09 março, 2007

PRAZER NO MATRIMÔNIO II

Oh Pai, que gratidão está em nossos corações, pelo prazer do Senhor em se mostrar na sua igreja. Pai nós dependemos de Ti, para nos assentarmos em torno da pessoa do Teu Filho. Entendemos que o Senhor mesmo possa abrir para nós a Tua palavra. Dependemos que o Senhor mesmo possa arar os nossos corações. Dependemos de que o Senhor mesmo plante a Tua palavra como uma poderosa semente. Queremos tudo de Ti, queremos tudo em Ti, queremos tudo para Ti. Nós entregamos estes momentos em tuas mãos, confiando em Ti. Dá-nos sabedoria, entendimento, e visão da parte do Senhor. Em nome de Jesus. Amém.

Irmãos, ontem nós partilhamos um pouco a respeito da relação da palavra de Deus entre a graça, o governo e a glória. Todos aqueles que amam a palavra do Senhor e a tem estudado, deveriam gastar tempo em torno desse assunto. Uma busca mais substanciosa, mais profunda a respeito da relação bíblica entre graça, governo e glória. Ontem nós nada mais fizemos do que passar de leve o pincel no quadro, porque essa relação vai muito fundo nas escrituras. Quanto maior a compreensão da graça, mais clara a compreensão do governo e mais clara a compreensão da glória.

A Graça de Deus nos introduziu na esfera do seu governo - lembra do que o Senhor falou para Nicodemos? Quem não nascer de novo não pode ver o Reino e depois, mais a frente um pouco, quem não nascer da água e do espírito não pode entrar no reino - e ela nos habilita para vivermos no Reino. É claro. Nós não temos na palavra de Deus um conjunto de regras e de regulamentos. Isso é religião. Nós temos na palavra de Deus, os princípios de Deus, para a nossa vida humana, segundo o qual então, Ele nos criou para que vivêssemos, gozássemos, experimentássemos. Esses princípios de Deus, no seu Reino e no seu governo, só podem ser vividos pela sua graça. Então, quando você faz a primeira abordagem da graça, por exemplo, você vai ver quantos textos, mostrando que a graça introduz - principalmente essas duas facetas, que eu coloquei - a graça introduz e a graça habilita. Paulo por exemplo diz que nós não devemos considerar leviana a graça. O autor de Hebreus diz que nós devemos reter a graça, pela qual sirvamos a Deus. Lembra? “De modo agradável, com reverência e temor, retenhamos a graça” Hebreus 12:28 Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor. Então nós só podemos praticar os princípios de Deus, do governo de Deus, do Reino de Deus, pela graça de Deus. Nós não temos apenas aquela porta, apertada, para a nossa entrada no Reino como o Senhor falou: Mateus 7:14 porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela. Estreita é a porta e poucos os que acertam com ela, mas o Senhor também disse assim: “apertado o caminho”. Nós não temos apenas uma porta apertada, porque quantos diante dessa visão de Cristo e da cruz, se escandalizam? Judeus e gentios se escandalizaram diante dessa visão. Para o judeu, Cristo era um fraco, porque eles esperavam um Messias libertador político - não é assim? - da nação de Israel, do jugo do império romano. Para os judeus, Cristo era um fraco. Para os gregos, Cristo era um louco. Esse era o ponto de vista de judeus e gregos a respeito do nosso Senhor. Mas, o apóstolo Paulo escreve aos Coríntios: 1 Coríntios 1:24 mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Cristo crucificado. Então irmão, somente pela graça, nós podemos viver os princípios do Reino. Como nós falamos naquela oportunidade maravilhosa que Deus nos deu, usando o nosso irmão César, de darmos aquele vôo rasante, naqueles princípios tantos da vida conjugal, nós precisamos estar bem claros e eu queria tomar esse ponto hoje para prosseguir: não podemos vivê-los - os princípios - senão pela graça. Não podemos vivê-los senão Dele, Nele e para Ele. A Graça então nos habilita para que vivamos a atmosfera do Reino, porque são verdades celestiais, aplicadas a homens falidos, como nós, pecadores por natureza. Somente a graça de Deus, que nos introduzindo no Reino, é a mesma graça que nos habilita para vivermos no Reino, para respirar essa atmosfera do Reino, para exercitarmos os princípios do Reino, para tomarmos posição no Reino, como nosso irmão também orou aqui no início. Nós queremos, diante do Senhor, não mais um encontro, mas nós queremos que a palavra de Deus, assim como ela é, viva e eficaz, ela possa gerar em nós uma reação a Ele mesmo, ao Senhor, aos seus princípios, gerar em nós um compromisso, gerar em nós um posicionamento mais claro, gerar em nós antes disso tudo, especialmente, arrependimento. Ontem nós falamos um pouco sobre a visão de Ezequiel, exatamente com essa finalidade. Ezequiel caminhando em volta daqueles ossos, e na avaliação dele, estavam sequíssimos. E antes do Senhor dizer: “Profetiza a esses ossos”, Ezequiel naquele vale, sem uma alma viva do lado, falando a um montão de ossos. Era assim na sua visão. Mas primeiro o Senhor falou: “Passei entre eles, e veja o estado desses ossos”. Então essa é a nossa primeira necessidade: O Senhor, na Tua luz, eu quero ver a luz, a respeito de mim mesmo em primeiro lugar, a respeito de minha necessidade, de minha carência, dos meus pecados. Quero ver a luz a respeito da minha vida conjugal, ver a luz a respeito do meu lar, e quero ver a luz a respeito da igreja, porque irmão, aquela frase que eu citei de Marck Jones, ela é realmente muito marcante: “O poder do Evangelho e a verdade do Evangelho, podem ser plenamente manifestada através da vida de um casal cristão”. Em nenhuma outra esfera nós podemos ver o poder o Evangelho e a verdade do Evangelho como na vida do casal cristão, porque é o relacionamento então mais íntimo, onde somos o que somos. O que Deus é, é ali expresso. Fomos chamados para isso, e aquele irmão faz então a aplicação desse impacto durante aqueles tempos da igreja primitiva. Que coisa impressionante quando ele disse que a vida do lar cristão revolucionou, ou ajudou a revolucionar a vida do império romano. Os irmãos sabem que cem anos depois da descida do Espírito Santo no Pentecostes, o Evangelho a ser pregado, menos de cem anos, metade do império romano era cristão, e cristão mesmo. Não era cristão “oficial”, como na época de Constantino mais tarde, quando ele oficializou o cristianismo como religião oficial do império. Aquilo foi uma mundanização do cristianismo. Mas não foi assim no início. O Evangelho virou o império romano de cabeça para baixo, porque eles começaram a ver a verdade e o poder do Evangelho, especialmente nas vidas conjugais. Maridos amando as suas esposas, esposas se submetendo aos seus maridos, filhos obedecendo aos seus pais, e pais criando os seus filhos na disciplina e na admoestação do Senhor. Irmão. Não há impacto maior do que este. Não há testemunho mais claro do que esse. A Bíblia diz em Coríntios, que a igreja - nós - lemos a Bíblia, mas o mundo lê a igreja. Nós somos a Bíblia ambulante. O mundo está lendo a Bíblia na igreja. Se nós não tivermos uma mensagem em nossas vidas, nós não temos uma mensagem em lugar algum. O Senhor tem misericórdia de nós. Que Ele possa gerar em nós um verdadeiro espírito de arrependimento. Amém.

Queria hoje reiniciar com os irmãos, a partir do texto de Eclesiastes, cap. 2. Vamos ler somente os versículos finais. Os irmãos sabem que o encargo que o Senhor colocou no meu coração, a respeito desses dias é falar sobre prazer: o prazer cristão na vida conjugal. E eu gostaria de usar esse texto para nós abrirmos esse assunto. Irmão. Que necessidade nós temos de uma visão adequada a respeito desse assunto prazer. Como nós falamos ontem, como que a igreja pula de um extremo para outro! Não é? Ou nós somos aqueles legalistas, ou nós somos quase estóicos, como aqueles no início da igreja primitiva que são absolutamente contrários a qualquer tipo de alegria, ou qualquer tipo de prazer, ou então, nós somos aqueles libertinos, que vale tudo, que nos amoldamos a uma alegria que puramente circunstancial, mundana, e nós ficamos pulando de um lado para outro. Ou do legalismo para libertinagem. E que necessidade que nós temos então de conhecermos a Deus, para que conheçamos o verdadeiro prazer. Então, em Deus e por meio de Deus, é o que o texto diz, e vamos ler agora, nós podemos experimentar o verdadeiro prazer. Irmão. O mundo, quando olhasse para a igreja, deveria perguntar que comprimido que nós tomamos, porque nós deveríamos, mostrar para eles em nossas vidas, em nossa face, em nosso falar, em nossa reação, no meio de doenças, enfermidades, tribulações, os revezes da vida, o que é prazer, alegria, contentamento, segurança. Não é? Nós vivemos em uma era em que nós somos presos dentro de casa. Você não precisa ir para a cadeia. Você tem a grade, a cerca elétrica, o cachorro, a câmera. Não é? As pessoas são presas dentro de casa. Não é? Insegurança, medo. Nós vivemos em uma hora difícil, tremenda. Nós cristãos, deveríamos estar dando ao mundo uma mensagem de segurança, de certeza, de contentamento. Não correndo, correndo atrás da vida, mas contentamento. Aprendendo a viver na simplicidade e pureza que são de Cristo. A igreja precisa recuperar, nesses dias, esse poder de testemunho, não é verdade? Como nós podemos conseguir isso? Só há um caminho: a ação do Espírito de Deus e da palavra de Deus em nossas vidas, e é claro, despertando em nós um desejo de resposta, porque graça, Deus nunca a negou. Ele é o Deus de toda graça. Pedro diz que 1 Pedro 5:10 ¶ Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar. Ele não retém a sua graça. Nós é que não retemos a sua graça. Ele nos dá a sua graça liberalmente, porque graça é graça. Nós é que não retemos a graça. Então que necessidade que nós temos desse espírito de arrependimento? “Senhor. Eu quero me posicionar diante de Ti. Eu quero que o Senhor, gere em mim um espírito de arrependimento, na Tua luz. Eu quero que o Senhor me mostre a luz sobre mim mesmo. Senhor. O Senhor me chamou. Eu não quero ser um desertor. Eu quero ser um homem que vive de forma que agrade o Teu coração, um marido que é marido de uma forma que satisfaça o Teu coração, porque assim satisfaz o meu” A nossa satisfação é uma conseqüência pura, da satisfação de Deus. Eu quero ser um pai que satisfaça o teu coração, porque assim satisfaz o meu. E como irmãos, como homens e mulheres, nós desertamos das nossas funções. E nós temos então um prejuízo total do testemunho do Senhor. Mas creio, sinceramente, e tenho visto com os meus olhos, não só aqui mas em tantos lugares, em tantas igrejas onde o Senhor tem dado a graça de partilhar com os irmãos a vida deles, Deus tem restaurado. Deus tem verdadeiramente restaurado. Irmãos, nós temos visto situações maravilhosas de restauração de Deus. Sérias, profundas, reais, em circunstâncias praticamente “imexíveis”, naturalmente falando. Mas o poder da graça, o poder da vida de Deus, o poder do arrependimento, da confissão, o Senhor tem realmente, nesses últimos dias, pela sua bondade, derramado o seu Espírito na vida da gente, para que então na volta do Senhor Ele possa realmente obter aquilo que Ele disse que obteria: uma igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, mas santa e sem defeito. E se o Senhor falou, está falado (Efésios 5:27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.) Ninguém vai dissuadi-lo. Ele o fará. Ele vai usar todos os caminhos. A palavra de Deus nos fala que quando Ele nos disciplina Ele pode usar poucos açoites, alguns açoites, muitos açoites. Ele conhece o lombo de cada um de nós. Mas Ele trata com graça. Ele aplica os açoites de forma fiel. Deus é bom. Ele é um santificador determinado. É um santificador determinado. Ele não vai se deixar levar pelas nossas circunstâncias, nossos joguinhos, pelas nossas transações com Ele. Ele é um santificador determinado. Ele irá usar pessoas e circunstâncias nas nossas vida para nos atrair para Ele mesmo, porque a sua graça é determinada. O apóstolo Paulo, em Timóteo (2 Timóteo 1:9 que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos) nos diz que Ele nos salvou, conforme a sua própria determinação, e graça, que nos foi concedida em Cristo Jesus antes dos tempos eternos. Lembra? Deus é um Deus não só de graça, mas de determinação. Não há ninguém mais determinado do que o nosso Deus. É por causa de sua determinação que Ele tem conduzido as nossas vidas de tantas formas diferentes, mas com uma única finalidade: nos conduzir para Ele mesmo, nos arrebanhar. Não é? Ele pressiona daqui, coloca uma circunstância dali, fala de lá, usa um açoite daqui, aplica um óleo dali. Ele faz tudo isso ao mesmo tempo, sempre para nos atrair para Ele mesmo.

Então irmãos, quando nós tocamos nesse assunto de vida conjugal, nós precisamos recuperar essa nota. Deus nos chamou para vivermos o verdadeiro prazer cristão, que é o desfrute Dele mesmo, através das coisas que Ele nos concedeu, na vida conjugal. Nós vamos procurar enfocar esse ponto, agora nessa primeira sessão. Vamos ver o texto então? Eclesiastes 2 24. Os irmãos vejam que aqui não tem estoicismo nenhum. Aqui não tem uma negação a respeito do prazer, nem no que concerne à vida humana, muito menos em Deus. Vejam como começa o texto. 24 Nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. Só que o versículo não para aí. Todos nós temos prazer nessas coisas, não é verdade? Nós temos prazer no trabalho, nós temos prazer em gozar o bem do trabalho. Nós sabemos que é graça de Deus, é bondade de Deus. No entanto, vi também que isto vem da mão de Deus, 25 pois, separado deste, ( aí está o nosso problema - tentar gozar prazer sem Deus, trabalhar sem Deus, comer, beber, vestir sem Deus) quem pode comer ou quem pode alegrar-se? Olhem as palavras deste versículo: gozo no versículo 24, alegria no versículo 25, e prazer no versículo 26. 26 Porque Deus dá (vamos ver o que é que Deus dá) sabedoria - 1º, conhecimento - e prazer (Irmãos. Tem cristão que tem tanta dificuldade com essa palavra prazer que ele acha que ela não está nem na Bíblia. Mas Deus é prazer, acima de tudo Ele é prazer. Deus é prazer. Ele dá sabedoria, conhecimento e prazer. Olhem o restante do versículo )ao homem que lhe agrada; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte e amontoe, a fim de dar àquele que agrada a Deus. Também isto é vaidade e correr atrás do vento. Que texto! Esse texto nos ensina, pelo menos, duas coisas. Deus nos criou como seres que buscam o prazer, e para termos prazer, Ele nos fez. Isso não é uma artimanha de Satanás. Isso é uma ordem de Deus, Deus nos criou como seres que buscam o prazer. Agora, esse prazer, só pode ser encontrado em uma vida relacional com Deus, de qualidade. O casal colocado no Éden, perdeu nessa vida relacional por causa do pecado, e nós por conseqüência nascemos em pecado. Eu nasci em pecado, e em pecado me concebeu a minha mãe. Mas a graça então, ela nos introduz, como nós falamos. A graça ela nos recupera, ela nos introduz na atmosfera e no desfrute do Reino, para que nós possamos ser então tornados ao propósito original de Deus: sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que lhe agrada. A primeira verdade desse versículo é que Deus nos criou como seres que buscam o prazer. Isso é de Deus. Segunda verdade dest4e versículo: prazer é uma conseqüência, é um subproduto de santidade, ou de viver para Deus, de amar a Deus. Então, o nosso problema é verter, é fazer assim: nós queremos buscar o prazer, não vendo que o prazer é um subproduto da santidade. Santidade na bíblia significa, simplesmente, a vida de união com Deus. Amar a Deus, buscar a Deus, querer a Deus, vida de união com Deus. Então, prazer na Bíblia é um subproduto, porque os irmãos vejam que aqui diz: Deus dá prazer ao homem que lhe agrada. Esse lhe agrada é vida de santificação, relação com Deus, união com Deus.

Agora eu queria ler alguns versículos em Salmos. Vamos mudar um pouco essa palavra, que significa a mesma coisa. Vamos mudar para desejo. Irmãos, a busca ou o desejo, é o que move a nossa vida humana. Nós não somos, embora achemos, à primeira vista, nós não somos movidos pelo que pensamos, pelas nossas emoções, nem pelo nosso intelecto. Não. O homem é movido, pensa o que pensa, faz o que faz, busca o que busca, porque há uma mola que move o homem assim como Deus o criou, e ninguém foge dessa estrutura, pois nós fomos criados por Deus, e digamos que é essa mola que move todas as nossas motivações, e ela se chama desejo. Nós fomos criados como seres que desejam, e esse nosso desejo, é claro, ele só pode ser satisfeito, em Deus. Mas como Deus é o Deus de toda a graça, com a sua sabedoria multiforme, então Ele estabeleceu na sua criação coisas, incluindo aí pessoas, para que o prazer Nele, seja desfrutado de uma forma bem palpável também inclusive. Então nós não temos esse prazer apenas Nele. O prazer Nele é a fonte. Ele é todo o nosso prazer, mas por causa Dele ser o que Ele é, o Deus de toda graça, de uma bondade imensa, Ele nos concedeu algumas outras coisas, que através Dele, somente através Dele, nelas mesmo não são nada. E essa é a nossa dificuldade, que é achar que são. Nelas mesma elas não são nada. Casamento não é nada. Filhos não são nada. Trabalho não é nada, dinheiro não é nada, ou é? Não é. Vida não é nada. Qual que é o sentido da vida? Qual que é o propósito da vida? Setenta anos, quando muito oitenta. O que passa disso é canseira e enfado. Será que o propósito da vida é esse irmão? Deus nos criou como seres que desejam, e Deus então é o propósito das nossas vidas. Viver com Ele, Dele, e para Ele. Agora, porque Ele é o Deus de toda graça, então Ele estabeleceu algumas coisas, para que nós vejamos o quanto Ele é bom, a sua multiforme sabedoria, sua multiforme graça. O homem é uniforme, pois ele tende uniformizar tudo, tentar colocar todos no seu modo, sua maneira de pensar, sua maneira de agir, não é? Mas Deus não é uniforme, pois Ele é multiforme, multiforme sabedoria de Deus. Então através dessa multiforme graça, dessa multiforme sabedoria, Deus nos deu algumas coisas, nas quais nós podemos tocar a Ele mesmo. Por meio Dele nós podemos ter prazer em todas essas coisas, e é por isso que o livro de Eclesiastes diz isso. Nada há melhor para o homem do que gozar o bem do seu trabalho, comer, beber, alegrar-se. Isso é dom de Deus, e está escrito aí. Não é isso? Separado deste Deus, quem pode comer, quem pode alegrar-se? Tão claro o texto, não é? Porque o desejo é o que move as nossas vidas humanas. Vamos dar uma olhadinha nisso? Salmo 37 4 Agrada-te do SENHOR, (veja que nunca, a ordem que eu coloquei aqui ela é invertida na Bíblia, claro, porque Deus é a fonte do prazer. Então agrada-te do Senhor, porque Ele é a fonte do prazer) e (olhem a conseqüência) ele satisfará os desejos do teu coração. Que texto forte, não é? Há pessoas que por não compreenderem a abordagem bíblica, elas vão tornar isso aí confuso. Qual é o desejo do teu coração? Vai começar por baixo, ao invés de começar por cima? Dá um desejo de agradar a agradar a Deus que Ele vai te satisfazer. Como é que você pode agradar a Deus? Vá nas reuniões, dê o dízimo, procura fazer o que você tem que fazer, religiosamente falando. Agrada o Senhor e Ele vai satisfazer o desejo do teu coração. Quanto da religião hoje, gira em torno disso? Não é? E os desejos mais esquisitos são praticados em nome de Deus. Isso é uma perversão irmãos, porque o texto não diz isso. O texto diz: Agrada-te, e não agrada o Senhor. Agrada-te, do Senhor. É que o Senhor seja o teu agrado. O que é que te agrada? O Senhor. O Senhor é que te agrada. Ele é o que te agrada, o teu foco. Você está satisfeito Nele. Assim, Ele satisfaz do desejo do seu coração. Sabe por que? Porque esses desejos serão segundo Ele. Ou você vai desejar alguma coisa que não agrade a Ele? Impossível, se você se agrada Dele. Olhe na vida conjugal. Você deseja alguma coisa, voluntariamente, que desagrade o teu cônjuge? Você pode até desejar, mas isso é perverso. Não é? Você vai desejar o que agrada ao seu cônjuge. Não é? Porque você ama, você quer servi-lo, você quer agradá-lo. Agrada-te do Senhor, e ele satisfará o desejo do Teu coração. Não é? Isso tem sido invertido nos nossos dias, e nós então colocamos Deus como meio e não como fim. Deus passou a ser a ponte, e os nossos alvos, desejos, ambições, passam a ser o alvo, e Deus é o meio. Eu preciso Dele para chegar lá. Se eu pudesse ir sem Ele, eu o até largava de lado, mas sem Ele eu não posso, pois preciso do poder Dele, da saúde que vem Dele, eu preciso coisas Dele, para que eu chegue até lá. Esse lá é o foco, e Deus é o meio. Irmãos. Deus não se deixa usar. Deus não é meio, Deus é fim. Se nós temos esse coração, Ele não vai se deixar usar por nós. Ele vai nos corrigir, porque Ele nos ama. Hebreus diz que Ele nos ama, e nos açoita como filhos. Ele nos recebe como filhos. Nós não somos bastardos. Que filho há que o pai não corrija? Então esse foco nas nossas vidas precisa ser ajustado e nós precisávamos colocar isso de novo essa nota aqui, para podermos prosseguir, se não, como é que nós vamos falar do prazer conjugal? Essa nossa visão de prazer está toda distorcida, está toda errada. Não é? Primeiro nós temos que recuperar a visão do prazer, para que vejamos o que Deus estabeleceu para que nos desfrutemos na vida conjugal, de prazer, de alegria. Então esse versículo diz: Agrada-te do SENHOR. Não é ao Senhor. É do Senhor, e Ele satisfará o desejo do teu coração. Olhe por exemplo, mais um exemplo, o Salmo 42. Olhe desejo, de novo. 1 ¶ Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira ( o desejo aqui é expresso por essa palavra) a minha alma. Minha alma suspira por Ti. 2 A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus? Essa é a linguagem do desejo, a linguagem da busca. Olhe de novo no Salmo 63. Irmão. Se você olhar o contexto deste Salmo, ele é tremendo. Vou te passar rapidamente, qual é o contexto. Davi estava saindo de Jerusalém com seu exército, com os seus valentes, porque Absalão, seu filho havia usurpado o trono. Imagina essa situação familiar que Davi estava vivendo. Seu próprio filho se rebela contra ele, e usurpa o trono, e Davi não briga pelo trono, porque Ele nunca fez isso. Já tinha a unção de Deus sobre a cabeça dele, mas Saul era quem era o rei oficial, e Davi não tocou em Saul, pois Davi não queria o trono. Davi queria Deus. E ele sabia que quando o Senhor quisesse ele iria tirar Saul do trono e o levar para lá, porque o Senhor já havia falado com ele. Já havia colocado óleo sobre a cabeça dele, Samuel já havia ungido Davi como rei, mas Davi não precipitou arrancando Saul do trono, e matando a Saul como ele pôde, naquela caverna, matando Saul. Davi nunca brigou pelo trono, e aqui, mais uma vez. Quando o seu filho se rebela, e assume o trono, ele sai de Jerusalém, simplesmente, e deixa o reino para o filho. E quando ele sai, sai amaldiçoado por um dos descendentes de Saul, dizendo que esse homem é um homem de Belial (2 Samuel 16:7 Amaldiçoando-o, dizia Simei: Fora daqui, fora, homem de sangue, homem de Belial;), é um homem de sangue. Um capitão da guarda de Davi ficou tão indignado que ele disse: “Meu senhor. O senhor não quer que eu passe a espada nessa cão morto, para que ele pare de blasfemar contra o Senhor?” Davi tinha homens valentes, e imagine aquele outro, andando do lado dele, amaldiçoando a Davi. Mas Davi disse um não. “Se o Senhor mandou que ele me amaldiçoe, que ele me amaldiçoe”. E a bíblia diz que Davi foi andando, andando e Simei foi amaldiçoando, amaldiçoando, até que eles chegaram exaustos ao Jordão. Jordão, na Bíblia, é uma figura de morte, quebrantamento. Então Davi escreve esse Salmo nessa situação. Você veja que se você ler um Salmo e não tiver o contexto, o quanto você perde. Não é? Olhe só o contexto que Davi escreveu o Salmo. Seu filho havia se rebelado contra ele e usurpado o trono, e o que ele escreve nesse Salmo 63: 1 ¶ Ó Deus, tu és o meu Deus forte; Aqui não está escrito: eu quero o trono, eu busco o trono, ou tem misericórdia do meu filho. O que é que o Senhor vai fazer agora? Mas ele diz? eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água. 2 Assim, eu te contemplo no santuário, para ver a tua força e a tua glória. 3 ¶ Porque a tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam. Irmão. Essa é uma vida que tem contentamento em Deus, e só em Deus. Isso é o propósito de Deus para nós, como homens, como mulheres, como casal. Essa é a fonte do prazer. É a partir daí que nós podemos viver de forma prática, essa vida prazerosa. Então eu queria deixar com os irmãos, essa nota inicial. São muitos textos mais, mas nós temos que procurar ser didáticos aqui, e resumir a situação. Então os irmãos pensem sobre isso, meditem sobre isso. Deus é o nosso prazer. Não há prazer nem nas coisas de Deus por elas mesmas. Só há prazer nas coisas que são de Deus, que vem de Deus, que são dádivas de Deus, dons de Deus, comer, alegrar, trabalhar e etc, se Deus é o foco, se Deus é o alvo. Só Nele há prazer. Então, gostaria de entrar agora em algumas questões práticas ainda nessa primeira sessão, para a gente ganhar tempo. Poderia projetar esse primeiro quadro e agora eu queria então, procurar fazer esse vôo mais rasante, com a ajuda do Senhor.

1. Eu queria tocar nesse primeiro ponto se o Senhor permitir, uns seis ou sete pontos que iremos abordar nessas duas sessões. Primeiro nós vamos falar um pouco sobre amor, ou prazer. Deus é amor. Deus é prazer. Quando nós olhamos para a vida conjugal, irmãos, e essa é uma observação a respeito do significado do amor relacional na vida conjugal, esses itens que eu coloquei aí nesses três quadros, o que será que compõe o amor conjugal na sua realidade? Quais que são esses elementos, talvez essenciais do amor? Você pode não concordar com o que está aqui. Não estou impondo nada a você. Isso é fruto da minha meditação. Eu queria sugerir a você que o amor conjugal, ele se compõe desses três elementos. Que queria avaliar um pouquinho sobre cada um deles. Vamos pegar primeiro o que está aí em primeiro lugar em cada quadro, e vamos dizer então que o amor, amor conjugal, ou prazer conjugal, ele consiste de compromisso, intimidade ( pegando as primeiras palavras) A primeira palavra aqui no quadro azul, é compromisso, intimidade e agora eu queria colocar uma nota, e nós vamos procurar fazer isso com mais detalhe na segunda sessão, a respeito daquela terceira palavra. Paixão. Irmão, no meu modo de ver o amor conjugal, segundo a palavra de Deus - a minha maneira não interessa para você - isso é fruto da meditação na palavra de Deus e esses princípios foram então extraídos dela, mas como eu disse, eu não quero impor nada a vocês, pense por você mesmo - mas na minha concepção de amor conjugal, o amor conjugal, o prazer conjugal, é fruto de três coisas. Compromisso, em primeiro lugar. Em segundo, intimidade, e terceiro, paixão. Se você quiser usar três palavras gregas que a Bíblia usa, você vai ter: Ágape - o que é Ágape na Bíblia - é amor sacrificial, amor que se entrega, amor em via única. “Estou dando aqui, e vamos ver o que você vai dar de volta, o que é que você vai dar em troca?” Isso não é o Ágape. Ágape é um amor que dá, em mão única. Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito. Ele não pediu nada em troca. Ele deu, para que todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a vida. Quem tem o Filho tem a vida. Quem quiser venha e beba de graça da água da vida. Então esse é Ágape: compromisso. Eu estabeleço o compromisso com o meu cônjuge, sem olhar se devo ou não. Já foi estabelecido. A aliança conjugal tem essa base, esse fundamento. Irmãos. Aqui nós começamos a ver o problema do mundo e de certa forma o problema da igreja. Não é? Esse compromisso tem sido negligenciado, em prol de outros itens que são então componentes, mas são derivados. Não são principais. “Não sinto mais nada. Não amo. Eu estava enganado. Eu precipitei”. E muitas coisas mais. Enganos do diabo, que solapam totalmente a vida conjugal e fazem então com que casais cristãos, percam completamente o rumo. Não é? Compromisso. Eu queria citar para você uma frase aqui, que quando eu li me fez pensar algumas horas. Se o Senhor fizer assim com vocês, acho que seria muito bom. Um irmão, homem de Deus, que ministrou, que ensinava a palavra de Deus durante a segunda guerra mundial, morto durante a segunda guerra, por ser um homem de Deus, um pregador da palavra, durante o regime de Hitler, um alemão, chamado Dietrich Bonhoeffer ( ), ele coloca uma frase com relação a compromisso da seguinte maneira: “Não é o amor que sustenta o casamento, mas é o casamento que sustenta o amor”. Essa é a visão de compromisso segundo a Bíblia. O amor, ele floresce em um solo e esse solo é compromisso. Se você não tem o compromisso assentado, nunca poderá experimentar amor, e aqui entra, de novo, o engano do diabo. Casei com a pessoa errada. Precipitei. Incompatibilidade de gênios, e etc, etc. Isso é o que os juízes estão ouvindo, toda hora aí, para justificar separações. Não é assim? O solo do compromisso não é um solo mais. Ele está todo trincado, todo rachado. Mas irmãos, isso não é o desejo de Deus, e nós ficaríamos aqui o resto da semana estudando esse quadro, cada uma dessas palavras, a semana inteira, porque se você abrir a Bíblia e for olhar essa questão compromisso, se nós quisermos ter um ponto de vista adequando sobre ele, nós temos que olhar o compromisso de Deus conosco. Como é que Deus olha essa questão compromisso? Você vai ver o compromisso que Ele fez conosco em Cristo. Foi um compromisso incondicional. Mateus 26:28 porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. Incondicional a aliança no sangue de Cristo. Incondicional a aliança com Abraão. A aliança que veio com Moisés depois, era uma aliança transitória. A aliança da lei era transitória. A Bíblia fala claro em Romanos e em Gálatas, que a lei foi dada para que o homem tivesse pleno conhecimento do seu pecado. A lei era transitória. A aliança de Deus com o povo de Israel não se baseava na aliança mosaica, mas se baseava na aliança abraâmica. Não na mosaica. E a aliança abraâmica era incondicional. Você se lembra que Abraão partiu aqueles animais em Gênesis, para que ele fizesse uma aliança com Deus. Ele ordenou a Abraão que partisse os animais. Era assim que eles cortavam na linguagem hebraica. Cortar a aliança. Eles partiam os animais pela metade. Colocavam uma metade do animal em uma caminho e a outra metade do outro lado. E as duas pessoas que iam fazer a aliança passavam pelo meio. Era uma aliança de sangue, não é simbolicamente falando, uma aliança eterna, por toda a vida, de sangue, de vida. Então Deus falou para Abraão: “corte os animais, separe no meio. Eu vou fazer a aliança com você”. Impressionante aquele texto, irmãos. Sabem por que? Abraão fica esperando Deus. Espera Deus, e Deus não vem. E lá diz que cerradas trevas acometeram Abraão. Ele ficou com um profundo sono. Ele estava ali quase dormindo, e de repente, quando ele acorda meio assustado, a palavra diz que Deus estava passando em um fogareiro fumegante por entre aqueles pedaços. Lembra? Mas Deus passa sozinho. Abraão não passa com Ele. Abraão havia desistido de esperar, e caiu em um profundo sono. Deus passou como aquele fogareiro fumegante no meio daqueles pedaços, dizendo a Abraão: “Essa aliança eu corto sozinho. Você vai ser alvo da minha graça e da minha herança. Toda aquela terra eu te darei”. Essa foi a aliança que Deus fez conosco em Cristo irmãos. A aliança em Cristo não é uma continuação da aliança mosaica. A aliança em Cristo é uma continuação da aliança abraâmica. Ele é o filho de Davi, filho de Abraão, o nosso Senhor. Então, quando você estuda compromisso na Bíblia, você vai ver em que solo ele é feito. O solo da aliança, que é a segunda palavra que está colocada aqui. Aliança. Se nós não tivermos uma visão disso irmãos, não há casamento. Nada fora disso agrada a Deus. Nós iremos driblar a nossa própria consciência, justificar, explicar, arrumar caminho, para negarmos a aliança e negarmos o compromisso, e nós ficaremos sem terreno debaixo dos nossos pés, completamente no subjetivismo, no solo do etéreo. Irmãos. Deus é amor. Amor não é místico. Amor não cai do céu, não vem por oração. O amor, ele é edificado no casamento, edificado no solo da aliança, no solo do compromisso. Nós temos sido tão tolos, as vezes, não é? Nós assumimos até o palavreado do mundo, quando falamos da nossa vida conjugal muitas vezes. “Não sinto mais nada, acho que não tem jeito, acho que não vai dar certo, ele é isso, ela é aquilo”. Irmãos. Isso é ofensivo ao Espírito de Deus. Deus travou uma aliança conosco sozinho. Ele não olhou para você e disse: “Eu sou incompatível com você. Seu gênio é incompatível com o meu”. “você não serve para mim”. Ah irmãos ! Cristo deu a sua vida por nós, sendo nós ainda pecadores. Muito mais agora seremos salvos pela sua vida. Isso é casamento. Ele entregou a sua vida por nós, sendo nós ainda pecadores. Agora? Muito mais agora. Se Ele deu a vida quando éramos pecadores, quanto mais agora? Seremos salvos pela sua vida. Isso é casamento. Nós nos entregamos uns aos outros, no solo da aliança e no solo do compromisso. Um ao outro, o casal. Nos fala da aliança, nos fala do compromisso, um ao outro, o casal. E agora nós seremos salvos pela vida de Cristo em nós. O marido vai entregar a sua vida para salvar a esposa. A esposa vai entregar sua vida para salvar o marido. Isso é vida conjugal, e o resultado disso é amor, prazer. Como é que nós podemos ter prazer fora disso, irmãos? Fora disso é criticismo, cobrança, tristeza, não é? Então nos precisamos recuperar esse solo divino, do compromisso e da aliança. Depois, a outra palavra que está aqui é fidelidade. Os irmãos vejam que elas são implícitas. Compromisso, aliança, fidelidade. Se nós fôssemos ler o texto sobre fidelidade, não precisa nem falar. Abra os Salmos. A fidelidade do Senhor é celebrada em dezenas de Salmos. A fidelidade. Ele é um Deus fiel. Ainda que formos infiéis, Ele permanece fiel, porque não pode negar-se a Si mesmo. Esse é um Deus de compromisso. Que segurança a nossa salvação. Não é? Que segurança nós podemos desfrutar na vida conjugal. Fidelidade. Essa palavra tem sido motivo de zombaria para o mundo. Não é verdade? E não é de hoje não irmão. 1984, foi o primeiro casamento aberto que surgiu. Casamento aberto. Já tem vinte anos isso. E as pessoas fazem um contrato apenas. Um contrato. Casamento aberto. “Eu sou tua esposa, você é o meu marido, mas eu posso ter as minhas opções sexuais e você as suas também. Tudo bem, não há problema”. Nós, como igreja, precisamos recuperar o solo da fidelidade, do compromisso, da aliança. Então esse é o primeiro quadro. O solo, a base. Agora irmãos, o amor não é só compromisso, não é só aliança. O amor não é só fidelidade, embora esse seja o terreno sólido, mas o amor tem mais. O prazer tem mais. O prazer tem também, intimidade. “Deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher” - isso é compromisso - “e” -tem esse “é” aí - “tornar-se-ão os dois uma só carne”. Nessa frase final “tornar-se-ão os dois uma só carne, você tem os outros dois quadros”. Tornar-se-ão os dois uma só carne - intimidade e paixão, deleite, busca. Os dois, uma só carne. Esse texto fala, inclusive, da experiência sexual na vida conjugal, que não é desfrutada em nenhuma outra relação. Ela é especial da vida conjugal, porque Deus criou essa especialidade. Deus é especialista, e então Ele deu vida sexual para ser desfrutada na vida conjugal. Foi assim que Deus fez. Se fugir disso, não tem prazer. Não tem amor, não tem realidade. Vida sexual, na vida conjugal. Não tem outra maneira. Só pode ser desfrutada a vida sexual, na vida conjugal. Do contrário não tem prazer, não tem amor. Mas nós nos enganamos porque achamos que tem. Nós achamos que pode, achamos que dá, não é?, e quantos casais tem sido iludidos de tantas forma? Não é verdade? As vezes irmãos, a ilusão não passa da mente, mas não deixa de ser ilusão. O Senhor sonda a mente e o coração. A sua fidelidade ao seu cônjuge, é uma fidelidade emocional, mental, do coração? O César comentou alguma coisa aqui sobre isso. Quanta necessidade nós temos de na luz de Deus sermos sarados, porque quantos casais enfrentam problemas dessa infidelidade no coração? Não de fato, mas no coração. Fantasias sexuais, uso de pornografia, não é verdade? Isso desagrada a Deus, desagrada a nós, frustra a nós, porque Deus não nos criou para isso. Deus nos criou para ter o prazer na vida sexual/conjugal, desfrutando intimidade. Não é? Então o segundo componente seria intimidade, e aquelas expressões que eu coloquei ali, três em cada quadro, elas são correlatas, mas elas ajudam a lançar mais luz. Por isso elas estão aí. O que é intimidade no casamento? É desfrutar o verdadeiro companheirismo. Então se aqui o Ágape, que é o amor de aliança, o amor de uma mão só, ele está colocado, ali nós vamos ter a outra palavra grega que a Bíblia usa, que é Fileo, que fala do amor de amizade. Nós fomos chamados para ser amigos, especialmente de nosso cônjuge, amigos mesmo. Aprendemos a desenvolver uma alma, uma mente. Se Paulo pede isso a respeito da igreja irmãos, quanto mais do casal, do cônjuge. Aos Filipenses ele nos diz Filipenses 2:2 completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Ele escreve assim aos Filipenses, muito mais na vida conjugal. Unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Isso é companheirismo. Nós como casais, fomos chamados para sermos amigos, profundamente. Nosso melhor amigo deve ser o nosso cônjuge. Quantos então se enganam também nisso? Começam a desenvolver amizades mais intensas com outros. Isso leva a vida conjugal a descaminhos, também. Não é? Porque nós fomos chamados para vivermos uma intensa amizade, um intenso companheirismo. Esse é mais um componente do amor, e companheirismo inclui confidencialidade. O casal vai aprender a viver uma vida de confidência, uma vida de confissão - nosso irmão César, também abordou um pouco sobre isso - que é onde nós mais vamos ter aquele ombro, onde vamos poder falar a verdade, o que passa em nós, com sinceridade. Então essa é uma outra faceta da beleza da vida conjugal. Parte do amor, parte do prazer.

Agora irmãos, o terceiro aspecto que eu vou tocar então, vamos falar um pouco do elemento paixão, do elemento deleite, do elemento busca. Você vai encontrar por toda a palavra, esse elemento, por toda a palavra. A paixão por Deus, a paixão nas relações, mas o livro de Cantares é especial nesse sentido. Tão especial, que você encontra comentários de livros bíblicos - olhem o preconceito da mente humana - comentários exaustivos de livros da Bíblia, especialmente do Novo Testamento, de diversos autores. Mas, procure um bom comentário de Cantares. Não precisa ser um bom, e pode pensar em um ruim também. Acho que a maioria aqui não conhece nenhum. Onde é que estão os comentários sobre Cantares? Ninguém escreve sobre isso? Ninguém escreve sobre o noivo e a noiva, sobre o amor conjugal? Algumas pessoas achavam que esse livro não deveria estar na Bíblia, alguns homens do passado: “mas que livro esquisito aqui na Bíblia”, porque ele acima de tudo, naquele livro irmão, não há como você negar. É claro que ali está implícito compromisso, claro que está, tremendamente. Está implícito intimidade, companheirismo. Aquele livro salta a nota da paixão, porque aquele livro tem descrições a respeito do físico de cada um dos noivos, descrições exaustivas do noivo e da noiva, daquela apreciação da beleza, do fato da busca. A palavra busca aparece diversas vezes em Cantares. Veja depois nos detalhes. Fôssemos estudar, teríamos que ficar aqui uma semana. Então só posso dar uma pincelada para você estudar depois, para você fazer a sua própria busca, o seu próprio estudo. E você vai ver que a palavra busca em Cantares aparece várias vezes. A noiva diz assim: Busquei o amado de minha alma. Busquei-o o não o encontrei. E ela sai nas praças perguntando: Viste o amado da minha alma. Você vai ver a busca desesperada da esposa. Busca. Paixão. Deleite. Irmão, o seu casamento tem esse elemento? Não comece por ele, mas inclui ele. E se não tem, algo está faltando, e é algo do prazer de Deus no casamento. Nós não podemos deixar de lado. Nós precisamos desfrutar o amor e o prazer, plenamente, nesses três elementos. Irmãos, e só Deus pode restaurar o nosso casamento a esta realidade. Só Ele mesmo, em realidade. E esse é o desejo de Deus. Temos de estar claros em relação a isso. Muito claro.

Vamos olhar, nesse tempo que falta, alguns versículos com vocês? Vamos ver primeiro uns dois só, sobre compromisso. Vamos voltar atrás aqui rapidamente. Salmo 25 : 14. Na verdade esse versículo aqui ele já aborda os dois primeiros quadros, o compromisso e a intimidade, em um verso só. 14 A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança. Os irmãos estão vendo que nós nos baseamos Nele, porque Paulo diz assim: grande é este mistério, usando a figura da vida conjugal, marido e mulher - grande é esse mistério, mas eu me refiro a Cristo e a Igreja. Ele mostra então como o casamento seria, digamos um mistério menor, um mistério derivado - seria uma palavra melhor desse grande mistério que é a relação de Cristo, o noivo, conosco, a noiva. Nós somos a noiva. Ele é o noivo, e então, toda a experiência conjugal dessas verdades, é derivada do relacionamento do Senhor conosco, com a sua igreja. Como eu posso ser um pai que agrada a Deus? Aprendendo a relacionar-me com o meu Pai que está nos céus. Eu aprendo a ser pai com Ele. Eu aprendo da sua mansidão, eu aprendo da sua disciplina, da sua autoridade, do temor a Ele. Eu aprendo da obediência a ele. Então eu vou poder ser um bom pai. Do contrário não há chance. Não tem técnica para ser bom pai. Não tem técnica para ser bom marido. Qualquer livro que você achar, em qualquer banca, de qualquer livraria evangélica que dê lá cinco razões, dez passos, cinco caminhos, três maneiras, você pode jogar fora, porque não serve para nada. Deus é a fonte. Ele é o alvo, Ele é o foco. Então, esse versículo fala da relação Dele conosco, o nosso noivo conosco, a sua noiva. A intimidade. Então o irmão vê que o Senhor dá intimidade para nós. Ele não tem só a aliança conosco. Ele dá intimidade para nós. Não é assim? Lembra que o apóstolo João reclinou sobre o peito do Senhor naquela ceia? Intimidade. Lembra que isso dominou todos os escritos de João, que fala sobre vida de união. O Filho está no seio do Pai, intimidade. E João está no seio do filho. Intimidade. Nós fomos chamados para ter intimidade com Deus, não apenas aliança. A intimidade do Senhor é para os que o temem. Olhe o resto do versículo: aos quais ele dará a conhecer a sua aliança. Deus é o nosso modelo, é o que Ele faz com o seu povo. A relação de Cristo e da igreja e a relação da vida conjugal. A vida conjugal é derivada.

Vamos ver mais um versículo aqui: Salmo 89 34. Ainda sobre a aliança, o compromisso. 34 Não violarei ( isso é fidelidade) a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram. Se você for ao 33 Mas jamais retirarei dele a minha bondade (Está falando do seu povo), nem desmentirei a minha fidelidade. Olhe as palavras aí. Fidelidade, aliança. Foi o que colocamos aqui no primeiro quadro. Assim é Deus conosco, assim é o nosso noivo. Algumas sobre intimidade. A do Salmo 25 eu já li: A intimidade do Senhor é para os que o temem. Olhem o Salmo 139, no final. Esse Salmo é de Davi, que conhecia bem essa intimidade com Deus, um salmo tremendo. Todos os irmãos conhecem esse Salmo e olhem como é que Ele termina o Salmo. Ele pede, ele clama por Deus por mais intimidade. Ele usa as palavras poéticas - os salmos são poesia - da seguinte forma: 23 Sonda-me, ó Deus, (olhe aí a base da intimidade. Como é que nós podemos adquirir intimidade na nossa vida conjugal?) e conhece o meu coração (se nós não nos tornarmos conhecidos uns dos outros na vida conjugal, nunca teremos intimidade, assim como na nossa vida com Deus), prova-me e conhece os meus pensamentos. Sonda-me o Deus, conhece o meu coração, porque eu quero ter intimidade contigo. A mesma coisa na vida conjugal. Nós damos a conhecer o nosso coração, para que tenhamos intimidade, para que tenhamos companheirismo, para que tenhamos essa parceria tão gostosa. 23 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; 24 vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno. Essa palavra caminho eterno, fala de companheirismo. Caminho eterno, é o caminho do Deus eterno. Só Deus é eterno. Caminho eterno é andar com Deus. É o caminho onde Deus anda. Isso é uma linguagem poética, uma forma poética de Davi dizer: Senhor eu quero andar no teu caminho. Onde o Senhor anda eu quero andar. Ele está pedindo amizade, companheirismo. Não é claro? Esse é o segundo elemento.

Vamos ver um pouco agora, sobre o terceiro. Vamos em um Salmo primeiro, o de número 35. O elemento paixão, deleite, busca. 9 E minha alma se regozijará no SENHOR e se deleitará na sua salvação. (não é só se alegrar na sua aliança, ter o gozo da sua intimidade, mas é deleitar-se) 10 Todos os meus ossos dirão: SENHOR, quem contigo se assemelha? (não é essa a linguagem de Cantares? Não é isso que a noiva fala para o noivo e o noivo a mesma coisa? Lembra? Tu és o único entre milhares. Não é assim que a noiva fala? Sua cabeça é como ouro, e ela vai descrevendo. Seu falar é muitíssimo doce. Ele é totalmente desejável. Lembra de Cantares? Essa é a linguagem da busca, da paixão e aqui você está vendo a mesma coisa: Senhor. quem contigo se assemelha?) Pois livras o aflito daquele que é demais forte para ele, o mísero e o necessitado, dos seus extorsionários. Deleite, busca. Agora dois últimos versículos e vamos encerrar. Vamos no livro de Cantares. O irmão Nee, tem um comentário excelente sobre Cantares, embora ele não enfoque propriamente a questão relacional/conjugal. Mas ele enfoca a nossa relação com Cristo, só que em espanhol. Um excelente comentário sobre Cantares, essa nossa relação com Cristo. Cântico dos Cânticos, ou Cantares, de Salomão. Então o cap. 2 versículo 5. Isso aqui é só um exemplo. O livro inteiro é um livro de deleite, um livro de paixão, um livro de busca. Aqui são só uns extratos dele. Cantares 2 5 Sustentai-me com passas ( cada figura dessa tem uma abordagem maravilhosa espiritualmente falando na nossa relação com o Senhor), confortai-me com maçãs, (vejam agora essa expressão a seguir) pois desfaleço de amor. Busca, paixão. Desfaleço de amor. Cap. 5 de Cantares, versículo 4 O meu amado meteu a mão por uma fresta, e o meu coração se comoveu por amor dele. Emoções tocadas. Quando o seu marido chega em casa, isso acontece com você? Quando você ouve o barulhinho da chave abrindo a porta, o que é que você sente? Irmãos, sinceramente falando, honestamente falando, a nossa relação deveria ser essa, não é verdade? Ou não deveria? Deveria. Se ela não é, existe razão. Existe razão para ela não ser. Ela deveria ser, porque essa é a linguagem da relação do Senhor conosco. Prazer, saudade. Nós cantamos um hino, também do irmão Nee. Não é maravilhoso aquele hino? Aquele hino não é uma paixão? Aquele hino não é uma busca? “Vazio são os meus dias, Senhor, pois aqui Tu não estás. Senhor te peço não demores a voltar. Mesmo na paz, me sinto tão sozinho, por Ti suspiro em meio do prazer. Jamais minha alma tem satisfação total, pois Teu rosto amado não consigo ver”. Nós devíamos ter o reflexo disso, na nossa vida conjugal. Aqui não estás, teu rosto não consigo ver, saudades estou sempre a sentir. Isso não deveria ser sempre uma verdade na nossa vida conjugal? Não é? Nós só podemos dar um verdadeiro testemunho que agrada a Deus como um casal nesse nível, somente nesse nível. O meu amado meteu a mão por uma fresta. Meu coração se comoveu por amor Dele. Olhem o versículo 8 Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, se encontrardes o meu amado, que lhe direis? Que desfaleço de amor. O Senhor tenha misericórdia de nós irmãos. Que o Senhor possa nos dar o desejo de recuperarmos aquilo o que temos perdido, para o prejuízo do seu próprio testemunho na vida da igreja e conseqüentemente para o prejuízo das nossas próprias almas. Quanto prejuízo irmãos. Nós temos nos enganado nesse assunto paixão. Nós temos nos enganado nesse assunto busca. Muito, muito. Nós temos criado falsas intimidades. Queria sugerir para você comprar um livro, em qualquer livraria evangélica você deve encontrar, e ele se chama “Falsa intimidade”. Compre esse livro. Nós temos desenvolvido falsas intimidades, usando pornografia, usando filmes eróticos, fantasias na mente, falsa intimidade. Parece prazer, parece intimidade, parece satisfação, mas é falsa intimidade. Isso descaracteriza nossos seres como pessoas, porque nós não fomos criados para isso. Nós fomos criados para amar a Deus de todo o nosso coração, amarmos uns aos outros, expressarmos a alegria da nossa relação com Deus, na nossa relação de vida conjugal. Irmão. Se a igreja perder isso, quem pode restaurar isso nessa terra? Ninguém. Nós somos as primícias de Deus na terra. O Senhor tenha misericórdia de nós. Vamos orar.

Oh Pai. Tem misericórdia de nós Senhor. Precisamos tanto ser recuperados por Ti Senhor. Ajuda-nos Senhor. Somos fracos e pobres Senhor. Quando olhamos a necessidade que temos de restauração nas nossas vidas, o nosso coração se estremece Senhor. Precisamos que o Senhor entre nas entranhas das nossas vidas Senhor. O Senhor seja o nosso foco e o nosso fim, Pai. Pela tua graça, faça isso conosco. O Senhor é fiel à tua aliança, nunca nega-se a si mesmo. Nós somos tão felizes por isso e pedimos que o Senhor possa nos conduzir a esta intimidade, a conhecer essa aliança. Resgata o nosso coração Senhor, não apenas para Ti, mas resgata o nosso coração um para o outro, como casal. Oh Senhor, renove as nossas vidas conjugais Senhor. Precisamos, não apenas como algo movido por um encontro aqui nesse lugar, mas como algo movido pelo Senhor mesmo, encontrando o Senhor nas nossas vidas conjugais. Ajuda-nos Senhor, a recuperar a beleza dos nossos relacionamentos. Nós te pedimos é para a Tua própria glória Senhor. Em nome de Jesus, amém.

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