09 julho, 2007

Cristo, o padrão da Vida I

Vamos abrir nossas Bíblias no Evangelho de João, cap 10, versículo 10, na última parte do versículo, o Senhor Jesus Cristo disse: 10...........eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.

Vamos ter uma palavra de oração antes de prosseguirmos.

Amado Pai te damos graças pela oportunidade de nos assentarmos aos teus pés, pedindo que o Senhor mesmo abra a Tua palavra ao nosso coração. Que o Senhor fale ao nosso coração de maneira nova, que o Senhor faça algo eterno nos nossos corações na noite de hoje, que o Senhor esteja ungindo os nossos lábios e os nossos corações para que a Tua palavra caia em um terreno fértil. Pedimos isso em nome do Senhor Jesus, amém.

O tema desse versículo, que é também o encargo que o Senhor tem colocado em meu coração, começando de hoje a noite, é esse tema na vida. É um tema de fato muito importante, e aqui o Senhor diz: eu vim para que tenham vida. Mas, mais do que isso o Senhor diz: e a tenham em abundância. Não é só vida. Mas vida em abundância. As vezes quando nós consideramos a nossa experiência como cristãos, ou quando consideramos a experiência da maioria dos cristãos, nós sabemos que temos vida, mas muitas vezes não desfrutamos dessa vida em abundância. E nos ocorre uma pergunta: O que é a normalidade do viver cristão? O que é essa vida para a qual o Senhor Deus nos chamou? Nós imaginamos que é uma vida cheia de gozo, cheia de paz, cheia de vitória e nem sempre isso é exatamente aquela que é a nossa experiência. As vezes no início da nossa caminhada com o Senhor, nós experimentamos isso, mas à medida em que vamos progredindo no caminho, nem sempre essa é a descrição da nossa vida. É com o Senhor, como cristãos. Se nós tomarmos as escrituras por exemplo, o sermão do monte, e compararmos com a vida que a maioria dos cristãos vivem, e até mesmo compararmos com o nosso próprio viver, aí nós nos perguntamos: será que alguém na face dessa terra, já viveu esse tipo de vida, a não ser o próprio Senhor Jesus Cristo? E quando nós fazemos essa consideração, imediatamente nos vem uma resposta do que é a vida de um cristão. Vamos ler no livro de gálatas cap 2, versículo 20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; ........

Nós temos entendido que nesse versículo, Paulo está definindo o que é que é a vida de um cristão. Não sou eu quem vive, mas Cristo. Tem uma versão na língua inglesa que ela diz assim: “Paulo vai dizer que está crucificado com Cristo, todavia, vivo não eu, mas Cristo”. Então, na verdade, o único que pode viver essa vida é o próprio Senhor Jesus Cristo. De acordo com a definição do Paulo, já não sou eu, mas Cristo. As vezes nós temos a impressão de que nós iniciamos a vida com Deus, a caminhada, e eu vou dia a dia melhorando. Mas Paulo não diz que eu vou melhorando. Ele diz, claramente: não eu. Não mais eu, já não sou eu. Mas Cristo. E a essência desse tipo de vida, é que não é uma vida, como primeira característica, uma vida transformada, mas é uma vida substituída. Não é mais eu vivendo, mas Cristo vivendo em mim. Não sou eu melhorando dia a dia, mas é não mais eu, e sim Cristo, vivendo a sua vida em nós. É uma vida que é vivida pela fé. Não é esforço, não é baseada no meu mérito, mas e baseado na obra que o Senhor Jesus Cristo fez na cruz do Calvário. É uma vida de expressão e não uma vida de supressão. Quem dos irmãos já não teve essa experiência, ou já ouviu falar de cristão nervoso. Nervoso para viver a vida cristã, ansioso, quando na verdade a nossa vida com Deus, deveria começar com um descanso, e continuar com o descanso. Nossa entrada na caminhada com Deus se inicia quando nós desistimos de nós mesmos, reconhecemos que não há salvação em nós mesmos. Os nossos métodos, os nossos artifícios, nossas idéias, os nossos empenhos, não nos trazem satisfação, não nos trazem vida. Na verdade, descobrimos que por nós mesmos, não encontramos salvação. Assim começa a nossa caminhada com Deus, e aí descobrimos que a nossa salvação está em outro: no Senhor Jesus Cristo. Nós não conseguimos solução para os nossos pecados e descobrimos que a solução está na obra que o Senhor Jesus Cristo fez na cruz do Calvário. Como primeira conseqüência vem o quê? Paz. Primeiramente paz com Deus. Somos reconciliados com Deus, e posteriormente a paz em Deus. A paz de Deus habitando no nosso coração. Esse é o começo da nossa caminhada. Paz. Mas muitas vezes nós encontramos cristãos nervosos. Ao invés de ser cristãos expressando algo, são cristãos reprimindo ou suprimindo algo. Isso, ao invés de produzir um belo testemunho cristão, pode produzir sabem o quê? Gastrite, úlceras, dores de barriga, de cabeça, ansiedades, e muitos de nós nos encontramos nessa situação, porque ainda não descobrimos que essa vida, que é Cristo em nós, não somente é uma vida substituída, não mais eu mas Cristo vivendo em nós, mas também é uma vida vivida pela fé. É graça. É dádiva. É oferta de Deus e não só isso, é uma vida que não é supressão, mas é uma vida de expressão. É deixar o Senhor Jesus Cristo se manifestar através da nossa vida. Agora, quando Paulo diz que já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim, muitos pensam que isso é o alvo. Está muito bem. Vou começar vivendo “eu” e aos poucos vou amadurecendo e vou chegar lá no alvo de um dia ser Cristo vivendo em mim. Não. Não é o alvo. Esse é um método de Deus. O método de Deus para conosco é nos tirar do caminho, e colocar o Senhor Jesus Cristo no lugar. Deixar que a vida do Senhor Jesus Cristo se manifeste na nossa vida. Deus escolheu que a vida seria o próprio Filho dele vivendo em nós. O apóstolo João vai dizer assim. Quem tem o Filho, tem a vida. (1 João 5:12 Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.) A vida de Cristo vivendo em nós. Agora vem essa pergunta: se essa vida é Cristo, se essa vida é o Senhor Jesus Cristo, como é que essa vida se desenvolve em nós? Qual é o padrão dessa vida? Onde é que nós vamos encontrar o molde dessa vida? Como é que nós vamos entender como é que essa vida vai evoluir em nossa vida? Nós precisamos então voltar para os Evangelhos, e ver como que a vida do Senhor se manifestou aqui na terra.

Nós sabemos que tem quatro evangelhos no Novo Testamento, e nesses quatro Evangelhos nós temos quatro facetas da vida do Senhor. Sabemos que no Evangelho de Mateus, nos é mostrado o Senhor Jesus Cristo na sua ligação com o povo judeu. No de Marcos nos é mostrado o Senhor Jesus Cristo como servo de Deus perfeito. No de João vemos o Senhor como Deus, como Filho de Deus, mas é no Evangelho de Lucas que Ele vai nos ser mostrado como um homem perfeito.

Então, se nós queremos compreender, como é que a vida de Cristo se manifesta aqui na terra, nós temos que voltar para os Evangelhos. E nós temos que ver como é que a vida de Cristo se manifestou aqui na terra, enquanto o Senhor sobre a terra esteve. E é por isso que quando nós buscamos pelo padrão da vida, pelo modo como essa vida, como ela é, como ela cresce, nós temos que voltar para o Evangelho de Lucas. E nesse Evangelho, tem uma característica muito especial. Primeiro o próprio Lucas. Nós sabemos que o Lucas era um médico, porque tem no mínimo três referências ao Lucas no Novo Testamento, e uma delas se refere ao Lucas como o médico amado. E também, acreditamos que o Lucas é o autor do livro de Atos, e neste livro, tem uma seção do livro, a partir de um determinado capítulo do livro, em que os estudiosos da Bíblia chamam as sessões “nós”, porque no início da narrativa é como se uma terceira pessoa estivesse narrando, mas a partir deste capítulo, é como se aquele que narra ou escreve o livro, estivesse participando dos eventos todos. E se acredita então que esse alguém que começa a se incluir na narrativa, é Lucas, o médico, e se nós formos ler os últimos capítulos do livro de Lucas, vamos perceber que nesse livro, ele descreve aquela parte do naufrágio de maneira muito detalhada. É como se conhecesse muito aquele tema sobre o qual está escrevendo, e também ele usa muito as expressões, ou os termos de medicina. Então alguns acreditam que Lucas era mesmo até um médico de navios, daqueles que viajavam com o navio, naquela época. Então o Lucas era um médico, e como um médico, o Lucas estava acostumado com a vida. Ele estava acostumado com a vida natural, e com o desenvolvimento da vida. Um médico acompanha o nascimento da vida, quando o bebezinho nasce, acompanha o crescimento normal que vai para a infância, para a adolescência, e depois, até a maturidade, e quando começamos a decair, o médico acompanha também, e provavelmente o médico é a primeira pessoa, claro que tirando fora a nossa mãe, a primeira pessoa com quem nós temos contato neste mundo - é o médico - e também é a última. Não é? Atualmente sabemos até da dificuldade de não se pode enterrar alguém sem a presença do médico. Sabem não é? Vemos que o médico Lucas estava acostumado com a vida. Dá para dizer que ele estava acostumado com a vida do "eu", ou a vida natural. Mas um dia, os olhos do Lucas se repousaram sobre uma vida diferente. Todas as vidas que o Lucas conhecia, elas tinham essa mesma história. Era assim: começava como um bebê no berço, e terminava na sepultura. Começava na horizontal e terminava na horizontal. A história de vida que o Lucas conhecia, era uma vida correspondente àquela expressão que tem lá em Gênesis: do pó para o pó. E essa é a história de todos nós, essa é a história do homem natural, essa é a história quando é o "eu" quem vive, quando não é a vida de Cristo. Do pó, para o pó. A gente pode começar a vida muito empolgado, com muitas idéias, com muitos planos, com muitos sonhos, e os adolescentes, em geral, entre 17 e 25 anos, eles tem muitos sonhos, muitos planos, e inclusive eles pensam que nunca vão morrer. Mas depois que se passa dessa idade, quando se vai chegando aos trinta anos, , depois trinta e cinco, quarenta anos, nós começamos a perceber que muito daqueles sonhos não se realizaram, ou se realizaram e não trouxeram a satisfação que esperávamos, e que aí o que o aguarda na vida natural, é a morte. E essa era a história de vida que o Lucas conhecia, mas um dia os olhos do Lucas repousaram sobre uma vida que era diferente. É verdade. Essa vida começou como todas as outras vidas, em um berço. No caso, a vida do Senhor começou em uma manjedoura, mas essa vida terminou de forma diferente. Por que? Porque a vida do nosso Senhor Jesus Cristo, não terminou na morte, como as demais. Vamos ver isso no Evangelho de Lucas no cap 24? 50 ¶ Então, os levou para Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou. 51 Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu. Os irmãos estão percebendo aqui? Essa vida, ela não terminou como a vida natural de todos os homens terminaram. A vida de todos os demais homens, antes do Senhor Jesus, e depois do Senhor Jesus, com exceção daqueles que forem arrebatados, sempre termina na sepultura. Mas essa vida aqui, começou no berço, como todas as outras vidas começam, mas terminou em ascensão. Terminou na presença de Deus, onde o nosso Senhor Jesus Cristo, o homem perfeito, está hoje. E quando Lucas viu essa vida, ele disse: "algo aqui é diferente de tudo o que jamais eu vi na minha vida". Essa vida começa como as outras vidas, mas termina de maneira diferente. Essa vida ela venceu a morte. Nunca, jamais isso havia acontecido. Nunca aconteceu. E quando Lucas viu essa vida, ele se propõe a descrever essa vida, e por isso nós temos o Evangelho. Mas não é só esse o ponto aqui. É que Lucas além de ser médico, ele era grego, e provavelmente o único escritor do Novo Testamento, que não é de origem judaica. Não sabemos quem é o autor dos livros aos Hebreus, mas supondo que ele seja um judeu, o Lucas é o único, ou tem alguém aqui que sabe? O Leonardo sabe!!! Amém!! Provavelmente Lucas, e dependendo de quem for o autor dos livros aos Hebreus, era o único não judeu que contribuiu para escrever o Novo Testamento. Ele era grego e os gregos eles eram a civilização marcada por um idealismo. O ideal dos gregos se chamava perfeição. Eles viviam em busca do homem perfeito, e para eles a perfeição ela abrangia diferentes aspectos da vida de um homem e de uma mulher. Então o grego ele tinha que ser um filósofo. Tanto é que os gregos desenvolveram a filosofia mais do que qualquer outro povo, e hoje a base da filosofia moderna tem como base aquelas coisas que os gregos desenvolveram. Quem não conhece Sócrates, Platão e outros filósofos? O homem para os gregos tinha que ser um filósofo. Não só isso, tinha que ser um atleta, tinha que ter um corpo perfeito, sadio. Não como alguns de nós que no final da caminhada não tem mais força, principalmente quando chega ali na subida não consegue mais avançar. Para o grego tinha que ser completo, físico perfeito. Aliás foram os gregos que iniciaram com as olimpíadas. E o homem perfeito para os gregos tinha que ser um bom advogado, e também tinha que ter ideais elevados de religião e de arte. As esculturas gregas que permaneceram até hoje ainda são exemplos, de perfeição na arte. Então os gregos buscavam a perfeição. E Lucas, sendo grego, nós cremos que ele tinha esse ideal dentro dele. E acreditamos que quando Lucas se propõe a escrever o Evangelho dele, ele vai escrever para os gregos. Por que? Porque quando o Senhor Jesus veio, o império grego ele já havia sido derrotado pelos romanos. Os gregos tiveram a sua ascensão, seu tempo de glória, e depois a sua queda, e tiveram uma grande desilusão. Primeiro porque descobriram que a perfeição não era possível alcançar, em termos humanos, e depois, se eles achassem que era possível alcançar, não era com eles, e por isso, estavam desiludidos. A filosofia deles não os levou a resposta nenhuma. A filosofia - espero que não tenha nenhum filósofo aqui, e se tiver, nós temos que dizer - a filosofia, faz perguntas, mas não tem as respostas. Quem eu sou, de onde eu vim, para onde eu vou? Não é? E os gregos estavam decepcionados com a sua filosofia, decepcionados com o seu direito, com a sua cultura. A prova disso é que pouco antes do Senhor Jesus Cristo ter ido para a cruz, quem é que foi procurar a Ele? Os gregos. Eles disseram: "Queremos ver a Jesus". Aquilo ali era uma demonstração de que todo aquele ideal de perfeição que os gregos haviam buscado, havia caído por terra. Mas quando Lucas coloca o seus olhos na pessoa do Senhor Jesus Cristo, Lucas enxerga o homem perfeito. E é por isso que ele se propõe a escrever o seu Evangelho e é por isso então que nós temos o Evangelho de Lucas.

Vamos abrir no cap 1 do v. de Lucas. Vamos ver alguma coisa muito interessante. Lucas, como médico, e como grego enxerga aquela vida única que venceu a morte, que não tinha como história do pó ao pó, mas que se iniciou no berço e terminou na presença de Deus. E Lucas como um grego que já estava desiludido dos ideais gregos, encontra no Senhor Jesus Cristo a perfeição. Isso em Lucas, como bom grego, vai usar a metodologia que hoje se pode dizer, científica para descrever. Vejam o que ele diz no cap 1, versículo 1. ¶ Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada (narração coordenada - do quê) dos fatos que entre nós se realizaram,. Lucas não queria narrar mitos. Disso os gregos estavam cheios. Mitologia. Ele não queria narrar histórias, ficção. Ele queria narrar fatos, coisas que de fato ocorreram. ¶ Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, 2 conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra, 3 igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, 4 para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído. Então aqui Lucas começa dizer a motivação dele para escrever o Evangelho, com todo aquele treinamento profissional como médico, aquele pano de fundo cultural como grego, ele se propõe a narrar, de maneira coordenada, fatos. Ele vai investigar, perguntar pessoas, buscar testemunhos oculares. Ele não quer dizer algo como: "eu acho que aconteceu; me parece que aconteceu". Não. Ele quer é conversar com pessoas, que de fato presenciaram as coisas e ele vai investigar tudo, desde a sua origem e vai colocar por escrito para que essa pessoa, a quem ele está oferecendo este Evangelho, o Teófilo, para que tenha certeza das verdades em que foi instruído. É esse o Evangelho de Lucas. Mas nós não podemos esquecer que, Lucas como grego, ele era também um artista, e muitos estudiosos deste evangelhos, diz que este evangelho é cheio de quadros, cheios de pinturas, com Lucas descrevendo as imagens de maneira artística. E é assim que Lucas vai iniciar a descrição do seu Evangelho, mas nós não podemos esquecer que nós estamos chegando ao Evangelho de Lucas, porque acreditamos que nele vamos encontrar uma descrição do padrão da vida, e através dele vamos saber como é que a vida, essa vida que habita em nós, qual é o padrão dela e como ela se desenvolve. Qual é a normalidade da vida, que é aquela vida que o Senhor viveu enquanto esteve aqui na terra. E aí nos vamos ver que Lucas vai descrever, de maneira muito acurada estes fatos. É sempre bom lembrarmos que a vida do cristão, a nossa fé, ela é baseada em fatos. A nossa fé não é baseada na imaginação, não é baseada em teorias, não é baseada em teologias, em doutrinas. É verdade que existem doutrinas, existem mesmo teorias. Tanta coisa que se ouve por aí, mas a base da nossa fé são os fatos, relacionados à vida do Senhor Jesus, e nós vamos ver então que o Lucas, entre todos os evangelistas, é aquele que nos dá uma cronologia da vida do Senhor, mais acurada de todos. É graças ao Evangelho de Lucas, que nós sabemos que a vida e o ministério do Senhor então, ocorreu durante um intervalo de tempo de trinta e três anos e meio, trinta e três anos e alguns meses, por causa da narração do Lucas, que ele vai descrever, como um bom médico, desde o princípio, a vida do Senhor. Provas de que o Lucas tinha aquela veia artística nele, é que dentre os Evangelistas, o único que narra Cânticos, foi o Lucas. Cânticos por ocasião do nascimento do Senhor. Somente um ouvido apurado pode escutar essa melodia, buscar cânticos, e o que são cânticos? São poesias, com música, ou poesia com melodia, e somente quem tem aquela sensibilidade artística, consegue perceber a delicadeza da poesia, consegue apreciar um cântico. E de fato é uma coisa muito importante. Se nós fôssemos estudar ao longo das escrituras, quando é que houve cântico na bíblia, iniciando na primeira vez que é mencionado, no livro de Jó, quando o Senhor está criando as coisas, as estrelas cantavam e daí por diante, vamos ver que cânticos aparecem na Bíblia, só em ocasiões muito especiais. Isso é um estudo muito bonito. Nessa ocasião houve cânticos também: Cântico da Maria, o Cântico de Zacarias, o Cântico dos anjos, os pastores, e só o Lucas, com a sua sensibilidade artística captou isso, e só o Lucas também captou aquelas coisas relacionadas com o nascimento do Senhor. Detalhes do nascimento do Senhor que os demais evangelistas não captaram. Mateus, ele menciona brevemente o nascimento do Senhor, e a partir daí, já começa a descrever o Senhor como adulto, iniciando o seu ministério. Marcos, da mesma forma, inicia a narrativa do seu evangelho com o ministério do João Batista, e também o Senhor no seu ministério. Em João, inicia a narrativa do seu ministério lá na eternidade, falando acerca do Senhor, como o Verbo da vida que estava com Deus, lá no princípio. Mas Lucas ele vai narrar o nascimento do Senhor com detalhes, e é o único que vai mencionar a própria infância do Senhor. E depois vai mencionar a idade do Senhor quando ele começou o seu ministério, e outras coisas. Entre as coisas que ele menciona, ele vai nos dizer pouca coisa a respeito da infância do Senhor, que está no cap 2, versículo 40. Antes disse ele menciona que o Senhor foi circuncidado, como um menino judeu normal, e depois vai falar no versículo 40 Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele. E depois no 2 52, vai dizer: 52 E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens. E aqui, ao revelar a vida do homem perfeito, a vida de Cristo, a primeira coisa que nos impacta, é que ele crescia. Essa vida de Cristo, é uma vida que cresce, que se desenvolve, e que deve atingir uma maturidade e no versículo 52, diz que Ele crescia em sabedoria, e sabemos que sabedoria, está relacionada com a capacidade intelectual, capacidade de usar o conhecimento, e nós vemos que o Senhor aqui, como cada um de nós, tinha alma. O intelecto, sabedoria, emoções, vontade, residem na alma e evidentemente o Senhor é perfeito, e não podemos nos comparar com ele, mas nós vemos que ele crescia em sabedoria, e também em estatura. Ele tinha um corpo físico. E também em graça que quer dizer relacionamento com a vida espiritual. E é interessante que muitas vezes nós pensamos que porque nos tornamos cristãos, deixamos de ser humanos. Mas irmãos, quando nós nos tornamos cristãos, nós continuamos humanos, que tem corpo, alma, espírito, que tem necessidades físicas, emocionais e espirituais, que tem sentidos e faculdades físicas, emocionais, espirituais. E é muito comum quando nós não conhecemos a natureza da vida que Deus coloca em nós, e não conhecemos também a palavra que nós vamos para extremos, e ficamos imaginando que cristão é aquele que não come, não dorme e não bebe, não tem fome, não descansa, e começa a viver uma vida totalmente desregrada, por equívoco. Quando na verdade, quando o Senhor nos chama para Ele é para que vivamos uma vida regrada, dentro de um equilíbrio, respeitando os limites do nosso corpo físico, respeitando as coisas normais que nós, como homens ou mulheres, temos que respeitar. Tem alguns que tem a idéia de que quando se converte ao cristianismo, agora vai virar uma múmia, ou seja, não vejo, não falo, não sinto, não penso, e cai em um outro extremo, e de fato isso não é cristianismo. Cai em uma passividade e passa aquela impressão para o mundo de que a vida do cristão, é a coisa mais fúnebre que existe nesse mundo, e é exatamente ao contrário. A vida do cristão, de acordo com a palavra do Senhor, é a vida mais rica e mais plena que jamais existiu. É uma vida completa, e quando Deus nos chama para sermos a imagem do seu filho, para termos a imagem de Deus em nós, Ele quer isso como homem, ou como mulheres. O Senhor não trouxe o Evangelho para anjos, mas para homens e mulheres. E o Senhor, hoje no céu, não é um anjo. É um homem perfeito de acordo com aquele plano que Deus tinha para a humanidade. Então o Senhor cresceu em sabedoria. Não podemos entrar em muitos detalhes em relação a como ele cresceu em sabedoria, porque nós sabemos que o Senhor é a sabedoria, e se nós entrarmos nessa região, poderemos tropeçar com a língua, porque é muito fácil. Nós podemos ficar nesse ponto aqui. O Senhor aprendeu. De alguma forma o Senhor teve que aprender. Muitos de nós não queremos aprender. "Sou cristão agora, não preciso mais usar a minha mente". Mas vocês sabiam que o cristão é aquele que mais tem capacidade de usar a sua mente, porque agora a sua mente pode ser renovada, pode ser empregada pelo espírito de Deus, mas nós vamos usando conceitos que não são conceitos bíblicos para definir a vida do cristão. Então alguém confunde cristão com pessoas que são ignorantes. Mas, na verdade, o Senhor chama a aqueles que são seguidores do Senhor Jesus, de filhos da sabedoria, e nós como cristãos, deveríamos ter sabedoria para guiar os nossos pés, para guiar a nossa vida emocional, para guiar a nossa vida familiar, para conduzir a nossa vida pessoal, conduzir a nossa vida como servos do Senhor. Deveríamos ser cheios de sabedoria, e se não temos a sabedoria, temos que buscar do Senhor, porque ele dá, de graça. Então o Senhor cresceu em sabedoria e em estatura. O cristão então tem que saber se alimentar, da maneira adequada e nós que vivemos no século 21, evoluímos tanto em uma direção, e em outra direção regredimos tanto. A grande maioria do mundo atualmente não sabe como se alimentar. E parece que quanto mais rico - vamos pensar assim em termos de países - o país, mais problemas ele tem com uma alimentação adequada. Nunca houve, por exemplo, tantos obesos no mundo. Nunca houve tanto conhecimento no mundo a respeito do que é ou não saudável de se comer. E ao mesmo tempo nunca houve tantos obesos no mundo. Pessoas mal nutridas, pessoas que descuidam do seu corpo físico. A questão de vivermos na cidade grande que tem luz, porque qualquer hora em que queiramos, a questão do sono na hora correta. Eu não posso falar sobre isso, mas muitos de nós descuidamos do descanso físico, porque o nosso organismo tem limites. Ele gasta um tanto e tem que descansar. Tem que descansar, e tem aquele descanso diário do sono, descanso semanal da mudança de atividade, tem o descanso anual das férias, e muitas vezes, isso acontece mais comumente com os jovens, mas depende do cristão, mesmo um pouco mais avançado no Senhor, se ele confia na carne dele, ele pensa que é de ferro!!

E vai gastando: é dia, é noite, é tarde, é manhã, não pára. Entra sábado, sai sábado, não muda de atividade, entra ano e sai ano fazendo a mesma coisa. Todos os dias fazendo a mesma coisa e quando vê..... porque nós somos humanos, limitados, dá um tilte.

Sabemos, na história da igreja, que houve servos de Deus, que ajudaram tantos as pessoas que um dia tiveram um colapso nervoso. Mas não é porque eles eram espiritualmente fracos, ou porque isso ou aquilo, mas simplesmente porque o organismo tem limites. Esse irmão se chamava Evan Roberts. Foi usado como instrumento de Deus para conduzir o maior avivamento que já houve na história da igreja, ou um dos maiores, e se não estou equivocado, era aquela época em que eles pregavam, fechavam bares, cinemas, as pessoas se converteram. Tinham conferências em que oito mil pessoas assistiam às conferências. E esse irmão Evan Roberts ele foi um instrumento tão usado por Deus naquela época, de maneira tão intensiva, que no final, quando esse movimento havia chegado em um ponto alto, esse irmão teve uma crise nervosa, uma crise mental. Claro que deve ter tido outros fatores espirituais envolvidos mas esse irmão chegou no seu limite e a história dele a partir desse grande avivamento, é que depois disse ele nunca mais pregou. E na verdade ele nunca mais pode fazer coisa nenhuma. E esse irmão ficou amparado pela irmã Jessie Penn-Lewis, se não estou equivocado também. Mas isso é uma coisa que mostra que a natureza da vida que o Senhor nos dá, coloca dentro de nós, não é uma vida que nos faça super homens. Mas homens, simplesmente.

E o outro ponto então, é que o Senhor crescia em graça, crescia diante de Deus. Ele experimentou essa vida de crescimento. Quando nós recebemos a vida de Deus em nosso coração, a vida de Cristo, nós temos que saber que é uma vida que precisa ser vivida dentro do equilíbrio de nós como seres humanos. Tem um livro que se chama "O homem espiritual", e imagino que vários irmãos tem conhecimento deste livro, tem um capítulo que ele fala sobre esse ponto, do irmão Watchman Nee, em que o Senhor nos quer homens, respeitando os limites da humanidade, que Deus nos deu, os nosso limites mentais, físicos. E nós vemos então que essa vida do Senhor era assim.

A seguir nós temos então uma menção da idade do Senhor Jesus Cristo no cap 2, versículo 42, quando diz que o Senhor tinha doze anos de idade. Diz o que o Senhor foi fazer no templo, como uma pessoa normal, e no cap 3, versículo 23, vai fazer uma outra menção de idade aqui. E vai dizer que: 23 Ora, tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar o seu ministério. Aqui nós vemos que, de alguma maneira, Lucas está nos dando de maneira muito precisa, ou bastante definida, alguns marcos de tempo na vida do Senhor. Muitos acreditam que essa idade dos trinta anos é uma idade especial, uma idade em que se atinge a maturidade. Era a idade em que os Levitas, começavam a exercer o seu ministério, e é uma idade em que se supõe que ser humano atingiu a maturidade. E nós vamos ver então, que Lucas menciona umas poucas coisa a respeito do que o Senhor fez até os trinta anos, e os outros evangelistas não mencionam nada, até o ponto em que alguns consideram essa fase na vida do Senhor entre o nascimento-infância, até os trinta anos, como os anos de silêncio. São anos que não se tem registro do que o Senhor fez, a não ser as poucas coisas que são mencionadas aqui no Evangelho de Lucas. E muitos tem se perguntado: por que não se tem registro desta época antes dos trinta anos do Senhor. A resposta é porque, nesses trinta anos, o Senhor estava crescendo diante do Pai. Nesses trinta anos o Senhor estava vivendo uma vida escondida, estava vivendo uma vida diante de Deus. E isso de alguma forma, vai nos falar também da natureza, do padrão da vida do Senhor em nossa vida, e também como que essa vida vai se desenvolver. Nós, normalmente, somos pessoas muito públicas, mas com o Senhor não foi assim. O Senhor viveu aqueles trinta anos diante da presença do Pai. O Pai sabia das suas necessidades. O Pai sabia as suas alegrias, O Pai sabia as suas tristezas. O Pai conhecia, e para o senhor Jesus, era suficiente isso. Nós, como seres humanos, sofremos muito, por causa da nossa fraqueza. Se por exemplo, uma pessoa nos elogia, nós ficamos felizes, e as vezes até um pouco orgulhosos. Suponha que uma dona de casa, prepara um almoço, ou mesmo limpa a casa. Mas, se o esposo não elogia ela fica triste. As vezes os filhos: os pais tem uma preocupação muito grande que os filhos sejam bem encaminhados na vida, e é muito comum que se o pai descuida, ou a mãe, quando ele vai falar com o filho é para repreender ou chamar a atenção. Evidente que o pai já conhece as coisas positivas do seu filho ou da sua filha, mas é muito comum que ao invés de se enfatizar as coisas positivas, sempre tem aquele cuidado excessivo, e o pai fala uma palavra um pouco mais séria com o filho ou filha, ou mesmo a mãe fala, e aquele filho, como diz a palavra, descai o semblante. "Porque o pai ou a mãe só falam coisas negativas de mim". As vezes o pai pode ter falado uma vida inteira em como ele o ama, como ele é inteligente...etc, mas uma palavra negativa, desmancha todo o ânimo do menino. Ou as vezes, um elogio, até de um estranho, pode nos tornar tão convencidos. Não é? Vivemos ouvindo palavras boas, mas as vezes algumas pessoas nos dizem uma palavra negativa, e aí terminou. Muitas vezes uma pessoa é usada por Deus, abundantemente, e um dia escuta uma palavra negativa, uma crítica, e aí é o começo do fim para ele. A partir daí, é só desânimo, só tristeza. De alguma forma nós somos tão frágeis nesse sentido, porque precisamos dos elogios e nos ressentimos com as críticas. Mas com o Senhor Jesus não era assim. Para o Senhor Jesus bastava que o Pai estivesse satisfeito. Muitas vezes nós queremos que todos os demais estejam satisfeitos, e não nos preocupamos em satisfazer a Deus, que é de fato aquele a quem precisamos satisfazer.

É comum também na juventude, na moda, nos irmãos e irmãs que gostam de andar na moda. Não tem dinheiro que sustente o andar na moda. Todo dia muda sapato, todo dia muda a cor da moda. Atualmente estamos nos extremos. Mudamos até as dimensões do corpo físico e a insatisfação continua. Você paga doze ou treze mil para estragar a obra prima do Senhor. Faz uma plástica, fica tão diferente daquilo que o Senhor fez originalmente. As vezes até esconde até algumas marcas da caminhada nesse mundo. Mas, é tão caro viver para as aparências, tão caro viver para a moda, tão angustiante, tão desequilibrante, tão difícil contentar este mundo, e ainda quando consegue contentar, acaba descontente. Mas o nosso Senhor Jesus Cristo não tinha esse problema, por que? Porque ele vivia em primeiro lugar uma vida diante de Deus. Quem de nós, pergunta ao Senhor, ao final de um dia, ou ao final de uma jornada: "Senhor. Pouco me importa a reação dos homens, ao que ocorreu durante esse dia, mas eu te pergunto: Será que o Senhor está satisfeito?" Será que nós temos essa vida diante de Deus, seja no sucesso ou no insucesso? "Senhor. O Senhor está satisfeito?" Será que tem no nosso coração essa perspectiva? Aí nós começamos entender a natureza da vida que o Senhor coloca em nós. De fato, o Senhor tinha uma preocupação, e qual era? Que o Pai estivesse satisfeito. Ele vai dizer: "Eis-me aqui oh Deus para fazer a Tua vontade." Isso era o alimento do Senhor, isso era o que o nutria, e nós vamos ver que é isso que é a manifestação da vida de Cristo na vida de um homem espiritual. É isso. Se tem aplauso, ele avança, mas se tem crítica, ele avança também, desde que seja a vontade do Pai. Se não tem aplauso, ele fica parado. Se tem aplauso, ele fica parado também, desde que isso seja a vontade do Pai. Uma vida para agradar, em primeiro lugar, satisfazer, em primeiro lugar, o coração do nosso Pai. Quanta incompreensão o Senhor Jesus Cristo viveu na vida dele? Eu não sei se existe alguma coisa mais difícil, para nós seres humanos, do que ser incompreendidos. “Ninguém me entende, a minha esposa não me entende, o meu pai não me entende, a minha mãe não me entende”. Algumas vezes chegamos ao extremo: "eu não me entendo". Mas, quantas vezes o Senhor Jesus Cristo foi mal entendido, mal interpretado e nunca se ouviu dos lábios do nosso Senhor uma reclamação. Nunca se ouviu dos lábios do nosso Senhor, uma expressão de vingança, de dureza, porque essa é a natureza da vida do nosso Senhor. E aí nós começamos a compreender, que, se de fato, é não eu, mas Cristo em mim, a natureza dessa vida, ao se manifestar ela na nossa vida, é uma vida que vence os aplausos, que vence as críticas, que vence as palavras negativas, que vence as palavras tentando insuflar o nosso eu. É uma vida que vence. Os irmãos estão percebendo a diferença? É Não Eu, mas Cristo - uma vida que vence. E no final nós sabemos que essa vida venceu a própria morte. Essa é a vida que a morte não pode reter. Essa é a vida que os grilhões que haviam prendido a humanidade por tantos séculos não puderam reter o nosso Senhor Jesus Cristo. Quem já enfrentou uma situação de morte sabe quão implacavelmente fria e imutável é a morte. Quão dura ela é, quão seca, quão final, quão terminal é a morte, quão impotentes nós somos diante da morte. Mas graças ao Senhor, a vida que o Senhor coloca dentro de nós, que não é uma regra, que não é um esforço, mas é o próprio Senhor vivendo em nós, é uma vida que venceu e vence a morte. Depois nós vamos ver com mais detalhes que é uma vida que venceu a morte, não sem passar por ela. Nós vimos o início e vimos o fim da vida. Nasceu no berço, terminou na ascensão. Nós vamos ver que o Senhor venceu a morte, tendo passado por ela, e é por isso que se a vida de Cristo está enchendo a nossa vida, se o próprio Senhor Jesus Cristo é a vida da nossa vida, o que é que acontece? A vida do Senhor vai engolir toda a morte na nossa vida. Tudo o que é morte, tudo o que é negativo, tudo que é conseqüência do pecaminoso, tudo isso vai ser vencido pelo poder dessa vida que habita dentro de nós. Essa é a natureza da vida que o Senhor tem reservado para nós. Irmão e irmã. Não aceite outra definição. Não assuma que a vida cristã é um conjunto de regras: faça isso, não faça aquilo, se comporte dessa maneira, se comporte dessa outra ....Não...não ...não. É verdade: a vida do cristão tem regras. Graças a Deus por isso. Mas a nossa vida não são regras. É o Senhor. A vida do cristão, tem leis. A Lei do Espírito da vida, mas a nossa vida não é a lei. A vida do cristão é regida por princípios mas a vida do Senhor é algo que extrapola todos os limites. É mais do que regras, mais do que princípios, mais do que padrões de comportamento, mais do que uma coisa que nós possamos tentar fazer ou imitar. A vida de Cristo é uma realidade. Os irmãos sabem que existe essa idéia. Não se sabe como ela veio, mas ela veio até nós, que temos que ler os Evangelhos para copiar o exemplo de Cristo. Onde passou na mente de alguém que nós somos capazes de copiar o exemplo de Cristo? Impossível irmão. Impossível irmã. O Senhor não mostra a vida do Senhor Jesus Cristo ali para nós seguirmos aquele exemplo. Até tem um livro e talvez os irmãos conheçam, que se chama: "A imitação de Cristo". Significa que vamos contemplar o Senhor e a partir daí vamos nos comportar como Cristo. E tem outro que diz assim: "Em seu lugar, o que faria Jesus". Aí ele conta, e é verdadeiro o que aconteceu, de que esse livro fez tanto sucesso, que todas as pessoas começaram a praticar isso. Se eu me confronto com uma pessoa pedindo esmolas, eu vejo essa pessoa, eu dou ou não dou esmola para ela? Neste livro vai dizer assim: temos que pensar no que é que Jesus faria em seu lugar, naquele momento, e fazer assim. E aí tem uma pessoa comendo alface com carne e a outra só quer comer alface. Como alface, ou carne ou os dois? Como é que eu vou reagir agora? O que é que o Senhor Jesus faria ali no meu lugar? Você percebe? É regra. Imagina como o nosso pensamento não é maduro? Eu penso que o Senhor faria uma coisa, e é completamente errado aquilo. Então irmãos, nós não podemos imitar ao Senhor. Nós não podemos nem mesmo seguir ao Senhor. Na verdade, a nossa vida com o Senhor começa quando chegamos a essa conclusão: nós não podemos. Eu não posso. Aí começa a caminhada: eu não posso. E aí vamos avançar na caminhada, e quando nos damos conta, e tudo o que eu posso, não serve para nada. Aí vamos começar a avançar, e quando começarmos a perceber que só o Senhor é quem pode, aí nós descansamos. E começamos a colocar os nossos olhos no Senhor Jesus, para que de fato a vida de Cristo seja vivida na nossa vida, seja expressa, seja manifesta através de nós.

Acho que nós podemos parar por aqui, pedindo que o Senhor revele no nosso coração o que é realmente ter a vida eterna, o que é ter o Senhor vivendo a nossa vida. O que significa isso que Paulo aprendeu, e está tentando nos transmitir: "Eu estou crucificado com Cristo - não mais eu, mas Cristo. A vida que agora eu vivo, vivo pela fé do Filho de Deus que me amou e a Si mesmo se entregou. A nossa vida é uma vida que nasce da morte. A nossa vida é o Senhor. Que o Senhor realmente tenha misericórdia de nós, nos permita entrar nesse descanso, que é uma vida que deixa as aparências para segundo plano, que deixa aquilo que os homens e as mulheres pensam de nós, para segundo plano. É uma vida que se preocupa em crescer em sabedoria, estatura e graça diante de Deus em primeiro lugar, diante dos homens em segundo lugar. É uma vida que busca a glória do Senhor, uma vida eterna, é a vida de Deus. E é essa vida que um dia vai nos levantar da morte. Aqueles que não forem arrebatados, um dia ainda estando mortos, ainda estando decompostos no seio da terra, vamos ouvir a voz do nosso amado Senhor, e o poder dessa nossa vida, vai nos levantar da morte, e vai nos levar para a presença do Pai que é o nosso destino. Vamos ter uma palavra de oração.

Te damos graças o Pai, pela tua misericórdia, pela Tua palavra, pelo Senhor Jesus Cristo que é a nossa vida. Realmente pedimos que o Senhor nos ensine a viver essa normalidade dessa vida cristã. Que não seja eu, mas Cristo. Nós pedimos isso Pai, no nome do Senhor Jesus. Amém.

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