20 dezembro, 2007

O FILHO DE DEUS

Irmãos.

Abramos as nossas Bíblias no Evangelho de Mateus, cap. 16 13 ¶ Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? 14 E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. 15 Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? 16 Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17 Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. 18 Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 19 Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus. 20 Então, advertiu os discípulos de que a ninguém dissessem ser ele o Cristo. 21 ¶ Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia. 22 E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá. 23 Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens. 24 ¶ Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. 25 Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. 26 Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma? 27 Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras. 28 Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui se encontram, que de maneira nenhuma passarão pela morte até que vejam vir o Filho do Homem no seu reino.

Vamos ter uma oração juntos.

Querido Pai, nós nos colocamos como igreja, juntos aos pés do Teu amado Filho, entregando ao Senhor toda a administração desse tempo em Tuas santas mãos. Nós esperamos tudo da parte do Senhor. Que o Senhor nos conceda a sabedoria espiritual, o entendimento, que o Senhor rasgue o véu do nosso interior e que vejamos o Teu Filho com clareza, para que o amemos com mais ternura, e o sigamos mais de perto. Pedimos ao Senhor que nos agracie com a Tua revelação, abrindo a Tua palavra a nós. Ela é Tua e só o Senhor pode fazê-la, e nós a confiamos a Ti mesmo. Em nome de Jesus, amém.

Amados. Que bom nós podermos dedicar algum tempo em torno desse assunto o qual - quando os irmãos me telefonaram fazendo o convite para estarmos partilhando a palavra nesse encontro - eu disse ao Cristiano e ao Leonardo, que esse era o encargo do meu coração para esse tempo. Fiquei grato ao Senhor, por ver, que de certa forma, ou de todas as formas, o Senhor o confirmou isso no coração de vocês. Aquilo que era então um encargo meu, próprio, sei que está sendo repartido com outros. Esse mesmo tema, esse mesmo foco a respeito de quem é o Senhor Jesus, a sua pessoa gloriosa, e o que Ele efetuou naquela cruz - uma obra tão completa e perfeita. É claro irmãos que se nós formos nos deter nesses quatro aspectos que nós colocamos no programa que está nas suas mãos, a respeito dessas quatro palestras da noite, nós precisaríamos de uma conferência para cada tema, e ficaríamos devendo, sem dúvida, porque os quatro assuntos, eles são a chave de todas as escrituras.

Nesse cap. 16 de Mateus, vemos o Senhor em um momento tão importante da sua vida, Ele conduz os seus discípulos para as bandas de Cesaréia de Felipe, como diz aí, e Ele abre para eles naquele momento, o Pai e o Filho, abrem para os discípulos, naquele momento, naquela hora de Mateus 16, aquilo que há então de mais significativo na mente, no coração de Deus, a respeito da revelação de Si mesmo, da sua Pessoa, da sua obra, da sua glória, todas as sementes. Se os irmãos olharem com cuidado nesses versículos que nós lemos, de 13 a 28 deste cap. 16, volte seus olhos para a sua Bíblia e acompanhe, você vai ver que a primeira grande revelação são quatro grandes revelações nesse cap. 16 de Mateus. Ele é considerado pelos estudiosos da palavra como o capítulo chave de todo o Novo Testamento, porque ele traz em gérmen, em semente, aquilo que não só o próprio Senhor Jesus, como todos os apóstolos irão desenvolver ao longo de todo o Novo Testamento. Guarde isso então. Qual é a primeira grande revelação nesse primeiro cap. 16 de Mateus? Está no versículo 16 Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Tu és o Cristo, o Filho de Deus. E nós vamos procurar ver hoje, se o Senhor o permitir amanhã, e se o Senhor o permitir, depois de amanhã. Nosso encargo era passar de uma forma panorâmica esses quatro pontos que eu vou citar aqui para os irmãos, mas nós iremos seguir a provisão que o Senhor nos der a cada noite. Se ele nos retiver nesse assunto do verso 16 até o final do nosso encontro, nós iremos ficar nesse verso 16 até o final, para que vejamos algo da pessoa gloriosa de Cristo. Então, antes de poder entrar nesse primeiro aspecto eu gostaria, nem que fosse apenas hoje, se o Senhor dirigir assim, mas que então, nesse início, eu desse o panorama para você, para que pelo menos, eu não ficasse devendo o panorama, se é que nós fiquemos apenas no verso 16. Mas o panorama desse cap. 16 é muito lindo, desses versos.

Eu queria que você visse que a primeira grande revelação, de toda a Bíblia, é o próprio Cristo. Quem é Ele? Nós sabemos que a chave que abre o nosso entendimento a respeito de toda a escrituras é Cristo. Nós sabemos que quando Deus operou no Velho Testamento - Hebreus cap. 1, os primeiros versículos - nos mostra isso de uma forma tão clara, aquilo que Ele fez era como um ensaio de núpcias. Aquilo não eram as núpcias. Aquele era um ensaio de núpcias. Quando você vai fazer um ensaio de núpcias, você chama aquele casalzinho de porta aliança, o noivo e a noiva também vão, ainda não vestidos adequadamente, vão participar do ensaio de núpcias, para então, aquela grande hora, aquele grande momento. Todo o Velho Testamento é um ensaio de núpcias para aquele grande dia quando nós estaremos adornados como noiva, e então o nosso Senhor - o Noivo perfeito - irá nos receber. Esse dia glorioso, ele teve então o seu início quando da vinda do Senhor Jesus em carne. Ele é o noivo, ele é o Filho. Ele é o Noivo perfeito. A partir daí então, ele tem preparado, adornado, Ele redimiu, Ele lavou, Ele purificou, Ele santificou - a linguagem de Paulo em Efésios 5 - e Ele tem preparado para Si mesmo, essa igreja gloriosa. E a palavra diz que ela vai ser apresentada a Ele, sem mácula, e nem ruga. Mácula fala de pecado, e ruga fala de tempo. A igreja então, naquele dia, ela se apresentará ao Senhor como que não tocada pelo tempo, sem aqueles aspectos da degeneração. Até mesmo o nosso corpo físico - a Bíblia diz que nós teremos um corpo glorioso como o do Senhor. Um corpo transformado, um corpo transfigurado. Filipenses 3 20 (Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,

21 o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.) diz que a nossa pátria, a nossa cidadania está nos céus, de onde aguardamos. Essa é a nossa posição hoje. Somos noiva, mas aguardamos, porque nós não estamos plenamente adequados para essa hora para esse momento. Deus tem trabalhado nessa noiva através do seu espírito. Então, em Filipenses 3, o apóstolo Paulo nos diz que a nossa cidadania no original, ou pátria - paternidade - está nos céus de onde aguardamos o salvador que é o Senhor Jesus Cristo. E no verso 21 diz que transformará o nosso corpo de humilhação para ser igual ao corpo da sua glória. Isso é o que Filipenses quer dizer com “sem rugas”. Nós não teremos aquela marca do tempo. Não é só sem mácula. Nós nos apresentaremos diante do Senhor sem pecado, porque então nós estaremos completamente livres dele, no espírito, na alma e no corpo. Sem pecado. O pecado não fará mais parte da nossa história, quando estivermos face a face com o Senhor. Mas não só isso. Os efeitos e o resultado dele, também não. Sem ruga. Nós estaremos com corpos gloriosos, para habitar para sempre com o Senhor, fazendo o quê? O mesmo que nós estamos fazendo hoje, só que em uma esfera diferente: conhecendo., conhecendo, conhecendo, conhecendo. Não vai ter monotonia na Nova Jerusalém. Nós estaremos conhecendo, conhecendo, conhecendo e conhecendo o Senhor. Nós nunca, nem na eternidade, teremos então colocado Deus em Cristo, em uma mesa de cirurgia, aberto dissecado, e agora então conhecemos tudo. Se nós pudéssemos fazer isso, nós seríamos maiores do que Ele. Nós teremos então toda uma eternidade com Ele, para conhecê-lo mais, para servi-lo melhor, de forma cada vez mais perfeita. Se você acha que a vida cristã hoje é dinâmica e na eternidade será estática, você está enganado. Nós estaremos conhecendo e conhecendo da glória de Deus na face de Cristo. Apocalipse (Ap 21:23 A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada.) diz que a Nova Jerusalém não precisa do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, porque a glória de Deus a iluminou, e o cordeiro é a sua lâmpada. Na Nova Jerusalém o Cordeiro é o foco de Deus, assim como Ele foi por toda a eternidade e continua sendo, assim como é hoje. Nós continuaremos olhando para aquela lâmpada - Apoc cap. 21 - o Cordeiro Cristo, é a lâmpada, a glória, a pessoa de Deus. Nós iremos entrar nisso nos outros dias com mais detalhes. A glória de Deus o Pai, o conhecimento de Deus o Pai, não é possível fora da pessoa de Cristo. Ele se revela através de Cristo. Vamos procurar estudar Hebreus cap. 1 com mais detalhes. Vamos procurar selecionar ali, algumas palavras importantes que nós não podemos passar correndo por elas. Tremendas. O Espírito Santo inspirou o autor de Hebreus, que eu creio que foi Lucas, para trazer então com clareza, naquele cap. 1, a visão da pessoa eterna e gloriosa do Filho. Deus nos falou no Filho. Então na Nova Jerusalém o que nós estaremos fazendo é o mesmo que nós estamos fazendo hoje, conhecendo Cristo. Essa é a primeira grande revelação do cap. 16 de Mateus. É o tema da Bíblia inteira. É o foco do coração do Pai desde a eternidade. Nós vamos procurar caminhar nisso, mais para a frente. É o foco do coração do Pai no tempo. O tempo não mudou nada do que era na eternidade. O foco do coração eterno de Deus sempre foi o Filho. Hebreus diz que Deus não apenas criou por meio Dele, mas o livro de Hebreus diz que Deus criou para Ele. O livro de Hebreus diz que Ele é herdeiro. Eu e vocês somos herança Dele. Ele é o foco na eternidade, Ele é o foco no tempo. Ele é o foco no coração de Deus. Ele é o alvo das delícias de Deus. Nós somos amados de Deus porque nós estamos Nele, fomos unidos a Ele pela redenção, pela Fé Nele, pelo trabalhar da sua graça em nossos corações gerando em nós então essa rendição, essa fé. Somos salvos pela graça por meio da fé. Fé significa confiança, entrega, rendição. Nós cremos. Nós olhamos para nós e falamos assim: “eu não posso salvar a mim mesmo”. Eu não posso me salvar sendo religioso. Quanto mais religioso eu sou, pior eu fico. Quanto mais religioso eu sou, mais condenação eu sinto. Então fé significa entrega de si mesmo a outro. Então a fé é uma confissão para fora de nós. Ela é, em primeiro lugar, objetiva. Antes de tocar e mudar algo em nós a fé ela é objetiva. Ela não é um olhar assim para dentro: “Como é que eu vou me salvar?” Ela é um olhar assim, para fora. Cristo se entregou pelos nossos pecados. Então irmãos, ele é o foco de todo o prazer de Deus, na eternidade e no tempo. Então essa é não é só a revelação de Mateus 16, mas é a revelação de toda a Bíblia. Tudo o que Deus fez no Velho Testamento foi aquele ensaio de núpcias. Tudo o que Ele fez aqui nos Evangelhos, foi falar do seu Filho. Ele usou quatro evangelistas. A glória do seu Filho é tão plena, perfeita, completa que um mostrou uma face, o outro mostrou outra face, outro mostrou outra face e o outro mostrou outra face. Quatro faces de um mesmo Salvador. O Espírito Santo inspirou a um para mostrar que Ele é Rei. Ele é o verdadeiro Rei, segundo o coração de Deus. Então o livro de Mateus mostra o que é ser Rei, manso e humilde de coração. Limpo de coração - os primeiros versículos do Sermão no Monte.

O Evangelho de Mateus fala do caráter do Rei Jesus e do seu Reino. Depois ele usou um outro evangelista - Marcos - para mostrar que o caráter do seu Filho também é um caráter de servo. O prazer do Filho é servir. Então seu filho é mostrado como O SERVO, com letra maiúscula, de Deus. Depois Lucas escreve o evangelho movido pelo mesmo Espírito para mostrar que Ele é homem. O Evangelho é tremendo, que em tanta relação com o livro de Hebreus, você vai ver porque Ele pé homem, como é revelado em Lucas, é que Ele intercede por nós como é revelado em Hebreus. Ele vive para interceder por nós. Esse é o verso chave do livro de Hebreus (7 25 Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.) Ele vive, ressurrecto, diante de Deus, para interceder por nós. Ele é a garantia de que nós chegaremos lá. Ele é o primo/gênito(há um reforço na expressão) entre muitos irmãos. Aquele que desde a eternidade era o uni/gênito, o único. Agora foi semeado na morte, ressuscitado, e se tornou então o primogênito entre muitos irmãos. O livro de Hebreus diz assim no cap. 2: ele está conduzindo muitos filhos à glória - Hebreus 2 10 (¶ Porque convinha que aquele, por cuja causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles.) Isso é o Deus está fazendo em nós. Tudo o que Deus faz em nossas vidas, não importa quem Ele use, como Ele usa, que porta Ele abre, que porta Ele fecha. Não importa. Tudo o que Ele faz em nossas vida, é para nos tornar semelhantes a Ele. Deus só tem um alvo. Ele só tem um propósito. Nós é que fazemos a leitura errada. As vezes nos entendemos como privação, as vezes entendemos até como desamor da parte de Deus. Você já estudou o livro de Jó? Jó chega a acusar Deus de um sacarmos quando lidava com Ele. “Como o Senhor pode fazer isso comigo? Um homem justo, íntegro”, e Deus mesmo deu um testemunho dele no cap. primeiro daquele livro. Deus foi quem falou para o diabo: “Olhe o meu servo Jó. Nenhum há sobre a terra igual a ele”. Não significa que ele não era um pecador. Todos somos pecadores, mas Deus o testemunho da vida madura e aprovada daquele homem. Jó não era uma criança espiritualmente e por isso ele passou pelo sofrimento para ser amadurecido. Não. Ele já era um homem bem amadurecido, e passou por aquele sofrimento para que ele galgasse grau de glória mais alto. Porque no nosso crescimento na vida cristã é ascensional. Não é assim que Paulo fala em Filipenses 3:14 prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. A expressão grega original daquele texto diz assim: uma vocação ascensional. Lembre-se que quando Deus com Jó, ele fala no meio de um redemoinho. Redemoinho faz aquele trabalho de tirar o que está embaixo e levar para cima, não é? Não é assim que o redemoinho age? Deus falou com Jó através de um redemoinho. O propósito de Deus era já tirar Jó, mesmo como sendo um homem que já tinha algo de Deus, que já tinha andado com Deus, mas tirar Jó de um nível que ainda era baixo, e levá-lo para um nível então agora tão superior. Então Ele termina aquele livro, Deus fala a partir do cap. 38 até o 42, dois lances - coloca Jó naquele redemoinho, vira Jó de cabeça para baixo, do lado do avesso, e Deus leva Jó naquele primeiro redemoinho de vai do 38 ao 40, e quando termina aquele primeiro falar de Deus, Jó está atordoado. Ele fala assim:” Senhor. O que direi eu? Sou indigno”. Antes, se você ler o livro, ele falava assim: “ sou justo, sou reto”. Depois que ele ouve a voz de Deus, por meio do sofrimento - o sofrimento não nos aperfeiçoa - nós precisamos ouvir a voz de Deus em meio ao sofrimento. Então Jó sofreu, sofreu e sofreu e não entendeu o sofrimento até que ele ouviu a voz de Deus no redemoinho. Então o sofrimento mais a palavra de Deus é igual a transformação, maturidade. Não só o sofrimento, e nem só a palavra, mas o sofrimento e a palavra. Como Pedro diz na sua epístola: 1 Pedro 4:12 ¶ Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo. Não é nada extraordinário: não é assim que Pedro fala? Você não é um cristão? Então o sofrimento é uma marca da sua vida. Esse é um ensino bíblico. Existe uma teologia entre aspas aí hoje, que dá um não ao sofrimento e atribui todo o sofrimento ao diabo. Mas isso não é o ensino da palavra de Deus. O ensino da palavra de Deus é que nós estamos na sua mão, sendo transformados para sermos semelhantes ao seu Filho e se nós permanecermos em um relacionamento leal com Deus assim como Jó permaneceu, todo o mover de Deus, o trabalhar de Deus em nossas vidas, é para nos conduzir para mais perto de Cristo. Se não temos sido leais para com Ele, na sua infinita misericórdia, Ele ainda trabalha conosco. Só que , esse trabalhar, muitas vezes, não resulta em semelhança com Cristo, mas resulta em vermos aquela obstinação da nossa carne, para que nós sejamos levados ao arrependimento, e então possamos, a partir daí, prosseguir. Mas esse então, é o alvo de Deus. Sempre. Então a primeira grande revelação, em toda a Bíblia, é Cristo. A segunda grande revelação na Bíblia é a igreja. Se você ver no versículo 18, é o que está acontecendo aí. Depois dessa grande revelação “Tu és o Cristo”, no versículo 18 o Senhor fala: primeiro o Pai dando revelação a Pedro e Pedro fazendo essa confissão tremenda “Tu és o Cristo”. E depois o próprio Filho falando: “Eu edificarei a minha igreja”. Então a igreja é a segunda grande revelação. Se você olhar o Velho Testamento com esse foco, você vai ter uma compreensão muito mais clara. Você vai ver que quando Deus fez tudo o que fez, por exemplo, o Tabernáculo, como o Senhor falou através do Tabernáculo! Em todos aqueles móveis, aqueles detalhes, aquele serviço sacerdotal, aqueles utensílios, aquelas cortinas, aquele modo do Tabernáculo ser transportado no deserto, por que é que você acha que tem tanta minúcia? Será que você acha que Deus é sistemático? Será que Ele quer que faça tudo do jeitinho Dele, senão Ele não fica satisfeito? Ou você acha que Ele tem algo ali para nos falar do seu Filho? Ele tem algo para nos falar sobre o seu Filho. Quando João diz assim: O Verbo, esse filho eterno, Ele se fez carne e habitou entre nós. Lembra dessa palavrinha habitou? A palavra em João 1, verso 14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. A palavra habitou, no original grego - se formos usarmos o português - é tabernaculizou. É aquela palavra hebraica transliterada para o grego. O Espírito Santo quer trazer aquela figura do Tabernáculo para o Novo Testamento, dizendo: “Lembra aquele Tabernáculo? O Verbo se fez carne agora, e tabernaculizou entre nós, cheio de graça e de verdade”. Então toda aquela história que o tabernáculo conta é sobre o seu Filho, mas não só sobre o seu Filho. Sobre a sua igreja. O novo homem da nova criação do Novo Testamento. Cristo é a cabeça, a igreja o corpo, em uma união orgânica, mística, inseparável. Então todo o Velho Testamento fala sobre esses dois assuntos que na verdade são um: Cristo é a igreja. Grande é esse mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja (Efésios 5:32) Então os irmãos vejam que a segunda grande revelação nesse capítulo é a respeito da igreja, porque essa revelação também domina toda a Bíblia.

A terceira revelação nesse capítulo 16, se você olhar a partir do verso 21, tão claro, diz assim: “Desde esse tempo” - antes não - só agora, desde esse tempo. Depois que através então da revelação do Pai a Pedro que foi como, ali, um porta-voz dos discípulos, aquela não foi apenas uma revelação para Pedro, mas aquela foi uma revelação “a” Pedro, para todos os doze. Todos os onze, mais Pedro. Então agora estava claro quem era a pessoa de Jesus de Nazaré, filho de José, o carpinteiro. Agora eles viram algo mais: “Tu és o Cristo” - depois nós vamos ver as implicações disso - “o Filho do Deus vivo”. Pedro então, pela revelação do Pai, ele confessa a eternidade do Filho. Filho de Deus. Ele não está falando sobre esse Homem Jesus que começou na manjedoura. Ele está falando que esse Homem Jesus, que teve aquele início humano na manjedoura, Ele é o Filho eterno encarnado de Deus. E nós precisamos ver a importância dessa confissão irmãos. Ela é o fundamento, o alicerce da nossa fé. Nós não cremos apenas em Deus. Tiago diz assim: Tiago 2:19 Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem. Você crê em Deus? Você tem uma fé monoteista? Você crê que Deus é um só como Tiago diz? Você faz muito bem, em crer que Deus é um só. Só que Tiago diz que até os demônios crêem. Não tem diferença nenhuma até esse ponto, entre nós e os demônios. Os demônios crêem que Deus é um só. E Tiago ainda diz assim: “Eles tremem”. Então, qual é o diferencial da nossa confissão? Não é que nós cremos em Deus o supremo arquiteto do universo, o número um, ou seja o que for que se usa por aí para chamá-lo. Nós cremos que Deus, que é um, subsiste em três pessoas, e na pessoa do Filho que é Deus, que não é menor que Deus, não foi criado por Deus - como dizem as testemunhas de Jeová - uma heresia que não é nova, e sim desde o início da história da igreja, que já foi falado no início da história da igreja, por Sabélio, chamado Sabelianismo, que dizem que Jesus é o primeiro ser criado de Deus. Então se você olhar a bíblia dos testemunhos de Jeová, em João, no cap. 1, aparece o Verbo, com letra minúscula, ou em outras aparece com letras maiúscula, mas no texto diz assim: No principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o verbo era “um” Deus. Não diz: O Verbo “era” Deus. Não é? Então irmãos, quão claros nós precisamos estar respeito da pessoa de Cristo. Ele não é um deus, como se houvesse outro. Ele-é-Deus, e essa foi a confissão de Pedro em Mateus 16. E quando o Senhor ouviu aquela confissão ele falou: “Pedro, você é um bem aventurado. Sabe por que Pedro? Porque não está em você atingir isso.” Usando as minhas palavras, foi isso que Jesus disse para Pedro, quando Ele falou que “não foi carne nem sangue”. Ele falou: “Pedro. Não foi a tua inteligência. Você é um pescador galileu, espertalhão. Você tem capacidade. Que coisa Pedro! Como você teve capacidade de me reconhecer!” Não foi isso que Jesus falou. Ele falou assim: “Pedro, você é um bem aventurado, porque não foi carne e nem sangue, nada do que é teu, nada natural, mas o Pai foi quem te revelou”. Vocês lembram de Isaías 53. Como começa o cap. 53 de Isaías, aquele que é chamado o evangelho, lá do Velho Testamento? Antes do Evangelho ser revelado em Jesus, ele há havia sido pregado por Isaías, no cap. 53, aquele capítulo tremendo, profético. Como começa aquele capítulo? Você se lembra? Lá diz assim: Isaías 51 1 ¶ Quem creu em nossa pregação? Quem creu? Isaías começa perguntando. Quem é capaz de crer? Será que nós temos em nós mesmos uma capacidade natural de crer? Isaías diz que não. Ele faz uma outra pergunta na seqüência: 1 ¶ Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do SENHOR? Quem são os que crêem? São aqueles a quem foi revelado. Não é?

Irmãos. Esse é o nosso privilégio como cristãos. A morte de Jesus é suficiente, é eficaz para salvar toda a humanidade. Mas a eficácia da sua morte é conhecida apenas por alguns. Esses que na palavra então, ele chama de “os eleitos de Deus, antes da fundação do mundo”. A graça de Deus é oferecida a todos os homens, e nós somos responsáveis quando ouvimos o Evangelho, e então respondemos com o nosso crer, com a nossa entrega. “Senhor eu tenho ti visto e eu me entrego a Ti”. Todos nós, de alguma maneira, nos convertemos assim. Ou você viu Jesus, sozinho, lendo a Bíblia, ou você viu Jesus através da pregação de um irmão, ou viu Jesus lendo um livro, ou você viu Jesus no dia em que você estava orando na sua casa, mas mal sabia quem era Deus, e então Ele foi mostrado de uma forma clara, objetiva, a você. Não que você sentiu, se emocionou, chorou. São só conseqüências. Ver espiritualmente é algo muito maior do que isso. É aquela convicção interior a respeito de quem é Jesus, quem é o Filho. Isso é o que a Bíblia chama de re-ve-la-ção. Significa então rasgar o véu, abrir o véu. Revelação. Então Isaías diz: “Quem creu em nossa pregação?” E aí ele pergunta: “ a quem foi revelado o braço do Senhor ? É por isso que nós somos os bem aventurados, assim como Pedro, porque a nós foi revelado o braço do Senhor. Isso não é uma coisa pequena, não é? Isso muda toda a nossa história. Aliás, é a única revelação capaz de mudar a nossa história: a revelação de Cristo. É isso que nos torna igreja. As vezes irmão, essa segunda revelação aí - na nossa tolice, muitas vezes, no cristianismo em geral - ela tende, parece que como que ofuscar a primeira. A igreja sendo colocada como maior que Cristo, na frente de Cristo. A Bíblia diz que Cristo é o nosso Sol, o Sol da Justiça. Compara a igreja a lua, a qual não tem luz própria, pois ela reflete a luz do Sol. Não tem sol, não tem lua. A igreja é lua. Ela não tem luz própria. Ela reflete a glória de Cristo. Em segunda Coríntios, o apóstolo Paulo nos diz assim: 2 Coríntios 4:6 Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo. Nós éramos trevas, e agora somos luz no Senhor. As vezes a visão, chamada da igreja, ofusca tanto a visão de Cristo, que já chegamos a ouvir testemunhos assim: “Quando eu conheci a igreja, minha vida foi transformada”. “Quando eu fui para a igreja, aconteceu alguma coisa”. Mas a igreja não salva ninguém. Não é? A igreja não tem nem mensagem própria. Ela prega Cristo, o Filho de Deus. Prega a salvação em Cristo, a graça em Cristo, a redenção em Cristo, o juízo de Cristo, que Deus o constituiu juiz de vivos e de mortos. Então nós não podemos fugir da ordem dessas revelações aí, para que não percamos o lugar e a importância delas. Depois se você for no versículo 21, você então vai tocar na terceira. Quando as duas já ficaram claras, eles viram quem era Cristo, o Filho de Deus, o Filho encarnado, eles aprenderam algo sobre a igreja, e é a primeira menção de igreja no Novo Testamento. Ela aparece aqui. A primeira. Toda primeira menção é muito importante. Vai nos dar uma luz, um entendimento sobre o assunto, assim como qualquer bom professor faz. Se você vai dar uma aula para qualquer aluno sobre um tema, você não começa a falar daquele assunto por um lado e pelo outro. Você primeiro dá o conceito para ele. “Você vai aprender hoje sobre esse conceito de gimnosperma” Então vamos ver o que é então um gimnosperma, dentro da botânica. Então você dá o conceito, e a partir daí, você vai desenrolando o assunto. (Gimnosperma: ramo de pinheiro (Pinus) com estróbilos femininos e
folhas aciculares). Qualquer bom professor ensina assim, em qualquer matéria. O nosso Senhor, é o melhor professor. Então quando Ele quer falar sobre a igreja, você vai encontrar aqui, o conceito. Se o Senhor nos permitir, iremos examinar esse conceito, e como ele é amplo. Quanta coisa tremenda existe aí. Todos os alicerces sobre o que precisamos saber sobre a igreja está aí irmão, em dois versículos. O nosso Senhor é tremendo; Ele sabe usar as palavras. Ele colocou em dois versículos, o que os apóstolos levaram o resto do Novo Testamento para escrever. O Senhor deu aquele conteúdo e a partir daí, eles fizeram como se dissesse assim: “ Vou explicar para vocês o que foi que o Senhor falou sobre a igreja”. Eles vão dissecar o assunto, explicar os assuntos em Romanos, em Efésios, Colossenses, Gálatas. Eles vão explicar esse conteúdo que o Senhor já lançou aqui, nas bandas de Cesaréia de Felipe para aqueles doze.

Então, depois disso claro, o Senhor dá a terceira grande revelação: “a Cruz”. Irmãos, muitos tem crido em um Cristo sem cruz. Nós precisamos estar tão claros que não há Cristo sem cruz, que não há igreja sem cruz. Não há mensagem evangélica sem cruz. Existe um tipo de “mensagem evangélica” que não é evangélica de forma nenhuma, que você ouve hoje em dia, em rádio e televisão, e mesmo aí publicamente, livros, que anunciam um evangelho de promessas de barganhas, de troca: “Vem para Jesus! E Ele vai te dar isso, fazer aquilo, fazer isso.” O evangelho da troca, da barganha. Cristo sem cruz. Existe mensagem evangélica hoje que não prega pecado. Prega prosperidade. “Jesus quer mudar a sua vida. Você não está em uma situação difícil? Está aí quebrando financeiramente, não está aí com isso, não está aí com aquilo?” É um Evangelho desfocado. É um evangelho sem pecado. Os psicólogos hoje, detestam a palavra pecado. Os psicólogos não cristãos, que não tem um fundamento cristão. É proibido falar em pecado, pois o que existe é um desajuste comportamental. Não é? Crise de identidade. Problema. Mas a Bíblia chama isso de pecado. A Bíblia diz assim: “ Você não tem problema. Você está morto, em delitos e pecados”. ( Efésios 2:1 ¶ Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados). Se você não entregar o seu coração conscientemente a Cristo, você não tem esperança. Nem psicólogo, nem psiquiatra, nem entrar no ventre da mãe e nascer de novo não vai adiantar pois vai nascer o mesmo pecador. Então irmão, a terceira grande revelação de Mateus 16 é a cruz: o que o Senhor realizou na cruz. Por que a cruz? Por que é que Ele se fez carne? Por que não havia outra maneira de nós sermos aproximados de Deus? Por que a cruz? Quais são as provisões que o Senhor fez na cruz? Irmão. Quão mais dedicados - como alunos - aos pés do Senhor, nós precisamos ser ao estudo da palavra. A Bíblia não é um livro de promessas em primeiro lugar. Não. Contém muitas promessas. Graças a Deus pelas promessas. Mas a Bíblia é um livro sobre Cristo. Nós vamos na palavra para conhecer melhor a Cristo, e para ver mais a profundidade e a riqueza da obra que Cristo realizou na cruz do Calvário. Porque essa é a medida subjetiva da minha libertação. Quanto mais eu conheço quem é Cristo, quanto mais eu conheço o que Cristo fez na cruz do Calvário - Cristo e a cruz. Paulo diz: 1 Coríntios 1:23 mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios. É uma mensagem só. Focal. Não é promessas, promessas, barganhas, paz, saúde, prosperidade, dinheiro, melhoras. É Cristo, e este crucificado. Tudo o mais é conseqüência. Pode vir, pode não vir. Pode vir rápido. Depende. Ele vai trabalhar as nossas vidas. O que importa é que nós estaremos conhecendo Cristo, amando Cristo, sendo íntimos de Cristo, adoradores de Cristo, confiando em Cristo, sabendo que o foco da nossa vida é Cristo. Não é nem mesmo a nossa família, tão amada, uma dádiva de Deus para nós. O maior meio de Deus se expressar nessa terra, são as famílias, mas ainda assim não é o foco de Deus. O foco de Deus é Cristo. Quanto mais nós conhecemos a Cristo, tanto mais nós vivemos adequadamente como família, como igreja. Então irmãos, quanto mais nós conhecemos Cristo, a igreja, a cruz - a terceira revelação - mais nós somos então aproximados de Deus, mais nós experimentamos vida de verdadeira libertação, as provisões da cruz. Como que eu posso ser liberto do pecado? Será que é fazendo jejum, contribuindo mais na comunidade, indo a mais reuniões. Tudo isso é muito bom, mas nada disso vai me libertar. Tudo isso vai ajudar. É importante, porque vai me levar, vai me proporcionar uma realidade, uma intimidade, um conhecimento maior de Cristo. Nós precisamos de todos os meios de graça, mas não podemos confundir os meios com a própria graça. Não é?

Se você não vê Cristo na palavra, para você a palavra não tem significado. Ela é mais um livro. Não é? Então, a terceira grande revelação, no cap. 16 de Mateus é a cruz. Nós precisamos saber o que o Senhor proveu na cruz. Ele não só perdoou os nossos pecados. Ele nos crucificou. Na cruz nós fomos mortos. Sabe porque nós ainda ficamos ali misturados, amarrados, caindo muitas vezes nos mesmos pecados? Porque a nossa visão espiritual, a respeito dessa provisão já feita a dois mil anos atrás, no que concerne ao tempo, na cruz do Calvário, ela é então um fato espiritual em Cristo, e se eu permaneço em uma vida de união com Ele, esse fato será verdade em mim. Romanos 6 diz assim: 6:14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça. Isso é provisão da cruz. O Senhor fez provisão na cruz, não só para perdão. Ele fez provisão na cruz para libertação e então a terceira grande revelação aqui é a cruz. O Senhor falou - no versículo 21 - que era necessário que Ele seguisse para Jerusalém para sofrer, ser morto. Se o Senhor permitir nós vamos chegar lá, destacar alguns detalhes. Você vai ver a ênfase do ir para Jerusalém sofrer, morrer. Que coisa tremenda irmão!. É como se o Senhor estivesse dizendo assim: “Eu sou o Cristo sim. O Filho do Deus vivo.” Essa tinha sido a confissão de Pedro. “ Eu edificarei a minha igreja, sim. As portas do inferno nunca prevalecerão contra ela, mas o meio para que Eu faça tudo isso é a cruz. Sem a cruz, nada. Eu não vim para expulsar demônios. Eu não vim para curar enfermos. Eu não vim para multiplicar pães. Eu vim para morrer”. A vida do Senhor Jesus, é uma vida destinada à morte. Se o grão de trigo caindo em terra e não morrer, se Ele só curar enfermos, expulsar demônios, ser reconhecido como um iluminado de Deus, um líder de Deus, nós ainda estaremos quando estaríamos condenados. O grão de trigo caiu em terra para morrer. É certo que nesse caminho, desde o seu nascimento até a sua morte, Ele então deixou claro, para aqueles que estavam ao seu derredor, quem era Ele. O próprio Filho eterno, agora encarnado. Mas o seu ministério, claro, não podia se limitar a isso, do contrário nós estaríamos completamente perdidos. O Senhor precisava ir a cruz e morrer. Mas você sabe por que? Nós precisamos estudar a palavra de Deus, para nós vermos quais são as provisões da cruz. Por que o Verbo teve que se fazer carne? Por que Ele morreu aquela morte? Por que não havia outro meio de nós sermos salvos? Por que é que Deus não poderia olhar para nós e dizer assim: “Eu já castiguei a humanidade por muito tempo e agora eu vou mudar a minha atitude. Agora eu vou perdoar”. Você acha que o perdão é leviano assim? Ou você acha que se você levar um assassino diante do banco dos réus, diante de um juiz, e um juiz olhar para ele e dizer: “você já sofreu tanto!. Não é o primeiro crime que você comete. Você já matou nove. É o décimo que você mata agora. Estou cansado de te condenar. Agora eu vou te perdoar. Acho que eu estou até te devendo já o perdão. Estou precisando usar de misericórdia com você”. O que é que você acha desse juiz? Irmãos. Deus é santo.

Nós temos um problema muito grave. Nosso problema não é só que nós desagradamos Deus aqui e ali, cometemos um pecado aqui e outro acolá. Nosso problema é que nós somos pecadores. Por natureza. Filhos da ira. Deus não pode ter comunhão conosco, se Ele não fizer algo, Ele mesmo. Uma terceira pessoa não serve. Se você acha que Deus Pai é um, o pecador é outro nesse pleito, Deus é o juiz, o pecador é o condenado, e então agora o juiz não tem nada para fazer. Ele vai condenar esse pecador, e aí, no lugar desse pecador, ele pega um terceiro que é justo, faz esse terceiro morrer no lugar desses pecadores. Então ele vai justificar esses pecadores. O drama da redenção não se compõe de três pessoas. O drama da redenção só se compõe de duas pessoas. É só Deus e o homem, porque quem morreu na cruz, não foi uma terceira pessoa. Foi o próprio Deus encarnado, na pessoa do Filho, a segunda pessoa da Divindade. Deus é um em essência. Não três deuses. Um Deus. Mas subsiste em três pessoas, o que Hebreus chama de Hipóstasis. Nós vamos procurar estudar isso depois, para deixar mais claro para você. A segunda pessoa do Deus triuno, o Filho. Deus com Deus. Não Deus menor que Deus. Não um deus criado por Deus, mas Deus com Deus. Deus Filho se fez carne, e na pessoa do Filho, o pecado foi totalmente tratado. Totalmente julgado. Deus assumiu essa dívida. Não uma terceira parte. Ele assumiu. Ele o Santo, Ele o justo. Aquele sacrifício, deveria estar à altura da santidade de Deus. Qual pessoa poderia oferecer um sacrifício pelos pecados de outros, à altura da santidade de Deus, senão Deus mesmo? Quem tem uma santidade à altura da de Deus, senão Deus? Por isso que o apóstolo Paulo diz em 2 Coríntios 5:19 a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo. Deus estava em Cristo. Cristo não é uma terceira parte. Então irmão, quão importante é a visão da cruz.

Eu fui criado em uma família cristã, ensinado na palavra de Deus, desde a minha infância, mas me converti em uma experiência pessoal com o Senhor, aos quatorze anos de idade. Até a minha conversão eu tinha esse drama da redenção na cabeça, como três pessoas. Deus o Pai, santo, perfeito, mas um Deus muito exigente. Ele não pode ter comunhão com um pecador. Então, Jesus, entra aí como o “bonzinho”. Vai entrar aí nessa brecha, para fazer com que esse Deus severo, nos olhe com olhos diferentes, com olhos de amor. Então Ele vem, oferece a sua vida, para que esse Deus, nos olhe com olhos de amor. Três partes. Mas esse não é o drama da redenção. Deus o Pai, Deus o filho. Um Deus. O Filho se fez carne. O Filho não é 33,33 por cento Deus. Ele não é um terço de Deus. Ele é Deus, cem por cento Deus. Assim como o Espírito Santo é cem por cento Deus, e o Pai é cem por cento Deus. Esse é o mistério da tri unidade de Deus. A nossa mente tão limitada, presa ao tempo, é incapaz de tocar esse mistério tremendo. Três, um. E de tal forma que a essência é uma, as pessoas são três, separadas: o Pai é uma pessoa, o Filho é outra pessoa, distinta, o filho não se torna Pai, o Pai não se torna Filho. Essa foi uma outra heresia condenada na história da igreja, chamada de unicismo, unitarismo. No Velho Testamento você tem o Pai. No Novo Testamento você tem o Filho. O filho é o mesmo Pai. Agora você tem o Filho e não tem mais o Pai. No Velho Testamento Ele era o Pai, e agora Ele é o Filho. Não. São três pessoas. Sempre as três pessoas e não três deuses. Um Deus, mas três pessoas. O Filho habita totalmente no Pai, e o Pai habita totalmente no Filho. Você consegue entender isso? Nem eu. Esse é o mistério da tri unidade de Deus, esse ser perfeito. Tudo o que o Pai fez, Ele fez para o Filho. Lembra que é isso que o Filho fala? O Pai a ninguém julga mas confiou ao Filho todo julgamento. O fazer do Filho é agradar o Pai, e o fazer do Pai é agradar o Filho. O Filho ama o Pai, o Pai ama o Filho. Ninguém conhece o Pai senão o Filho, ninguém conhece o Filho senão o Pai. Lembra da linguagem de Jesus? Uma comunhão eterna. Sabe por que é que a Bíblia diz: Deus é amor? Porque Deus é tri pessoal. Tri pessoal. Seria difícil essa definição se Ele fosse uni pessoal. Ele só poderia amar a Ele mesmo. Deus é tri pessoal, como se o Pai fosse o amante, o Filho fosse o amado, e o Espírito Santo fosse o amor. Só que não são três conceitos. São três pessoas. O amante, o amado e o amor. A pessoa do Pai, habita na pessoa do Filho, através da pessoa do Espírito Santo. Nas pessoas do Deus tri uno, eles se interpenetram, estão um no outro e inter habitam, ou seja, estão um dentro do outro. Por isso o Evangelho de João, um versículo no centro do Evangelho, você vê essa declaração tremenda de João, através do Espírito Santo. Jesus disse: João 10:30 Eu e o Pai somos um. Quando você Jesus orando em João 17, quem é que está lá? É um ser criado de Deus, alguém menor do que Deus? João 17, naquela oração chamada sacerdotal, Ele ora assim: 5 e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo. Pai, Meu Pai. Glorifica-me com aquela glória. Olhem o que Jesus fala. É o Filho, o Verbo eterno, o Deus filho, agora encarnado. Ele está orando. Ele diz assim: “Pai Glorifica-me com aquela glória que eu tive junto de Ti, antes que houvesse mundo”. Quem está orando é o Verbo encarnado, é o Filho de Deus em carne. Por isso irmãos, essa revelação do versículo 16 de Mateus, é tremenda. “Tu és o Cristo”. Ele está falando para Jesus, o Homem. “Tu és o Cristo, o Filho de Deus. Jesus é homem 100 por cento e é Deus 100 por cento. A terceira revelação nesse capítulo é a respeito da cruz, no versículo 21. A última revelação ela está nos versículos 27 e 28, finalzinho. É a respeito do Reino. Só para dar para você nessa primeira reunião, esse panorama. Depois nós usamos o restinho do tempo aqui, para falarmos sobre o Filho. O Cristo, o Filho do Deus vivo. Antes disso então, para completar o quadro para você, veja que a última revelação nesse capítulo de Mateus é sobre o Reino. Versículo 27 Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras. Esta se referindo aqui a essa segunda vinda, e o versículo 28, no final 28 Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui se encontram, que de maneira nenhuma passarão pela morte até que vejam vir o Filho do Homem no seu reino. E depois o cap. 17, até o verso 8, não pode ser separado deste contexto. Você sabe que no original da palavra de Deus, não há separação em capítulos. Isso aqui é apenas para nos auxiliar no manuseio da Bíblia. Mateus é um livro por inteiro. Não tem capítulo, nem versículo. Então as divisões que existem aqui são aleatórias. Esses negritos que você vê separando os parágrafos, são aleatórios. Isso não é parte do texto inspirado. Está certo? É importante você saber, tanto que está em negrito aí. “A transfiguração”, “ o discípulo de Cristo deve levar a sua cruz”. Está escrito em negrito. Isso não faz parte do texto inspirado. Isso foi colocado apenas para dividir, didaticamente, aí a Bíblia. Então você tem que ler o texto todo dentro daquele contexto em que ele está. Então o Senhor está terminando o verso 28 falando: “vejam vir o Filho do Homem no seu reino”. Então continue lendo em seqüência. “Seis dias depois”, Ele faz alguma coisa. Ele vai mostrar a essência do reino. Irmãos, o cap. 16 de Mateus, e esses oito primeiros versículos do cap. 17 de João, são essência. Se nós não temos essência, nós não temos nada. Se nós não temos esse conceito, nós não temos nada. Se nós queremos saber o que é o reino de Deus nós temos que ter essa visão, primeira, do cap. 17 de Mateus, do contrário vamos errar. Em Romanos 14, Paulo diz assim 17 Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. O Reino de Deus não é bebida. Ou seja Deus não existe para te dar comida, nem bebida. Essa não é a essência do reino de Deus. Ele te dá porque Ele é um Deus abençoador, que se agrada em abençoar os que são seus, e até os que não são. Ele faz vir o seu sol sobre justos e injustos, e dá a sua chuva para todos, não é? (Mateus 5:45 para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.) Mas aqui nós estamos tocando na essência. O que é que é o reino? Não é comida, não é bebida. Qual a essência do reino de Deus? É a manifestação da glória de Cristo. Alguns não passarão pela morte até que vejam o Filho do Homem no seu reino. O reino do Filho do Homem. O que foi que eles viram? Jesus toma aqueles três, e sobe no monte. Se você olhar o contexto aqui, o que é que você está esperando? Que Jesus leve aqueles três lá e mostre o reino. Foi o que eles acabaram de dizer; alguns aqui. Não está falando de outros não. Aqui. Entre os doze aqui, não passarão pela morte até que vejam o Filho do Homem no reino. Então essa é a primeira menção do reino do Filho do Homem. Se nós não vermos que esse é o reino, nós vamos nos perder em coisas. O reino de Deus é isso, o reino de Deus é aquilo. O Senhor mesmo falou que: muitos virão dizendo que o reino está aqui; o reino está sendo manifestado ali. O anti cristo, no final dos tempos, diz a palavra de Deus, que ele vai fazer descer fogo do céu. Se você acha que o reino de Deus está onde estão sendo executados sinais e maravilhas, cuidado. A palavra de Deus não diz que o reino de Deus está onde estão sendo efetuados sinais e maravilhas, porque a bíblia diz que no reino do anti cristo, também se fará sinais e maravilhas. Até fogo do céu vai descer. Está escrito na palavra em Tessalonicenses. Então o reino de Deus não são coisas externas, não são sinais, não são prodígios, não é comida, não é bebida. O que é o Reino de Deus? Cristo na sua glória. O reino de Deus é onde Cristo é o centro. O reino de Deus é onde Cristo pode ser contemplado no que Ele é. O reino de Deus se compõe daqueles que seguem o cordeiro por onde quer que Ele vá, quer estejam sofrendo, quer não estejam sofrendo, quer estejam com saúde, quer estejam com doença. Seguidores do cordeiro, onde quer que Ele vá. Então o Senhor subiu o monte e vai mostrar para eles o que é que é o reino. Eles não viram tronos, não viram principados, potestades. O que foi que eles viram? O Senhor se transfigura diante dele. Aquele é o reino. O reino é Cristo glorificado. Quando você vê Paulo, observe que a essência está aqui, como eu falei, e você vai ver o prolongamento por todo o novo testamento. Lembra de Paulo, só para te citar um exemplo. Paulo em 2 Tessalonicenses, cap. 1. Leia com cuidado os versos de 10 a 12 (10 quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia (porquanto foi crido entre vós o nosso testemunho). 11 ¶ Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé, 12 a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós, nele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.) Se você quiser anote aí e depois você leia. Você vai ver que Paulo está dizendo exatamente o que você vê aqui em Mateus 17. Quando ele está falando do reino ali, ele está falando que Cristo virá para ser glorificado nos seus santos. Estão vendo o que é que é o reino? Cristo será glorificado nos seus santos. Esse é o reino. Irmãos. Isso um dia vai ser plenamente manifestado. Romanos cap. 8, a partir do verso 17 (17 ¶ Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. 18 Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. 19 A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus.) Paulo diz assim: os sofrimentos que estão se cumprindo em nós não são para comparar com a glória por vir, a ser revelada em nós. Não é assim que Paulo nos fala? A glória por vir a ser revelada em nós. Ardente expectativa da criação aguarda essa revelação dos filhos de Deus, daqueles que estão sendo tronados semelhantes a Cristo. Isso é o reino. Irmão, se você e eu, não estamos sendo tornados sendo semelhantes a Cristo, o reino de Deus não é uma realidade para nós. Pode ser uma realidade apenas intelectual. Você conhece a Bíblia. Você sabe intelectualmente o que é o reino. Você sabe falar sobre ele, mas você não tem a essência dele. Mas um exemplo para você, do que Paulo falou em Filipenses. Aquilo é o reino. Estou usando vários versículos para mostrar vários ângulos da mesma coisa para você. Filipenses 1, Paulo fala assim. Ele estava ali pronto para ser morto, pelo seu testemunho de Cristo em Filipenses 1. Ele fala assim: “Eu não tenho medo. Para mim o viver é Cristo e morrer é lucro, pois estarei com Ele. E estar com Ele é incomparavelmente melhor. E eu tenho uma certeza. Cristo será magnificado no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte, porque para mim o viver é Cristo”. Isso é o reino de Deus. Será que fica claro agora que o reino de Deus é Cristo, e é uma pessoa? Que não é uma coisa? O reino de Deus é a glória do seu Filho sendo formado em nós. Gálatas você tem três frases chaves que abrem aquele livro de tão maravilhoso. A primeira Chave está no cap. 1 quando Paulo fala assim: Cristo revelado em mim. ( Cap. 1 16 revelar seu Filho em mim) A segunda frase está no cap. 2, quando Paulo diz: Cristo vive em mim ( cap. 2 Gálatas 2:20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim;) e a terceira frase está no cap. 4 verso 19 quando Paulo fala: Cristo formado em vós (19 ¶ meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós;) Três fases. Cristo revelado, Cristo vive e Cristo formado. Isso é o reino de Deus. Cristo revelado a nós, Cristo vive em nós, e Cristo está sendo formado em nós. Isso é o reino de Deus. Não é comida, não é bebida. Não é simplesmente autoridade, poder, expulsão de demônios, profecias, sinais, curas. O reino de Deus é Cristo formado em nós. Quão importante é isso irmãos. Isso foi o que o seu irmão mostrou aqui. Não fica claro para você agora? Olha o texto, olhe o contexto. Não acreditem em mim só porque eu estou falando. Seja como os de Bereia. Examine as escrituras e veja se as coisas são realmente assim. Olhem o contexto de Mateus 16 e 17. Leias as epístolas para você ver o que é o reino de Deus para que você se sinta bem aventurado como Pedro. Não foi carne e sangue quem te revelou. Cristo foi revelado em nós. Mais do que isso. Cristo vive em nós. Agora nós não precisamos viver. Cristo vive. Se nós tivermos então aprendendo a manter a nossa vida Nele, pela comunhão em espírito, nem sempre consciente, pois a comunhão espiritual é mais do que mental, é mais do que consciente, você pode permanecer em comunhão com Cristo dormindo - pode e deve - você pode permanecer em comunhão com Cristo trabalhando, porque a comunhão é algo que vai além da consciência e da mente. A comunhão é algo espiritual. Você pode estar concentrado no seu trabalho, fazer um trabalho que exige tudo da sua concentração - você não está pensando em Cristo e nem na palavra de Deus - mas você está em comunhão espiritual com Ele, de tal forma que se alguma coisa interfere ali, naquele seu estudo, naquele seu trabalho, que ofenda a Cristo, que toque a sua relação com Cristo de alguma forma, o seu espírito reage a aquilo. E você diz assim: “Isso aqui não. Isso aqui não é do Senhor. Isso aqui não vem Dele”. Você não estava em consciência de comunhão com Ele, mas por que você de repente foi acordado aí? Porque a comunhão é algo mais que mental, algo mais que no nível da consciência, algo espiritual. Como o Senhor falou assim: “permanecei em mim e eu permanecerei em vós”. Este permanecer é espiritual. Nós podemos permanecer Nele vinte e quatro horas por dia. Nada nos separa desse permanecer a não ser o pecado. E se nós mantemos em nossa vida pecado não julgado e não confessado, nós não podemos permanecer Nele. E se nós não permanecermos Nele, sem Ele nada podemos fazer. Nós vamos manter uma vida religiosa, vamos manter uma vida de leitura da Bíblia, até as vezes de serviço a outras pessoas, um serviço até árduo as vezes, quem sabe tentando provar alguma coisa para Deus, mas não é uma obra que emana da vida. É uma obra morta, como diz o livro de Hebreus. Então irmãos, esse permanecer Nele e Ele em nós, é a essência do reino de Deus. É assim que Cristo é formado em nós. E ali no cap. de João 15, tão tremendo, ele vai mostrando como é que funciona esse permanecer. Estou colocando isso para ajudar a você entender o reino, então. Se não pudermos voltar nesse assunto, peço a Deus que eu tenha ajudado você a ficar claro, sobre o que é o reino, para que você não se confunda. Naquele capítulo de João, 15, quando o Senhor falou sobre a videira e os ramos, o permanecer, a essência do reino, ele vai nos dando dicas ali para nos ajudar. Se Ele só falasse assim: “permanecei em mim, habitai em mim, e Eu habitarei em vós” parece algo assim muito intangível, não é? Muito lá para o João da Cruz, para Teresa de Ávila, lá para os místicos. Não é isso? Permanecei em mim e Eu permanecerei em vós, uma vida mística. Então o Senhor vai nos ajudando a colocar os pés no chão e saber como fazer. Lembra de João 15? Ele fala assim: “Se as minhas palavras permanecerem em vós, sois meus discípulos. Se permanecerdes no meu amor, eu permanecerei em vós”. Não é? Aí ele já está nos ajudando. Como poderemos permanecer Nele? Se as suas palavras permanecem em nós. Então qual é o maior meio que nós temos para permanecer em Cristo? Estar com a sua palavra enchendo o nosso coração. Foi por isso que Ele falou para Josué: “Sê é forte, sê corajoso. Medita nessas palavras. Nelas sê diligente. Foi por isso que o salmista falou no Salmo 119 - “a Tua lei é todo o meu prazer. Nela medito, de dia e de noite”. (Salmos 1:2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Salmos 119:97 ¶ Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia! Salmos 119:174 Suspiro, SENHOR, por tua salvação; a tua lei é todo o meu prazer. ) Por isso que Paulo falou em Colossenses 3:16 Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. Habite. A mesma palavra que o Senhor usou em João 15: “Habitai em mim”. Em Colossenses 3 16, Paulo diz assim: “Habite ricamente, more, em vós, a palavra de Cristo”. É assim que Cristo pode habitar em nós, quando a palavra de Cristo habita em nós. É por isso que nós precisamos ler a palavra, meditar na palavra, de joelho e coração dobrados. “Senhor eu quero te tocar, te ver, te memorizar, quero ter atenção à tua palavra”. As vezes nós não sabemos porque temos vida fraca, mas muitas vezes é fácil descobrir. Se uma pessoa não come a uma semana chegar para você e pedir para que você ore por ela, porque está em uma fraqueza e está quase da desmaiar, e você descobre que ele está a uma semana sem comer, você não vai orar por ele. Vai dizer para ele comer um belo prato de comida, e o problema dele estará resolvido. Você não precisa de ação, mas de ação. Não é? Espiritualmente funciona assim. Nós nos sentimos tão fracos espiritualmente, que nós queremos achar aquele indivíduo poderoso, aquele que vai chegar e fazer aquela oração, vai libertar, e vai resolver, e tem um monte por aí se propondo a isso. Você pode escolher de quem você gosta mais. Mas isso não é o reino de Cristo, irmão. O Senhor nos ensinou a habitar Nele com as suas palavras habitando em nós, porque nós somos ramos e o ramo não se pode produzir fruto. O fruto é da videira. Mas, se permanecermos Nele, o Seu fruto vai ser expresso de nós. Quando outros virem aquele fruto, como Ele falou em Mateus 5, no sermão no Monte, eles vão ver as vossas boas obras. Nós vamos fazer as boas obras, como fruto da vida. Outros vão ver e vão glorificar ao vosso Pai. Eles vão olhar para você e vão dizer: “ Poxa! Como você é bom!” Todas as vezes que nós vamos achando que o fruto é nosso, o Senhor vem e puxa o tapete. “Deixe-me mostrar a você quem é que você é!” Como o Senhor é bom. Como é que Ele faz isso conosco, porque nós somos aquele balão, que vai sendo soprado, vamos inflando. Vou “melhorando” (entre aspas) na vida cristã, como a gente acha, e o balão vai inchando. Que coisa. Você vai olhando para você, vai vendo que as rugas estão desaparecendo. o balão está inflando, ficando lisinho, aquilo vai inchando e de repente o Senhor vem, só com um espetinho, e fura. Fura que você não encontra mais o balão. Sai voando pela sala. Tem cristão que parece rolha de champanhe. Enquanto ele está quieto ele está bem, no meio do mundo, mas na hora em que você chacoalha, aquela rolha estoura e você nunca mais vê. Não é? Não sabe ser afligido, não sabe passar por provação, esperar em Deus, mas essas são as maiores lições para o nosso permanecer. Nós precisamos ver as mãos que lidam conosco, as mãos do Senhor, nos ensinando a habitar, a permanecer. “Habitai em mim. Minhas palavras habitando em vós, meu amor habitando em vós”. O Senhor nos deu duas dicas importantíssimas aí. Como que Ele pode habitar em mim? Quando as suas palavras habitarem em mim. Como que Ele pode habitar em mim? Se o seu amor habitar em mim. Irmãos, sabem como que se devia ser conhecido um homem? Se você quiser conhecer uma pessoa nunca pergunte a ela, o que ela faz. Essa é a visão mercantilista da vida. Quando você pergunta para uma pessoa: “qual que é a sua profissão?”, a pergunta que você queria fazer era outra. Você queria perguntar assim: “quanto de dinheiro você tem?” Ou então você pergunta: “ o que é que você faz?” para saber qual o status dela. No mundo é assim: você vale quanto pesa. Mas uma pessoa, segundo o ponto de vista de Deus, nunca é conhecida com essa pergunta. A pergunta que define quem nós somos é: “o que você ama?” O que nós amamos define quem somos. Existem muitos versículos na Bíblia que nos dão este princípio. Este é um princípio espiritual. Jeremias 2 5 Assim diz o SENHOR: Que injustiça acharam vossos pais em mim, para de mim se afastarem, indo após a nulidade dos ídolos e se tornando nulos eles mesmos, 6 e sem perguntarem: Onde está o SENHOR, que nos fez subir da terra do Egito? Que nos guiou através do deserto, por uma terra de ermos e de covas, por uma terra de sequidão e sombra de morte, por uma terra em que ninguém transitava e na qual não morava homem algum. O Senhor esta dizendo que o seu povo se desviou Dele. Seguiu ídolos que nada são. E no versículo 5, diz que eles se tornaram nulos, como aqueles que eles serviram e adoraram. Nulos como. Eles serviram ídolos, se tornaram nulos com os ídolos. Nos tornamos semelhantes àquilo que amamos. Oséias 9 10 Achei a Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais como as primícias da figueira nova; mas eles foram para Baal-Peor, e se consagraram à vergonhosa idolatria, e se tornaram abomináveis como aquilo que amaram. O mesmo princípio. Depois você leia. Lá o Senhor fala através de Oséias assim: “Eu achei a Israel no deserto. Eles eram para mim como primícias de uma figueira nova. Aí ele diz assim: Mas eles se foram a Baal-Peor - que era um ídolo - e se entregaram a uma vergonhosa idolatria. O versículo termina assim: e eles se tornaram abomináveis, como aquilo que amaram. Se tornaram abomináveis como aquilo que amaram. Irmão. Eu e você precisamos responder sinceramente ao Senhor. O que nós amamos? O que nós temos amado? Porque nós nos tornamos semelhantes àquilo que amamos. E o reino de Deus é a semelhança com Cristo. Se nós amamos a Cristo, nós estaremos, passa a passo, semelhantes a Ele. Como disse o nosso irmão hoje, no período de testemunhos da tarde, há muito terreno para ser conquistado em nós. Mas quanto mais nós o amamos, mais desse terreno é conquistado. Quanto mais esse foco vai se aclarando em nossa vida, mais o reino de Deus vai sendo uma realidade, porque o amor a Cristo, e de Cristo, vai sendo uma realidade. Irmãos. Nós somos seres adúlteros, por natureza. Tiago cap 4, o Espírito Santo nos chama de adúlteros. Ele diz assim: 4 Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. A palavra no original é adúlteros. O apóstolo Tiago está escrevendo a irmãos, como nós, cristãos. Ele diz assim: Infiéis, adúlteros. Não compreendeis que a amizade com do mundo é inimizade contra Deus? Aquele que quer se fazer um amigo do mundo será inimigo de Deus. Aí depois no versículo 5, ele completa de uma forma maravilhosa. Ele diz assim: 5 Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós? Irmãos. Deus não é impassível. Depois da sua ressurreição, o Senhor Jesus não se tornou impassível. Se você ler o livro de Hebreus, você vai ver que Ele, que sofreu sendo tentado, socorre os que são tentados, porque sabe o que é sofrer, sabe o que é ser tentado. O Espírito Santo, também, não é impassível. O Espírito Santo, geme em nós. Paulo nos diz em Romanos 8, porque o Espírito Santo conhece o amor de Cristo. O Espírito Santo é Deus, como Cristo é Deus. O Espírito Santo é essa pessoa de amor, no qual o Pai e o Filho tem comunhão. A pessoa do Pai, habita na pessoa do Filho, através da pessoa do Espírito Santo. Assim é o Deus triuno. Então o Espírito Santo sabe o que é amor. O amor do Pai pelo Filho, amor do Filho pelo Pai, e o amor que foi em nós derramado por meio do Espírito Santo como Paulo diz em 5. Romanos e é por causa desse amor que Ele anseia por nós com ciúmes. Ele sabe que NADA pode nos realizar senão o amor de Cristo, firmemente plantado em nossos corações. Ele sabe que NADA pode nos tornar verdadeiramente felizes, senão uma entrega total a Cristo. Ele sabe que nós somos seres divididos, confusos.

Eu queria terminar esse panorama hoje citando uma frase que me marca muito, a respeito dessa questão de amor. Agostinho, um homem de Deus do século IV, ele diz uma coisa interessante em um de seus livros. Ele diz assim. “A verdadeira medida do nosso amor por Cristo, ela pode ser conhecida - para usar uma figura - da seguinte forma: se o Senhor se apresentasse a você agora, nesse momento, e claramente, com voz audível falasse assim no seu ouvido: “Eu vou te conceder agora, já, nesse exato momento, tudo aquilo que o seu coração mais quer, como que num passe de mágica, agora, você vai receber. Eu só vou impor uma condição para você, para fazer isso. E a minha condição vai ser a seguinte: que você nunca mais veja o meu rosto.” Então Agostinho diz assim, que aquele tremor interior que nós sentirmos, diante dessa proposição do Senhor, é a real medida do nosso amor por Ele. Será que nós somos capazes de trocá-lo por aquilo que nós mais queremos? (João 15:7 ) Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerdes em vós pedireis o que quiserdes e vos será feito. Se permanecerdes. Permanecei no meu amor. Irmãos nós não somos transformados pela lei, pela religião, pela educação. Nós somos transformados pelo amor. Nós nos tornamos semelhantes a aquilo que amamos. O Senhor nos dê, pela sua bondade, a oportunidade de podermos estar entrando nessas outras mensagens, um pouquinho mais a respeito deste caráter de Cristo. Quem é esse Cristo? O que é que está implícito nessa confissão de Pedro? “Tu és o Cristo, o Filho encarnado de Deus”. Ele falou isso para um homem, o homem Jesus. Cem por cento homem. Pedro olhou para aquele homem, e agora com uma revelação do céu, ele tem o ponto de vista correto. Ele não viu só como os outros. “Olha!!. Como é que esse aqui fala desse jeito! Ele não é o filho do Zé carpinteiro!”. Não foi isso que falaram para Ele? Nós conhecemos pai dele, a mãe dele. Mora aqui no meio da gente. Como é que Ele pode falar desse jeito. Com quem será que Ele aprendeu? Ele só viam o homem. Naquele momento Pedro viu quem ele era, além de Homem. O Filho de Deus. O Deus eterno. Deus Filho, encarnado.

Se o Senhor permitir nós vamos usar alguns versículos para ver o que a Bíblia tem a dizer sobre esse Filho na eternidade. O que Ele é para o Pai. Nós nunca vamos entender amor sem vermos isso, porque todo amor que nós podemos experimentar aqui, é um reflexo desse amor aqui, do Filho pelo Pai. A primeira menção na bíblia sobre amor, é o amor de Abraão por Isaque. “Me entrega, me oferece Isaque seu filho, teu único filho, a quem amas”. Lembra do pedido de Deus? Abraão ali é o próprio tipo do Deus Pai. Amor na Bíblia é aquele relacionamento que existe entre o Pai e o Filho. O Pai eterno e o Filho eterno. Por isso João diz: Deus é amor. Ele não se tornou amor. Ele é amor. Então, se o Senhor permitir, nos vamos vasculhar pela bondade Dele, essa relação de amor do Filho no seio do Pai, vendo quem é Cristo, do contrário irmãos nós não temos alicerce nenhum para a nossa redenção. Se nós não vemos quem morreu na cruz, nosso terreno está muito instável. Se nós não podemos ver a glória dessa pessoa, então não há glória na cruz, porque a glória da obra é decorrente da glória da pessoa. Se não há glória na pessoa que faz a obra, não há glória na obra. Então antes de ver a glória da obra, nós temos de ver a glória da pessoa. Nós vamos procurar fazer isso através do evangelho de João, os primeiros versículos. Se você quiser ir lendo, os primeiros versículos de João, de 1 a 14, e os primeiros versículos de Hebreus. Talvez sejam os dois textos que mais nos falam sobre essa glória do Filho eterno em Deus, antes da fundação do mundo, porque Ele sempre é, sempre foi, e sempre será. Não tem “é” nem “será” porque está ligado ao tempo. Ele é. Nós vamos ver um pouquinho disso então na próxima reunião. Amém. Vamos orar.

Pai celestial, nos te agradecemos porque o Senhor nos incluiu nessa relação de amor que era só Tua. O Senhor, o seu Filho e o Espírito Santo. O Deus triuno, um Deus que não tem necessidades, não precisa de nada, nem de ninguém, mas um Deus que por ser o que é, nos incluiu em justiça e em misericórdia. Hoje nós habitamos no teu seio. Fomos chamados para habitar em Ti, para participar desse abraço eterno do Deus triuno. Obrigado Senhor por tão grande privilégio. Ajuda-nos Senhor a permanecer no teu amor. Ajuda-nos a guardar as Tuas palavras nosso coração. Torna-nos Senhor responsáveis por aquilo que ouvimos. Que a tua palavra arda em nossos corações e produza fruto para Ti mesmo. Ganha Senhor os nossos afetos e a nossa devoção. Convence-nos da nossa loucura, da nossa tolice, da nossa divisão, do nosso amor dividido, tantas, tantas vezes. Pedimos ao Senhor que rasgue o véu do nosso entendimento e sejam realmente especiais para nós esses dias que pretendemos passar aqui. Que o Senhor venha nos surpreender, venha fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos. Prepara-nos adequadamente nesses dias do fim, para Ti encontrarmos como virgem pura adornada para um esposo. Oh Senhor!!, perdoa os nossos pecados, sara as nossas misérias, cura o nosso coração dividido, torna-nos Senhor integralmente teus. Nós precisamos, nós te pedimos, confiantes em nome de Jesus. Amém.

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