02 outubro, 2008

JESUS CRISTO O MELHOR DETUDO (PARTE II).

0 melhor de tudo é crer em Cristo" (Luís de Camões)
Neste segundo mês em que tratamos a temática central do cristianismo, Jesus Cristo, abordamos a historicidade dos relatos bíblicos. Simultaneamente iremos ver Cristo como a revelação pessoal de Deus.
RAZÃO E CORAÇÃO DE MÃOS DADAS COM A REVELAÇÃO NA HISTÓRIA DE JESUS
HISTORICIDADE DOS RELATOS BÍBLICOS
Como cristãos evangélicos aceitamos a fidedignidade histórica dos registos a respeito da pessoa de Jesus que encontramos nos Evangelhos. Existem hoje em dia muitos tratados que nos mostram as evidências, tanto internas como externas, acerca dos registos bíblicos. Para quem quer efectivamente certificar-se acerca da validade dos textos que nos são apresentados, temos hoje uma vasta bibliografia. Mas também não é menos certo de que, quem não aceitar a singeleza da afirmação dos escritores bíblicos hoje em dia, pode atolar-se em mil e uma opiniões e querelas que são alimentadas e alimentam o cepticismo. No fim, cada um encontra o que anda à procura.
Eu já decidi que fico com o Jesus da Bíblia toda, que é o Jesus da História. Até porque tirar Jesus à Bíblia é ficar sem Bíblia. Tirar Jesus à História é ficar sem Jesus e, pior do que isso, é ficar sem esperança em relação à História.
Evidências Internas Para este trabalho interessa-nos sobretudo salientar o testemunho interno dos documentos bíblicos. Cada um pode assumir a posição que muito bem entender perante este assunto central relativamente ao nosso conhecimento acerca de Jesus. De uma coisa nós temos a certeza, Deus sabe o que move o coração do homem quando ele rejeita as evidências contidas nos relatos que os escritores bíblicos nos deixaram. Se essas pessoas fossem em tudo coerentes com a posição assumida relativamente aos Evangelhos, viveriam num autêntico inferno de constante dúvida a respeito de tudo e de todos.
O conhecimento que nos é dado é, para alguns, um conhecimento em primeira -mão, porque eles mesmos foram testemunhas oculares dos acontecimentos. Para outros é um conhecimento obtido a partir do testemunho daqueles que os presenciaram e deles participaram. Em qualquer um dos casos, é sempre um testemunho em que avulta a inspiração do Espírito Santo que dá garantia da fidelidade do que nos é relatado.
Lucas, o terceiro evangelho, é disso um notável exemplo: "Visto que muitos têm empreendido fazer uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, segundo no-los transmitiram os que desde o princípio foram testemunhas oculares e ministros da palavra, também a mim, depois de haver investigado tudo cuidadosamente desde o começo, pareceu-me bem, ó excelentíssimo Teófilo, escrever-te uma narração em ordem, para que conheças plenamente a verdade das coisas em que foste instruído." (Lucas 1:1-4). Este texto é riquíssimo na exposição metodológica que nos faz acerca dos cuidados tidos na recolha da informação e na forma como ela foi tratada.
Para quem não quer aceitar a identidade divina dei Cristo, certamente que existirão sempre argumentos algum mão de semear, para brandir contra a veracidade dos relatos, mas não é necessário ser crédulo ou cego parai acolher as narrativas dos evangelhos. Consideramos! que a informação é suficientemente fidedigna para que nela possamos depositar a nossa confiança.
Não admitir a credibilidade de todos os textos! Neo testamentários, é colocar uma premissa que inviabiliza uma parte substancial do nosso conhecimento histórico a respeito do que quer que seja.
Não cremos contra a razão mas a favor dela. A razão! é levada a crer. Mantemos o nosso princípio de uma fel que pensa e de uma razão que crê. Razão e coração dei mãos dadas com a revelação na História de Jesus, que sei prolonga pela nossa própria história pessoal Ele, pois Ele e para Ele. Nas epístolas encontramos um outro testemunho! digno de nota que nos é dado pelo apóstolo Pedro, e que corrobora tudo o que descobrimos nos demais escritos! Encontramos uma notável harmonia el coerência em todos os Evangelhos apensa Sãs de termos três escritores distintos, com um único propósito, mas escrevendo par» um público claramente distinto. "Porque não seguimos fábulas engenhosas quando vos fizemos conhecer o poder e a vinda do nosso Senhor Jesus Cristo, pois nós fôramos» testemunhas oculares da sua majestade. Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando pela Glória Magnífica lhe foi dirigida a seguinte voz: Esta é o meu Filho amado, em quem me comprazo; e assim voz, dirigida do céu, ouvimo-la nós mesmos, estando com ele no monte santo. E temos ainda mais firme À palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos! como a uma candeia que alumia em lugar escuro, a:. que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossa corações; sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo. (2 Pedro 1:16-21).
Atentemos ainda no que o apóstolo João declara na sua primeira carta: "O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida (pois a vida foi manifestada, e nós a temos visto, e dela testificamos, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e a nós foi manifestada); sim, o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que vós também tenhais comunhão connosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos escrevemos, para que o nosso gozo seja completo. E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e nele não há trevas nenhumas." (1 João 1:1-5).
Parece que o discípulo amado está a escrever para a nossa geração, com toda a sua carga de exigência de evidências científicas. Os termos usados são extremamente fortes e manifestam a constatação dos factos de forma pessoal, directa e objectiva.
Verdade registada
A Bíblia assegura-nos que diz a verdade. Muitos dos escritores pagaram com a própria vida a verdade de que falaram e escreveram. Não se tornaram famosos, estrelas de cinema, milionários, aclamados, rodeados de mordomias, investidos de poder económico e político, isentos de problemas e dificuldades. Antes bem pelo contrário. Foram perseguidos, maltratados, rejeitados, torturados e muitos enfrentaram a própria morte. Desta forma deram-nos uma das maiores evidências acerca do que testemunharam.
Experiência pessoal
Finalmente a experiência decorrente da aceitação de Jesus convicção acerca da verdade histórica relatada, porque o que aconteceu é o que acontece.
Com Jesus inicia-se uma nova vida. Quem tem um encontro pessoal com Jesus, quem passa pela experiência do novo nascimento, quem conhece a Cristo de forma pessoal, sabe em quem crê e está disposto a dar a própria vida pelo que acredita. Não mata, está disposto a morrer. Trata-se não de intolerância, mas de certeza.
A verdade objectiva dos factos históricos entrelaça-se com a verdade subjectiva da experiência pessoal e da verdade objectiva dos resultados vividos aqui e agora, para lá da esperança única que nos anima a caminho da glória eterna.
REVELAÇÃO PESSOAL DE DEUS
É Jesus que nos revela pessoalmente Deus o Pai. Sei de certeza absoluta que Deus existe por causa d'Ele. Diante da Sua pessoa não tenho dúvida alguma de que Deus existe. É Ele que me mostra o rosto do Pai. É por Ele que sei quem Deus é e o que Deus quer. "Ninguém jamais viu a Deus: o Deus unigénito, que está no seio do Pai, é quem o revelou." (João 1:18).
A Bíblia é clara sobre a inacessibilidade de Deus aos sentidos humanos, conforme Paulo escreve ao seu discípulo Timóteo: "o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amem." (1 Timóteo 6:16). E como o próprio Deus declarou a Moisés no Antigo Testamento, quando este pediu para ver a Sua glória: "Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá." (Êxodo 33:20). Aquele que não podemos ver, Aquele que é invisível para a nossa presente condição pecaminosa, Aquele que nos foi encoberto e oculto por causa do nosso pecado, esse tornou-se visível, palpável para nós em Jesus Cristo. Olho para Jesus e vejo Deus. Ouço Jesus Cristo e ouço Deus. Sigo a Jesus Cristo e sigo a Deus. Obedeço a Jesus Cristo e obedeço a Deus. Amo a Jesus Cristo e amo a Deus. Adoro a Jesus Cristo e adoro a Deus. Através de Jesus Cristo chego ao Pai e tenho o Espírito Santo habitando em mim.
Sabemos quem Deus é quando conhecemos a Jesus Cristo, Ele nos revela de forma tangível a Sua pessoa: "E o Verbo se fez carne, e habitou ente nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigénito do Pai." (João 1:14). A santidade de Deus vê-se em Jesus Cristo. O amor de Deus sente-se em Jesus Cristo. A justiça de Deus mostra-se em Jesus Cristo. O perdão de Deus recebe-se em Jesus Cristo.
Este texto da Escritura é chave para entendermos a dimensão de Jesus Cristo entre nós. Deus vem ao nosso encontro. Não somos nós que procuramos a Deus quando O tentamos fabricar com a nossa imaginação.
Ele é muito maior do que podemos intuir por nos mesmos, apesar de termos dentro de nós essa fome sede do divino, do nosso Autor, do nosso Criador.
Em Jesus nós temos Deus e podemos ver a S glória, bem como podemos ser atingidos e usufruir Sua graça e da Sua verdade. A graça emana de Jesus Não temos que conquistar nem merecer. A verdade o próprio Senhor Jesus Cristo. Não perseguimos u: verdade ideológica e filosófica, nem moral ou ética, m uma Pessoa. Nela temos a verdade de toda a existência de toda a História, de todo o Universo, da eternidade - a verdade absoluta, imutável e universal. Em meio a todo o ruído religioso foquem a nossa atenção em Jesus, deixemos que domine a nossa razão e o nosso coração. N é possível conhecer a verdade sem conhecei o seu Autor, particularmente no que diz respeito a nós porque fomos criados à Sua imagem e semelhança.
Podemos saber muito de nós mesmos por nós mesmos, mas nunca atingiremos d âmago na sua essência e desígnio sem conhecermos d Criador. Jesus é a verdade!
Deus sempre se deu a conhecer à humanidade, mais agora Ele o faz de forma pessoal e directa: "Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos diante nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exacta do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra de seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles." (Hebreus 1:1-4). E
Autor do Artigo;
Samuel R. Pinheiro

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