. Se essa luta na sua vida não está resolvida, você vai dar maus passos na vida cristã. Agora, se esse assunto está resolvido, você vai começar a caminhada de uma maneira que satisfaz a Deus. O assunto envolvido não é mais aceitação. Você sabe que o seu coração ainda é mau, ainda há coisas na sua vida que ainda devem ser mudadas. Quanto de Cristo você ainda precisa? Esse é um outro assunto. Esse é um assunto santificação, mas você sabe que você é Dele e nada o separará do amor Dele. Você sabe que é Ele quem cuida da sua vida, e somente Ele, que Ele é quem disciplina a sua vida, e somente Ele. Que Ele não dependurou você em uma linha e te ficou balançando entre o céu e o inferno. Céu e inferno. Quando você não está com as motivações muito boas, Ele põe do lado do inferno para você sentir o calorzinho. Quando você melhora as suas motivações Ele ter puxa para o lado do céu, para você sentir o bem estar. Você está balançando por um fio. Cuidado como você anda. Isso não é a visão bíblica. Visão Bíblica é que Cristo se ofereceu uma única vez pelos pecados. O justo pelos injustos, para nos conduzir a Deus. Eu lhes dou a vida eterna. Jamais perecerão e ninguém lhes arrebatará da minha mão. Então irmão, se nós não temos clareza com relação a esse ponto focal do dia da Expiação, nós nos perdemos em todas as outras verdades. Um último ponto que eu quero colocar para os irmãos. No Domingo a gente continua. Vamos falar um pouco sobre esses...

Abra a sua bíblia em Ezequiel, cap. 44. Deixem-me dar um detalhe aqui para os irmãos, a respeito desse serviço do sumo sacerdote, bem rápido para nós terminarmos. Domingo se o Senhor permitir, nós vamos ler alguns versículos de Hebreus, procurar lançar mais luz sobre esse dia da Expiação, para compreender melhor. Principalmente aquela questão dos dois bodes. É um detalhe que não se pode passar por alto ali, dentro dessa visão de Expiação. Por que dois bodes? Por que era tão singular assim? Um bode morto e outro bode para o deserto. Lá diz que os dois faziam uma única obra. Os dois eram apresentados juntos. Os dois bodes juntos. O Senhor quer nos falar algo duplo, a respeito da Expiação. Primeiro a base dela, o meio dela, e depois o resultado dela. A gente vê isso depois na próxima reunião. Mas só um pequeno detalhe sobre o sumo sacerdote, que é o que a gente tem falado aqui. Arão vestindo aquelas vestes de linho, entrando só com elas no dia da Expiação, mais nada, tipificando aquela perfeita Justiça de Cristo. Mas olhe o capítulo 44 de Ezequiel. Verso 17 e 18. Como eu disse são muitos detalhes e a gente vai ter mais um que não aparece lá em Levítico e nos livros da Lei. 17 ¶ E será que, quando entrarem (ele está falando dos sacerdotes) pelas portas do átrio interior, usarão vestes de linho (mesma coisa que nós vimos lá); não se porá lã sobre eles, quando servirem nas portas do átrio interior, dentro do templo. Tiaras de linho lhes estarão sobre a cabeça, e calções de linho sobre as coxas(mesma coisa que em Levítico 16:4. Há porém, um detalhe aqui que não está lá - por isso que diz para eles não usarem lã); não se cingirão a ponto de lhes vir suor. O que é que os irmãos acham desse detalhe? Está ordenado ao sumo sacerdote, que ele não deveria suar quando ele estivesse oferecendo esse sacrifício no dia da Expiação. Por isso ele ia usar roupas de linho, e só roupas de linho, que são fresquinhas, que são absorventes, não usariam lã - lã é muito quente – e então ele não deveria derramar suor quando ele estivesse oferecendo aquele sacrifício. Por que? Porque ali não tinha nada da obra do sumo sacerdote. Ali não tinha nada de Arão. Ali não era Arão fazendo uma obra dificultosa para produzir algo. Ali era Arão simplesmente como símbolo. Era Arão simplesmente como um tipo. Ele não podia suar, porque não era obra de Arão. Que linda figura. Arão estava ali apenas como tipo de alguém maior do que ele, muito maior do que ele. Cristo, que ofereceu então aquela oferta perfeita a Deus, pela qual nós fomos justificados. Não deveria suar. No Livro de Levítico 16: “nenhuma obra servil fareis” Tudo parava. Até os sacerdotes. Eles ficavam contemplando aquele homem entrar no Santo dos Santos. Sabe o que ele fazia? Ele degolava o animal quando ele oferecia por ele mesmo, a oferta - vou colocar só o quadro para a gente continuar Domingo - ele matava o animal, degolava, ou seja, cortava o pescoço, para facilitar extrair um pouco do sangue que era derramado nas pontas dos chifres do altar do holocausto, o altar de bronze que estava lá fora, aquele primeiro móvel – os irmãos que conhecem o tabernáculo sabem, molhava as quatro pontas do chifre, a parte mais alta, as quatro pontas. Qual que é a simbologia disso? O sangue é para Deus. A parte mais alta. Deus é que deveria ver o sangue. Quando aquele animal foi morto no Egito, lembra o que o Senhor falou? Passe o sangue do lado de fora da porta. “Quando Eu vir o sangue, passarei por cima de vós”. A questão era Deus ver o sangue. Não era o pai de família ver o sangue. A questão é Eu vir o sangue, o Senhor falou. Êxodo 12: 13. Quando eu vir o sangue passarei por cima de vós. Mesma idéia ali. Arão pegava aquele sangue e punha nos quatro chifres. Deus é quem deveria ver o sangue. Claro que simbolicamente. Deus vê tudo. A simbologia, eu queria deixar isso claro. Ponta dos chifres. Depois ele já estava com o seu incensário na mão, a cerimônia era assim: Ele pegava um pouco de brasa desse altar do holocausto do sacrifício, onde o animalzinho já foi degolado ali, o sangue já foi passado, ele pegava umas brasas deste altar, não poderia ter fogo estranho, brasa dali, punha no seu incensário. Então ele saia carregando o sangue em uma mão, um pouco do sangue que ele tirou na bacia, o seu incensário na outra. Aí ele ia lá para dentro daquele primeiro quartinho, que era o lugar santo - não era o santíssimo ainda - aí ele parava em frente ao altar do incenso - se você ler a narrativa de 11 a 14 do capítulo 16 você vai ver. Ele parava na frente do altar de incenso e o que é que ele fazia? Ele pegava incenso. Se não me engano aí no verso 12 ou 13 diz: dois punhados. Quer dizer, duas mãos cheias de incenso, aromático, bem moído. Então ele pegava aquele incenso, em cima das brasas, e quando ele jogava, começava a fumegar, e ele entrava, passando o segundo véu, dentro do santo dos santos. Quando ele entrava no Santo dos santos, ele tinha sangue em uma mão, na bacia, e na outra o incensário com as brasas e o incenso exalando aquela fumaça. E como diz a narrativa de Levítico 16 aquilo cobria o propiciatório. Quem que estava ali no propiciatório? Shekina. A própria presença de Deus. Irmão. Isso era algo tremendo, porque antes mesmo deles celebrarem esse dia, lembram do que aconteceu com dois filhos de Arão? Lá é muito claro, qual foi o problema desses filhos de Arão que eles foram exterminados diante do Senhor, mas eu creio que se você ler, faça isso depois, o capítulo 10 e o 16 juntos, você vai ver que tem uma correlação imensa o 10 e o 16, e sugere, fortemente que os dois filhos de Arão, entenderam que os dois filhos de Arão tinham o direito de entrar no Santo dos Santos. Eles só tinham que fazer da maneira certa. Levar o incensário, as brasas, levar o que precisava e entrar lá, e os irmãos lembram que os dois entraram, e houve um incêndio tremendo. Os dois morreram queimados. Os dois filhos de Arão, filhos do sumo sacerdote. Então quando começa o capítulo 16 que tem relação com o 10, Deus fala assim para Moisés: Fala para o teu irmão Arão que ele não entrar no Santo dos Santos em todo o tempo. Ele não vai entrar lá em todo o tempo, e qual que era o motivo de nem Arão entrar lá todo o tempo? Sabe qual que era o motivo? É que havia alguém lá dentro. Essa é uma idéia importante aí no dia da Expiação. Lá dentro havia a Shekina, a glória de Deus. Quando os dois filhos de Arão entraram, foram fulminados. Se Arão entrasse seria fulminado também. Ele só podia entrar uma vez ao ano e com essa simbologia toda, o sangue e o incenso, porque acima do propiciatório, o Senhor havia dito para Moisés, ali Eu virei, ali Eu aparecerei. Então Arão ia ter um contato direto com a Shekina, a glória de Deus. Isso para o povo era muito importante. Para o povo era uma segurança de que Deus estava em comunhão com eles, se Arão pudesse entrar lá e sair de lá vivo. Os irmãos compreendem esse quadro? Para nós as vezes não parece muito nítido, sabe por que? Porque aquele povo viu aquele monte fumegando. Aquele povo viu aquela voz tremenda naquele monte. Tiveram um medo tremendo. Falaram para que Moisés subisse, tivesse com comunhão com Deus. Veja o que Ele quer, depois vem e fala para a gente. Eles temiam diante daquele monte fumegante. Eles tinham até literalmente, aquele medo, aquele terror da santidade de Deus. Então quando o Senhor disse que Ele estaria no propiciatório, aquilo era terrível para ele. Então, quando Arão entrava lá e conseguia sair de lá, estava tudo bem. Deus estava satisfeito porque se Deus não tivesse satisfeito, Arão entraria lá e morreria lá mesmo. Fulminado, como os seus dois filhos morreram. Então, os irmãos vejam o quão importante era esse dia. Tudo isso fala de Cristo. O Senhor Jesus entrou na morte, o senhor Jesus venceu a morte, o senhor Jesus ascendeu aos céus, Ele foi ressuscitado dos mortos por esta Shekina, diz o Novo Testamento – ressuscitado pela glória de Deus, pela glória do Pai, e esse sacrifício então é perpétuo. Hebreus diz que ele é uma âncora da alma, além do véu. E Ele permanece lá por nós, como esse eterno Sumo Sacerdote, vive para interceder por nós. Então, toda essa simbologia aí ganha uma beleza maravilhosa quando a gente vai ao livro de Hebreus, que é o que a gente vai procurar fazer no Domingo para que o Senhor amplie a nossa visão de Expiação.

Mas irmão, leve ao Senhor, desde já, essas questões que nós partilhamos hoje. Lá na sua consciência, no seu coração, você tem essa marca? Nenhuma obra servil fareis. Você tem essa marca bem marcada no seu coração? Nada que você fizesse poderia te tornar aceitável, agradável. Se você tem essa marca, o que é que ela produz em você? Adoração, segurança, louvor, motivo para realmente viver de uma forma agradável a Deus? Quando você vê o Senhor Jesus, como é que você o vê, esse que penetrou o Santo dos Santos? Na mesma figura que Arão nessas roupas de linho, perfeita Justiça? Satisfez plenamente a Deus. Quando você olha para o senhor Jesus, você vê o sangue e o incenso? Você vê essa vida pura oferecida, e essa intercessão perene diante do Pai, esse que vive para interceder por nós – figura do incenso? Vê isso? Se você vê isso, você é um adorador. Se você vê você está seguro. SE você vê você tem a única motivação para a vida santa. Nenhuma outra é. Nada. Somente essa. O amor de Cristo nos constrange. Um morreu por todos, logo todos morreram, e Ele morreu por todos para os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por ele morreu e ressuscitou.

Os irmãos estão vendo como que essa compreensão afeta tudo? Não deixe que a visão da graça, na sua vida, esteja aquém, senão não é a graça. A graça fala de total e plena satisfação de Deus. Estamos salvos. Somos dele. Ele satisfez a Deus. Nós somos ovelhas do seu pastoreio. Ovelhas precisam ter pernas quebradas, muitas vezes. Ovelhas tolas, muitas vezes, como nós vimos na reunião passada, mas ovelhas. Ovelhas de seu pastoreio. Então irmãos é isso que produz celebração em nós e o dia da Expiação era para que o povo ficasse claro com relação a isso. Ninguém trabalha. É Sábado de descanso. Afligirei nas vossas almas, porque vocês são pecadores, era outra ordenança desse dia. Vocês vão afligir as suas almas. Vocês não tem nada para fazer. Só afligir as suas almas, porque vocês são pecadores. Afligireis as vossas almas e não vão fazer obra nenhuma. Só o sumo sacerdote vai fazer uma alma, uma obra que falava tudo de Cristo, de forma simbólica, mas falava tudo. Tudo de mais importante. Que o Senhor então nos ajude a estarmos solidificados sobre mais esse alicerce. Expiação. Ele realizou Expiação, e nós somos gratos ao Senhor por isso. Nós nos alegramos Nele, adoramos a Ele. Amém.

Ó Pai. Pedimos ao Senhor, que gere em nós o Senhor mesmo pela tua palavra, essa compreensão Senhor aprofundada em nossos corações. Nos ajude ó Pai. Nos ajude a ver, sempre, de forma nítida aos nossos olhos, a nossa inabilidade, a nossa insuficiência, a nossa total capacidade de fazer qualquer coisa aceitável a Ti, por nós mesmos. Ajuda-nos ver com mais clareza a glória da obra do teu Filho, realizada ali na cruz do calvário. Ajuda-nos a contemplar com mais exatidão, para que os nossos corações possam te adorar com maior gratidão. Pedimos que o Senhor mesmo possa estar ministrando aos nossos corações Senhor, aclarando a nossa visão da glória , da pessoa e da obra do Teu Filho. Nós entregamos a Ti, nossas vidas, os nossos corações, a Tua palavra, para que o Senhor prossiga, ministrando aos nossos corações, em nome de Jesus, amém.

Autor do Artigo:

ROMEU BORNELLI

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