07 junho, 2008

Pergunta nº 71 (Novas de Alegria)

Ao guardar o sábado, como Deus ordenou no Antigo Testamento, os adventistas estarão numa posição melhor que os cristãos?
Resposta:

Depende do valor que derem a Jesus Cristo, o verdadeiro Salvador. Como sabemos, não há ninguém salvo sam o Salvador. A Lei de Deus, dada ao povo de Israel, não salvou ninguém, mas apenas serviu para as pessoas se reconhecerem como pecadores e necessitados de um Salvador.


Estarão os adventistas dependentes de Jesus e da salvação? Estarão eles debaixo da Graça ou a tentar cumprir a Lei? A Lei foi dada aos israelitas ou ao gentios? Por que é que os adventistas não fazem holocaustos actualmente?

A Igreja Adventista do Sétimo Dia surgiu no século XIX numa altura em que a Europa estava a ser convulsionada por grandes acontecimentos. A Revolução Francesa, a luta de Napoleão pelo poder na Europa e destronamento do Papa Pio VI pelo general Berthier de Napoleão levaram muitos estudantes da Bíblia a procurarem os acontecimentos à luz das profecias bíblicas. Aliás, já o terramoto de Lisboa em 1755 fora comentado por um ministro luterano pietista, Abraham Achrenius. Dizia o minisro luterano que o terramoto era o cumprimento de certas profecias do livro do Apocalipse e isso provocou um certo despertamento na Finlândia.

William Miller, um leigo baptista que serviu a comunidade onde vivia como juiz de paz e homem de leis, na América, iniciou ali o reavivamneto religioso. Estudando os capítulos 8 e 9 de Daniel concluiu que Cristo voltaria à Terra em 1843. Entre 1830 e 1840 os seus pontos de vista foram publicados em jornais seculares como “Vernom Telegraph” e “Boston Daily Times”.

Em face de o retorno de Cristo não acontecer em 10 de Fevereiro de 1843, como Miller havia predito, deram-se novas explicações. Foi apontado o dia 14 de abril para esse evento e, como nada acontecesse também, explicou-se que havia uma diferença no calendário judaico, marcando-se a vinda de Jesus para Abril de 1844 e depois para 22 de Outubro desse mesmo ano. Então nesse dia, os seguidores de Miller esperaram pelo retorno do Senhor. Tinham desleixado os seus bens e terras. Os celeiros estavam vazios pois as colheitas não haviam sido feitas. As lojas estavam fechadas e muitos tinham deixado os seus empregos. Além disso tinham gasto tudo para proclamarem os últimos momentos de vida deste planeta. O dia passou e nada aconteceu. Uma grande desilusão!

Infelizmente, Miller e os seus seguidores não atentaram para aquilo que Jesus havia dito: “Porém, daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do Céu, nem o Filho, mas unicamente meu Pai” (Mat. 24:36). Quereria Miller saber mais do que Jesus Cristo como homem? Se a resposta estava no livro de Daniel, também Jesus a saberia porque Ele conhecia todas as Escrituras!

Marcar datas para a vinda de Cristo é um erro. Infelizmente há outras correntes que também o fazem, como as Testemunhas de Jeová, que já marcaram algumas datas como por exemplo o ano de 1914. Porém, o Senhor não Se compadece desses cálculos humanos e continua fiel à Sua Palavra.

Apesar do seu enorme fracasso e desapontamento, os seguidores de Miller conseguiram dar a volta por cima. Chegaram à conclusão de que os melhores dias das suas vidas haviam sido aqueles em que esperavam pelo Senhor. Resolveram, então, continuar a esperá-Lo, de preferência sem data marcada.

Para essa recuperação contribuíram Hiram Edson e uma jovem, Ellen Gould Harman, em 1844, os quais contaram determinadas visões que teriam observado. Dois anos depois Ellen casou com James White, ficando a ser conhecida por Ellen Gould White. O casal esforçou-se no sentido de ajudar o pequeno rebanho e a Igreja Adventista foi organizada, oficialmente, em 1863. Sim, nesse ano, os 3500 adventistas guardadores do Sábado, organizaram-se, tomando o nome de “Igreja Adventista do Sétimo dia”.

Inicialmente, os crentes adventistas faziam parte das igrejas evangélicas e o próprio William Miller era convidado a pregar em congregações Metodistas, Presbiterianas, Congregacionais e Baptistas. “Quando os crentes no Advento começaram a apresentar os seus pontos de vista quanto à data do retorno de Cristo, as igrejas estabelecidas tornaram-se muito críticas” (1), como diz o escritor adventista Herman Smit.

É lógico que as igrejas evangélicas repudiassem esta ideia de marcar datas para a vinda de Cristo. É que a Bíblia não só não menciona essa data mas até refere ser a mesma desconhecida pelos anjos e por Jesus como homem. Logicamente, os adventistas não a podiam conhecer.

Na data em que as igrejas evangélicas se tornaram críticas acerca da data ou datas do retorno de Jesus, Charles Fitch, juntamente com outros, aconselhou o seu povo a deixar essas mesmas igrejas como forma de protesto. Diz o referido escritor Herman Smit: “William Miller sentiu tristeza com essa atitude pois não tinha ideia de formar uma nova seita” (2).

A prova de que William Miller não teria a intenção de formar uma nova seita é que ele reconheceu o seu erro e voltou ao bom caminho evangélico. O dito servo de Deus recusou-se a pertencer ao novo movimento (aliás dois movimentos) que se baseava no seu engano. Antes, esclareceu: “Acerca da falha da minha data, expresso francamente o meu desapontamento... Esperamos naquele dia a chegada pessoal de Cristo; e agora para dizer que não erramos, é desonesto! Nunca devemos ter vergonha de confessar os nossos erros abertamente” (3).

Miller faleceu em 20 de Dezembro de 1849 com 67 anos de idade. Morreu como cristão humilde sem aderir aos movimentos que se levantaram baseados nos seus erros dos quais ele se arrependeu.

Muitas das doutrinas dos adventistas são parecidas com as dos evangélicos. É possível que a Igreja Adventista seja aquela que está mais próxima do Cristianismo Evangélico. Porém, há algumas diferenças e exageros. Os seus membros abstêm-se de alguns alimentos por razões estritamente religiosas. Há mesmo dirigentes adventistas que chegam a exigir dos fieis a prática do vegetarianismo. Eles reintroduziram virtualmente as leis levíticas no que concerne a carnes que não devem ser ingeridas e ainda acrescentaram outras da sua autoria.

A Bíblia declara ser lícito comer qualquer carne (Rom. 14:6; I Tim. 4:3-5) pois nada em si mesmo é imundo (Rom.14:4). O que contamina não é o entra na boca (Mat. 15:11). Ninguém deve ser julgado pelo comer ou pelo beber (Col. 2:16) a não ser que haja um exagero como a glutonaria ou embriaguês (Gal. 5:21; I Ped. 4:3). Deve respeitar-se também a consciência de um crente fraco nesse aspecto (Rom. 14:13-15, 20, 21; I Cor. 8:13).

Devemos guardar um dia de descanso por semana. Qual a diferença entre sábado e domingo? O que é que representam estes dias? Certamente que o sábado representa a Lei de Moisés e o domingo a Graça de Jesus. A Lei nunca salvou ninguém, mas a Graça, sim. Devemos fazer tudo o que Deus ordena? Certamente. Porém, alguns estribam-se na Lei e nas suas obras, quando a Graça é que resolveu o nosso problema.

Jesus Cristo ressuscitou a um domingo. E como a ressurreição do Salvador é que nos garantiu a aceitação, por parte do Pai, do sacrifício em nosso lugar, então o domingo tem um grande significado. Tendo como base o dia da ressurreição, os cristãos primitivos começaram a reunir-se no primeiro dia da semana e não no sétimo o dia.

Uma pergunta que nós poderemos fazer é a seguinte: A Lei foi dada aos israelitas ou aos gentios como nós? Então, se até os judeus salvos deviam ficar debaixo da Graça por que se impõe a Lei aos gentios? Nesse caso, que veio Jesus fazer à Terra?

Muitos versículos bíblicos no Novo testamento reforçam o valor da Graça relativamente à Lei. A epístola aos Gálatas esclarece estas situações. Mas também muitos mais textos da Bíblia. “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo para sermos justificados pela fé de Cristo, e não pelas obras da Lei; porquanto, pelas obras da Lei, nenhuma carne será justificada” (Gal. 2:16) diz o apóstolo Paulo aos crentes da Galácia.

Com excepção do sábado todos os outros mandamentos estão repetidos no Novo Testamento. Quanto aos mandamentos exarados em Êxodo 20:3-17 encontramos a sua repetição no Novo Testamento de uma forma declarada. O primeiro está repetido em Actos 14:15, o segundo está repetido em I João 5:21, do terceiro em Tiago 5:12, do quarto em lado algum, do quinto em Efésios 6:1, do sexto em Romanos 13:9, do sétimo em Romanos 13:9 também, do oitavo também em Romanos 13:9, do nono em Colossenses 3:9 e do décimo em Romanos 13:9. Curiosamente só falta o quarto que se refere ao sábado e que o Novo Testamento não repete, nem reforça. Sinceramente, não acredito que tenha sido por esquecimento.

O Novo Testamento repete:

- 50 vezes o dever de adorar só a Deus
- 12 vezes a advertência contra a idolatria
- 12 vezes a advertência contra o adultério
- 9 vezes a advertência contra a cobiça
- 6 vezes a advertência contra o furto
- 6 vezes a advertência contra o homicídio
- 6 vezes o dever do filho honrar o pai
- 4 vezes para não usar o Nome de Deus em vão.
- 4 vezes a advertência contra o falso testemunho
- 0 (zero) vezes quanto a guardar o sábado (4)

O fanatismo pelo sétimo dia não tem absolutamente nada de novo. Perseguiram Jesus Cristo por não guardar o sábado, mas o Senhor cumpriu toda a Lei. Ele disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (João 5:17). Jesus defende o princípio moral do 4º mandamento do Decálogo, condenando o cerimonialismo e tendo autoridade divina sobre o Sábado, para cumpri-lo, aboli-lo ou mudá-lo.

Os Novo Testamento repete e reforça todos os mandamentos, com a excepção do Sábado. Jesus é superior ao sábado e Ele mesmo disse que não foi feito o homem por causa do sábado mas o sábado por causa do homem.

Quem estava preocupado com o sábado não era Jesus, o Príncipe da Vida, mas os fariseus e escribas hipócritas que O perseguiram e resolveram condená-Lo à morte por curar num dia de sábado. Os adventistas estão de igual modo, obcecados pelo sábado. Isso terá acontecido mais propriamente a partir da senhora Hellen White que afirmou ter tido uma revelação em que viu a Arca do Concerto com as tábuas da Lei. Nessas tábuas, o 4º mandamento, estava colocado em destaque no centro, com uma auréola de luz (4).

De facto é necessário haver “revelações” especiais para se realçar o acessório e omitir o fundamental. Como o Novo Testamento não menciona o 4º mandamento, era preciso que Hellen White o visse em destaque em relação aos outros. E é curioso que todas as pessoas que olhassem para dentro da Arca morriam, como se verifica na Bíblia (uma vez foram mais de 50 mil). Porém Helen White era uma pessoa especial que olhou e não morreu. Evidentemente que isso foi uma “visão” ou “revelação” e nada de real. Não seria uma miragem?

Os judeus não admitiam que Jesus fosse o Filho de Deus por violar o sábado. O Adventismo não admite que os evangélicos sejam filhos de Deus enquanto guardam o domingo em lugar do sábado.

Constitui um erro muito grande escudar-se com o cumprimento da Lei pois é muito fácil errar em qualquer pormenor. Diz Tiago: “Porque qualquer que guardar toda a Lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos” (Tiago 2:10). Diz também o apóstolo Paulo: “Por isso nenhuma carne será justificada diante dEle pelas obras da Lei, porque pela Lei vem o conhecimento do pecado. Mas agora se manifestou a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos profetas” (Rom. 3:20,21).

Há pessoas que ainda carregam com o fardo da Lei. Mas Paulo interroga: “Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam de ordenanças, como se vivêsseis no mundo... ?” (Col. 2:10). “Mas agora, conhecendo a Deus, ou antes, sendo conhecidos de Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, meses, tempos e anos. Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco” (Gal. 4:9-11).

“É evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus porque o justo viverá da fé” (Gal. 3:11), “porque a Lei foi dada por Moisés; a Graça e verdade vieram por Jesus Cristo” (João 1:17).

Já no tempo de Jesus à face da Terra havia seitas muito zelosas do sábado, que nem mexiam uma palheira nesse dia. Porém, Jesus não Se preocupou com os seus argumentos e curou em dias de sábado. Não sejamos fanáticos pelo sábado nem pelo domingo.

Os adventistas começaram a sua actividade a partir de um erro quanto à marcação de várias datas para o retorno de Jesus e parecem querer continuar com o erro do cumprimento integral da Lei, quando afinal isso não se consegue, nem resolve absolutamente nada. Preferimos ficar debaixo da Graça, fazendo tudo ao nosso alcance para agradar a Deus, mas reconhecendo que nada somos e incapazes de cumprir a Lei.

Autor do texto bíblico


Agostinho Soares

2 comentários:

Anónimo disse...

Oá,

Passei para conhecer seu edificante cantinho e desejar um lindo domingo na presença do Senhor e paz.

Smack!

Edimar Suely
jesusminharocha.blig.ig.com.br

Anónimo disse...

O sábado.
“Santificar o Sábado ao Senhor importa em salvação eterna”. (Livro: Testemunhos Seletos, vol. III p.22, ELLEN GOULD WHITE,1956).
Assim quando os Adventistas teimam que a guarda do Sábado é indispensável para nossa salvação, não é porque estejam estribados na verdade Bíblica, mas sim nas alucinações da Sra. Ellen Gould White. Essa falsa profetisa declara que a guarda do sábado constitui o selo entre Deus e o seu povo nos dias atuais:

Que é, pois, a mudança do Sábado, senão o sinal da autoridade da igreja de Roma – “a marca da besta”; O selo da lei de Deus se encontra no quarto mandamento... Os discípulos de Jesus são chamados a restabelecê-lo, exaltando o Sábado [...] (Livro: O Grande Conflito, Ed. condensada. 1992, p. 267 e 269. grifo nosso).

Jesus Cristo cumpriu (plerosai – encher, completar) toda Lei (o que nem um homem conseguiu) (cf. Mt.5:17) , o apóstolo Paulo escrevendo aos romanos afirma, categoricamente, que o fim da Lei é Cristo (cf. Rm.1:4) . A Lei foi dada ao homem para que ele vivesse bem, e não o homem à Lei. A questão da Lei não está restrita apenas ao sábado, mas a quaisquer preceitos como a circuncisão, questões alimentares e etc. O apóstolo Paulo também trata dessa questão quando afirma que qualquer pessoa que procurar se justificar através das obras da Lei Cristo de nada valerá para ele . E os Adventistas buscam como os fariseus a justificação através da guarda do sábado
O propósito do sábado foi preservar a vida evitando a injustiça praticada no trabalho, principalmente a do escravo, evitando que se cometesse injustiça, do mesmo ter que trabalhar sem descanso. O corpo precisa de descanso para reativar suas energias. O princípio de humanizar foi deturpado pelos fariseus. Jesus é o Senhor do sábado e não recriminou seus discípulos que no sábado passando pelas searas, estando com fome, colheram espigas e comeram (cf. Mt.12:1) ; a vida é mais importante que o sábado (cf. Mc.3:1-6; Jo.5:1-10); Jesus disse para os fariseus: “Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também” (Jo.5:17); os fariseus acusavam Jesus de violar a Lei do sábado (cf. Jo.5:18) . Jesus disse que trabalhava no sábado, porém os Adventistas agem como os fariseus, criticam e deturpam a palavra de Deus. Está claro que Cristo cumpriu a Lei por nós e o sábado está incluído nela. Jesus acusou os fariseus de não cumprirem a Lei, da mesma forma os ASD dizem que cumpre e acreditam que serão salvos justamente por isso. Os judeus bem como os Adventistas do Sétimo Dia que procuram justificar-se através das obras da Lei estão vivendo sob maldição. É isso que afirma o apóstolo Paulo:

Já os que se apóiam na prática da Lei estão debaixo de maldição, pois está escrito: Maldito todo aquele que não persiste em praticar toas as coisas escritas no livro da Lei. É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela Lei, pois “o justo viverá pela fé” (Gl.3:10-11).

A divisão da Lei .
Os ASD, para imporem a obrigatoriedade da guarda do sábado, se valem de argumentos infundados estabelecendo uma distinção entre a Lei Moral e Lei Cerimonial, Lei de Deus e Lei de Moisés, dizendo que a Lei Moral ou Lei de Deus se restringe aos “Dez Mandamentos” e continuará para sempre, e que a Lei de Moisés ou Lei Cerimonial abrange o Pentateuco escrito por Moisés e foi abolida.
Esta distinção é incoerente, mais defendida pelos ASD. Qualquer estudante da Bíblia, sério, que tenha compromisso com a palavra de Deus, perceberá que tanto o Decálogo quanto as Leis complementares são Leis de Deus e seu conteúdo moral não se restringe aos “Dez Mandamentos”, ou seja, as Leis complementares têm seu conteúdo moral.

A Lei do amor.
Tanto o Decálogo, quanto as Leis complementares não foram extintas como se não servisse para mais nada, foram, sim, reduzidas por Cristo Jesus: quando foi experimentado pelos fariseus (cf. Mt.22:34-40); (Rm.13:8-10). Quem ama o próximo ama a Deus e quem ama a Deus não rouba, não cobiça, não adultera, cumpre o sábado e todas as outras Leis c