02 junho, 2006

FUNDAMENTOS DA NOSSA CONFISSÃO

Vamos abrir as nossas Bíblias em

2ª Coríntios, cap. 5: 21 Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.

Epístola de Gálatas, cap. 3:13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro). E o último texto

1ª epístola de João, cap. 3: 5 Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado.

Vamos orar.

Pai. Toda a expectativa de nossos corações estão voltadas para Ti mesmo. Toda a atenção do nosso coração estão voltadas para Ti mesmo. Todo o desejo do nosso coração é ver algo mais de Ti. Pedimos ao Senhor que traga luz na Tua palavra aos nossos corações. Abre com mais profundidade para nós essa tremenda verdade da Justificação pela Fé. Nós entregamos a Ti nossas vidas, nos colocamos, pela fé, debaixo da cobertura do precioso sangue do Senhor Jesus, pedindo-te que o Senhor mesmo possa distribuir a Tua palavra a nós. Em nome de Jesus. Amém.

Irmãos, nós demos então início na reunião anterior ao partilhar a respeito dessa tremenda verdade da igreja, Justificação pela Fé. Como já citamos em outras ocasiões, Paulo diz, quando escreve a Timóteo, que a igreja é coluna e baluarte da verdade. Que importância tem isso irmãos, quanta importância? A igreja é coluna. A igreja foi designada, comissionada pelo próprio Senhor para dar sustentação a um corpo de verdades que são inegociáveis, a um corpo de verdades que a Bíblia chama de “a fé”, ou “a sã doutrina” ou “o bom depósito”, vários termos que se referem à mesma coisa. Paulo quando escreveu para Timóteo diz que a igreja é coluna porque ela vai sustentar todo esse corpo de verdades, mas ele diz também que ela é baluarte da verdade, porque além de sustentar, a igreja então irá proclamar. Um baluarte serve para proclamação, e que importância então para nós podermos estar solidamente estabelecidos neste corpo de verdades, não só sustentando mas proclamando na certeza de que apenas uma clareza no sustento e uma ousadia na proclamação dessas verdades, é que podem realmente produzir aquilo que está no coração de Deus, nos dois aspectos, salvação de pecadores que não crêem, e edificação dos santos que já creram. O Senhor apenas cumpre o seu propósito salvando os pecadores que não crêem e edificando o corpo de crentes desta forma, se a igreja se comporta dessa maneira, se ela sustenta esse corpo de verdade de uma forma clara e se ela proclama esse mesmo corpo de verdades de uma forma clara. Irmãos, o que nós teríamos para pregar se nós não tivéssemos visão do Deus triuno? Irmãos o que nós teríamos para pregar se nós não tivéssemos o firme fundamento da Encarnação? O que é que nós teríamos para sustentar e proclamar se nós não tivéssemos visão da Expiação, do valor do sangue, da cruz? O que é que nós teríamos para falar para a igreja e para os que não crêem, se nós não temos uma clareza sobre o modo como o pecador impuro, perdido pode ser justificado diante de Deus e colocado em uma relação correta com Ele. Qual é o meio? É a lei? São as obras? É a religião? É a iluminação espiritual? É o esoterismo? Qual é o meio do homem ganhar uma correta relação com o Deus Santo? Só há um meio. Se a igreja não conhece, não sustenta e não proclama, nós perdemos completamente a nossa condição de testemunhas. O Senhor disse aos seus discípulos e por extensão a nós, que com o descer do Espírito Santo, constituindo a igreja o Seu corpo, nós seríamos testemunhas, tanto em Jerusalém, na Judéia, Samaria e até os confins da terra. A igreja só se porta como testemunha se ela realmente sustenta e proclama as verdades essenciais da fé. Então, nós temos visto isto que temos chamado então de o quarto grande alicerce. De certa forma, todos os outros convergem para ele. Nós precisamos daqueles três anteriores para vermos bem a Justificação pela Fé e todos os que nós vamos ver posteriores tem a ver com a Justificação pela Fé. São de certa forma a expressão da Justificação pela Fé. Cristo ressuscitou - a próxima verdade que nós vamos ver em outras ocasiões - por causa da nossa Justificação. Paulo fala isso em Romanos 4, no último versículo. 25 o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação. Ele ressuscitou por causa nada nossa justificação, porque sem a sua ressurreição não haveria nenhuma segurança de aquele sacrifício da sua morte, foi aceitável a Deus. A prova de que o sacrifício da sua morte foi suficiente para nossa justificação é que Deus ressuscitou a Cristo. Então os irmãos vejam que a ressurreição tem a ver com a justificação, e com os outros alicerces que vem em seguida. Da mesma maneira, o Espírito Santo. Por que é que nós podemos receber Deus habitando em nós na pessoa do Espírito Santo? Deus não habita em nós? Ele habita em nós. Por que? Nós somos pecadores, mas o Senhor habita em nós. Por que? Porque nós somos pecadores justificados pelo sangue do Senhor. Então a habitação do Espírito Santo tem tudo a ver com a justificação. É porque somos justificados que somos Templo do Espírito. A próxima verdade que nós vamos ver lá na frente - O Corpo de Cristo - outro alicerce tremendo, a Igreja. O que é a Igreja? A Igreja é o corpo dos justificados. Todos aqueles que creram e foram justificados pela graça baseado unicamente no sacrifício de Cristo. Então irmãos, vejam que essa verdade da justificação pela fé, ela não está no centro apenas desse esqueleto que nós fizemos aqui não. Mas está no centro, realmente de toda a revelação de Deus, desse propósito redentor de Deus, da revelação de Deus em Cristo. Não é a toa, não foi por acaso, como falamos na reunião anterior que Deus preparou alguns vasos, e um de forma muito especial, muito especial mesmo – Martinho Lutero – desde o ventre da sua mãe, traçando as características naturais até do seu temperamento como homem, como já falei na reunião anterior, passando por aquelas agonias e angústias espirituais tremendas, crises de consciência, lutando com tudo que era capaz para ser justificado diante de Deus, depois daquela experiência que ele passou naquela tempestade, ele viu que estava completamente despreparado para se encontrar com Deus, para a morte, então ele se retirou do mundo foi para aquele mosteiro, e tudo o que ele queria era ser aceitável a Deus. Ele fez tudo o que podia, como um bom monge, para que alcançasse aquela aceitação, mas nada. Mais crise, mais condenação. Quanto mais ele fazia, mais indigno ele se julgava. Então Deus foi moldando, moldando aquele vaso, trabalhando aquela consciência, para que aquela luz, no meio de umas trevas muito palpáveis, daquela luta interior, com relação a esse assunto do tornar-se justo aos olhos de Deus, como tornar-se justo aos olhos de Deus, quanto mais ele tentava, mais trevas, mais agonia, mais perturbação e Deus estava forjando aquele vaso, embora é claro, nem ele mesmo soubesse. Até que naquele dia, como nós falamos, o Senhor o levou, de uma forma muito especial, ao Salmo 22, e a luz começou a raiar. Ele viu que a justiça de Deus, um nome que segundo ele mesmo diz, ele odiava, era revelada na Bíblia não como uma justiça ativa que pune pecadores, mas como uma justiça passiva que justifica pecadores. Ele começou a ver isso no Salmo 22. O Senhor Jesus se assentando ao lado do réu, do lado do culpado. Quando ele confrontou aquele Salmo – Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste - ele ficou muito impressionado, porque como nós falamos, eles sabiam que aquele Salmo se referia a Cristo, de uma forma muito clara. E se o Senhor Jesus estava falando aquilo - Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste – ele então estava sofrendo um desamparo muito real, que ele próprio Lutero estava experimentando na sua vida. Ele próprio estava experimentando algo, Jesus experimentou algo na sua pessoa, que Lutero também estava experimentando nele mesmo. Então o Senhor usou aquilo para identificar, de alguma maneira Lutero, aquela experiência pessoal de Cristo, e a partir daí começou a abrir-se o caminho da justificação para ele. E quando pouco tempo depois, ele começou a estudar, já ali ministrando a outros alunos naquela universidade, o livro de Romanos, então a luz se abriu de todo para ele e logo do início da epístola como falamos, quando lá no verso 16 e 17 ele leu 16 ¶ Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; 17 visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé. Então a luz se abriu de uma vez por todas para ele e com clareza ele viu qual o caminho da justificação. Sua consciência teve paz.

Irmãos, é claro que um homem trabalhado desta forma pelas mãos de Deus, nunca poderia colocar essa verdade, agora vista tão claramente, depois de vinte e tantos anos de agonia, de depressão, de angústia, um homem que viu essa verdade com essa clareza, o que é que nós poderíamos esperar? Que ele pegasse essa verdade e cobrisse com um barril? Claro que não. Nós só poderíamos esperar o que realmente aconteceu. Deus usou aquele homem em uma ousadia tremenda, com poder, graça, unção, a qual ninguém podia resistir. Então os irmãos sabem aquela virada aqui, principalmente através de Martinho Lutero, uma das figuras mais importante da reforma, sem sombra de dúvida, Deus o usou então para dar aquela guinada, depois de mil anos de trevas. Os irmãos já pensaram nisso? Mil anos de trevas. Mil anos no qual a Bíblia nem estava na mão do povo, apenas em mosteiros, trancadas em baús, porque nem os monges liam a Bíblia. Mil anos de trevas. Deus forja um vaso de uma forma muito especial, para que verdade tremenda da justificação pela fé fosse a primeira a ser resgatada no meio desse corpo de doutrina todo, nessa época, e a partir daí, todas as outras importantes. Então irmão, que verdade tremenda. A história da igreja mostra a importância dessa verdade e por isso é importante conhecer a história da igreja. A própria história da igreja mostra a importância dessa verdade da justificação pela fé.

Hoje então nós vamos prosseguir um pouquinho nesse assunto e Domingo, talvez a gente encerre mais esse alicerce, e hoje eu gostaria com cuidado, devagar, comentar esses três textos que nós acabamos de ler juntos, por causa da importância desses versículos. E antes de entrar com mais detalhes na exegese - {(gé) sf (gr exégesis) Comentário, explicação de textos, especialmente se aplica à interpretação gramatical e histórica da Bíblia} - desses versículos, eu gostaria que os irmãos guardassem duas palavras na sua mente, para que os irmãos estejam pensando nela durante todo esse período do nosso partilhar, uma dupla de palavras que precisam ser vistas, lembradas, sempre que abordamos a verdade da justificação pela fé, para que elas sejam entendidas com clareza e nunca confundidas. A primeira palavra é ‘IMPUTAÇÃO”. E nós vamos ver o que significa essa palavra imputar, imputação. A segunda palavra é “INFUSÃO”.

Irmãos, na reunião anterior eu disse que o sistema católico romano, ele inverteu completamente o lugar dessas doutrinas. Ele colocou e coloca a santificação, claro, pelas obras, pelas obras, pela penitência, pela confissão, pela prática dos rituais exigidos pela religião, como então os meios pelos quais a pessoa vai se santificando, santificando, santificando até que talvez um dia, se ela puder em vida adquirir o que Deus então considera suficiente em vida, então ela é justificada no final da sua vida e passa direto dessa terra para o céu, sem entrar no purgatório. Mas se ela for se santificando, santificando, mas essa santificação não for suficiente, ela vai entrar no purgatório, onde essa alma vai ser então purgada, purificada, para que então ela possa ascender um dia ao céu. Essa é a doutrina do sistema católico romano. Justificação pelas obras. Pode começar nessa vida, continuar depois da morte, e terminar quem sabe no outro período. Então a santificação como caminho para a justificação. A Bíblia ensina o contrário. A Bíblia ensina que a justificação é pela fé, baseado exclusivamente no que o nosso Bendito Senhor fez naquela cruz, um sacrifício todo perfeito, todo suficiente, feito como diz o livro de Hebreus, “uma única vez”, uma vez por todas. Não carece ser repetido porque é plenamente eficaz. (1 Pedro 3:18 Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito,)( Hebreus 10:12 Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus,) Não é sangue de bode, não é sangue de touros, mas é o seu próprio sangue. Ele efetuou uma eterna redenção e então crendo, confiando, entregando-nos voluntária e deliberadamente a esse Salvador fora de nós, não é um Salvador dentro de nós, isso vem depois, primeiro é um Salvador fora de nós, objetivo, alguém que fez algo para nós, por nós, fora de nós. É muito importante os irmãos verem esse contexto da Justificação pela Fé assim. Justificação pela Fé não é algo feito em nós. Justificação pela Fé é algo feito em Cristo, que nós nos apropriamos como uma verdade confirmada, uma obra realizada na pessoa de Cristo, e então disponível a nós pela fé. Nós somos justificados pela fé, mas a base dessa justificação não está em nós. Nem mesmo é feita em nós, mas é feita em Cristo. Foi feita em Cristo. Estou colocando este contexto para que os irmãos entendam essa primeira palavra que eu abordei aqui: IMPUTAR. O que é imputação? Significa que você colocar algo sobre alguém. Esse é o sentido de imputar. Colocar algo sobre alguém, como uma cobertura. Isso é imputação. Isso significa Justificação.

Agora, nós vamos entrar com mais detalhes nisso para os irmãos compreenderem. Nós vamos ter um panorama primeiro desses dois conceitos. O que seria INFUSÃO? Infusão seria o ensino católico romano. A justiça de Deus ela deve estar sendo infundida, para dentro de nós, até que um dia então, vamos ser justificados, justificados por infusão. Essa justiça vai sendo infundida na medida em que nós vamos fazendo obras e praticando rituais religiosos. Então irmãos, há um contraste tremendo na nossa visão de Justificação, na visão Bíblica de Justificação. Um contraste tremendo entre Imputação e Infusão. Como nós fomos justificados? Por infusão de justiça em nós? Não. Definitivamente não. Irmãos. Quão importante é compreender isso, porque nós só podemos entender o processo depois da justificação que a Bíblia chama de santificação, se nós compreendermos bem esse conceito. A Santificação que vem depois da nossa Justificação, depois de termos crido em Cristo, depois de saber que pertencemos a Ele, que Ele é o nosso Salvador, Ele cumpriu a justiça de Deus por nós, então esse processo que a Bíblia chama de santificação, ele não é realizado para sermos aceitos por Deus. Ele é realizado porque já somos filhos de Deus e já fomos aceitos por Deus. E o que é que é santificação? Infusão de Justiça. Agora sim entra esse conceito. Os irmãos percebem o lugar adequado de cada um deles? Nunca confunda irmão: ser justificado pela fé diante de Deus, entrar em uma relação adequada com Deus, ser tornado filho de Deus, de tal forma que nenhuma condenação há para aqueles que pertencem a Ele. Isso não é uma questão de Deus infundir justiça dentro de nós. Isso é uma questão de Deus imputar justiça de Cristo a nós. Talvez a melhor maneira dos irmãos compreenderem seja com a visão da cobertura. Irmão. Se eu tenho uma Bíblia aqui, e eu coloco um lenço, um pano, um guardanapo em cima dessa Bíblia, a Bíblia, ainda é Bíblia.. A Bíblia não é guardanapo e nem o guardanapo é Bíblia. A Bíblia ainda é Bíblia. Só que ela está totalmente oculta e coberta pelo pano, pelo guardanapo. É isso que significa imputação. Mas infusão é diferente, é claro. Infundir significa colocar dentro. Então nós não somos justificados por infusão. Nós somos justificados por imputação de justiça. A Justiça de Cristo sobre nós. Como que Deus nos vê? Deus nos vê debaixo da cobertura da justiça de Cristo. Justiça perfeita. Justiça que ele cumpriu na sua vida humana. Não é apenas a justiça do verbo eterno, do Filho eterno, porque essa justiça é absolutamente perfeita, a justiça de Deus, mas é mais do que isso. É muito mais do que isso, porque essa justiça não poderia nos justificar. Os irmãos concordam? Essa justiça do Filho eterno, do Verbo eterno, só poderia nos condenar, mas a justiça de Deus em Cristo, quando esse Verbo eterno, esse Filho eterno se fez carne, viveu uma vida humana suportando tentações, provas humanas, tentado em todas as coisas à nossa semelhança, mas sem pecado, quando Ele cumpriu, passou pela sua vida humana, plenamente homem, com espírito humano, alma, sentimentos, pensamentos, vontade humana, corpo humano, provado em todas as coisas, cumprindo toda a justiça de Deus, aprovado por Deus, então esse representante homem, ele então é adequado para nos apresentar diante de Deus, como representado por ele. Irmãos. Isso, só Cristo poderia fazer, por ser é Deus. Ele não era apenas um homem representando o homem. Ele é Deus homem representando o homem diante de Deus. Então os irmãos entendem que não é a justiça do Filho eterno que nos justifica? Mas a Justiça que nos justifica é a justiça de Deus homem. O Filho eterno não nos justifica. Ele nos condena, porque a sua justiça é uma justiça límpida, plena. Não pode ter comunhão com o pecado. Nós somos justificados pelo Deus homem, que viveu uma vida humana, que cumpriu a justiça de Deus, perfeitamente, e que então, embora lá daquele monte da transfiguração Ele pudesse subir ao céu e terminar o assunto, porque Ele como homem, é um homem aprovado, não é? Ele já havia ouvido aquela voz de aprovação, antes do início do seu ministério: “Este é o Meu Filho amado. Nele, Eu tenho todo o meu prazer”. É um homem perfeito. Não é? Depois Ele viveu a sua vida humana passando por testes, por provas. Depois de ouvir essa voz foi levado para o deserto, pelo Espírito, para ser tentado pelo diabo. O diabo pessoalmente o tentando, o provando. Não foi assim? Então ele foi tentado, testado, provado, e aprovado, até que três anos depois uma nova voz, lá no Monte da Transfiguração: “Este é o Meu Filho, o Meu Eleito. A Ele ouvi”. A voz está endossando Ele de novo. “Ele é perfeito. Ele é o meu Filho. Eu não tenho mais uma mensagem através de Moisés, uma mensagem através de Elias, e uma mensagem através do Meu Filho. Mas este é o meu Filho, o meu Eleito. A Ele ouvi”. E a Bíblia então diz, que após essa voz dos céus, a figura de Moisés e Elias desapareceram. Então os irmãos vejam a justiça perfeita do Filho encarnado, na pessoa de Jesus. Então irmão, daquele Monte da Transfiguração, Ele podia ascender aos céus, teoricamente falando, como homem. Mas Ele não podia ascender aos céus porque Ele tinha algo para completar, para consumar. Mas algo que não tem haver com Ele mesmo, no que concerne então àquele sacrifício, aquele pecado, no que concerne a Ele como sacrifício pelo pecado. Ele tinha algo a consumar na cruz, que tem relação com a nossa redenção, porque por Ele mesmo, é claro, Ele não precisava passar pela morte. Então irmãos, Ele desce o monte da Transfiguração, caminha mais seis meses, e sobe ao Monte Calvário. E no Monte Calvário, o que acontece, é o que acabamos de ler em 2ª Coríntios, cap. 5: Aquele que não conheceu pecado, Ele – se referindo a Deus o Pai - o fez pecado por nós, para que Nele, nós, que somos pecadores, mais Nele porque Ele se fez pecado, sendo justo, nós somos pecadores Nele, somos feitos justiça de Deus. Então os irmãos estão vendo a substituição? Essa é uma sólida verdade bíblica, dentro da assunto da justificação pela fé. Como que nós somos justificados pela fé? Por causa da eficácia, do valor do sacrifício substitutivo de Cristo. Ele nos substituiu, assim como no Velho Testamento, o animalzinho substituiu o ofertante. Não é? O animal era oferecido no lugar do ofertante. O pecador era o ofertante. Não era o animal. Mas o animal é que era oferecido. Desde o Velho Testamento Deus foi trabalhando a verdade substituição. O homem só pode ser justificado pela substituição. Ele não pode fazer nada para se justificar. Ele precisa de um representante puro. Ele precisa de um representante justo, ele precisa de um representante aceitável a Deus. Um bode é aceitável? Um touro é aceitável? Um carneiro é aceitável? É claro que não irmão. Aquilo era Tipo, aquilo era Sombra. Quando o Senhor então se revelou, João Batista disse: Eis o Cordeiro. Agora, as sombras ficam atrás. Eis o Cordeiro, e então nós pudemos ser dignamente representados, perfeitamente representados. Irmão. Essa verdade é de uma compreensão necessária, fundamental. O que é que você faz quando você tem crise de consciência, se porventura tem lutado com isso? Não era para ter mais se você é um cristão, que já compreendeu a justificação. Mas alguns cristãos, as vezes, ainda tem crise de consciência, no que concerne à justificação, embora não devessem ter. Mas quando você tem, o que é que você faz? Para onde você corre? “Senhor me perdoe. Eu sou mesmo pecador. Eu vou tentar de novo. Vai dar certo agora, eu vou melhorar, eu vou fazer isso, eu vou fazer aquilo mais, eu vou ser dedicado, eu vou observar mais isso”. Quantos votos você faz para procurar acertar a sua relação com Deus? Você sabe que cada voto destes é uma ofensa a Deus? Você sabe irmão? Porque a única pessoa que acertou a nossa relação com Deus foi Cristo. Quando nós pecamos, o que nós fazemos é confessar o nosso pecado. Não é promessa de retidão futura. Não é promessa de acerto, de melhora. Mas é confessarmos os nosso pecados porque Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, para nos purificar de toda injustiça, e quanto mais clara a compreensão da graça, menos brincadeira com o pecado. Aqueles que brincam com o pecado, não compreenderam a graça. Nós falamos disso na reunião anterior. Algumas pessoas tentando fugir dessa verdade, elas pregam uma meia graça. Sabe o que é uma meia graça? É uma graça que dá uma meia justificação. Então você está meio justificado, mas olhe lá. Cuidado. Conforme o que você fizer, você cai da graça. Você cai da graça. Então você precisa rever os seus caminhos para você recuperar a graça. Mas isso não é graça. Se tem preço, não é graça. Graça é sem preço. Nós somos justificados absolutamente e perfeitamente pela graça em Cristo. Quando nós pecamos, nós confessamos os nossos pecados. Ele é não só justo mas fiel à aliança que Ele estabeleceu em Cristo para nos perdoar os pecados. Quanto mais profunda a nossa compreensão desse fato, mais agradáveis a Deus, de forma agradável a Deus, nós vivemos.

Então irmão, se você quiser saber de um cristão que compreendeu bem a verdade da Justificação pela Fé, veja como ele vive. Se ele vive de uma forma santa, agradável a Deus, servindo aos irmãos, com um bom testemunho, dos que são de fora, dos que são de dentro, como diz a palavra; se ele vive de uma forma agradável a Deus, ele compreendeu bem o tamanho do preço da sua justificação: o sangue de Cristo. Ele compreendeu bem o que custou para o Senhor Jesus lá na cruz dizer: “Deus meu, Deus meu. Por que me desamparaste?” Sabe qual que é a resposta para essa pergunta? Você sabe? Por causa do pecado. É a resposta a essa pergunta. Por que me desamparaste? Por causa do pecado. Por que Jesus tinha pecado? Qual foi o terceiro texto que nós lemos no início da reunião? 1ª João 3:5 Ele se manifestou para tirar os pecados e Nele - o que é que diz? –Nele, não existe pecado. Então Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por causa do pecado, porque Deus não desampara o justo, o santo. Ele desampara o pecador. Por que desamparou a Cristo? Porque aquele Cristo que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós. Irmãos, que coisa tremenda, não é? Que impacto que tem para nós a cruz quando nós vemos assim, não é? Que impacto que tem para nós o pecado quando nós vemos assim? O que é que vai significar para nós agora, tocar o pecado, brincar com o pecado, zombar do pecado? Vai ter um outro significado para nós, porque o pecado foi o que custou aquela separação no Calvário. : “Deus meu, Deus meu. Por que me desamparaste?” Por causa do pecado, meu e seu. Então irmão, quanto mais compreensão da graça, da justificação somente pela fé, mas de forma santa nós vivemos. Conseqüência. Mais dessa justiça é infundida em nós. Agora sim. Em nós. Essa justiça que já foi imputada, sobre nós. Então os irmãos devem ter muito cuidado na compreensão dessas coisas, porque nós temos irmãos uma consciência, e é por isso que esse tema da justificação pelas obras agrada tanto. Claro. Não podia ser diferente. Eu estou me referindo aqui, não só ao catolicismo romano. Estou me referindo ao protestantismo também, porque uma grande parte do protestantismo hoje prega uma meia graça que você pode, de alguma forma, cair da graça e que sua justificação é condicional. A doutrina, a linha chamada armeniana: a sua justificação é condicional. Cuidado com o que você faz com a sua justificação, porque você pode perdê-la. Você pode cair da graça. Quem prega isso não são os católicos, são os protestantes e de uma forma completamente avessa à revelação bíblica. A justificação é um ato de Deus, realizada em Cristo, de uma vez por todas, completado, “imexível”, irreversível. Essa é a verdade da palavra de Deus. Baseado nesse ato eterno, glorioso, santo, tremendo, profundo, perfeito é que nós somos santificados. Nunca vamos cair dessa posição que Deus nos colocou. Você não pode cair, se você mesmo não subiu. Você foi colocado nessa posição por Deus. Se você tivesse subido a escada, você poderia ter caído, não é? Mas não foi você quem subiu. Foi Ele quem desceu. E Ele desceu, o Verbo se fez carne, e nos colocou em uma posição da qual não podemos cair, porque a segurança dessa posição depende exclusivamente do que Ele fez, e não do que nós fazemos. Então irmãos, essa compreensão ela é inesgotável. Nunca nós vamos olhar a justificação pela fé, como alicerce do passado. Isso não existe irmão. Você pode ter uma gloriosa casa erguida em cima das bases, dos alicerces. O alicerce ninguém vê. Não é? Quando você passa e vê uma linda casa, você não fala assim: Que beleza de alicerce. Você não está nem ao menos vendo os alicerces. Você está vendo uma linda casa. Mas se esses alicerces tremerem, um pouquinho que seja, você vai ver uma casa em ruínas. Toda a glória dessa casa está sustentada pelo subterrâneo, pelos alicerces, e nós vamos mais longe nessa figura, mais longe do que a figura natural. A beleza dos alicerces se vê na glória da casa. A beleza dos alicerces se vê na glória da casa. Quanto mais glória há na casa, mas se vê nela, a glória dos alicerces. Há glória na casa por causa da glória dos alicerces. Os alicerces recebem sua glória na casa. Ele se mostram na casa. É assim que nós precisamos ver. Não existe coisas, alicerces que ficam para trás na vida cristã. “essa questão de justificação pela fé eu já estudei e já compreendi”. Isso é inesgotável, tanto quanto Cristo é inesgotável. A cruz é inesgotável; o valor do sangue é inesgotável. É um assunto para nós estarmos orando e estudando, orando e estudando, meditando, porque essa verdade vai crescer. De uma rolinha para um cordeirinho, para um carneiro, para um novilho. Grande novilho. A visão da justificação pela fé, ela vai crescendo, crescendo. São verdades tremendas. Deus nos justificou livre e incondicionalmente, soberanamente, pela sua vontade, escolheu os que quis, revelou-se a quem quis, quando quis e como quis. Colocou essas pessoas em união com Cristo, nos lugares celestiais, e ninguém as mudará de posição eternamente.

Irmão. Nós temos tendências a compreender essas verdades teoricamente. Isso faz muito mal para as nossas almas. Isso não é religião. Quando você toma esses assuntos e começa a meditar neles, meditar e a mastigar, e a roer aquilo, e a degustar aquilo, você vai ver que realmente a glória dos alicerces é refletida na casa. Você vai ver que o seu ser vai ganhando uma substância, uma segurança, um conteúdo que você nunca podia obter de outra forma. Então irmão, que importância nós estarmos mesmo rememorando, retomando, e o que nós estamos fazendo aqui, como temos falado. É só darmos umas pinceladas para que o apetite dos irmãos seja aguçado e você medite por você mesmo. Claro. Ore por você mesmo. Leia por você mesmo. Vá a fundo por você mesmo. Irmão. Deus não tem mais nada para dar a nós, além do que Ele já depositou na igreja. Não se iluda. Não se iluda. Deus não tem mais nenhuma revelação acessória; Deus não tem mais nenhum profeta especial; Deus não tem mais nenhuma nova unção, coisas que nós escutamos por aí hoje em dia. O que Ele tem para fazer em nós é usar a sua velha e antiga palavra, com uma novidade de poder e de vida, capaz de edificar os santos assim como edificou em todas as gerações. Lembra Paulo quando de despediu daqueles presbíteros de Éfeso lá em Mileto? Atos 20:32 Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor (mas não só ao Senhor) e à palavra da sua graça, (e ele continua assim) que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados. Edificar é dar herança a todos os que são santificados. Então, quanto mais profunda a nossa compreensão dessas verdades, mais nós revelamos a glória desses alicerces na casa. Mais solidamente.

Vamos olhar então de novo esses três textos e procurar compreender essas duas questões de imputação e infusão. Talvez seja bom nós darmos uma olhadinha, em Romanos cap. 3, só para nos ajudar um pouco mais nesse assunto. Nós vamos só começar hoje e Domingo prosseguimos. Romanos 3, a partir do verso 19. Preste bem atenção nesse contexto. Hoje eu só queria tirar uma ou duas palavras aqui e Domingo nós voltamos neste contexto para uma maior abertura. Romanos 3:19 Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus. A lei não foi dada por Deus para justificar ninguém, mas a lei foi dada para que se cale toda a boca, porque a lei diz assim: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração”. Você ama? “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Você é suficiente para isso? “Não cobiçarás”. Você nunca cobiçou nada na sua vida, nada, absolutamente nada? Então a Bíblia diz assim: a lei foi dada para os que vivem na lei. Qual o propósito? Para que eles fossem justificados pela lei? Para que se cale toda a boca. E todo o mundo seja culpável perante Deus. Irmão. Não é que Deus vem trazer culpa sobre o homem. Não. Isso não é de acordo com a natureza de Deus. Deus não vem trazer culpa sobre ninguém. A culpa está em nós por conseqüência: por causa de Deus ser quem é, e nós sermos quem somos. Nós somos culpados por natureza, porque a nossa natureza testifica de culpa, que nós temos culpa, que nós temos pecado, que nós não somos agradáveis a Deus. Por que é que Ele então deu a lei? Para que isso ficasse patente aos nossos olhos. Sabe irmão, que a lei mostra a seriedade do pecado? Primeiro veio o pecado. O homem pecou antes da lei. A lei foi dada por Moisés, e o homem pecou com Adão. Não é? Paulo desenvolve este argumento em Romanos. Primeiro veio o pecado, depois veio a lei, e depois veio o Evangelho. Nós podemos perguntar assim: Mas se a lei não ia justificar o homem, para que é que Deus deu a lei? Por que ele não passou direto do pecado para o Evangelho? Do pecado para a graça. Por que é que a lei está no meio? Tremenda questão, porque o pecado que vem primeiro, nos tornou tão absolutamente cegos, tão medonhamente cegos que nós somos capazes de olhar para nós e achar virtudes. Então Deus deu a lei para que nós usássemos esse binóculo chamado lei, e olhássemos para nós e víssemos assim: não há virtude. Paulo diz assim: pela lei vem - não a salvação, não a justificação- pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Está vendo? É como um binóculo. Antes a gente estava olhando o pecado de longe. Nosso pecado estava longe, até difícil de ver até, difícil de achar, mas quando Deus deu a Lei, Ele deu binóculos. Aí você vê bem de perto. “Não cobiçarás”. Aí você vê o pecado. Cobiça. Nós cobiçamos tudo. “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração”. De novo você vê o pecado. Não ama a Deus. Eu só amo a mim mesmo, com um amor egoísta, um amor maligno, um amor invejoso, ciumento, possessivo, depravado, terrível. De modo algum isso é amor. Não é? Nós só vemos isso por cauda da lei. O Espírito Santo usa a lei para então revelar o nosso pecado. Não é para trazer pecado para nós. Nós já temos. E nem para trazer culpa para nós, pois nós já somos culpados. É para revelar, porque o pecado nos tornou tão miseravelmente cegos que nós não vemos. Jeremias 17:9 Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; (e o Senhor pergunta) quem o conhecerá? Será que eu e você somos capazes, suficientes, para conhecer o nosso coração? A Bíblia diz não. Então Deus deu a lei. Pela lei, vem o pleno conhecimento do pecado. Isso é um argumento sólido na epístola aos Romanos. Vocês estão vendo aqui, mais uma vez o apóstolo Paulo dizer isso e ele vai falar no verso 20. Romanos 3:20 visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Esse era o Lutero, por exemplo, tentando lá angustiadamente se justificar. Em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. E agora olhe o verso 21 e comece a ver esse conceito da imputação e não da infusão. Uma palavrinha aqui que é muito especial para mostrar essa imputação para nós. Vamos chegar nela aqui já, já. 21 Mas agora (antes era a lei trazendo visão do pecado. A lei não justifica), sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; O Senhor Jesus não veio trazer uma lei. Irmão aqui nós somos ajudados, de novo, porque existem correntes evangélicas aí que não vem nada mais no Evangelho do que uma lei melhorada, uma lei que vai nos condenar mais ainda do que a outra lei, porque se a outra lei diz: “Não matarás” a lei, entre aspas, que o Senhor Jesus pronunciou diz assim: “Aquele que tiver ira contra o seu irmão, já o assassinou, já o matou”. Se aquela lei antiga lá do passado dizia “não adulterarás” e aqueles anciãos, aqueles rabinos reduziram isso apenas a uma questão externa embora nunca foi isso que houve no coração do Senhor, porque a lei é espiritual, mas eles reduziram a lei ao natural, então adulterar para eles era adulterar mesmo, ter um ato físico de adultério. O Senhor Jesus tomou aquela lei e falou assim: Na lei está escrito, não adulterarás, mas Eu vos digo, “qualquer que tiver impureza no coração, já adulterou”. Então irmão se aquela lei já era impossível, a lei do Senhor Jesus é completamente ilógica para nós. completamente inadequada para pessoas como nós. Só Cristo pode cumprir essa lei. Então a Bíblia diz assim: 21 Mas agora, sem lei. Porque Ele não veio trazer um novo caminho de lei, lei mais alta, lei aprimorada. Não. É sem lei. Aquilo que Ele pronunciou no Sermão no Monte é lei? Não. O que ele pronunciou no Sermão no Monte é graça. Só Ele pode viver daquele jeito. Só Ele tem aquele tipo de vida. Então aquilo é graça na pessoa Dele. Se nós podemos, se nós devemos viver aquele tipo de vida, só tem uma maneira. Só uma. Nós temos que estar Nele, e Ele tem que estar em nós. Por que é que Paulo lá em Gálatas diz assim: Gálatas 2:20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; Só tem uma maneira de viver aquela vida. Dessa maneira. Então Ele não vem trazer lei. Ele veio trazer graça. Só que Ele mostrou que esse tipo de vida da graça, ela é tão tremendo, tão inalcançável, que nós só podemos obter Nele. Primeiro nós temos que ser colocados Nele, em união com Ele, e Ele então colocado em nós, pelo Seu Espírito, para que possamos viver esse nível de vida cristã, o que Paulo chama de andar no Espírito (Gálatas 5:16 Digo, porém: andai no Espírito) (Gálatas 5:25 Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.) Andar no Espírito. Vamos lá, continuando. Romanos 3:21 Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus. Os irmãos imaginem então o quanto que essa expressão era atrativa para Lutero? Ele dizia que ele tinha ódio nas suas palavras. Ele tinha ódio dessa expressão: Justiça de Deus, porque, como eu já disse, ele contemplava um Deus que era justíssimo, santíssimo, que queria ter relacionamento com o homem – porque Ele criou o homem para ter relacionamento com ele, não para brincar com o homem - Ele criou o homem para relacionar com o homem, mas Ele é um Deus santíssimo, nas palavras Dele, justíssimo, que quer ter um relacionamento com o homem, mas que não providenciou os meios para esse relacionamento, porque ele já tinha tentado todos eles, e quanto mais ele tentava, pior ele se sentia. Ele tinha ódio dessa expressão Justiça de Deus, justiça que pune, justiça que condena, justiça que expulsa. Mas agora ele compreendeu: Justiça de Deus, segundo a revelação de Romanos, é aquela justiça que justifica pecadores indignos. É uma justiça revelada em Cristo. A Justiça que pune pecadores, ainda será manifestada, quando da segunda vinda do Senhor. Os homens comparecerão diante Dele e serão julgados por Ele, um a um, conforme o fato de terem crido no Filho, ou não crido no Filho. Quem crê no Filho tem a vida, e quem não crê no Filho, não tem a vida. É simples. Os homens serão julgados assim, quando Ele vier. Mas quando da sua primeira vinda, Ele mesmo disse: Eu não vim para julgar o mundo, Eu vim para salvá-lo. Não é? Então Lutero compreendeu isso, e esse foi o júbilo do seu coração. É o que Paulo diz. A justiça de Deus, que justiça? A justiça que pune pecadores, a justiça que vinga o pecado do homem. Aqui não fala nada disso. Aqui diz: Justiça de Deus, mediante a Fé em Jesus Cristo - olhe agora essa expressão, duas preposições importantes aqui - para todos. E depois sobre todos.

Seria um erro tremendo, dentro da visão de outros textos, da coerência bíblica se isso tivesse escrito aqui isso seria uma tremenda incoerência escriturística, porque a justiça da justificação não é uma justiça em nós. Não. A justiça da justificação, é uma justiça sobre nós, porque não é justiça nossa. É de Cristo. Não é uma justiça infundida. É justiça imputada. Então justiça de Deus, mediante a fé, para todos e sobre todos os que crêem. Sobre então é muito importante aí, porque não há distinção, porque todos pecaram e carecem da glória de Deus. Tremendo texto. Une a justificação à glória. Os irmãos estão vendo a questão da casa que eu coloquei aqui? Estão vendo? Justificação – alicerce. Glória - edificação. O texto está unindo as duas coisas. Justificação pela fé, porque nós pecamos e carecemos da glória de Deus. Então a justificação nos trás de volta para a glória de Deus. A justificação nos trás de volta para a expressão de Deus. É o que significa glória. A justificação nos trás de novo numa posição na qual nós podemos expressar Deus, manifestar Deus. Glória de Deus. Todos pecaram e carecem de glória. Aí o verso 24 volta na justificação. Muito interessante e sugestivo os irmãos verem a palavrinha, a expressão glória de Deus entre duas menções da justificação, no verso 22 e no verso 24. Romanos 3:24 sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. Gratuitamente. Por sua graça. Qual a base da justificação? Aquele alicerce anterior que nós estudamos que é a Expiação. Aqui diz mediante, através. Por que é que nós podemos ser justificados? Porque o Senhor Jesus na cruz realizou redenção, ou expiação. A Expiação, a Redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs no seu sangue como propiciação, ou Expiação. É o mesmo sentido. Já falamos dessas duas palavras. Expiar ou propiciar é exatamente a mesma coisa. O Senhor Jesus é propiciação, é expiação e por isso nós somos justificados. Terceiro e quarto alicerce que nós temos partilhado. Romanos 3:24 sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. ........... mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; Quando anteriormente cometidos? No tempo da lei. Irmão, como que Moisés, Arão, os filhos de Arão, o povo de Israel, etc, Isaías, Jeremias, os homens e mulheres de Deus no Velho Testamento, como que eles foram salvos se Cristo não havia se encarnado ainda? Baseado em que sangue que eles foram perdoados? Sangue de bode? Sangue de touro? Baseado em qual sangue que eles obtiveram perdão de pecado? Ou eles não obtiveram? O que é que os irmãos acham? Quando o Senhor Jesus voltar, quando Ele se reunir nas bodas do Cordeiro, aqueles que são Dele, na Nova Jerusalém, onde vão estar esses santos do passado? Eles estão salvo, eles estão perdoados, eles estão purificados? Claro que sim, não é? Mas, baseado no quê? Eles só tinham bodes naquela época. Só carneiro, só, só touros. Baseado em qual sangue? No sangue de Cristo. Por que? Porque o sangue de Cristo tem eficácia fora do tempo, porque é o sangue do Deus homem. Quando João teve aquela visão no Apocalipse ele disse: Eu vi – mais de sessenta anos depois, do Senhor Jesus já ter ressuscitado e ascendido aos céus, sessenta anos de história, mais ou menos já haviam se passado, e João quando tem aquela visão em Patmos, ele diz: “eu vi um cordeiro como que recentemente imolado”. Recentemente imolado. Sessenta anos haviam se passado, porque João viu aquele valor, frescor eterno, absoluto aos olhos de Deus. Então os santos do Velho Testamento foram justificados em Cristo. Eles foram como que guardados para essa justificação que se revelaria em Cristo. Deus, como diz o texto aí, deixou impune. Que lindo versículo, irmão, porque não está dizendo que puniu no cordeiro, puniu no touro, puniu no animal de qualquer espécie. Não. Aquilo era só uma sombra, um tipo. Deixou impune, deixou em suspenso. Se o Senhor Jesus não tivesse encarnado, se Ele não tivesse morrido, se Ele não tivesse ressuscitado, se Deus não tivesse considerado o sacrifício desse homem-Deus, perfeito, os santos do Velho Testamento estariam perdidos, e nós também. Mas porque Deus considerou o sangue desse homem-Deus, perfeito, os santos do Velho Testamento foram justificados e os do Novo Testamento também. Todos baseados no mesmo sangue. É isso que esse texto está dizendo. O que é que o irmão acha disso? É claro que quando Martinho Lutero viu isso, os seus olhos se arregalaram, e ele então pregou por toda a sua vida, tremenda verdade – Justificação somente pela graça, por meio da Fé, em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem. Não há distinção. Todos pecaram e carecem da glória de Deus. Que mensagem!! Que segurança. É baseado nessa segurança que nós temos certeza, que nós temos alegria, que nós temos gozo da salvação. Então, não confunda essas duas palavras. Nunca tente responder ao inimigo, baseado em qualquer outra arma, que não seja essa.

....com novos votos, quem sabe procurando méritos, quem sabe olhando o passado – mas eu fiz – quem sabe transferindo pecados? Mas aconteceu por causa desse, por causa daquele, por causa da circunstância, aquela pessoa, aquela dificuldade. Nada disso. Essas armas são alfinetes. Não tem valor de ferir o inimigo. Nós só podemos responder ao acusador, baseado no sangue. Lembra lá em Apocalipse 12? Fala dos vencedores de Cristo ali? Lá diz que eles venceram o acusador, aquele mesmo que os acusa de dia e de noite, diante de Deus. Eles o venceram, diz a palavra, por causa do sangue do Cordeiro, em primeiro lugar. Em segundo, por causa da palavra do testemunho que deram. Qual o testemunho que eles deram? Da eficácia do sangue. Da plena redenção de Cristo. Da suficiência do sacrifício de Cristo para Deus. Não é fazendo votos de melhoria. Não é confiando no seu arrependimento. Não é confiando na sua confissão de pecado. O irmão consegue separar isso na sua experiência? Quando você peca e é convencido pelo Espírito Santo de pecado, confessa a Deus o seu pecado, no que é que você confia? Você confia na sua confissão? E acha que foi perdoado por causa da sua confissão. Você confia no seu arrependimento? E acha que foi perdoado por causa do seu arrependimento? Todas as duas bases são areia movediça. Você não foi perdoado porque se arrependeu e nem foi perdoado porque confessou. Você foi perdoado por causa da eficácia do sangue eterno, e todas as vezes que você confessar pecado ao Senhor, saiba que você se aproxima e tem ousadia por causa desse sangue, porque esse sangue foi derramado em dado momento da história, mas é um sangue que tem eficácia supra histórica, eterna, fora do tempo. É um sangue eterno.

Irmão. Entenda você da maneira como quiser, para o seu próprio problema diante de Deus do que eu vou falar aqui, ma seu preciso te dizer. Todos os pecados que você ainda não cometeu, já estão perdoados. Se você quiser sair hoje pecando de todas as formas possíveis e imaginárias, pode sair. Você vai responder diante de Deus por cada uma dessas situações, mas se porventura, você realmente creu no Senhor Jesus, você está justificado, mas, se a tua visão da justificação é clara e segura você nunca vai viver dessa maneira. Conclusão: se você vive dessa maneira, talvez você nunca tenha compreendido a justificação. Então a sua alma está em perigo. Se você vive brincando com o pecado, sua alma está em perigo, porque você pode não ter compreendido a justificação pela fé. E esse é um assunto decisivo. Se você não compreendeu a Justificação pela Fé, não recebeu a Cristo como seu Salvador, não creu Nele, não viu que a sua salvação está fora de você, está no sacrifício que Ele fez, se essa graça não tem ganho você, então a sua alma está em perigo. Perigo eterno. Entre o céu e o inferno. E essa questão tem que ser decida hoje, agora. Não é assunto para amanhã. É assunto para agora. Você está justificado? Você crê na eficácia eterna do sangue? Você sabe que o seu Salvador está fora de você: é Cristo Jesus, o Deus homem? Que aquele sangue que Ele derramou na cruz foi suficiente para satisfazer a Deus, e Deus ressuscitou a Cristo para a sua justificação? Que basta que você entregue a sua vida, confiadamente a Ele, você está salvo por Ele mesmo? Então irmão, reveja a sua experiência no tocante a essa verdade, para que você não tenha apenas um ensino intelectual nessa noite, mas para que você tenha um confronto com a verdade de Deus para segurança da sua própria alma. Amém. Vamos orar.

Ó Pai. Nos ajuda Senhor, mais uma vez reconsiderarmos esse assunto da justificação pela Fé, nos nossos corações, com toda a sinceridade e verdade diante de Ti Senhor. Nós queremos aqui como igreja, interceder uns pelos outros, para que o Senhor pela tua graça, o Senhor possa clarear para nós essa verdade como ela é, límpida e maravilhosa, e possa conceder aos nossos corações aquela certeza, profunda, serena, tranqüila, santa certeza, de que nós fomos justificados pelo sangue precioso do Senhor Jesus, e Senhor, que essa certeza reflita em nossas vidas com os frutos da justificação. Que as obras que o Senhor preparou para que nós andássemos nelas, antes da fundação do mundo, obras da fé, sejam vistas na nossa vida. Nós pedimos ao Senhor que possa evidenciar, de uma forma cada vez mais clara, o poder dessa justificação do Senhor sobre as nossas vidas. Ajuda-nos Senhor. Ajuda-nos a ver hoje, pela tua bondade, com mais clareza esse assunto. Convence Senhor, os nossos corações, individualmente aqui, cada um de nós. Choca-nos Senhor, mais uma vez com essa verdade. Confronta-nos. Não nos permita descansar Senhor, enquanto não tivermos aquela plena certeza, confiança e descanso, no nosso Salvador, o Senhor Jesus. Nós te pedimos Pai, em nome do Senhor Jesus. Amém.

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