02 junho, 2006

FUNDAMENTOS DA NOSSA CONFISSÃO

Pai agradecemos a Ti por podermos nos assentar aos seus pés mais uma vez juntos, como igreja. Agradecemos a Ti pela tua bondosa mão sobre as nossas vidas; agradecemos a Ti pelo trabalhar de Tua palavra em nossos corações. Agradecemos por Tua imensa misericórdia sobre nossas vidas e a Tua fidelidade. Pedimos Senhor que mais uma vez sejamos conduzidos, através da Tua palavra, para que possamos crescer na graça e no conhecimento do nosso Senhor. Esperamos em Ti, confiamos em Ti. Cobre-nos com o precioso sangue do Teu Filho, e fala aos nossos corações em nome de Jesus.

Irmãos. Na reunião anterior, nós fizemos uma pequenas explanação sobre dois termos relacionados à idéia de Justificação, muito importantes. Os irmãos que estiveram aqui puderam acompanhar: as questões chamadas imputação e infusão, mostrando então qual a diferença e qual seria a má compreensão, muitas vezes, de muitos dentro desse assunto Justificação. Temos mostrado aos irmãos que essa é uma coluna, um alicerce profundo da vida da igreja, um tremendo alicerce, segundo, como já vimos, o homem que talvez, dentre todos o que seja o que Deus mais usou além do apóstolo Paulo, com respeito a este assunto de Justificação pela Fé, possivelmente tenha sido Martinho Lutero. E foi ele quem disse que este é o alicerce sobre o qual a igreja há de permanecer de pé ou cair. O alicerce da Justificação pela Fé, ou a justificação somente pela graça por meio da Fé.

Nós temos procurado mostrar o que significa isso, e hoje eu quero fazer uma pequena retomada do que falei na reunião anterior, bem rápido, e nós vamos avançar e ler o texto de Romanos, cap. 4, para nos ajudar talvez em uma compreensão mais dilatada ainda sobre esse assunto. Mas antes de entrarmos lá, os irmãos se lembram que na reunião anterior nós lemos três textos, que mostram essa idéia de imputação. Quando na reunião anterior fizemos aquela comparação, nós mostramos para os irmãos o erro do doutrinamento que diz que a justificação é um ato para o qual nós caminhamos passo a passo; que a justiça de Deus vai sendo infundida, infundida em nós e normalmente aqueles que compreendem assim, entendem que essa justiça sendo infundida, infundida, baseado no que nós fazemos, em nossas obras, ela então nos tornará - quem sabe um dia - aptos, idôneos para sermos justificados diante de Deus.

Essa é a justificação pelas obras. É por exemplo a grande base do sistema católico romano, a justificação pelas obras. Irmãos. Essa não o é uma verdade Bíblica. Nós sabemos que Deus tem querido os irmãos dentro desse sistema chamado católico romano, mas nós sabemos que o sistema em si, é antibíblico. E essa é uma das proclamações desse sistema que é antibíblico. Nós não somos justificados pelas obras. Nós somos justificados pela graça somente, por meio da fé. Então a justificação não é uma questão de Deus estar infundindo justiça em nós através das obras que fazemos, sejam elas quais forem. O profeta Isaías, por exemplo, nos diz que todo o melhor da nossa justiça, aos olhos de Deus, são como trapos imundos. Trapos de imundícia. E através dos seus profetas, Jeremias por exemplo, ele anunciou que viria um dia em que Ele seria a justiça do seu povo. O Senhor Justiça Nossa ( Jeremias 23:6 Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; será este o seu nome, com que será chamado: SENHOR, Justiça Nossa.) Então irmãos, que necessidade que nós temos de uma boa compreensão da Justificação pela Fé? Quanto é necessário? É necessário para a segurança dos nossos corações, é necessário para que honremos o nome de Deus, é necessário para que não lancemos vilipêndio contra a cruz porque a obra realizada na cruz foi completa, perfeita e completamente suficiente para nossa salvação. Qualquer tipo de ensino que pleiteie contra a total suficiência da cruz, é uma ofensa a Deus. E a justificação pelas obras pleiteia frontalmente contra o que o Senhor Jesus realizou na cruz do Calvário, porque naquela cruz Ele, e somente Ele, cumpriu toda a justiça de Deus. Então, quando falamos na reunião anterior sobre essa diferença de imputação e infusão, mostramos então que na visão de muitos a justificação é processual. A justiça vai sendo infundida, infundida, infundida em nós até que um dia somos justificados, mas a Bíblia não ensina infusão de justiça para a justificação. A Bíblia ensina a imputação de justiça para a justificação, e isso faz muita diferença, porque imputação fala de justiça sobre nós. Não nossa, uma justiça que não é nossa. Então, nós tivemos abordando por vários ângulos essa questão na reunião anterior, mas queria que os irmãos se lembrassem dos textos que nós citamos, aqueles três textos que são bem importantes.

O primeiro é em 2ª Coríntios 5:21. Aquele texto diz assim que: 21 Àquele ( se referindo a Cristo ) que não conheceu pecado, o (Ele, Deus) fez pecado por nós; para que, nele, (nós que não somos justos) fôssemos feitos justiça de Deus. Texto tão tremendo sobre esse assunto de imputação. Os irmãos estão vendo a troca nesse texto? Que troca clara? Aquele que não conheceu pecado - esse é o Senhor Jesus. Nós vimos também na reunião anterior, dentre os três textos que citei que um deles é 1ª João 3:5. O que é que diz lá? Que Jesus se manifestou para tirar os pecados, e Nele ( no Senhor Jesus) não existe pecado. Nele não existe pecado. Então qual foi a troca que o Senhor fez - Deus o Pai? Deus imputou o nosso pecado sobre quem não tem pecado, não tinha pecado: O Senhor Jesus. Irmãos isso é o próprio alicerce do Evangelho. Perdido isso, perdido está o Evangelho. Lembra que quando Paulo escreveu aos Gálatas ele disse: Irmãos. Mesmo que venha um anjo do céu, e pregue um outro evangelho, que vá além do que eu vos tenho anunciado, seja reprovado. Tão clara era a visão de Paulo sobre a Justificação. O que é que ele fala em Gálatas? Qual é o tema de Gálatas? Justificação pela Fé. Gálatas e Romanos. O foco dos dois livros é o mesmo. Justificação pela fé. Vocês começaram pela graça através da fé, e agora estão se aperfeiçoando na carne? Não é isso que ele diz aos Gálatas? Vocês foram justificados pela fé, e vão ser santificados da mesma maneira, pela fé. Cristo é a nossa justiça, Cristo é a nossa santificação. Então, veja quão é importante é esse alicerce da justificação pela fé. Tão sério irmãos.

Quando Paulo viu os Gálatas se desviando nesse assunto, ele começa aquela epístola de uma forma com a qual ele não começa nenhuma outra. Ele começa de uma forma forte, aguda. Ele mal faz uma apresentação. Ele mal saúda os irmãos. Ele inicia aquela epístola em um tom grave, um tom terrível, se os irmãos observarem, lerem aquela epístola. Ela fala assim que ele estava impressionado com aqueles irmãos, com aquela região chamada Galácia, aquela província dominada pelo império romano. Então quando Paulo escreve a eles diz assim: Estou impressionado com vocês. Vocês viram Cristo. Ele foi exposto diante dos seus olhos, como que crucificado, como que Paulo quisesse dizer assim: eu preguei o evangelho a vocês de uma forma tão clara, que vocês viram Cristo como que crucificado, todo aquele significado da cruz. Mas e agora, o que é que vocês estão fazendo? Vocês estão retornando àquelas práticas judaizantes? Se abstenham disso, não toquem nisso, não faça aquilo, observe aquela lua nova, aquela festa, aquela cerimônia para que vocês possam ser aperfeiçoados por meio dessas coisas? Paulo falou que isso tudo é sombra, como ele disse aos Colossenses também. Ele fala assim: quem que enfeitiçou vocês? Ele usa a palavra fascinados, não é? Gálatas insensatos, ele diz. Vocês estão fascinados. Quem que enfeitiçou vocês? Ele usa expressões muito fortes naquela carta, porque este alicerce estava sendo mexido irmãos. Os irmãos vêem a importância? Como eu disse na reunião anterior, você pode ter toda uma linda casa edificada, uma casa de verdade, uma casa de doutrinas bíblicas, sadias, edificadas então na visão de Deus, mas se esse único alicerce, da justificação pela fé ele treme, ele derruba tudo o que está sobre ele, porque ele é o alicerce de todas as outras verdades. Nunca haverá glória na igreja sem o alicerce sólido da justificação pela fé. Claro. Se o alicerce sólido da justificação pela fé não está colocado, não haverá glória na igreja. Nós vamos ter uma peleja humana, vamos ter obras humanas, vamos ter votos humanos. Nós vamos ter peleja humana. Nós não vamos ter glória do que Deus fez em Cristo perfeitamente, completamente. Nós não vamos ter aqueles cânticos do Apocalipse: Glória ao Cordeiro que foi morto, pelo seu sangue Ele comprou para Deus. Nós não podemos ter esse Cântico. Nós vamos ter que cantar um outro cântico, um cântico de glória às nossas obras, um cântico de glória à nossa justiça, cânticos de glória à nossa competência, não é? Não vamos poder ter os cânticos de glória ao Cordeiro de Apocalipse(Apocalipse 15:3).

Então irmãos, esse alicerce da justificação pela fé é tremendo. Se ele estremecer, nós derrubamos tudo o que foi edificado sobre ele. E os irmãos sabem que a história da igreja provou isso, não só na época da reforma, mas em muitas outras épocas. Então hoje, nós vamos tocar pela última vez, por este momento, para podermos prosseguir, nesse assunto de justificação pela fé. Já fizemos isso em duas reuniões, e hoje é a terceira vez. Primeiro então, o que nós vamos retomar da reunião anterior, é que você guarde a diferença entre essas duas questões. Ser justificado por meio da graça, por meio da fé, significa crer. E crer não é crer na fé. Não é você crer na sua fé. Eu creio e acredito na minha fé. Isso não salva ninguém. É você crer em um Salvador fora de você: Cristo. Crer é isso. Crer é unir-se; crer é entregar-se; crer é confiar em outro. Esse é o significado de crer. Não é crer na sua fé. Sua fé não é nada. Sua fé não tem base, senão naquele que morreu, naquele que ressuscitou. Não é? Nós não podemos ter fé na fé. Nós não somos justificados pela fé, na fé, mas pela fé em Jesus Cristo. Então irmãos, a idéia da justificação pela fé, é que nós cremos que naquela obra na cruz do Calvário, o nosso pecado foi imputado àquele que não tem pecado, o Senhor Jesus. Imputação.

Vamos olhar o texto agora por dois ângulos: O Senhor Jesus e nós. O que é que Segunda Coríntios diz? E talvez nós não tenhamos tido tempo de completar essa idéia na reunião anterior, e por isso estou retomando. O texto de 2ª Coríntios diz que Ele não conheceu pecado. Vamos fazer agora uma analogia com esse texto, jogar com esse texto. Ele não conheceu pecado. E nós? Se fôssemos falar de nós com as mesmas palavras desse texto nós diríamos assim: nós não conhecemos justiça. Ele não conheceu pecado. Nós não conhecemos justiça. Nós só conhecemos pecado. O que é que Deus fez? Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez. Essa é a tremenda expressão. Deus o fez pecado por nós para que Nele - nós que não conhecemos justiça só pecado - mas Nele pudéssemos então ser feitos justiça de Deus. Que troca tremenda!! O coração do Evangelho: substituição vicária na cruz do Calvário: do Senhor por nós.

Irmãos a Bíblia prega essa mensagem de Gênesis a Apocalipse. E é claro que especialmente no Novo Testamento. Pedro por exemplo diz assim: O justo foi entregue pelos injustos (1 Pedro 3:18 Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito,). O justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus. Como que nós somos conduzidos a Deus? Porque o justo foi entregue pelos injustos. Nenhuma obra nossa, nenhum mérito nosso. Nada nosso. Como falei na reunião anterior, para não dizer que não tem nada nosso na justificação, tem uma coisa que nós cooperamos, contribuímos na justificação: é o pecado. Sem o pecado não precisava a justificação. Então nós entramos com o pecado. O Senhor entrou com a sua justiça e Nele nós fomos feitos justiça de Deus. Irmãos esse é o assunto da justificação pela fé. É um assunto que ofende a natureza humana, porque você se vê diante de Deus como um mendigo, um desvalido, um incompetente. Ele se fez pecado por nós, porque nós não tínhamos nenhuma condição de reatar o relacionamento com Deus por nada por que pudéssemos fazer. Então esse é o assunto bíblico da justificação pela graça, somente pela graça, por meio da fé. Imputação, significa que esse Senhor Santo, foi feito pecado.

Continuando a analogia desse texto. Se o texto de João diz que Nele não existe pecado, então irmão por favor, preste atenção agora: cuidado em como você interpreta 2ª Coríntios 5, para você não deixar de obter o contexto da bíblia toda; cuidado para você não ter uma compreensão errônea de que Jesus na cruz, foi feito um pecador, porque o texto de Coríntios nos diz que Ele foi feito pecador. O Texto de Coríntios nos diz que ele foi feito pecado e não pecador, porque Jesus nunca foi um pecador, nem na cruz. A idéia da imputação. Na cruz o cordeiro Santo de Deus é o mesmo. Foi julgado na cruz como o pecador, que somos nós, embora ele não conhecesse pecado. Se Ele fosse um pecador, Ele não poderia nos representar. O sacrifício Dele não teria valor nenhum nem para Ele mesmo, porque o salário do pecado é a morte, e se Ele fosse um pecador, a morte Dele ia ser uma conseqüência do seu próprio pecado. Mas a morte Dele então foi uma morte vicária, uma morte suficiente para salvação e para redenção exatamente porque Ele é o cordeiro santo de Deus. Irmãos, a morte retêm tudo o que contém pecado. Morte e pecado são irmãos gêmeos. O salário do pecado é a morte. Depois que o homem pecou ele morreu. Ele não foi criado para morrer. Não é? A promessa daqueles que pertence ao Senhor Jesus é viverem com Ele eternamente, por isso que a morte, de todas as maneiras, mesmo naqueles que crêem no Senhor, ela soa de uma forma tão ruim. Não é? Nós temos uma viva esperança e não temos medo da morte, mas a morte soa de uma forma muito ruim para nós. A coisa mais feia do mundo é a morte. Um cadáver sem vida. Não é? É muito feio, porque nós não fomos criados para isso. O salário do pecado é a morte, mas o Dom gratuito de Deus é a vida em Cristo Jesus. Para isso nós fomos chamados, não é? Então irmãos, o que é que aconteceu naquela cruz? Aquele Senhor que não tem pecado, entrou na morte. Ele entrou na morte. Mas porque Ele não tem pecado, pecado e morte são irmãos gêmeos. Quando o Senhor Jesus entrou na morte, a morte ficou com um problema muito sério, porque alguém agora entrou na morte, mas não podia ser retido por ela, porque Ele não tinha pecado. É isso que Pedro fala naquela mensagem maravilhosa lá em Atos quando ele prega ali no cap. 2. Ele diz que: era impossível que os grilhões da morte retivessem a Cristo, porque Ele é o Cordeiro Santo de Deus. (Atos 2:24 ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela.) A morte só retém quem tem pecado. A morte não retém quem não tem pecado. Então, quando o Senhor Jesus entrou na morte, Ele destruiu a morte. É o que o livro de Hebreus fala, não é? Olhe que expressão forte: destruiu a morte. Agora quando Paulo olha para a morte ele fala assim: Para mim o morrer é lucro. Por que é que Paulo fala que para mim o morrer é lucro? Ele confiava na justiça dele? Na fé dele? Não. Ele confiava no Senhor Jesus, o que entrou na morte e venceu a morte. Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro. Tremendo irmãos. Então os irmãos vejam a imputação, vejam a troca, a substituição. Ele sem pecado. O pecado imputado sobre ele. Nós, sem justiça. Só com o pecado, e a justiça imputada sobre nós. Então o Senhor não foi tornado pecador na cruz. Ele nunca foi um pecador. Nele não existe pecado, mas Ele foi sim julgado na cruz como um pecador, em nosso lugar. Esse é o sacrifício substitutivo. O texto de Gálatas que eu li na reunião anterior fala a mesma coisa e diz assim que Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se, Ele próprio, maldição em nosso lugar. Mesma situação. Texto de Gálatas 3:13 e 2ª Coríntios 5:21 são correspondentes. A expressão em Coríntios é feito pecado. Ele foi feito pecado. A expressão em Gálatas e feito maldição. Ele foi feito maldição, mas irmãos, o Senhor Jesus não é nem pecador e nem maldito. Mas sobre ele foi imputado o nosso pecado e sobre ele foi imputada a nossa maldição. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo Dele próprio maldição. Você acha que quando o nosso Senhor Jesus estava na cruz Ele era maldito? Claro que não. Nele não existe pecado. Mas Bíblia diz assim: maldito todo aquele que foi pendurado no madeiro. Por que? Porque Ele foi feito maldição por nós. Lembra que Deus se preocupou em ensinar essa verdade desde o Velho Testamento? Vou citar um exemplo muito lindo para os irmãos, bíblico. O exemplo de Números, do povo caminhando pelo deserto. Os irmãos se lembram que em uma ocasião eles estavam murmurando contra Deus? Fizeram ali dez vezes. Em uma das ocasiões o Senhor os julgou de uma forma especial. Ele mandou ao povo, enviou ao povo, serpentes abrasadoras que estavam mordendo o povo e o povo estava morrendo. Então o povo clamou ao Senhor através de Moisés, para que tirasse do meio deles aquela serpente. A serpente na Bíblia é uma figura clara do pecado, obviamente do inimigo, Satanás, o diabo. Então a oração deles, o pedido deles para Moisés, para que Moisés fizesse ao Senhor, veja só, é que Deus tirasse a serpente do meio deles. Mas como o Senhor queria anunciar para eles, ensinar para eles algo, que se referia ao seu filho, a redenção perfeita que Ele executaria em Cristo, tudo o que Ele fez no Velho Testamento apontava para o seu Filho, então veja que o Senhor não fez o que eles pediram. Ele não afugentou as serpentes do meio deles. Ele deixou a serpente lá. Só que Ele falou para Moisés: Moisés: O antídoto, vai ser feito da seguinte forma. Levanta uma serpente abrasadora, uma serpente de bronze, numa haste, em uma cruz. E todo aquele mordido que olhar para aquela serpente, viverá. Ele não sofrerá o dano desse veneno. Os irmãos estão vendo a visão do Evangelho aí? O pecado ainda está em nós. Paulo fala que em nós, no nosso homem natural, a lei do pecado e da morte está. Mas por que é que ele não nos rege, não nos domina? Porque nós estamos em Cristo, e em Cristo reina a lei do Espírito da vida, que te livra da lei do pecado e da morte. Então ele não tira pecado de nós. Ele não erradica o pecado de nós. Ele nos dá toda a provisão em Cristo, por um lado, e no Espírito por outro lado. Nos é dado também essa correspondência em Romanos. Primeiro Ele nos pôs em Cristo, e então nós somos justificados. Agora ele nos ensina a andar no Espírito: nós não satisfazemos a cobiça da carne. Em Cristo, Romanos 5. No Espírito, Romanos 7 e 8. Verdades complementares. Então essa é a idéia da imputação. Isso precisa ser compreendido por nós adequadamente. Quando você peleja a batalha espiritual na sua vida, tenha cuidado nessa compreensão. Sabe irmão, o lugar mais tranqüilo do mundo é o cemitério. Ali não tem luta, porque só há mortos. Quando nós temos luta, na nossa vida espiritual, é sinal que nós estamos vivos, que nós nascemos de novo. Um dos sinais do nosso novo nascimento é a nossa luta espiritual. Antes, o pecado para nós, era a nossa jornada, era a nossa história. Agora o pecado nos faz mal. Antes o pecado era o nosso curso óbvio. Era um curso óbvio. Era só ali que poderíamos andar. Hoje o pecado não é o nosso curso óbvio. O pecado é como um trem se descarrilar, saímos do trilho. Nós sentimos muito bem os solavancos de termos saído do trilho. Isso é sinal de que nascemos de novo, porque em nós habita o Espírito de Deus que não tem prazer no pecado, que nos fala a respeito dos nossos descaminhos, que nos leva de novo a ver a cruz, de novo a ver a suficiência de Cristo, que nos conduz ao arrependimento, que nos leva a julgar a nós mesmos, que nos leva a não confiar em nós, que até mesmo nos quebra, nos quebranta através do pecado, mostra a nossa tolice, a nossa soberba, o nosso orgulho, nossa auto-suficiência. Isso só é uma verdade na vida dos que nasceram de novo. O mundo não sabe nada disso. Então quando você estiver lutando na sua batalha espiritual, cuidado em como você compreende isso. Só há luta, onde há vida. Nós que nascemos de novo, nós lutamos. Hebreus diz assim: Na vossa luta contra o pecado ainda não tens resistido até o sangue (Hebreus 12:4). Lembra? Ou até a morte. Então que coisa importante. Antes tudo era normal para você. Uma mentirinha daqui, a coisinha de lá, um nozinho daqui, um jeitinho de lá. Não é? Um pensamento errado daqui, uma conduta errada dali, tudo isso aos solavancos, normal, tudo certo. Mas quando você foi encontrado pelo Senhor, o Espírito Santo habita no seu coração, nada disso é normal mais. Nada é normal, porque agora você nasceu de novo. Então o Senhor vai lidar com você como um filho, um filho que está sujo, mas que foi justificado pela graça. Diante de Deus está limpo, mas na sua experiência tem que ser arrumado, tem que ser santificado, mas isso é uma outra questão. SE você se entregou ao Senhor Jesus, vocês está justificado. Essa questão chamada Santificação, vem depois. Ela vem por conseqüência. Não podemos inverter como em alguns sistemas. Nós não somos santificados, santificados, para um dia ser justificados. E se não tivermos um bom ponto até morrer, nós vamos para uma esfera, própria, para sermos purgados ali dos nossos pecados. Aí, quem sabe um dia, nós podemos sair daquele lugar e irmos para o céu!! É uma heresia. A Bíblia não ensina isso. Nós somos justificados pela graça por meio da fé. E cremos no Senhor Jesus. Já demos esse testemunho voluntário, consciente, em nossas vidas. Conscientes. Por alguns fazem isso sem realidade. Mas se nós demos um testemunho consciente do que nós estamos fazendo, do que significa isso, Cristo se mostrou a nós, nós confiamos em um Salvador fora de nós, nós lançamos toda a nossa confiança Nele: "Senhor eu sou um nada, eu sou um pecador, eu creio em Ti, pela Tua graça, vi a Ti, pela Tua graça. O Senhor nos chamou, porque o Senhor me amou primeiro". Então, se nós sabemos que fomos encontrados pelo Senhor, irmãos nós precisamos começar a desenvolver, mais solidamente, uma certeza em nossos corações, baseados na palavra. Precisamos muito como igreja. Nós não somos um povo lutando para ser aceitos por Deus, nem para sermos justificados. Nós somos um povo de adoradores, que adoram a Deus pelo o que Ele fez em Cristo e nos abençoou Nele, em Cristo, com toda as sortes de bens espirituais. Fomos aceitos. Fomos justificados. Fomos até mesmo escolhidos antes da fundação do mundo. Fomos predestinados para sermos conforme a Sua imagem. Então nós vamos crescendo na visão da graça. Isso vai dando muita solidez ao nosso coração. Então, tão importante é essa compreensão da justificação pela fé, essa substituição, essa troca, chamada imputação. O pecado foi imputado a Ele e a justiça foi imputada a nós.

Agora, da mesma maneira então, para terminar e entrarmos em Romanos 4, se você fizer a analogia que eu falei, assim como Cristo nunca foi um pecador em essência, para que nós fôssemos justificados, nós também não nos tornamos justos em essência. Mas, como eu dei exemplo na reunião anterior, fomos cobertos. É como um lenço ser colocado sobre uma Bíblia. A Bíblia ainda é Bíblia e o lenço ainda é lenço. Mas o lenço cobre a Bíblia e você não mais a vê. Foi imputado justiça, mas o livro ainda é livro. Você ainda é você. Não foi infundida justiça dentro de você, mas foi imputada justiça a você. Imputado. Você foi coberto.

Os irmãos querem ver essa verdade de forma cristalina? Então vamos ler Romanos cap. 4. Vou ler o capítulo todo, primeiro para que ele possa falar por si mesmo, porque é a palavra de Deus. E depois, porque todo ele é muito importante nesse assunto. Vamos ler todo esse capítulo. Os irmãos procurem se concentrar bem na leitura para não perderem o raciocínio do Espírito Santo através de Paulo. Romanos 4 1 ¶ Que, pois, diremos ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?

2 Porque, se Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diante de Deus.

3 Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus,(olhe como é clara a lógica aí do raciocínio. Se ele foi justificado por obras, ele tem do que se gloriar, mas não diante de Deus, ou seja, ele não foi justificado pelas obras, por que é que afirma a escritura? Abraão creu em Deus e isso lhe foi imputado - olhe a palavrinha aí - para justiça) e isso lhe foi imputado para justiça.

4 Ora, ao que trabalha,(olhe a conclusão do versículo - o que trabalha, faz obras, peleja, luta) o salário não é considerado como favor(ele merece. Ele trabalhou, ele lutou, o salário não é favor. O salário é dívida, mas olhe o restante), e sim como dívida.

5 Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio,(não é justifica o justo, porque não há justo. Foi o que ele falou no cap. 3. Não há justo, nem sequer um. Todos se extraviaram, todos se corromperam. Não é isso que ele diz no cap. 3? Então no verso 5 ele diz: ao que não trabalha. Você trabalhou irmão, para a sua justificação? Você tem trabalhado pela sua justificação? Se tem, pare já. Pare imediatamente, porque você tem ofendido o Espírito Santo. Você deve trabalhar pela sua santificação, se entregando a Deus, julgando você mesmo, andando na luz, praticando a verdade, conhecendo o Senhor, andando junto com os irmãos, trabalhando e desenvolvendo a sua salvação, no sentido de santificação, mas se você tem batalhado para ser justo, ou para ser aceito diante de Deus, pare imediatamente, porque você está no caminho das obras, ofendendo a cruz de Cristo. Então o que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé - não é fé na fé, mas fé naquele que justifica o ímpio, o Senhor Jesus. A sua fé lhe é atribuída como justiça. Atribuída. A mesma idéia de imputação. Foi-lhe atribuída, ou seja, não é dele. Não é dele a justiça. A justiça foi-lhe atribuída. O sentido é lançado em conta. Foi colocado algo na sua conta que não é seu. Foi um depósito na sua conta que não é seu. É da graça de Deus em Cristo. Não é? Essa é a toda a força da visão de Paulo, do Espírito Santo).

6 E é assim também que Davi (agora ele vai para Davi, porque Abraão e Davi são as maiores figuras do povo judeu. Não é? Abraão e Davi. Então ele sua essas duas figuras e mostra. Vamos ver como é que o nosso pai Abraão foi justificado. Vamos ver se foi pelas obras ou se foi pela fé. Então ele vai a Abraão primeiro e depois ele vai em Davi. Olhe como é interessante.)declara ser bem-aventurado (cheio de gozo, de paz, de alegria, de felicidade - é o sentido desse termo) o homem a quem Deus (de novo) atribui (não é dele) justiça, independentemente de obras: (então é uma verdade cristalina. Não é isso? Irmãos, existem conceitos na Bíblia, doutrinas mesmo, que não são tão claras. Por exemplo a doutrina do arrebatamento da igreja é claríssima. A igreja será arrebatada, para estar com o Senhor para sempre. Agora, não é claro, na palavra de Deus, quando a igreja será arrebatada. Será antes do Senhor Jesus se revelar visivelmente a toda a terra? Antes da grande tribulação? Será depois da tribulação? Será no meio da tribulação? Será um arrebatamento parcial? Não sei. Ninguém sabe. Mas sabemos que a igreja será arrebatada. Não é?

Mas irmãos, a verdade da justificação pela fé, ela é tão fundamental que o Espírito Santo, Ele é repetitivo em palavras, para que não fique nem uma fagulha de dúvidas. E a não é só Romanos 4. É Romanos 3, 4 e 5, Gálatas, principalmente esses livros, para dissecar esse assunto claramente para que ninguém tenha dúvida, porque é um assunto, diante do qual nós não podemos ter nenhum senão. Não tem senão nesse assunto. Ou é ou não é. Ou é pelas obras, ou é pela graça por meio da fé. Não tem jeito de ter graça e obras, obra e graça. Ou é graça, ou são obras, no assunto da justificação. Agora, no assunto da santificação, de crescermos a nossa vida em conhecimento com Deus, aí sim. Essa graça que já nos foi dada de graça, trabalha em nós, gerando em nós uma resposta, que nós podemos administrar de forma positiva, ou de forma negativa. Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações. Nós podemos nos endurecer. Nós podemos dar coices nos propósitos de Deus. Não é? Nós podemos deixar de ouvir a sua voz. Não podemos? Podemos. Mas esse é um assunto de santificação. Não é um assunto de justificação. Não vamos misturar os assuntos. O assunto de Romanos 4 é somente de Justificação. E mais nada. Então vamos prosseguir) 6 ...... Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras: ( e aí ele cita o Salmo Salmos 32) 7 Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas(veja que aqui é plural. Iniquidades: pecados todos perdoados), e cujos pecados são cobertos;(outra palavrinha que eu queria que você atentasse aqui porque na reunião passada eu falei dela - cobertos - lembra? Cobertos, porque no cap. 3 de Romanos, lá no verso 22 - olhe aí - diz que essa justiça de Deus ela é mediante a fé e não as obras, justiça de Deus mediante a fé - não fé na fé – mas fé em Jesus Cristo, e depois diz assim - para todos - e agora vem aí entre colchetes - e sobre todos. Está vendo que não é uma justiça infundida? Mas é uma justiça imputada? Sobre todos. E agora Romanos 4:7 que nós acabamos de ler, diz "pecados cobertos". É a mesma idéia. O sangue precioso de Jesus Cristo cobrindo, àqueles que crêem na eficácia da sua morte. Os que não crêem não estão cobertos pelo sangue. O que é que vai acontecer com eles? A Epístola aos Romanos é clara: sobre eles permanece a ira de Deus. Não é? Mas sobre aqueles que se entregaram voluntariamente a Cristo, eles estão cobertos pelo sangue de Cristo. Perfeito. Santo. Sobre esses nenhuma condenação há. Por que? Porque toda condenação o Senhor Jesus a tomou sobre si na cruz do calvário. Esse é o Evangelho da graça. É o único evangelho que glorifica a Deus, em Cristo. Não é? Confortante irmãos, é a nossa compreensão. Vamos prosseguir. 8 bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará (palavrinha importante. Já apareceu aí duas vezes. Ele imputou o nosso pecado a Cristo. Irmãos e se você crê que naquele sacrifício não houve problema, ou você acha que houve problema? Se houvesse problema, Deus não poderia ressuscitar a Cristo. Se houvesse qualquer defeito, qualquer falha, erro, pecado, envolvido naquele sacrifício de Cristo, Ele não sairia da morte, porque o salário do pecado é a morte. Então se você crê que Deus ressuscitou a Cristo, então aquele sacrifício foi perfeito. E se você crê que foi perfeito, você não pode ter qualquer dúvida sobre a sua justificação. Você vê como que uma coisa está ligada a outra? Se você tem alguma dúvida de que você é justificado pela fé em Cristo, então você tem dúvida sobre o valor da cruz de Cristo. Uma coisa está atrelada a outra. Se aquele sacrifício foi perfeito, então o seu pecado está lá. Se você crê que ele foi perfeito o seu pecado está lá. Mas se você não crê que ele foi perfeito, o seu pecado está em você, e você é responsável por ele. Uma coisa está atrelada a outra. Vamos continuar.) 9 ¶ Vem, pois, esta bem-aventurança (qual bem-aventurança? A justificação pela fé do verso 6) exclusivamente sobre os circuncisos (que são os judeus - é só para os judeus essa bem-aventurança, Paulo pergunta)ou também(ou vem sobre - olhe o sobre aí de novo) sobre os incircuncisos (aqueles que não tem nada a ver com Moisés, com Abraão com Davi, nem com nada disso, porque eram gentios. Estavam separados do povo da aliança. Não tinham nada a ver com o povo de Deus. Não tinham alianças de Deus, não tinham palavras de Deus, não tinham leis de Deus, mandamentos de Deus. Não tinham nada com Deus.? Então Paulo pergunta: e agora? Essa justiça veio só sobre os que são povo da aliança, o judeu? Olhe o que é que ele vai dizer. Se fosse só para os judeus, nós estaríamos perdendo tempo aqui. Todos nós. Aí ele diz assim. 9 ¶ Vem também sobre os incircuncisos? (Ele pergunta.) Visto que dizemos: a fé foi imputada a Abraão para justiça. (Olhem que coisa linda. Ele não vai tentar provar de uma maneira qualquer que a graça é também para os gentios. Ele vai continuar usando o exemplo de Abraão. Não perca o raciocínio aí. Ele vai continuar a usar o exemplo de Abraão, que o exemplo máximo para o judeu, pois foi com Abraão que a raça dos judeus começou. Ele é pai dos judeus. Paulo vai continuar a usar o exemplo de Abraão e vai fazer uma pergunta maravilhosa. Ele vai falar assim: Vamos tomar o exemplo de Abraão aqui, o pai de todos os que crêem. Vamos ver o é que aconteceu com ele. Como que a palavra diz que a justiça foi imputada sobre ele? Quando que a justiça foi imputada sobre ele? Quando ele estava circuncidado, ou quando ele estava incircunciso? É o que Paulo pergunta aí, na sequência do texto. Aí ele fala assim. Quando ele estava incircunciso. O que é que ele quer dizer? Ele quer dizer o que ele já disse. Que Abraão foi chamado como um pecador, de Ur dos Caldeus, um idólatra, que segundo a tradição hebraica vivia naquela região, na qual havia dois mil tipos de ídolos diferentes, e que segundo a tradição a família de Abraão manufaturava ídolos, completamente sem visão do único Deus verdadeiro. Então Estêvão quando dá aquele testemunho em Atos, ele fala assim: Atos 7:2 Estêvão respondeu: Varões irmãos e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a Abraão, nosso pai, quando estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã. E como que ele estava? Ele já tinha algum sinal de que ele amava a Deus, que ele era um circunciso por Deus, circuncidado por revelação de Deus, por ordem de Deus? Não. Ele era um gentio, alienado, separado. Esse é o argumento de Paulo aí. Não é? ele não tenta mostrar isso de outra forma, mas no próprio Abraão, e isso é muito importante, porque em Abraão que Deus estabeleceu a sua aliança. Então ele usa exemplo do próprio Abraão, no verso 10. 10 Como, pois, lhe foi atribuída? Romanos 4:10 essa justiça sobre Abraão? Como lhe foi atribuída? Estando ele já circuncidado ou ainda incircunciso? (Aí ele responde) Não no regime da circuncisão, e sim quando incircunciso.

Ele quer mostrar que não tem obra nenhuma. Nenhuma. Circuncisão irmão, no Velho Testamento é uma figura do batismo no Novo Testamento. Então nós não nos batizamos para ser salvos. Nós nos batizamos porque já fomos salvos. No batismo nós damos o nosso testemunho público. Se nós somos batizados sem crer no Senhor Jesus de uma forma clara, definida - Ele se entregou por mim e eu lancei todo o meu coração em confiança a ele como meu único e suficiente salvador - se alguém se batiza sem essa convicção, ele passa de um pecador seco, para um pecador molhado, depois do batismo. Não tem nenhuma virtude no batismo, não é? Nós somos justificados pela graça, por meio da fé. Abraão recebeu essa benção quando incircunciso. Então ele foi circuncidado, e nós também. O Senhor se revelou a nós em Cristo, quando nós não tínhamos nada com ele. E então nós batizamos, nós damos o nosso testemunho público. Cremos que Deus se revelou em Cristo. Não na natureza, no sol, na lua, na criação, nas estrelas. Não. Não é panteísmo. Não é deísmo. Nós cremos que o único Deus criador e sustentador, se revelou unicamente em Cristo Jesus, e esse Filho Santo de Deus, foi entregue na cruz do Calvário, como um pecador, sendo Deus, totalmente voluntária a sua morte, porque Ele é Deus-Homem. Então Ele realizou algo na cruz do Calvário para a minha justificação, uma obra única, singular. Creio nessa eficácia: isso é justificação. Então, quando eu me batizo, me submeto ao batismo, dou esse testemunho: creio nessa eficácia. Não creio em mim. Não tenho justiça e nem espero ter, porque já tenho em Cristo. Imputação. Cristo a nossa justiça. Quão importante é isso irmão, porque então é baseado nessa visão que nós podemos desenvolver a nossa salvação. Desenvolver, com temor e tremor. Não brincando com pecado, não é? Mas quanto mais clara a visão da justificação pela fé em Cristo, mais nós experimentamos a graça que muda, a graça que transforma caráter, a graça que muda uma pessoa para outra pessoa, não é? O próprio Cristo é formado em nós, por causa da nossa justificação, porque nós já fomos aceitos. O assunto de relação com Deus já está resolvido. Nós agora chamamos a Ele de Pai. O Espírito de Deus testifica com o nosso espírito que nós somos filhos de Deus(Romanos 8:16 O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.). Baseados Nele nós clamamos Aba Pai.( Romanos 8:15 Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai.) Você já viu um muçulmano orar? Já viu um muçulmano falar pai para Alá? Acho que é por isso que esse deus deles se chama Alá, de tão longe que ele está. “Ele está lá”. Eles não tem nenhum relacionamento com esse deus. Ele é um deus que julga, que pune: Alá. Mas o Deus do cristão é Pai. O nome do nosso Deus é Pai. Paulo quando escreve aos Efésios ele diz assim: Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Quando nós oramos, o que é que nós falamos? Pai. Querido Pai. Pai celestial. É nessa mão que nós estamos.

Irmãos. O único povo sobre a face da terra em todos os tempos, que chama Deus de Pai, é o cristão. Não é? Todos os outros tem muito nome. Muitos nomes diferentes. Não é isso? O Deus dos indús é o Bramam. Não é Brahma não. É o nome do Deus dos indús. O do islâmico é o Alá. E todo mundo acha que é o mesmo Deus, só muda o nome. Que grande bobagem, porque essa idéia que eles tem de Deus, por exemplo, o Bramam dos indús, nem pessoal é. Ele nem é um Deus pessoal. Ele é um espírito que habita em tudo e que está em todos. Panteísmo. Isso não é o Deus da Bíblia. Não é mudança de nome só não irmãos. É mudança de tudo. E ninguém chama Bramam de pai, e nem Alá de pai, porque eles não tem essa realidade para eles. Alá é juízo, e aqueles que crêem nele, são os seus súditos. Mas o nosso Deus é o nosso Pai, porque Ele é Pai do nosso Senhor Jesus Cristo. Eternamente. Pai Eterno e Filho Eterno. Todos aqueles que crêem no Senhor Jesus são unidos a Ele de tal forma que Nele fomos feitos filhos de Deus. Lembra o que João disse no primeiro capítulo? João 1 : 11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. (está se referindo aqui ao povo judeu, no qual inicialmente ali o Senhor se revelou. Agora olhe o verso 12). 12 Mas, a todos quantos o receberam, ( ou creram Nele, não é?) deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber(quem são? Ele explica aí), aos que crêem no seu nome. Que coisa maravilhosa, não é? Esse é o Deus dos cristãos. Deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus. Não súditos, empregados, ou qualquer outra coisa. Mas filhos.

Vamos prosseguir lá em Romanos 4. Nós lemos até o verso 10. 11 E recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve quando ainda incircunciso; para vir a ser o pai de todos os que crêem, embora não circuncidados (são os gentios, nós. Nós quando cremos no Senhor Jesus nós não precisamos ser circundados como o povo judeu é até hoje. Nós sabemos que a circuncisão é só uma figura da verdadeira circuncisão, a fé em Cristo), a fim de que lhes fosse imputada a justiça, 12 (e Abraão ainda é) e pai da circuncisão, isto é, daqueles que não são apenas circuncisos (ou na carne, não é?), mas também andam nas pisadas da fé que teve Abraão, nosso pai, antes de ser circuncidado. 13 Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube a promessa de ser herdeiro do mundo(Olhe quantos argumentos Paulo desenvolve aí. Deus fez uma promessa para ele: em ti serão benditas todas as nações da terra e Paulo está dizendo que ele não fez essa promessa baseado na circuncisão. Foi uma promessa da graça. Não teve nada a ver com a circuncisão). Então ele diz: essa promessa de ser herdeiro do mundo não foi feita por intermédio da lei, mas mediante a justiça da fé - verso 13 - 13 Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube a promessa de ser herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da fé. Verso 14 agora: 14 Pois, se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa,(porque a promessa foi feita antes da lei.) Então veja que há uma lógica em todo esse raciocínio aí. Não é? Se a herança é baseada na lei, então cancela-se a promessa, porque a lei veio muito depois da promessa. A Lei só veio com Moisés, e a promessa foi feita antes, com Abraão. 15 porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão. Essa é a razão porque provém da fé. Por que é que provém da fé? Para que seja segundo a graça. São dois pares. Graça e fé. Nós somos justificados totalmente pela graça, por meio da fé. Se é graça, então eu não posso fazer nada. Só posso crer. Estritamente falando, não posso nem crer, porque primeiro o Senhor nos infunde vida, nova natureza. Depois nós cremos. Nós não temos uma capacidade de crer sem uma mudança de natureza, uma nova natureza: Nascidos de novo. Verso 16 Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência, não somente ao que está no regime da lei, mas também ao que é da fé que teve Abraão (porque Abraão é pai de todos nós) 17 ¶ como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí.), perante aquele no qual creu, o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem. Interessante Paulo usar, através do Espírito Santo esse argumento nesse ponto. Porque na vida de Abraão Deus chamou à existência, coisas que não existem. Não apenas naquela experiência da ressurreição de Isaque - ele diz o Deus que vivifica os mortos – mas porque Abraão experimentou ali, lá no final da sua vida, quando ele já tinha andado bastante com Deus, colocou seu filho sobre o altar, mas Paulo se refere aí a duas experiências de Abraão: uma na sua vida madura de fé, e uma na sua inicial de fé. Na sua vida madura, ele creu no Deus que vivifica os mortos, quando ele colocou o próprio Isaque sobre o altar. Agora, na sua vida inicial de fé com o Senhor, Paulo diz aí, no verso 17, final, que eu acabei de ler: chama a existência coisas que não existem. O que é que Deus chamou à existência na vida de Abraão que não existia. Não foi só o seu filho. Foi a justiça. Abraão foi justificado pela fé. Ele não tinha justiça. Ele creu em Deus e isso lhe foi imputado para justiça, porque Deus chama à existência coisas que não existem. E baseado nessa aliança, Ele lhe concedeu um filho, que também não existia. Nem tinha capacidade de existir, de um homem velho, com uma mulher velha e estéril. Não é? Deus gerou esse filho totalmente pela graça, sem obras humanas. Está vendo o que é que ele fez com Abraão? Ele queria dar risco no Abraão: “Abraão, sai de cena. Eu sou o Deus que vivifica os mortos, e chamo à existência, coisas que não existem”. Inicialmente Abraão saiu de cena. Quando Abraão entrou em cena, ele só causou problema. Ele entrou em cena e produziu o fruto da carne. Não é? Através de Hagar, um Ismael, um problema até hoje, porque Abraão entrou em cena ao invés de esperar e confiar no Deus que fez a promessa. Não é? Isso é uma figura da nossa própria história com o Senhor. Se nós cremos e esperamos, nós desenvolvemos bem a nossa salvação. Agora, se nós não cremos e nem esperamos, nós andamos segundo a carne, e sofremos.

19 E, sem enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido, sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara, ( Sara não tinha apenas a idade avançada. Sara era estéril, não podia ter filhos.) O versículo 19 é lindo, porque está dizendo que fé, não é pensamento positivo. Irmão. Alguém fez lavagem cerebral em você, para você crer no Senhor Jesus? Alguém ensinou técnicas de pensamento positivo, para a sua vida ser mudada? Isso é nada. Isso não leva a nada. Nós cremos no Senhor Jesus pela revelação de Deus através da sua palavra, pela graça. E a fé não nos torna tolos, bobos, como muitos do mundo pensam. Muito pelo contrário. A fé não irracional. Ela é supra racional. Está vendo este verso 19 como é lindo? Não diz que quando Abraão creu em Deus, ele se tornou um tolo. Não é? Um bobinho, esperando de um velho, com uma mulher velha, estéril, como um bobo, esperando alguma coisa acontecer. Mas diz que Abraão creu na palavra de Deus, por um lado - ele olhava para si mesmo e via um corpo amortecido - via uma mulher estéril e idosa, incapaz de ter filhos. Ele não era um tolo. Ele via tudo isso. Ele via promessa de Deus e ele via a sua falência, sua incompetência ao mesmo tempo. A fé não nos torna ingênuos. A fé não nos torna tolos. Muito pelo contrário. Nós não somos visionários. Nós cremos na revelação de Deus, na palavra de Deus, assim como Ele nos falou em Cristo. E nós levamos em conta que nós somos incapazes, incompetentes, fracos, mas nós cremos que Cristo é não só a nossa justiça em primeira mão, mas Ele é também a nossa santificação. Ele é também o Deus que vivifica os mortos, Ele é também aquele que vive em nós, Ele é também que chama à existência coisas que não existem. O que é que não existe na sua vida? Na sua vida não existe paz? Ele é o Deus que chama à existência as coisas que não existem. Na sua vida não existe amor? Ele é o Deus que chama à existência as coisas que não existem. Na sua vida não existe paciência? Capacidade de suportar? Ele é o Deus que chama à existência as coisas que não existem. Só que Ele não nos vai dando isso como fragmentos de bênçãos. Ele nos dá TUDO isso em Cristo. Se nós temos em Cristo, temos a Cristo, vivemos em Cristo, nós temos em Cristo tudo isso. Não é? Em Cristo Ele chama a existência coisas que não existem, assim como Abraão teve tudo em Isaque. Em Isaque estava tudo o que Deus prometeu a Abraão. A herança, o reino, a bênção para todas as famílias da terra. Estava tudo em Isaque. Assim também, Deus nos dá tudo em Cristo. Lendo o argumento de Paulo mais para frente aqui em Romanos 8, ele fala que Aquele que não nos negou o Seu próprio Filho, não nos dará, com Ele, graciosamente, todas as coisas? Não é isso? Vamos terminar aqui esse texto para encerrarmos. 20 não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus. Esse é o resultado do Evangelho. Só o Evangelho, como ele é, dá glória a Deus. Qualquer outro tipo de pregação divide a glória. Os reformadores costumavam colocar cinco grandes alicerces sobre os quais toda aquele visão reformada se baseou: Sola Fide, Sola Escriptura. Um deles é Soli Deo Glória. Está em latim: Somente a Deus a Glória. Irmãos, o Evangelho genuíno, é o único Evangelho que dá toda a glória a Deus. Se nós não temos a visão do Evangelho como ele é, glória repartida. Eu fiz um pouco, em sempre busquei, não é? Deus quando olhou para mim viu isso ou aquilo. A glória repartida. Mas o Evangelho, como ele é, ele redunda em glória só a Deus, porque ele mostra a nossa falência, nossa incompetência. O amor de Deus nos buscando. 21 estando plenamente convicto de que ele(Deus) era poderoso para cumprir o que prometera. 22 Pelo que isso lhe foi também imputado (mais uma vez a palavrinha) para justiça. 23 ¶ E não somente por causa dele está escrito que lhe foi levado em conta, 24 mas também por nossa causa, posto que a nós (agora nós entramos na história. Antes era Abraão, Davi, citando os exemplos, como que Deus justifica o ímpio. Como que Deus justifica o que não trabalha, como ele falou lá. Não é? Agora ele chegou em nós aí.) igualmente nos será imputado(de novo a palavrinha), a saber, a nós (nós quem? Todo mundo? Todo homem? Toda criatura? Não. Nós que cremos) que cremos (cremos no quê?) naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, (Por que é que você acha que ele fala em ressurreição aqui? Por que ele não fala na morte e sim na ressurreição? Porque eu já expliquei. Porque se Jesus tivesse pecado, ele não iria ressuscitar. Porque o salário do pecado é a morte. E a morte tem poder sobre os que tem pecado. Mas a morte não tem poder sobre quem não tem pecado. Então, quando o Senhor Jesus ressuscitou, essa é a segurança que o seu sacrifício foi perfeito, aos olhos de Deus e de que nós que descansamos nesse sacrifício, estamos justificados.) Ele diz nós que cremos naquele – se referindo a Deus – que ressuscitou dentre os mortos a Jesus o nosso Senhor. 25 o qual foi entregue por causa das nossas transgressões (porque o salário do pecado é morte. Ele foi entregue à morte por causa das nossas transgressões, mas não parou ai. Isso é um meio evangelho. A outra metade está na frente aí.) e ressuscitou por causa da nossa justificação. Não só foi entregue à morte, por causa das nossas transgressões, mas ressuscitou, por causa da nossa justificação. Não tem jeito de ser mais claro. Como eu disse para os irmãos, o Espírito Santo não deixa dúvida alguma, nenhum senão nessa verdade, porque ela é o fundamento da igreja. Irmão. Seu coração tem descansado nisso? Você já se rendeu a Cristo como seu Salvador? Você já tem plena convicção de que não há mérito em você? Você já deu esse testemunho público diante da igreja? Você deve fazer isso. Eu sei que há alguns aqui, que talvez sei que estão sendo trabalhados pela palavra do Senhor, mas apressem isso. Apressem isso diante de Deus. Considerem isso no seu coração. O que é que te retém de dar este testemunho? Se você tem alguma dúvida, lance ao Senhor. Só Ele pode tirar a sua dúvida. Se você tem esperado em alguma coisa em você mesmo, converse com o Senhor, porque Ele vai mostrar que você não pode nem deve esperar nada em você. Mas, se você também não tem clareza, sobre o que Ele efetuou na cruz do Calvário em Jesus, também não se precipite. Peça a Ele para te dar convicção do significado daquela morte do Senhor Jesus, porque se não, você vai ser só o pecador molhado. Nada mais. Peça a Deus para te dar visão. Qual o significado daquela cruz, e daquele que lá morreu. Por que é que Ele lá esteve? Foi por causa de conflito religioso? Político? Você acha? Você acha que eles podiam levar o Deus homem na cruz? Por que eles eram muito duros, rebeldes? O Deus homem foi à cruz voluntariamente, por mim e por você. O seu sacrifício foi um sacrifício voluntário, amoroso. Ninguém tira a minha vida, Ele disse. Eu, espontaneamente, a dou. E Eu tenho autoridade - Ele falou - tanto para entregá-la, como para reavê-la. Isso eu recebi do Meu Pai. Então irmão, você que já conhece o Senhor, que já deu esse testemunho, se fortaleça na graça. Você tem que lutado com relação a essa verdade, continue lutando aos pés de Deus com sinceridade, para que Ele te mostre Cristo e a sua Cruz, com clareza, para que você possa então dar este testemunho público que você crê em um Salvador fora de você, o Senhor Jesus, o Filho de Deus, Cristo, o Filho do Deus vivo; aquele que foi entregue por causa das suas transgressões e ressuscitou para te justificar diante de Deus. Amém. Vamos orar.

Ó Pai. Obrigado Senhor porque a Tua palavra é, Nela mesmo, Espírito e Vida. Nosso coração se alimenta Senhor da sua palavra. Nós pedimos Senhor a Ti, que o Senhor possa usá-la para fortalecer, alimentar profundamente o nosso espírito em Ti Senhor. Que o Senhor possa usá-la também nessa noite para gerar conversão Senhor, nos corações. Que o Senhor possa conduzir à convicção de pecado àqueles que carecem dessa convicção. Que o Senhor possa conduzir à convicção da justificação somente pela graça por meio da fé, àqueles que o Senhor tem chamado. Obrigado porque a Tua palavra não volta para Ti vazia. Nós cremos Senhor, na total eficácia dela. Pedimos ao Senhor que assim trabalhe essa palavra em nossos corações e salva-nos Senhor e santifica-nos Senhor. Trabalhe em nós de tal forma que sejamos mais semelhantes a Ti. Que Cristo seja formado em nós por meio da Tua palavra. Muito obrigado porque podemos crer pela Tua graça, porque podemos descansar, porque podemos nos gloriar em Ti, porque podemos nos considerar como bem aventurados, porque nós fomos incluídos na pessoa do Teu filho. Obrigado pela Tua morte, obrigado pela Tua ressurreição, obrigado pela nossa salvação consumada na cruz do Calvário. Agradecemos em nome de Jesus. Amém.

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