17 junho, 2008

PERGUNTA Nº 97

Como hei-de explicar a existência de Deus a um ateu que não aceita a Bíblia, não reconhece Jesus Cristo; aliás, não acredita em nada nem ninguém? (jovem nortenha)


RESPOSTA

Se ele não acredita em nada nem ninguém, será muito difícil, ou impossível, explicar-lhe coisa alguma, por mais plausíveis que sejam os nossos argumentos. Em face do seu cepticismo, quase absoluto, também poderíamos dizer-lhe que estávamos no mesmo direito de não acreditarmos nele, na sua dúvida ou incredulidade. E assim, nessa base de situação limite, não haveria qualquer tipo de diálogo, pois a confiança mútua atingiria praticamente o nível zero!
Há, porém, três grandes princípios que deverão ser considerados, e que eu gostaria de mencionar, quando se pretende ajudar alguém a compreender as verdades fundamentais acerca da existência de Deus. Primeiro, a existência da Bíblia nos nossos dias; segundo, a passagem de Jesus Cristo pela Terra há quase dois mil anos; terceiro, os argumentos filosóficos de Aristóteles, Anselmo e Tomás de Aquino.
Comecemos pela Bíblia. Se a pessoa em causa tenciona apresentar os seus argumentos negativos como válidos, até se provar que estão errados, terá de admitir também que nós apresentemos a Bíblia como válida, enquanto não se provar que ela está errada!
A Bíblia existe há tantos séculos que já houve tempo, mais do que suficiente, para provar a sua falsidade, ou não autenticidade. Todavia, isso ainda não aconteceu. Quanto aos livros mais modernos, ou argumentos de última hora, que contrariam o Livro Sagrado, os mesmos não resistirão a uma análise profunda.
Nós, os cristãos, temos, pelo menos, tanto direito de defender a Bíblia como os outros têm de a atacar. E já agora uma pergunta oportuna: Haverá alguma razão plausível para eu acreditar mais nos opositores da Bíblia do que na própria Bíblia? Ainda para mais, sabendo que os seus opositores usam, por vezes, argumentos já ultrapassados, enquanto a Bíblia está cada vez mais actualizada em face das suas milenares profecias que vão cumprindo-se! Via de regra, os maiores opositores da Bíblia são aqueles que nunca a leram, o que constitui um enorme paradoxo.
A Bíblia possui um valor incalculável. É digna de confiança, não se podendo comparar com os outros livros considerados sagrados de outras religiões, ou com os livros de Homero. A Mitologia Grega poderá estar na moda e até a “Odisseia” substituir os filmes bíblicos na TV por altura da Páscoa (como aconteceu na Páscoa de 1999) mas não passa de Mitologia!
A Arqueologia tem desenterrado as cidades mencionadas na Bíblia, enquanto as cidades de Homero não aparecem, por muito boa vontade que haja e por mais pesquisas que se efectuem. Enquanto Homero menciona personagens mitológicos, cidades hipotéticas e deuses que nunca existiram, a Bíblia fala de personagens reais, cidades existentes, situações que tiveram lugar e de um Deus real, que sempre existiu e que fez acontecer algo fora do normal e natural, comprovado historicamente. Como já escrevi várias vezes, a Bíblia distingue-se dos livros sagrados pela ausência de absurdos, dos históricos por conter apenas a verdade e dos científicos por estar cada vez mais actualizada.
Podemos ainda perguntar ao pretenso ateu o que pensa de Jesus Cristo. Se ele disser que nunca existiu, dir-lhe-emos que não poderá estudar História Universal (porque para ele seria tudo mentira) nem História de Portugal. Se não acredita na existência de Jesus, muito menos acreditará em D. Afonso Henriques porque há muito mais documentos a falar do Príncipe da Vida do que do primeiro rei de Portugal.
Se ele disser que Jesus foi apenas um homem, poderemos perguntar-lhe como foi que conseguiu curar os enfermos, ressuscitar os mortos e ressuscitar Ele mesmo. E Se Jesus era sincero, bom e honesto, teremos de aceitar que Ele era a Pessoa que disse ser.
Naturalmente que estas duas áreas aqui abordadas, ou seja a Bíblia e Jesus Cristo, poderão ser muito mais desenvolvidas para tentar ajudar o pretenso ateu. Todavia, ainda poderemos usar uma terceira via, a filosófica, embora somente num primeiro contacto ou primeira abordagem.
Aristóteles acreditava que, para a existência e funcionamento do mundo havia uma Causa Prima que era o Motor Imovido de todas as coisas (1). Também Herbert Spencer afirmou. “Entre os mistérios que mais enigmáticos se tornam à medida que neles pensamos, persistirá a única certeza absoluta - estarmos sempre na presença de um Poder Infinito de que procedem todas as coisas” (1).
Alfred Montapert afirmou: “O Universo está centrado em Deus. O seu cuidado infinito está demonstrado no esquema causa - efeito, acção - reacção, que faz parte intrínseca do universo. A Natureza não é mais do que o de um efeito cuja causa é Deus” (1).
Na sua obra “Proslogion”, Anselmo expõe a prova da existência de Deus designada por ontológica: Deus é o maior que se pode conceber. Este Ser infinitamente grande não pode estar na inteligência, isto é, não pode simplesmente ser concebido e pensado. Se assim fosse caberia pensar noutro ser tão grande como Ele. Anselmo descreve Deus como “Aquilo que é maior do que qualquer coisa que se pode pensar” (1).
Naturalmente que Deus não pretende desligar a mente a todos aqueles que queiram acreditar nEle. Por isso podemos e devemos usar a Razão para explicar tudo o que seja bom, e não somente as coisas físicas e materiais.
Tomás de Aquino apresentou cinco provas da existência de Deus. São elas:
Primeira Prova (Cosmológica ou do movimento): Tudo o que se move tem algo que o mova, que o impulsione. Este primeiro motor não movido por nenhum outro é Deus. O princípio apontado por Aquino é quase o mesmo de Aristóteles, só que este pressupunha a existência de um Deus diferente do Deus dos cristãos.
Segunda Prova (Pela casualidade): Tudo o que existe tem necessariamente uma causa. Na série de causas há que reconhecer uma causa primeira, simultaneamente incausada e explicativa de todas as outras causas - é Deus.
Terceira Prova (pela relação entre o possível e o necessário): Os seres existentes não têm em si mesmos a razão da sua existência. É outro ser que lhes confere essa existência e necessidade. Esse outro Ser terá que ser necessário por Si mesmo - é Deus.
Quarta Prova (Pelos graus de perfeição): A perfeição neste mundo é relativa. O absoluto de perfeição está para além das coisas existentes e é causa da perfeição que as coisas parcelarmente manifestam. Deus é a Suma Perfeição.
Quinta Prova (Pelo governo do mundo): Todas as coisas, embora privadas de autonomia, estão orientadas para esse fim. Essa orientação é-lhes imprimida por um Ser dotado de inteligência absoluta, organizador da ordem do mundo - esse Ser é Deus (1).
Isto são apenas argumentos para explicar a existência de Deus. Porém, para se passar à fase de evangelização são necessárias mais explicações bíblicas. Principalmente, apresentar o amor de Deus consubstanciado no oferecimento do Seu Filho para morrer em nosso lugar na cruz do calvário, pagando todos os nossos pecados, erros e culpas e proporcionando-nos o acesso a Deus e o Céu.
Numa primeira análise podemos utilizar diversos argumentos, mas depois teremos de voltar à Bíblia, a Palavra de Deus e apresentar Jesus Cristo como o nosso único e suficiente Salvador
.
- Ver “Acima de Teorias e Profecias” do mesmo autor

Autor do texto bíblico

Agostinho Soares

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa noite Pedro Aurelio!

Que nesta semana...
Duas portas possam abrir para você:
A do SABER e a do AMOR.
O SABER compreende a vida, a
segurança em seus caminhos.
O AMOR coloca você em estado
De alegria pura.
Por ser uma semente divina,
Multiplica-se em seu coração.
Tudo é possível
Todos os sonhos...
Toda a existência...
Todos os desafios...
Tenha fé !!!

Que sua semana seja magnifica.
Beijokas no seu lindo ♥

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