09 maio, 2007

II ENCONTRO DE CASAIS SÃO LOURENÇO – MG AMOR À LUZ DE 1ª CORÍNTIOS 13 - II

Irmãos. 1ª Epístola de Paulo aos Coríntios, cap. 13

1 ¶ Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. 2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. 3 E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. 4 ¶ O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, 5 não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; 6 não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; 7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 ¶ O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; 9 porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. 10 Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado. 11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino. 12 Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido. 13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.

Pai, mais uma vez nós erguemos nossos olhos para o Senhor e pedimos a Ti que possas suprir-nos abundantemente com o Senhor nessa noite. Confiamos todo o sustento e provisão da parte do Senhor para o partilhar da Tua palavra. Toda nossa suficiência vem de Ti. Abra para nós Senhor o que de Cristo e da igreja está escondido atrás dessa palavra. Abra os nossos olhos para que vejamos as maravilhas da Tua lei. Esperamos tudo de Ti. Em nome de Jesus Cristo nosso Senhor. Amém

Irmãos, vamos compartilhar algumas expressões desse precioso capítulo. Esse é um daqueles capítulos das Escrituras, assim como por exemplo, João cap. 17, aquela chamada Oração Sacerdotal, que deveriam ser escritas em pena de ouro. Alguns literatos seculares dizem que ao se considerar os escritos da literatura de diversas e espécies e categorias, 1ª Coríntios 13, aparece como aquela obra de arte. Nós temos aqui uma composição do Espírito de Deus a respeito da natureza do amor. E como nós vimos pela manhã, Deus é amor - Ágape. Então você poderia em cada expressão dessa, trocara a palavra amor por Deus. Deus é paciente; Deus é benigno; e etc., etc. e etc. Quando nós entrarmos em alguns detalhes deste texto, confiamos no Senhor que Ele possa abrir para você, algo mais do teu relacionamento pessoal com o Senhor e algo mais a respeito do seu relacionamento conjugal, e até mesmo paternal, ou maternal, porque esse foco, esse cerne – o amor - ele rege por causa da sua essência, por causa da sua categoria elevada. Ele rege todos os nossos relacionamentos.

Irmão, você já pensou que o Senhor, através do seu próprio amor Ele nos conduz até mesmo à humildade? Ele nos humilda e não humilha, mas humilda, nos leva, nos conduz à humildade, pelo seu amor? O Senhor não nos leva à sua humildade pela sua lei. Ele nos leva à humildade pelo Seu amor. É o amor de Deus que nos quebra; é o amor de Deus, como Paulo diz aos Coríntios que nos constrange, e qualquer tipo de mudança, qualquer tipo de transformação, se há de ser real, permanente, e verdadeiramente significativa em nossas vidas, terá que ser produzida pelo amor. Se a lei de Deus tivesse o propósito de cumprir um propósito final nos seus tratos com o homem, ela não seria uma aliança transitória. E a Bíblia é muito clara que a aliança da lei é uma aliança transitória. Ela visou expor ao homem a sua necessidade imensa de Deus e a distância enorme em que pela sua própria queda, ele se encontrava então desse seu Deus. Então, através dessas descrições, de 1ª Coríntios 13 - são dezesseis características - nós vamos enumerar algumas delas, segundo a direção do Senhor.

Antes de entrar em alguns aspectos específicos deste texto, eu gostaria de mostrar aos irmãos alguma coisa sobre essa introdução. Veja aí na sua Bíblia. Na verdade eu creio que há algumas referências que colocam a expressão “e eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente”, algumas traduções aliás, como parte do versículo 31, mas nós sabemos que essa divisão é aleatória, não faz parte dos escritos originais, e então a melhor colocação dessa expressão, “ e eu passo a mostrar-vos” já que ela inicia um outro parágrafo, seria dentro do contexto do verso 1 do cap. 13. Então o cap. 13, deveria começar com a expressão: “E eu passo a mostrar-vos um caminho sobremodo excelente”, e não “ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos”. Então é melhor nós trazermos essa expressão, já que está em negrito aí, você vê, a letra “E”, iniciando um parágrafo, e esses negritos são para isso, iniciam parágrafos nas Escrituras, e então trazermos essa expressão para o contexto do cap. 13, porque sem dúvida nenhuma ficaria melhor colocada, já que essa frase “e eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente” é o cabeçalho de tudo o que então o apóstolo Paulo vai nos dizer a partir daí. A expressão que ele usa no original, no grego, kata huperbole, “sobremodo excelente”, essa expressão significa “uma caminho além de toda a medida”, “um caminho transcendente”, “um caminho além de toda expectativa”. Esse é o sentido original desse termo, traduzido na nossa versão por sobremodo excelente. Veja que é um termo redundante, e por isso você tem no grego a expressão Hiper, kat hiperbolen. De onde vem a nossa palavra para o português, hipérbole. Então é uma ênfase, e o apóstolo Paulo usa esses termos pelo Espírito Santo para acumular uma ênfase em cima de algo que ele quer mostrar como o supra sumo da essência da vida cristã. A quinta-essência da vida cristã. Então ele usa essa expressão original, e estou citando aqui por causa da importância dela. Kata Huperbole, transcendente, um caminho além de toda a expectativa, um caminho além de toda a medida, que foi traduzido aqui por um “caminho sobremodo excelente”.

Também não devemos perder de vista que o cap. 13, se encontra entre o 12, e o 14. Já que os capítulos 12 e o 14, se referem a dons espirituais, e então, quando o apóstolo Paulo enxertou esse cap. 13, ele está fazendo como um sanduíche, onde você tem o filé no meio, com uma fatia de pão de cada lado. Então quando você olha para o cap. 13, você vai ver o filé. O apóstolo Paulo impede, que aqueles irmãos, pelo Espírito Santo se ocupem com aqueles dons espirituais, que em si mesmos estavam sendo para eles, motivo até mesmo de soberba, porque irmão, na vida cristã, o dom pode andar junto com a carne. Se você tem algum dom, não ache que o dom vai dominar a sua carne, porque a única coisa que domina a carne é a cruz, e, na vida dos Coríntios, o dom andava junto com a carne. Então, quando Paulo escreveu essa grandiosa epístola aos Coríntios ele enuncia de uma maneira muito clara nesse capítulo 13 que esse caminho era “hiporbolen”, além de toda a expectativa. Que ao invés de alguma maneira eles estarem disputando dons, - você quem sabe já fala em línguas, você profetiza, você tem um dom miraculoso? – Paulo diz: afaste esses pensamentos. Eu vou mostrar algo além de toda a expectativa, além de toda a medida: a quinta-essência da vida cristã. Então irmãos, essa expressão que eu já citei, e o fato do cap. 13 de Coríntios estar entre o 12 e o 14, não podem passar despercebidos por nós. Paulo vai dar então a regra, o fiel da balança. Você será um inválido, você será um inútil, em outras palavras, e essa é a força do argumento de Paulo, e por isso eu estou usando essas expressões, você será um inútil, será um inválido, no viver do corpo de Cristo, se você não conhece esse caminho “kat hiperbolen”, além de toda medida, além de toda a expectativa. Então irmão, através desse trabalho da cruz, na vida da alma, nós somos levados a um caminho sobremodo excelente.

O amor não é natural em nós. O ódio é natural em nós. Alguém já disse que inferno é a ausência de amor. Então o trabalho da cruz, gera em nós essa essência o caráter que o próprio Deus é. Nós amamos porque Ele nos amou primeiro. Deus é amor. E então nós vamos ver através de descrições profundas, mesmo que simples, aspectos específicos e práticos já que como eu disse na reunião da manhã, o amor não é platônico, etéreo, intangível, mas o amor de Deus ele é muito prático, muito experiencial, e o Senhor nos chama para vivenciá-lo de uma forma real. A vida cristã ela não é uma vida de meditação, transcendental. Nós somos aqueles que deve ter uma mente no céu, e um pé na terra. Então, através desse capítulo 13, nós vamos ver, compreender o quê o Espírito de Deus, pelo trabalho da cruz, deseja então, forjar em nossos corações.

Agora eu preciso ainda fazer uma pequena introdução a mais, antes de entrarmos em algumas expressões. Irmãos. Caráter na Bíblia é a natureza que passa por um processo. Isso é caráter. Caráter é natureza que passa por um processo. O seu filho simplesmente por nascer de você ele é participante da sua natureza, mas ele então há de ser educado, formado, ensinado, disciplinado, para que ele tenha em si formado, um caráter de um homem amadurecido. Quando nasce participa da natureza, mas não do caráter. Na medida em que ele é ensinado, educado, formado, disciplinado, ele venha a participar do caráter. Gálatas 4 :19 Paulo gerou aqueles irmãos da Galácia em Cristo e escreve a eles no cap. 4 dizendo assim: 19 ¶ meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós. No cap. 1, ele diz: Cristo revelado. No cap. 2 ele diz: Cristo vive em mim. Mas no cap. 4 ele diz: Cristo formado em mim. Esse é um processo. Cristo é revelado a nós. Cristo vive em nós. Sim. Mas Cristo deve ser formado em nós e Cristo é formado em nós na mesma medida em que a cruz tem liberdade para trabalhar nas nossas vidas, pelo Espírito e pela Palavra. Então quando Paulo coloca esse capítulo aqui, ele está usando essa expressão tão profunda do amor - eu queria que você visse - como espada afiada de dois gumes, no meio do sanduíche, para levar aqueles coríntios, pela palavra, ao trabalho da cruz, que é um dos braços do trabalhos da cruz. A palavra de Deus, que é viva e eficaz, que penetra, julga e separa. Esse é um dos braços do trabalho da cruz. Então Paulo está usando, pelo Espírito, esse braço, em 1ª Coríntios 13, como uma faca afiada, naquela confusão dos Coríntios: soberba, imoralidade, disputas, divisões, contendas e tanta coisa assim. Não é? Vamos aplicar esse contexto específico no caso do nosso relacionamento conjugal já que esse é o foco, mas é obvio que esse texto se aplica a todas as esferas, e qualquer tipo de pessoa na verdade, nessa noite poderia estar ouvindo essa mensagem. Mas, em nenhum sentido, em nenhum outro relacionamento, esse trabalho da cruz, esse forjar do amor, é mais verdadeiro do que no da vida conjugal. Como os irmãos sabem muito bem, essa é a esfera mais íntima da nossa relação um com o outro, possível: é a vida conjugal, é claro. É o nível mais íntimo da relação um com o outro. Então, qualquer um com o outro na vida comunitária, qualquer mutualidade na vida comunitária, é dependente da mutualidade na vida conjugal. Por isso que Paulo quando fala a Timóteo sobre critérios para se escolher presbíteros, ele não deixa de assinalar, que governe bem a sua própria casa, criando os seus filhos em disciplina, em respeito, porque alguém que não sabe governar a própria casa, ele falha nessa primeira e maior esfera, como que ele poderá governar a casa de Deus? Então irmãos, vamos procurar aplicar, na luz do Senhor esse 1ª Coríntios 13 como a espada, cortando, nos ajudando, a ver, quem sabe algo, segundo aquele foco de Tiago, que Paulo também repete aqui em 1ª Coríntios 13: o espelho. Tiago diz que aquele que contempla no espelho o seu rosto natural, logo se retira e se esquece de como era a sua aparência, isso é algo que não tem valor algum, mas aquele que atenta na lei perfeita, expressão de Tiago, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo um ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem aventurado no que realizar. Paulo repete essa expressão em Coríntios, essa figura do espelho. Agora nós contemplamos, verso 12, vemos como em espelho obscuramente. Então mesmo que esse nosso contemplar do Senhor, através da sua palavra, seja como em espelho, um espelho eficiente, revela o que nessa dimensão das nossas vidas, nós temos condição de compreender de Deus e de nós, mas quando vier o que é perfeito, nós teremos uma compreensão de Deus, e de nós, e do seu povo, e da sua igreja, infinitamente maiores. Mas então, só lá, até então. Existe um “agora não” na vida cristã, que nós como cristãos devemos aguardar com imensa expectativa. A teologia da prosperidade tem roubado isso da igreja, tem ensinado que temos Deus, a graça, o Reino e tudo agora aqui e já. Não é? Mas a palavra de Deus dá um “ainda não” sonoro, para que nós tenhamos um espírito de expectativa anelando pela vinda do Senhor. Então esse é um dos textos que dá um “agora não” bem enfático. Diz assim: agora nós conhecemos, sim, mas é em parte. Sempre será em parte, até que o Senhor venha. Nós profetizamos sim, mas é uma profecia em parte, mas quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado, porque nós veremos face a face, e João diz na sua Epístola que nós seremos como Ele, porque o veremos como Ele é. Então irmãos Paulo usa esse texto tão tremendo como uma espada afiada de dois gumes.

Vamos entrar aqui em algumas expressões tão significativas desse capítulo. Primeiro veja comigo o versículo 1, na sequência do versículo 1, ele diz assim: 1 ¶ Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Interessante a palavra címbalo: “kýmbalon” do grego. A raiz dessa palavra aponta para uma bacia oca, e como já disse alguém, um irmão do passado, um tambor faz muito barulho porque é oco, um riacho porque é muito raso, mas a medida que o Senhor, através do trabalho da cruz, vai operando em nossas vidas, nós vamos entrando nas profundezas do seu amor, e então a nossa vida vai tendo conteúdo. Não somos o címbalos que retinem, bacias ocas, e nem riachos, mas o trabalho da cruz, através da palavra, vai nos levando a conhecer a Deus e a nós mesmos de tal forma, que nós vamos sendo introduzidos, introduzidos, no seu amor. João cap. 15, o Senhor Jesus disse: Permanecei em mim, no verso 4 e depois no verso 7 ...... e as minhas palavras permanecerem em vós. E depois Ele diz: permanecei no meu amor. São a mesma coisa, ditas de forma diferente. Permanecer em Cristo, é permanecer na sua palavra, permanecer na sua palavra é permanecer no seu amor. Então irmãos, essa é a finalidade do Espírito Santo ter descrito nesse texto tão explicitamente o significado do amor. Ele deseja aplicar essa palavra como uma espada cortante de dois gumes, expondo o nosso ser, as nossas entranhas, assim como aquele sacrifício que ia para o altar. Cuidado irmão, quando você ora a Deus se consagrando, porque consagração significa: animal no altar e animal no altar não é para ser apreciado, é para ser oferecido. Quando você se entrega a Deus, o que faz a diferença é que você não vê apenas a faca, mas você conhece a mão que segura a faca. Então quando você se coloca no altar do Senhor, Ele vai destrinchar você como o sacerdote fazia no Velho Testamento. Ele vai abrir você. Primeiro Ele vai esfolar, como era feito com o sacrifício, para remover todo o pelo. Depois ele vai rasgar ao meio, abrir, tirar as entranhas, e vai lavar com água. Depois Ele vai queimar tudo e a palavra diz então que Ele aspira aquilo como um aroma suave. É isso que você quer? Deus estará satisfeito e você também. Rogo-vos pois irmãos que pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos, como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Parece que a igreja hoje perdeu essa característica que ela é uma videira. Ela acha que ela é uma roseira. Uma roseira você apanha as flores e coloca no jarro para enfeitar, mas uma videira não. Uma videira se destina a dar frutos. Aquelas uvas tem um destino específico, e aquele destino é o lagar. Aquele destino são os pés dos outros sobre ela, para que ela seja esmagada, e aquele vinho seja acumulado naquele barril, passe por processos de fermentação, mudado de vasilha em vasilha para que o seu sabor seja alterado e outros possam provar aquele vinho tão delicioso. Todas as vezes que você orar se entregando ao Senhor saiba que é isso que Ele vai fazer com você, e então, não reclame, porque nós devemos, como dizia Watchman Nee, devemos aprender das orações de Madame Guyon: “ajoelhar e beijar a mão que lida conosco, para que nós sejamos pão partido e vinho derramado’. Então irmãos, a palavra de Deus - vamos entrar em algumas expressões aqui - ela deve ser usada na nossa vida assim, como uma espada afiada de dois gumes. Você sabe por que dois gumes? Porque um gume trabalha morte e o outro gume trabalha ressurreição. Todas as vezes que o Senhor fala com você e você ouve Deus, ouve a sua palavra, Ele não trabalha apenas morte em você. Ele se coloca no lugar daquilo que Ele conduz à morte em sua vida. Sempre. Quer você sinta, quer você não sinta, porque o terreno de sentimento é uma outra história. Esse não é um terreno que deve reger a nossa vida cristã, mas sim um terreno da fé. Então você deve crer mesmo que você não sinta que todas as vezes que a espada afiada de dois gumes entra na sua vida, falar de Deus, separando alma de espírito, são dois gumes. Você pode sentir de uma maneira mais acentuada a morte, porque nós somos pecadores. Mexer na nossa vida de pecado dói muito em nós. Não é? Então nós frequentemente sentimos muito mais a morte, mas a fidelidade de Deus - você não tem como com uma espada introduzir um gume e não introduzir o outro. São introduzidos ao mesmo tempo: morte e ressurreição. Você lembra quando o Senhor Jesus foi tomado nos braços por Simeão, homem piedoso em Israel que aguardava a redenção de Jerusalém, lembra o que Simeão falou para Maria a mãe do Senhor? “Esse menino está destinado para a ruína, e para o levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição”. A palavra de Deus em Hebreus 4:12, ela tem a mesma natureza - a palavra escrita - da palavra viva que é Cristo. Cristo Jesus encarnado estava destinado para a ruína, para destruir e também para edificar muitos em Israel, e foi isso que Ele fez em seu ministério. Da mesma maneira, a palavra escrita de Deus, usada pelo Espírito Santo, ela vai destruir você e ela vai edificar em você um novo homem. Então quando você orar entregando a Deus saiba o que você está pedindo. Não abrace a teologia do não sofrimento, que tem sido próspera no seio da igreja hoje. Não abrace a teologia do não sofrimento, senão você vai permanecer um eterno bebê no espírito. Um eterno bebê, intocável. Ninguém pode te tocar. Circunstância nenhuma pode te tocar, irmão nenhum pode te tocar. Problema nenhum pode te tocar. Irmão, quanto dano tem provocado na vida da igreja a teologia do “mar de rosas”. Quanto essa palavra de 1º Coríntios 13 tem para nos ajudar em relação a esse assunto? Vamos entrar um pouquinho nela.

Veja o versículo 4. 4 ¶ O amor é paciente. Veja que primeiro você tem duas expressões positivas. O amor é paciente e depois diz: é benigno. E depois você tem nove expressões negativas. Não: veja que ele vai para o negativo agora. não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, 5 não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; 6 não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Nove nãos. Depois ele entra no positivo de novo no verso 7. 7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Quatro características maravilhosas quando combinadas. E depois ele encerra no versículo 8 com algo que aponta para a característica da eternidade do amor, quando ele diz que o “amor jamais acaba”. Quando nós, como eu disse, estivermos face a face com o Senhor, nós não precisaremos de fé. Quando nós estivermos face a face com o Senhor, nós não precisaremos de esperança, porque a nossa fé terá sido completada, e a nossa esperança terá chegado à sua consumação. Então fé e esperança terão mergulhado no amor e nós estaremos então face a face, com o nosso amado Senhor. Por isso que Paulo diz que permanecem a fé, a esperança e o amor. Esses três, mas o maior dele é o: porque o destino da fé é mergulhar no amor, e o destino da esperança é mergulhar no amor, porque Deus é amor. Então irmãos, a primeira expressão no cap. 4. 1 Coríntios 13:4 O amor é paciente. Palavra grega makrothumeo. Macro. Nós também usamos essa expressão no português. Grande ou longo. De grande ânimo. Você poderia traduzir essa palavra também por longânimo. No sentido literal seria até melhor. Longo ânimo. O amor é longânimo, paciente.

Eu queria falar um pouquinho sobre isso, em alguns textos. Vamos lá em Hebreus, cap. 6. Vamos usar as próprias escrituras para nos ajudar nessa palavrinha makrothumeo – paciente ou longânimo. Hebreus 6:12. Vamos ver o verso 10, para ficarmos inteirados do contexto. Veja que lindo. 10 Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos. Uma das característica dos cristãos hebreus destinatários desta carta, é que eles estavam afrouxando na carreira cristã, porque uma perseguição contínua e crônica estava abatendo, de alguma maneira, a vida e a fé daqueles irmãos, e por isso no cap. 12 ele diz: Hebreus 12:12 Por isso, restabelecei as mãos descaídas e os joelhos trôpegos e fazei caminho reto para os vossos pés. Então essa carta foi escrita para alguém, alguns irmãos nossos zelosos, operosos, fiéis, mas que de alguma maneira por causa de um longo sofrimento, por causa de um longo tempo de perseguição – no cap. 10 chega a dizer que eles sofreram com alegria - veja a qualidade de fé robusta desses irmãos hebreus e que precioso livro é esse de Hebreus. Hebreus 10 diz que eles chegaram a sofrer com alegria o espólio dos seus bens, porque eles tinha ciência de possuírem, em Deus, patrimônio superior e durável. Eram irmãos extremamente fiéis ao Senhor, zelosos, mas aquele crônico sofrimento, estava abatendo as suas vidas. Então quando o autor de Hebreus – Lucas, Paulo, Apolo, quem sabe? - quando escreveu essa epístola, veja o que ele diz no versículo 11 do cap. 6: 11 Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando, até ao fim, a mesma diligência para a plena certeza da esperança; 12 para que não vos torneis indolentes(preguiçosos, descuidados), mas imitadores daqueles que(agora, veja aqui), pela fé e pela longanimidade(ou paciência makrothumeo – constância, perseverança – as palavras tem a mesma raiz, pela fé e pela constância, paciência, longanimidade, perseverança), herdam as promessas. Irmãos, que coisa maravilhosa quando essa palavra é aplicada em primeiro lugar ao caráter de Deus. Aqueles que tem desenvolvido a sua história com o Senhor sabem, o quanto essa característica brilha no caráter de Deus. Irmãos, na medida da nossa comunhão com o Senhor, ela irá brilhar no nosso. E ela é uma necessidade absoluta para que vivamos vida conjugal adequada. O amor é paciente.

Para que nós possamos compreender de modo geral essa verdades, eu vou fazer uma abordagem geral, mas quantos detalhes específicos nós poderíamos citar dessa aplicação específica? Paciência. Irmãos, uma das lições, talvez a lição mais gloriosa, o significado mais glorioso do casamento, seja exatamente a sua longa duração, porque em relacionamentos temporários, se perde toda a colheita, toda a alegria, todo aquele significado daquelas verdades preciosas e duramente conquistadas do casamento, porque sós são possíveis em um relacionamento perseverante. Hoje nós temos teologia para nos ajudar a nos separar, não é? Eu li de manhã, quando nós introduzimos aquele texto de Timóteo que diz assim: 2 Timóteo 3:2 pois os homens serão egoístas(ou amantes de si mesmos), avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes. E depois no verso 4 diz: ................., mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, Amantes de si mesmos, e amigos dos prazeres. Coloque essas duas coisas juntas. Que chance nós teríamos de desenvolver a nossa vida, seja com o Senhor ou uns com os outros, especialmente na vida racional, conjugal? Se nós somos homens que por natureza somos “amantes de nós mesmos, ou egoístas, e amigos dos prazeres”. E ainda temos profetas para nos ajudar a alimentar isso, mas a primeira característica que brilha no significado do amor é: paciente. Há uma outra expressão aí, em algumas traduções, que trazem a palavra sofredor. O amor é sofredor. Veja que esse texto diz: pela fé e longanimidade, herdam as promessas. Irmãos. Nós precisamos ver de uma forma muito clara, que tanto na vida cristã, quanto na vida relacional, nós temos que semear com paciência. Tiago cap. 5 diz que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra(Tiago 5:7 ). Nós deixamos de herdar tanta colheita preciosa no casamento, porque nós não somos laborosos no semear com paciência. Nós vivemos em uma geração imediatista: geração que aperta botão e tem resultados. Mas o casamento não funciona assim. O amor é sofredor, o amor é paciente. Se você não estiver disposto a pagar esse preço, você devia ter calculado o custo antes de se casar. Foi assim que o Senhor ensinou em Lucas. Você se dispôs a edificar uma torre mas não tinha os elementos, se dispôs a guerrear alguém que vinha contra você e você só tinha dez mil homens, mas ele vinha contra você com quarenta mil. Você falou que queria, mas não calculou o custo. Então irmãos, eu penso que nós precisamos muito, muito, como igreja, recuperar esse significado do amor. Veja que em primeiro lugar é sofredor, mas nós vivemos em teologia anti-sofrimento, porque essa teologia é tão próspera porque ela combina com o nosso coração. O nosso coração odeia o sofrimento. Em qualquer nível, seja físico, emocional, psíquico, externo, interno, espiritual, nós detestamos sofrimento.

Abra comigo em 1ª Pedro, cap. 4. Lendo esses textos, essa primeira característica do amor, brilha de uma forma mais preciosa. O amor é – primeiro lugar - o Espírito Santo tem dezesseis coisas para falar do amor, mas por que é que Ele começa por aí? Será que tem motivo, ou será que é aleatório? É claro que tem motivo. A primeira menção sempre vai estabelecer um princípio. É como se debaixo disso tivesse tudo. É sofredor. É como se esse fosse o canteiro, e daí você vai colher tudo mais, porque como já citei também, na conferência anterior, aquela frase tão linda, tão bem aplicada, daquele teólogo alemão, Dietrich Bonhoeffer, teólogo durante o terceiro Reich, morreu pelo nome do Senhor, durante aquele período de Hitler, e ele diz assim: “Não é o amor que sustenta o casamento, mas é o casamento que sustenta o amor”. Essa é uma compreensão muito boa do significado desse versículo. O amor é sofredor, e o casamento há de sustentar o amor e há de ser o solo sobre o qual o amor há de se desenvolver, do contrário, não há realidade alguma nesse amor. Isso não é amor, é sentimentalismo. O amor não é uma sensação, não é uma experiência. O amor, acima de tudo, é uma aliança. Por isso ele é representado assim, porque em primeiro lugar ele é isso, uma aliança. O amor é sofredor. Veja a 1ª Epístola de Pedro. Dê uma olhada no cap. 4, versículo 1. 1 ¶ Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado, 2 para que, no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus. Que clareza, não é? Olhe a expressão do verso 1. Armai-vos, também vós do mesmo pensamento. O significado dessa expressão no original, é que você deve dar por certo, armar. Olhe como é forte a expressão. Arme a tua mente. Isso é seguro e firme. Arme a tua mente com essa convicção. Você teve um chamamento quando o Senhor te chamou pela palavra do Evangelho. Existem muitos aspectos nesse chamamento, mas existe um que não é tocado por causa da nossa aversão à dor. Um desses aspectos é: “chamados para a comunhão dos seus sofrimentos”. Então Pedro foi muito claro. Se há uma coisa que não há na palavra de Deus é a teoria da prosperidade. Pedro diz assim: “Armai-vos vós do mesmo pensamento”. Cristo sofreu na carne. Então irmãos, em primeiro lugar, no cap. 3 de Coríntios, você vai ver brilhar essa característica do amor firme, do amor que tem conteúdo, do amor que tem realidade. O amor é sofredor. Mas irmãos, como a vida cristã não é uma coisa macabra, mórbida, muito antes pelo contrário, então à medida que nós vamos experimentando o nosso Senhor, e nos oferecemos para o trabalhar da cruz, abraçamos a cruz, realmente, pela palavra, pelas circunstâncias, vamos sendo introduzidos em uma realidade com o Senhor na qual, como disse também uma irmã do passado, se não me engano até cantamos isso como um cântico, um pequeno hino, que diz assim: “de sacrifício jamais faleis. Um privilégio antes é ser Dele, seja o preço que for, com os eleitos seus”. A vida cristã, não é macabra, nem mórbida. De sacrifício jamais faleis, embora sim, a palavra vá nos rasgar e nos cortar, embora sim, a vida cristã implique em sofrimento também. Gozo em meio a sofrimento, mas não elimina o sofrimento. É gozo, sim. Mas é sofrimento? Sim. São dois sins, bem sonoros. Não é? À medida em que nós vamos compreendendo isso irmãos, o Senhor pode nos levar às verdades mais profundas do amor. Irmãos. Precisamos muito entender isso. É por isso que no casamento que aquela colheita, que o tempo em Deus, não o tempo simplesmente, um tempo simplesmente não faz nada, o tempo simplesmente pode nos tornar mais amargos, e o sofrimento em si mesmo também não nos aperfeiçoa, não nos purga. Isso não é doutrina evangélica, sofrimento não é purgatório, ele não nos purifica. O sofrimento pode nos tornar mais amargos. Quebrantamento na palavra de Deus, é resultado de sofrimento mais a palavra de Deus. Sofrimento não é igual a quebrantamento. Para que nós sejamos quebrantados no sofrimento, nós precisamos ouvir a Deus no sofrimento. Lembra de Jó? Jó sofreu, sofreu, sofreu. E resistente, não querendo ouvir a Deus. Nem mesmo quando Eliú falou, que é uma figura do Espírito Santo naquele livro. Mas quando Deus começa a falar do redemoinho, Jó é transformado. Ele não foi transformado pelo sofrimento. Ele foi transformado pela ação do sofrimento, mais a palavra de Deus. Resultado: Poção dobrada. Não é? Então irmãos, que o Senhor nos ajude a ver com clareza esse elemento do amor: o amor é paciente. Você tem tido paciência no seu relacionamento? Você tem semeado com paciência? Você tem experimentado o valor, o significado da paciência de Deus para com você? Você aplica para com o seu cônjuge, a mesma experiência que você tem da paciência de Deus para com você? Isso é uma realidade em todas as facetas da sua experiência relacional, senão você tem compreendido pouco do significado do amor. O amor é paciente, em primeiro lugar, “disposto a sofrer”, se você quiser usar uma outra expressão. Mais um pouquinho sobre ele eu queria colocar. Irmão, em Gênesis, quando o Senhor criou o homem e o estabeleceu para o seu propósito, Ele colocou o homem no Éden, sozinho. Ele não olhou para o homem e então, como que cruzando os braços dizendo assim: “Parece que estou vendo ali alguma coisa errada, alguma coisa incompleta. Eu acho que está precisando de uma auxiliadora, que lhe seja idônea”. Então o Senhor observou aquela solidão do homem no Éden e disse: “Não é bom que o homem esteja só. Deixe-me dar um jeito então, nessa solidão. Vou fazer uma auxiliadora”. Isso não é Deus. Nosso Deus é aquele que conhece todas as coisas, o fim antes do começo, e planejou tudo de forma perfeita. É claro que no plano do homem estava a mulher. Ela não foi criado do pó como ele, mas foi tirada dele mesmo. Isso é muito claro. Mas eu queria que você notasse uma observação aqui. Quando o Senhor falou que “não é bom que o homem esteja só”, Ele não está olhando para o Éden e fazendo uma observação que algo estava incompleto. Ele está fazendo uma declaração e não uma observação. E nessa declaração então, existe para nós uma visão de um projeto divino. Através dessa declaração, “não é bom que o homem esteja só”, o nosso Deus está dizendo que o homem que Ele criou foi projetado para a intimidade. Você vê? Ele foi projetado para a intimidade - não é bom que ele esteja só. Nesse, dentro desse próprio homem, Deus então ira remover algo dele mesmo para edificar para ele mesmo, algo então que o completasse e o suprisse, num desfrute daquilo que a Trindade eterna sempre teve de uma forma absoluta e perfeita, claro, infinitamente maior, mas uma experiência que é da Trindade, como vimos de manhã. O Pai ama o Filho, o Filho ama o Pai. Ninguém conhece o Pai senão o Filho, e ninguém conhece o Filho senão o Pai. Aquele pleno relacionamento de amor. Então quando Ele cria o homem ele faz uma observação. Não é bom que ele esteja só. É como Ele estivesse dizendo: “Vou dar para ele uma experiência, um pouco, um anti gozo, daquilo que eu experimento sendo Deus. Pai, Filho, Espírito, como unidade perfeita de amor. Quando Ele estabelece aquele relacionamento, ele dá um anti gozo. Na conferência anterior eu toquei um pouquinho sobre isso, quando abordei alguns assuntos, sobre o significado do relacionamento sexual. Um anti gozo, do que o Senhor nos destinou para experimentarmos. Então irmão, embora lá em Gênesis você tenha a expressão: “não é bom que o homem esteja só”, você tem uma expressão em João 12 que é bom que você coloque junto, que diz assim: “se o grão de trigo, caindo em terra, não morrer, fica só”. Isso é uma verdade imensa na vida conjugal. Você e eu fomos projetados para a intimidade na vida conjugal. “Não é bom que o homem esteja só, mas se não morrer, fica só”. Qual o propósito de Deus na sua vida conjugal? Matar você para que você não fique só, essa vida independente, soberba, arrogante. Se não morrer, fica só. Por isso o Senhor com tanta graça, usa a sua palavra, o seu poder, as circunstâncias, porque Ele quer levar na morte, o nosso velho, e edificar o novo - a espada afiada de dois gumes - para que nós possamos entrar na realidade do casamento. E então eu quero concluir esse raciocínio com você assim: o casamento é algo sobrenatural. Ele é sobrenatural, como a vida cristã. Sobrenaturalmente natural. Mas é naturalmente, sobrenatural. Nós só podemos entrar na realidade do casamento, na medida em que nós conhecemos a realidade da cruz. Será que agora você vê com mais clareza irmão: se não morrer, fica só. Que o Senhor te ajude a ver isso na vida cristã, a experimentar isso, a se oferecer a isso, a não dar coices na vara que lida com você como Paulo fazia, recalcitrando contra os aguilhões. Que o Senhor te ajude a compreender que o amor é paciente. Irmão. Você pode estar sentindo o avesso. A primeira vez que a palavra amor é mencionada na Bíblia você sabe onde é? Onde? Gênesis 22. Nós estamos falando sobre amor. Gênesis 22. “Abraão. Oferece-me o teu filho. O teu único filho. Não apenas o teu único filho, mas Isaque, a quem amas.” Você vê que essas são as características do Senhor? O Senhor é o único Filho do Pai. Ele não é apenas o único Filho, mas é o Filho amado do Pai. Então Abraão ali, no seu quarto altar - ele edificou quatro altares na sua vida seguindo a Deus - e esse quarto altar foi edificado para o seu filho, porque ali Abraão poderia já ser no seu caráter maduro, um tipo de Deus, o Pai, oferecendo o seu Filho na cruz, pelo seu amor. Então Ele disse: Isaque a quem amas. Irmão imagine então, o que Abraão estava sentindo quando ele estava levando aquele filho. Você acha que Abraão foi entoando cânticos de celebração porque ele ia colocar o Isaque no altar? Claro que, por um lado, ele tinha confiança. Não tenha dúvida disso. Ele havia amadurecido em Deus. Hebreus diz que ele sabia que Deus era poderoso até para recobrar Isaque de entre os mortos. Então ele tinha uma fé muito robusta. Mas irmão, fé e sensação, são duas coisas que muitas vezes podem ser completamente incompatíveis, mesmo quando uma fé é robusta. Imagine Abraão conduzindo aquele menino de possivelmente 13 anos para o altar. E diz a palavra que Abraão levava a faca e o cutelo na mão, e Isaque levava a lenha, porque Isaque era um tipo de Cristo. Nenhum pai colocaria uma lenha em um filho de treze anos. A lenha é para o pai levar, o mais difícil, o mais pesado, mas ele colocou a lenha sobre Isaque, porque a lenha deveria ficar lá, porque essa lenha pertencia ao filho. Isaque carregou a lenha até o monte Moriá, o lugar da cruz, quando então nós sabemos bem o que é que aconteceu ali. Essa é a primeira menção bíblica de amor. O amor conduz à cruz. O amor conduz à ressurreição. O amor conduz à intimidade mais profunda com Deus. Abraão já havia levantado o cutelo quando ele ouviu: “Não faças isso”. Tremenda sensibilidade. Então o Senhor providenciou aquele substituto ali. Então irmãos, como nós precisamos recuperar esse significado do amor nas nossas vidas relacionais. O amor é paciente, o amor é sofredor. Se não morrermos ficaremos sós.

Queria citar mais um texto dentro desse assunto “longanimidade”. Veja o capítulo 3 de 2ª Pedro. Vamos ver mais essa característica e passar para a próxima. 9 ¶ Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo (veja a palavra aí) para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. Se você for andar atrás dessa palavra nas Escrituras especialmente no Novo Testamento, você então vai ser mais enriquecido e vai poder encontrar expressões práticas do significado do que Paulo disse em 1ª Coríntios 13:4 - o amor é sofredor, longânimo, paciente, perseverante e constante. Todas essas palavras então, tem o mesmo significado, como primeira marca. Então irmão, se você não está disposto e isso tem um “SE” bem grande, porque o Senhor disse: “SE alguém quer vir após mim”, você precisa responder a isso. Você quer ir após Ele no seu casamento? Você tem visto que o seu casamento aponta para algo mais do que Ele mesmo? Você já compreendeu que o casamento é como esse canteiro onde baseado na perseverança você poderá plantar e sem a perseverança você nada irá plantar. Você já viu? Se você já viu, você vai poder, com o tempo, colher preciosas verdades. Você vai tomar o vinho do fim, como o Senhor naquelas bodas de Caná ofereceu e vai poder provar, pelo nosso Deus infinitamente bom, porque você permitiu-se ser trabalhado. Vai poder provar que Ele é infinitamente melhor do que o vinho do começo, como aconteceu naquelas bodas, mas se você se submeter ao trabalho da cruz, o amor é sofredor, é paciente.

Segunda expressão que eu gostaria de falar um pouquinho, voltando lá em 1ª Coríntios 13: “o amor é benigno”. Uma outra colocação bem positiva, antes de entrar aí nas negativas que eu disse aos irmãos que Paulo vai fazer - ele é benigno. Linda palavra irmãos. Toca muito de perto o caráter de Deus, também, essa palavra. Ela significa amável; significa gentil. Quanto nós precisamos desse amor, não é? Esse amor que se preocupa com pequenas coisas. Irmãos, nós somos muito tentados a focar as grandes coisas, mas a vida cristã, e a vida conjugal, por excelência, é um ministério de pequenas coisas. É como o Senhor naquela ceia, antes daquela ceia em João 13, tirando a vestimenta de cima, tomando aquela toalha, se cingindo com ela, pegando aquela bacia que ninguém queria pegar, e lavando os pés dos seus discípulos. A vida conjugal é um ministério de pequenas coisas. Agora irmãos, assim como na vida, assim como no natural, a colheita envolve prodigalidade. A colheita é pródiga. Você planta um punhado de grãos - você colhe sacos de grãos. Assim é no casamento. O amor é benigno, amável, gentil. Um ministério de pequenas coisas. Como nós somos temerários, como nós somos apressados, como nós gostamos de fazer grandes coisas, de mexer em grandes assuntos. Como nós deixamos de compreender que o Senhor ministra através de pequenas coisas, de pequenas gentilezas, de pequenos elogios, de pequenos atos. Há pouco tempo eu vi uma frase de Shakespeare, Willian Shakespeare, que não apresenta nenhuma novidade - a Bíblia está cheia desse assunto – mas como foi Willian Shakespeare, parece que quando se lê respeita-se mais, não é? E ele dizia assim: “os que não demonstram amor, não amam”. Está claro? Mas foi Shakespeare quem falou isso. Essa frase deve ter muito conteúdo, não é? Os que não demonstram amor, não amam. Simples não é? Mas aplique isso na vida conjugal! Você demonstra amor? Esses anos de relacionamento com tantos casais, a oportunidade que o Senhor tem concedido, de tantas formas, quanto nós ouvimos isso, não é? “Ah. Nós podemos entrar nesse terreno de julgar o coração, só porque eu não faço isso, não faço aquilo, ou só porque eu não faço aquele elogio, não dou aquela atenção, não presto aquele serviço, é que eu não amo?” Irmãos. A natureza do amor, é de se expressar. Não existe amor embutido. Não existe. Não existe amor enrustido. Ou ele se mostra ou ele não existe. Romanos 5 diz assim: Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores(Romanos 5:8). Você ama o seu cônjuge? Então prove o seu amor. Prove em atos de amor, porque o amor é benigno. Segundo termo. E lembre que você pode trocar a palavra amor por Deus. Deus é benigno. Ele mostra o seu amor em atos de amor. Ele não tem amor enrustido, Ele não tem um amor celestial que ficou lá no céu. Seu amor se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade. O seu amor lavou os pés e até ofendeu a Pedro com aquele amor tão exuberante. Pedro quando viu aquela bacia imunda, quem sabe já havia passado um monte de chulé de apóstolo por ali, quando chegou a vez de Pedro e ele viu aquela bacia, e do lado daquela bacia ele viu aquele Senhor. Então ele olhou para a bacia, olhou para o Senhor e disse que aqueles dois não poderiam andar juntos. Ou a bacia, ou o Senhor. Mas o Senhor foi mostrar para Pedro que Ele e a bacia eram uma coisa só, porque irmãos, a cruz nos fala da vitória do Senhor na morte, mas a bacia nos fala da vitória do Senhor na vida. Ele só foi ao Calvário porque Ele tomou a bacia. A bacia é a sua vitória na vida, e a cruz é a sua vitória na morte. O Senhor nos ajude irmãos, a compreendermos essa coisa na vida relacional. Especialmente na vida conjugal. Benigno, amável, gentil, que mostra amor. Interessante que muitas vezes os maridos ficam bravos. Quando as esposas fazem alguma consideração normalmente é nesse nível, de esposa para marido, já que nossos esposos, pela graça de Deus, para que possamos ser ajudados, no que nós somos na nossa natureza, elas precisam de um cuidado tão especial. Então nós falhamos nesse cuidado e elas sentem e quando elas sentem elas falam e quando elas falam, nós falamos assim: “Não é baseado nisso que você vai dizer então que eu não amo”. Mas irmão, maridos especialmente, comece a ver de forma diferente. Comece a ver como esse grande poeta, Shakespeare. Se você não demonstra amor, não há nenhuma prova que você ama. Esse amor dentro de você aí, pode estar misturado com muita coisa, com egoísmo disfarçado. Então, o amor de Deus foi provado pelo fato de Cristo ter morrido por nós. O amor é benigno, amável, gentil, que ministra pequenas coisas, que olha pequenos detalhes, que atende, que serve, que cuida. Tudo isso está dentro, no conteúdo dessa palavra benigno, que se manifesta em atos de bondade. Benigno, fala de uma disposição de caráter. Bondade, fala de atos. Então quando você vê a palavra benignidade, bondade - não tem as duas lá no fruto do Espírito? – se elas fossem iguais, não seriam colocadas. Benignidade é uma atitude, e bondade é um ato. Os atos provém da atitude de mente. Benignidade fala de uma atitude de constante de mente benigna. É gentil, é amável. Então esse é o sentido da palavra benigno.

Abram em Colossenses comigo, por favor. Vamos ser ajudados mais um pouquinho nessa carta com relação a essa palavra. Colossenses 3:12. 12 ¶ Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados. Irmão. Esses três elementos aqui tem que ser experimentados por nós, na nossa vida relacional com Deus. Que você é um eleito, que você é um separado, e que você é um amado, para que você então possa demostrar esse amor em ternos afetos de misericórdia. Sempre o vertical na frente do horizontal. Estão vendo? Primeiro: eleitos de Deus. Olhe o vertical aí. Você sabe que você é um eleito de Deus ou você está titubeando aí entre dois pensamentos? Você é um daqueles que pegou uma fila e não sabe onde a fila vai dar? Ou você sabe que você é um eleito de Deus? Você sabe que é um santo, ou você acha que é um meio termo? Outros irmãos estavam lembrando de uma história antiga, que muitos conhecem mas eu vou repetir: A história do sapo que queria ser pomba. Uns aqui já ouviram e outros não. Os mais velhos já conhecem. Diz uma lenda que um sapo queria ser pomba. Mas ele gostava demais daquele olho esbugalhado de sapo que ele tinha, apreciava aquele olho, aquela boca rasgada, maravilhosa, e queria conservar isso, o olho esbugalhado e a boca rasgada do sapo. Mas ele queria ter a asa da pomba, o rabo da pomba, e pés de pomba. Ele pediu para a fada fazer um processo com ele, de tal forma que fossem conservados o seu olho que ele tanto apreciava, e a sua boca rasgada de sapo, mas asa de pomba, rabo e pés de pomba. Então a fada concedeu o que ele queria. Então ele sai alegre, dá aquele vôo razante no brejo assim, e desce no meio dos sapos e os sapos olham para aquela figura esquisita assim e falam que aquilo não era um sapo. Ele então não encontra ambiente ali, e tem que levantar vôo do brejo. Levanta vôo do brejo, e lógico, vai ficar entre as pombas. As pombas, por sua vez, batem o olho, e dizem: Isso não é pomba. É o “sapomba”. Ele não tinha ambiente, nem em um lugar, nem em outro. Essa historinha fala muito da realidade da igreja, em nossos dias. Não tem sabor, nem de uma coisa nem de outra. Não é sapo e também não é pomba. Ele procura um ambiente ali no mundo, mas é um ambiente que tem que ser morno. Quando começa a esquentar, ele vê que não dá para ele. Não é? Aí ele corre para a vida da igreja, procura um lugar na igreja, mas entre os mornos também, porque quando a coisa começa a esquentar também não dá para ele. Mas a palavra de Deus diz assim: “eleitos santos” Não é sapomba. É santo. Não é? Nós fomos feitos santos, separados, cortados, aniquilados, alienados do mundo. O mar Vermelho só abriu para caminho de ida. Não tinha bilhete de volta naquele metrô. O mar vermelho abriu para um lado só. Só de ida. Irmão você tem convicção do seu Novo Nascimento? Eu citei há algum tempo, para um grupo de irmãos, que quando dois homens de Deus, durante aquele chamado grande despertamento evangélico do século 18, Deus usou muitos homens ali, entre eles George Whitefield, e Daniel Houland, um galés e um escocês. Quando eles se encontraram, esses homens haviam pregado, pregado a muitas pessoas, e milhares de pessoas haviam se convertido, eram homens de Deus, profundamente devotados ao Senhor e um dia eles se encontraram. Sabe qual foi a pergunta que George Whitefild fez para Daniel? Ele perguntou: “irmão. Você sabe que os seus pecados foram perdoados?” Isso era uma pergunta para se fazer para um homem de Deus que prega o Evangelho e milhares de almas já se converteram. Mas ele não perguntou assim: “Você crê que os seus pecados foram perdoados?” Ele perguntou: “Você sabe que os seus pecados foram perdoados?” Ele está dizendo: Você vive nesse gozo? Você sabe: eleitos de Deus, santos e amados. Então nós vamos perguntar para nós. Você sabe que você é eleito, santo e amado? Se não, não há possibilidade de você de você entrar na horizontal que vem aí para a frente. Ternos afetos. Lembra que de manhã nós falamos sobre Fileo? Fileo, é isso aí: Terno afeto. Você nunca será um marido afetivo, uma esposa afetiva, porque você não sabe que é um eleito, porque você não sabe que é santo, porque você não sabe que é amado de Deus. Mas, se você sabe, então essas coisas vão te seguir na sua vida. Ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, e agora vem aí, de longanimidade, ou benigno. Nós vimos na primeira referência: paciente. Longanimidade. Paciente. E aqui no início da relação diz: Ternos afetos de misericórdia e de bondade. Bondade é conseqüência de benignidade. Bondade fala de atos. A demonstração da benignidade é bondade. Está certo? Então, um pouquinho sobre isso para os irmãos entenderem. Mais um texto só em Efésios. Voltem um pouquinho, rapidamente, as suas Bíblias.

Efésios 4, olhem no verso 32. 32 Antes, sede uns para com os outros (antes. Antes do quê? De tudo o que está antes aí.) 31 Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. E coisas da lista negra que o nosso irmão apresentou pela manhã. O 32 diz 32 Antes, sede uns para com os outros (qual é a primeira palavra?) benignos, Irmão. É uma palavra muito linda. Por isso ela está colocada lá. O amor é paciente, em primeiro lugar, e em segundo, benigno, porque fala de tudo isso que já coloquei. Amável, gentil, gracioso, cortês, prestativo. Tudo isso é ser benigno. Antes sede uns para com os outros, benignos. Por que o Senhor não coloca aqui o perdão em primeiro lugar, já que o perdão é tão importante? Porque ele está entrando em uma esfera relacional, quando quer nos ajudar a ver a questão de se ministrar bondade, para que mostre, mostremos uns aos outros que nós pertencemos ao Senhor. Então, antes da malícia, antes da inveja, antes da gritaria, da blasfêmia, etc., que está aí, antes, seja benigno. Mostre a bondade, porque vocês são eleitos, santos, amados. Mostrem atos de bondade. Pratiquem bondade. Benignos, em primeiro lugar. Depois diz compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.

A terceira característica que eu queria colocar lá do texto de 1ª Coríntios 13. Vamos lá rapidamente porque o nosso tempo está no final. Vamos selecionar aqui a expressão negativa do verso 4: não se ensoberbece. Nosso irmão também, pela manhã, falou um pouco sobre a soberba, mostrando que ela é igual ao orgulho. Irmão, eu queria adicionar alguma coisa aqui sobre a soberba, já que o nosso irmão colocou tão bem pela manhã, mas eu queria colocar um contorno a mais sobre essa questão. A soberba, ela é um problema muito grave, porque ela é um tipo de pecado muito especial, porque ela acompanha o nosso crescimento espiritual. Quanto mais você cresce espiritualmente, mais a soberba estará ali, a pari passu com o seu crescimento espiritual. Ela estará falando assim ao seu ouvido: “Você está ficando bom, heim!; você está chegando lá!; você é um vencedor”. Hoje tem tantos preocupados em saber se são vencedores, não é? E se tornam até vencidos. A soberba acompanha a pari passu o nosso crescimento espiritual. E o nosso irmão elucidou hoje pela manhã, o quanto a soberba destroi o relacionamento conjugal, não é? Em todos os níveis, especialmente o relacionamento conjugal. Um verso em Provérbios 16:18 que diz assim: A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda. Por isso é que o amor não se ensoberbece. Uma outra explicação sobre essa palavra soberba. Todo soberbo não é ensinável. Irmão. O lugar onde nós mais experimentamos o quanto somos soberbos é na vida conjugal, porque a pessoa que nós menos aceitamos como nosso instrutor, é o nosso cônjuge, porque nós somos capazes de aceitar qualquer outro, menos o cônjuge, para nos instruir. Então o relacionamento conjugal vai mostrar, como nenhum outro, o quanto somos soberbos, porque ser soberbo é ser não ensinável. A soberba é o extremo oposto da humildade. O que é que seria a humildade? Você pode traduzir humildade de várias maneiras. Aponta para o que é baixo, para o que é pequeno, vem da palavra humus, terreno, mas eu queria apontar um outro ângulo aqui. Humildade é capacidade de aprender de todos. De todos. Você não estabelece categorias de irmãos que são capazes de ti ensinar. Se você acha que só dois irmãos, na vida da igreja, são capazes de ensinar você, você é extremamente soberbo e você só poderá aprender de dois. Agora, se você é humilde, então você vai achar que os trezentos irmãos na igreja podem ensinar você. Então você vai aprender de trezentos. Você vai ser muito mais ensinado. Então, o amor não se ensoberbece, outra característica importante. A palavra de Deus em Tiago diz que Deus resiste, Ele mesmo, aos soberbos. Os soberbos vão encontrar resistência de Deus. Se eles resistem a serem ensinados por outros, eles vão encontrar resistência de Deus para que eles então avancem na vida cristã. Deus vai fazer um paredão na vida deles e não vão passar daquele ponto. Passa o ano, passa o ano, e eles está anão espiritual, porque é soberbo. Irmão, e não há esfera, como eu falei, melhor para nos mostrar o lugar no nosso coração nesse assunto de soberba do que a vida conjugal. Você considera a sua esposa, nesse aspecto, instrutora útil? Sim? Essa palavra até dói no seu ouvido. “Que instrutora!” “Minha mulher é uma tola. Não sabe nada, não discerne nada”. Ou vice-versa? Irmão. O Senhor usou até uma mula para falar com Balaão. Ele pode usar o seu marido para falar com você. O amor não se ensoberbece. O amor é ensinável. Humildade é a capacidade de aprender de todos. Não é? Vamos guardar essas características.

O quarto item que eu queria destacar aí no versículo 5: Não se conduz inconvenientemente. É uma expressão também muito geral. Não se conduz inconvenientemente. Irmãos. Tem pessoas que são bem inconvenientes nos relacionamentos conjugais, e mostram isso, o quanto são inconvenientes. Inconvenientes nas colocações, inconvenientes no desejo que tem de expor o parceiro em público, não é? Ou fritar o parceiro, como se diz aí na linguagem simples. O amor não se conduz inconvenientemente. Pedro diz assim que o amor cobre uma multidão de pecados. Não significa que ele põe panos quentes, não julga nada. Não entenda o verso assim. A palavra de Deus está dizendo que ele suplanta multidão de pecados. Ele é capaz de, no seu exercício, levar outras pessoas a superarem os seus pecados. Irmão. Sabe porque o seu cônjuge, muitas vezes, não supera os seus pecados? Porque você não o ama. Porque o amor cobre uma multidão de pecados. Se você puder ministrar amorosamente você vai levá-lo a triunfar. Tudo o que nos vem por natureza é superado por graça, e o maior instrumento para ministrar graça é amor. A graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo, que é a encarnação do amor de Deus. Então, compreenda esses princípios. Não se conduz inconvenientemente. Cinismos, criticismos, asperezas, palavras que ferem, não se conduzem convenientemente. Quando eu olho para o passado, para o início da minha vida conjugal, eu tenho ainda, quando eu quero recordar, tantas lembranças, para mim, vergonhosas de situações em que expus a minha esposa a alguns ridículos, porque não a amava adequadamente. O amor não se conduz inconvenientemente. O nosso Senhor não se conduziu assim. Quando Nicodemos foi ter com ele, com vergonha dos fariseus - “o que é que eu faço se eles me verem, eles vão me fritar lá no colégio dos fariseus, tenho que dar um jeitinho de encontrar esse Mestre, estou impressionado com ele, vou me esconder aqui, e irei de noite e darei um jeito” - deu um jeito em João cap. 3, e foi, de noite, encontrar o Senhor. O Senhor sabe todas as coisas. Quando Nicodemos chegou Ele falou assim: “ê Nicodemos. Você heim!! Só de noite mesmo para você chegar aqui. Por que é que você não veio de dia?” O Senhor não fez assim, porque o amor não se conduz inconvenientemente. Ele falou para Nicodemos sobre o Novo Nascimento. Não é? Esse é o amor, irmãos. Esse amor delicado, gentil, de Deus. Irmão, aqueles que amam, são as únicas pessoas que são livres. Amor é liberdade. Quanto mais o amor de Deus é trabalhado nas nossas vidas, mas nós somos livres. Irmão. Sabe qual que é a única maneira de você amar o seu cônjuge? É, me entenda agora no bom sentido, você morrer para ele. Ou seja, você não viver uma vida, dependente dele fazer ou não fazer para você fazer ou não fazer. Mas você fazer e fazer, porque você tem um relacionamento vigoroso com Deus. Então você, nesse sentido, morreu para o seu cônjuge. Você pode servi-lo. Você só pode servir aquelas pessoas para as quais você morreu. Você consegue entender isso espiritualmente? Enquanto você for dependente de opiniões: “Está bom assim?” “Está louvável assim?” “Esse é um bom caminho, uma boa maneira?” Não é? Ou ver se foi aceito, procurar sondar a cara, o bico, o jeito, o modo. Você não vai ter capacidade de servir. Você só pode servir incondicionalmente, ou então não vai servir de jeito nenhum. Essa é a radicalidade do Evangelho. Não é? Então, o Senhor nos ajude a secar essas coisas na nossa história pessoal, particular.

Vamos ver mais uma expressão de 1ª Coríntios 13 e mais dez minutos, nós terminamos. Versículo 5. Estou destacando das dezesseis, algumas. Todas elas, é claro, são preciosas, mas precisamos selecionar só algumas. O versículo 5 nos diz: .............., não procura os seus interesses. De novo, nós olhamos para o Senhor, porque o relacionamento com Ele é a fonte. Irmãos, se o Senhor procurasse os seus interesses, Ele estaria nos céus até hoje. Mas Filipenses diz assim que Ele se despiu da sua glória, não julgou como ser igual a Deus, algo que Ele devesse se aferrar a todo custo e dizer: “Daqui eu não saio, porque eu sou Deus, O Filho. Quem vai me tirar dessa posição? A palavra de Deus diz em Filipenses que Ele não se aferrou a esse direito(Filipenses 2:6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;) Ele então se esvaziou e assumiu a forma de servo. O amor não procura os seus interesses. Ele fez isso por causa de dois interesses, que na verdade se fundem. Em primeiro lugar, o interesse do Pai, que desejava conduzir muitos filhos à glória e secundariamente, os interesses da nossa salvação. Mas isso secundariamente. Primariamente, o interesse do Pai, que no seu plano eterno, planejou trazer muitos filhos à glória. O amor não procura os seus próprios interesses. Que o Senhor também te sonde nesses assuntos.

Mais uma expressão. Versículo 5 ainda, no final. .................não se exaspera. Eu destaquei essa expressão aqui porque eu queria ajudar os irmãos aqui nesse termo. Ela também é muito comum. Eu estou tentando tirar aqui o que talvez nós possamos traduzir em linguagem mais prática, mais experimental para nos ajudar. Não se exaspera. Irmão. Essa questão de se exasperar é muito séria, se nós podemos enxergar no contexto relacional com Deus, para então entendermos o contexto relacional com o nosso cônjuge. O que é exasperar, em primeiro lugar? Irritar. Não se exaspere é não se irritar. Isso então, já nos expõe, de cara. Sabe por que nós ficamos irritados? A fonte é uma só: desejo de controlar. Quando nós não conseguimos controlar - nós tentamos controlar até Deus - e quando nós não conseguimos controlar Deus, nós nos irritamos com Ele. Não é? Nós fazemos beicinhos até para Deus. Ele não fez a nosso modo, ao nosso tempo, não é? A irritação é conseqüência de nós não nos submetermos ao governo de Deus. Nós tentamos controlar as circunstâncias, as pessoas, mudar os outros, e quando nós não conseguimos nós nos exasperamos. Não é? Nos irritamos. Existe uma expressão paralela que nos ajuda a ilustrar esse assunto em Colossenses, no cap. 3. Nós maridos vamos sofrer um pouquinho mais aqui. Colossenses 3:19. 19 Maridos, amai vossa esposa e não a trateis com amargura. E como ela é uma carta paralela a Efésios, se você ver lá, diz: Maridos amai as vossas mulheres como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, e Paulo continua com o enunciado. Aqui em Colossenses ele faz uma coisa interessante. Se você fizer um paralelo: ele diz marido amai as vossas mulheres, e lá ele diz que Cristo entregou e lavou e santificou. Aqui ele procura colocar aquela expressão em um contexto negativo, ou seja, se você assumir essa atitude, que está escrita aí e vou explicar agora mesmo, você não poderá purificá-la, lavá-la, santificá-la. Não poderá, porque você estará irritado. E usa a expressão. Maridos amai as vossas esposas e não a trateis com amargura, na sua versão, não é? Há uma tradução alternativa dessa palavra que coloca “mau humor ou irritação”. Amai as vossas mulheres e não a trateis com mau humor. As vezes, quando você chega em casa, bravo, você acha que a sua mulher está bem no espírito. Você chega ali, meio que exigindo as coisas, pedindo ali o seu almoço, e ela fala assim: “Já vai, meu amor”. Você tem que ouvir bem, porque ela não está falando meu amor não. Ela está falando “mau humor”. Já vai “mau humor”. Espera aí “mau humor”. Não é meu amor. É mau humor. Você é quem não está ouvindo bem. Amai as vossas mulheres. Não as trateis com mau humor, ou com a amargura, ou irritação. Coloque o texto de Efésios junto como eu falei: “maridos amai as vossas mulheres como Cristo amou a igreja e se entregou, para a santificar, para lavar”. Se você entrar nessa esfera, você não vai se entregar, não vai santificar, não vai lavar. Você vai guerrear, como Tiago 4 diz. Então, uma outra expressão que eu queria colocar, explicar alguma coisa para os irmãos. 1ª Pedro cap. 3 nos ajuda um pouco também nessa expressão. Não se irrita, ou não se exaspera. Vamos ver o significado disso aqui agora, o contexto imediato está falando das esposas, embora se aplique a todos nós. Vejam que versículo lindo. Está falando que as esposas, aprendendo do Senhor, elas serão como Sara, 1 Pedro 3:6 ........, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas (preste atenção agora), praticando o bem e não temendo perturbação alguma. Isso aí é o oposto da irritação. Sabe qual é a única chance de você não ficar irritado? Crer. Saber, como disse lá o irmão Whitefields que eu citei. Mas não é só crer intelectualmente não. É saber, é experimentar, que Deus é soberano e cuida. Aqui está dizendo que essas mulheres que sabiam disso - lembram a situação ridículo que Abraão expôs Sara? Mas Sara confiava em Deus. Ela não confiava em Abraão. Abraão era problemático, mas ela confiava em Deus, como diz a palavra: Sara confiava em Deus e não temia perturbação alguma. Irmão. Isso é uma tremenda lição. Se nós simplesmente confiamos um no outro – vamos usar essa expressão - você vai ficar muito perturbado. Nós precisamos aprender a confiar em Deus, nos tratos de Deus, no tempo de Deus, na maneira de Deus, no fato de que Deus é quem abre o ouvido, Deus é quem impede o caminho, Deus é quem leva o arrependimento, Deus é quem esmiuça quem tem que esmiuçar, da forma Dele, no tempo Dele. Não tememos perturbação alguma. Não se irrita. Não se exaspera. Expressão de Deus vai nos ajudar um pouquinho nesse assunto também.

Agora, por último, em Coríntios para nós terminarmos. Coríntios 13, aquelas quatro expressões. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Tudo sofre, já falamos no início, porque o amor é sofredor, é paciente, já explicamos. Tudo crê, porque o amor não é desconfiado. Nosso irmão, pela manhã, também tocou sobre as suspeitas malignas. O amor não é desconfiado. Aí você diz tudo crê, mas então ele é inocente. Não. Engano nosso. Sabe por que o amor tudo crê e por que ele não é desconfiado? Porque ele sabe que - princípio bíblico - Deus é o Deus que traz à luz, as coisas ocultas das trevas. Então o amor tudo crê. Ele não se comporta como delegado do cônjuge, ou o delegado do irmão, se você quiser ampliar o espectro. O amor tudo crê. Ele não é desconfiado, porque ele vê aquele que é invisível. Aquele que traz à luz as coisas ocultas das trevas. Quantas mulheres sofrem com suspeitas malignas com relação aos seus maridos? Igualmente os maridos com relação às suas mulheres. Mas, o amor tudo crê, porque Deus é aquele que manifesta os desígnios dos corações. Tudo espera, repete também o que nós falamos anteriormente. Tudo espera. Espera é uma lição de maturidade. Deus responde a oração de três maneiras: ou Ele fala sim; ou ele fala não ou Ele fala agora não – espere um pouco. Essa terceira resposta é a mais difícil. Espera é a lição de maturidade de vida. O amor tudo espera e por último tudo suporta. A palavra no grego literal significa “se coloca embaixo”. Fica embaixo em uma posição de suportar peso. É como você colocar o seu ombro para levantar alguma coisa, um fardo. O amor tudo suporta. Ele fica embaixo.

Irmão, cada frase dessa, atua como uma poderosa espada expondo os nossos corações diante da luz de Deus. Na medida em que nós nos rendemos no trabalhar do Senhor, na mesma medida, essas características do amor serão forjadas em nossa vida. Nunca serão naturais em nós. Não existe temperamento adequado ou inadequado para a vida cristã. O introvertido e o extrovertido são igualmente danosos na carreira cristã. Qualquer tipo de temperamento, ou de gênio ou de condição natural, são ineficazes para Deus. O Senhor deseja fazer com que a natureza que Ele implantou em nós, seja trabalhada então pelo processo da cruz, amadurecida, para que então, o caráter de Cristo possa se expressar de nós. Mas há um caminho. Não é etéreo, não é místico. Há um caminho. Quando nós olhamos para essas características e explicitamos, então nós temos uma resposta a dar ao Senhor. Você deseja que Cristo, o amor de Deus, seja forjado no seu coração? Esse é o caminho. O Senhor então vai reforçar as situações para trabalhar tudo isso em você. Ele vai colocar você em situações para que você veja que não tem controle, vai colocar você em situações para que você aprenda a colocar o ombro embaixo para suportar, vai colocar você em situações de perseverança, vai esticando o túnel do sofrimento na sua vida, mas também é o túnel da sua presença, ao mesmo tempo. Quando nós nos convertemos, o Senhor nos coloca em um túnel pequeno. Quando você chega na porta, você logo está vendo ali a luz da saída. Você passa até correndo pelo túnel. Depois Ele estica um pouco o túnel. Quando você entra no túnel você está vendo a luz de saída lá no fundo. E depois na medida em que a vida amadurece, o Senhor coloca você em um túnel curvo, onde você entra e não vê a luz da saída, para que você aprenda a esperar, como um servo do Senhor que andou em trevas sem luz nenhuma, e ainda assim confiou, em o nome do Senhor, e se firmou sobre o seu Deus. Então irmãos que o Senhor possa plantar em nós, expectativas reais, com relação à nossa vida cristã. Reais. Se eu fosse escrever um livro ele já tinha título. O título ia ser: “A benção da desilusão”, porque um dos maiores problemas que nós temos na vida cristã é ilusão. Nós somos muito iludidos, com relação aos reais propósitos do Senhor. Nós precisamos experimentar a benção da desilusão, para que o Senhor possa, realmente, nos levar, realmente, para perto Dele, para que nossos planos sejam Nele, nossos projetos sejam a vontade Dele, para que o melhor lugar para nós seja no centro da sua vontade. Que o Senhor nos ajude irmãos a, claramente, assumirmos um compromisso com o Senhor, que não é emocional, que não é conseqüência de conferência, nem de votos renovados. É realista. Armai-vos vós do mesmo pensamento. Você quer colher nesse solo do amor? Então o Senhor vai te ensinar todas essas lições. Se você não quer colher, é uma opção sua. Mas que o Senhor nos ajude. Ele nos chamou para Ele, nos chamou para que esse canteiro de benção que é o casamento possa gerar muito fruto para a glória de Deus. O propósito do casamento está para além do casamento. Nós brincamos com o casamento. Nós olhamos o casamento do o ponto de vista puramente de desfrute. Nós queremos obter o máximo possível um do outro com o mínimo preço possível pagável. O maior prazer pelo menor preço. Assim é que nós entramos no casamento. Mas o Senhor quer que nós desfrutemos o Seu máximo prazer, pelo preço justo que Ele requer de nós. Marcos 8:34 Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. O Senhor nos ajude irmãos, a termos uma compreensão mais clara. Luzeiros no mundo. O Senhor nos chamou para esse vigor de testemunho. Que Ele possa nos conduzir.

Amanhã, se o Senhor permitir, nós vamos compartilhar alguns alvos do amor, olhando um pouquinho do que o Senhor fez, discipulando os seus apóstolos. Quais os alvos que o Senhor tinha no seu coração de amor para com aqueles discípulos para que nós maridos e esposas tenhamos os mesmos alvos na edificação do nosso amor conjugal. Vamos então orar.

Senhor nós precisamos tanto de Ti. Precisamos de Ti para termos expectativas reais, com relação à nossa vida conjugal. Que o Senhor nos leve para além da esfera de um romantismo superficial e barato. Que o Senhor nos ajude a compreender a realidade espiritual que há no casamento. Que o Senhor nos ajude a ver a beleza que do Senhor estabeleceu com graça, com as suas próprias mãos, que o Senhor fez e estabeleceu. Nos ajude a sermos gratos a Ti Senhor. Nos ajude a andar nos princípios que o Senhor tem estabelecido para o nosso crescimento, de forma ousada, corajosa, confiante, combatendo esse bom combate, oferecendo nossas almas como um sacrifício vivo, nossos corpos, tudo o que há em nós. Nos ajude Senhor a não fugirmos aos seus tratos de amor. Nos ajude Senhor a saber que com todo o nosso ser, que por trás de uma providência tantas vezes dura, existe uma face amorosa. Nós sabemos que isso é uma verdade, e nós queremos viver à luz desse fato. O Senhor nos ajude a expressar amor, porque o Senhor é amor, praticar amor porque o Senhor é amor, experimentar o Senhor como a fonte do amor. Permanecer no Teu amor. Ó Pai, muito obrigado, porque o Senhor nos separou como um objetivo tão elevado sabendo que somos completamente inadequados, mas plantou em nós todas as possibilidades, em Cristo, para que nós cheguemos a tudo o que o Senhor planejou para nós. Não nos deixe ser uma obra pela metade, uma cidade não edificada, uma torre até o meio, mas nos ajude a resplandecer Tua singeleza, Teu amor, Tua beleza. Desafia-nos na nossa vida conjugal, nós Te pedimos. Desafia-nos. Que realmente nesse final de semana o Senhor possa promover isso nos nossos corações, nos desafiando a algo mais, algo mais profundo, mais rico e mais belo. Não permita Senhor que a tua semente caia à beira do caminho, mas nós pedimos ao Senhor que plante fundo nos nossos corações porque nós desejamos muito, antes que o Senhor venha resplandecer algo mais significativo da Tua glória no meio dessa geração confusa. Ó Deus. Nós Te pedimos e Te agradecemos em nome de Jesus. Amém.

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