07 junho, 2008

Pergunta nº 70

Será o Budismo uma religião?

Depende daquilo que considerarmos como religião. Como dizia o rei da Tailândia em 1970, o Budismo não seria uma religião pelo facto de não vir de cima, isto é, através de nenhuma revelação. Idêntica opinião era partilhada pelo reitor da Universidade de Saigão, o qual afirmou em 1967: “O Budismo não é uma religião, caso esta palavra seja tomada na sua acepção ocidental ou oriental. O vocábulo ‘religião’ implica necessariamente a ideia de fé, de igreja, de autoridade religiosa, de poder espiritual, de revelação divina ou sobrenatural”(1).
Estas afirmações de certos responsáveis são ainda confirmadas pelo próprio Dalai Lama do Tibete, que afirmou: “Poderia dizer que a religião é uma espécie de luxo. É muito bom praticar alguma, mas é evidente que podemos passar sem ela. Em troca, sem as qualidades humanas fundamentais - o amor, a compaixão e a bondade - não podem sobreviver. A nossa paz e estabilidade mental dependem delas” (2).

Para além das suas três escolas principais, como a “Theravada”, “Mahayâna” e “Trantrayana”, com algumas diferenças entre si, existe o Budismo popular e o Budismo canónico. Este último, ensinado e praticado por mestres, afasta-se mais ainda das características da Religião, uma vez que ali não se acredita e não se honra um absoluto pessoal, com o qual se entra em relação.

Certamente que a todas estas afirmações e definições dos seguidores do Budismo nós poderíamos ainda contrapor, perguntando: Não é o Budismo uma religião pelo facto de partir de baixo? Não partiram quase todas as religiões dos homens? Não é a Religião, em si, um esforço dos homens para chegar a Deus e à salvação? Então por que não se considera o Budismo uma religião? Por não ser revelada por Deus? Quantas religiões foram reveladas por Deus além das doutrinas judaico-cristãs? Não ficarão as restantes em pé de igualdade, sendo doutrinas de homens que afirmaram haverem recebido (ou não) indicações superiores? Também é verdade que algumas doutrinas representam adaptações, interpretações e deturpações da Bíblia Sagrada.
Ao contrário das (outras) religiões, o Budismo tem no centro da sua mensagem e da sua experiência o homem e não Deus. O centro e o artífice do caminho da salvação não é a divindade mas o homem.
Este movimento religioso universal, não só por raízes históricas como pela força da natureza da sua mensagem, ocupa o quarto lugar no mundo, em termos quantitativos. Teve como fundador Siddhartha Gautama, filho do príncipe Suddhodana.

Siddharta Gautama, mais conhecido por Buda, terá nascido na Índia, próximo da fronteira com o Nepal, provavelmente em 563 a. C., morrendo no mesmo lugar com 80 anos de idade. Nenhuma biografia deste homem foi escrita durante vários séculos. Os seus dados biográficos foram retocados e enriquecidos durante mais de mil anos. Por isso existe uma certa diferenciação entre as escolas budistas. Por exemplo a escola Theravâda do Sul sempre viu no Buda o perfeito mestre que indica a salvação, enquanto
a Mahâyâna do Norte divinizou o mestre tornando-o como uma manifestação do Absoluto.
Buda terá vivido uma juventude despreocupada e feliz. Porém, os prazeres mundanos causaram-lhe uma insatisfação existencial que facilitou a procura da verdade. Os encontros com um velho, com um doente e com um cortejo fúnebre fizeram-no reflectir sobre a caducidade e precariedade das coisas.

Já com trinta anos de idade terá deixado a esposa e o filho para se dedicar à procura da verdade. Frequentou a escola dos grandes mestres, entregando-se, depois às grandes mortificações que quase o despedaçaram. Esteve bastante tempo debaixo de uma árvore (figueira-da-Índia) em Bodh Gaya na Índia do Norte (3) fazendo jejum e meditação. Aí foi convulsionado por espíritos tendo saído depois já na posse do conhecimento e da libertação.

De acordo com a tradição, Buda permaneceu em silêncio 49 dias sem transmitir uma palavra (4).
Após esta meditação, os seus 5 companheiros, que a princípio não o queriam aceitar devido à sua aparência, uma tanto danificada, acabaram por receber a sua mensagem tornando-se seguidores e divulgadores da mesma.

Siddharta Gautama (Buda) no célebre “Sermão de Benares” expôs as “Quatro Verdades” do seguinte modo: 1º) Tudo o que existe é dor, miséria, transitoriedade; 2º) Este estado miserável é causado pelo desejo, pela ignorância; 3º) É possível uma superação de tal estado, a salvação é possível; 4º) A via que conduz à libertação é o óctulo caminho.

O óctulo caminho consiste em oito condições designadas por rectas, segundo afirma o Dalai Lama do Tibete, em que a última é a meditação. Assim, à medida que o meditante ganha consciência do seu interior, da sua imaginação, dos seus sentimentos, dos seus pensamentos, as características da miséria existencial surgem-lhe mais profundas e mais acentuadas. É na medida em que se conhece a relatividade do “eu” que dele se pode sair e empreender a via espiritual.

A Meditação Zen (em chinês “Cham”) é importante no “circuito” budista. Por isso os monges meditam horas a fio pronunciando os mantras (uma espécie de ditongos que funcionam como elos de ligação com os seres superiores do além, aliás como se passa na Meditação Transcendental). Quando um desses monges adormece em plena meditação é chicoteado pelo líder, o que não acontece nas reuniões cristãs.

O Dalai Lama do Tibete afirma: “Uma certa meditação, diária, que seja, chega para nos enriquecer consideravelmente. O nosso espírito perderá o hábito de se dispersar” (5).

Sabemos que a meditação, despovoamento da mente, fortalece a mesma, causando uma certa tranquilidade. Porém, quanto ao conhecimento, como é adquirido? O que ficaremos a saber depois da meditação que não sabíamos anteriormente? Poderemos tirar conclusões sobre a vida física e material através da análise da vivência; porém, quanto à eternidade e ao mundo espiritual... só se alguém nos informar. Sim, somente se houver uma revelação. Mas, como sabemos, o Budismo não tem (ou não admite) revelações celestiais; nem reais nem falsas.

A reencarnação faz parte integrante do Budismo, assim como de outras religiões, incluindo o Espiritismo. Porém, Buda é considerado o iluminado, o acordado por si mesmo, perfeito, aquele que atingiu a libertação final, que destruiu completamente toda a ignorância e que não pode, portanto, renascer. A vida física para os budistas significa somente dor, miséria, transitoriedade e por isso reencarnar seria uma espécie de castigo ou penalização em face do “Karma” ou dívidas contraídas em vidas pretéritas (anteriores).

Buda não pode salvar ninguém, afirma o catecismo budista de Olcott. Poderá indicar o caminho numa fase inicial, mas depois cada um terá de esforçar-se por percorrer esse caminho ascencional, tomando conhecimento e adquirindo a libertação por si mesmo. Ora, esta doutrina, ao contrário do cristianismo bíblico, transfere para os homens o poder de salvação.

São atribuídos milagres ao Buda, o que é considerado um poder normal do homem espiritual. Segundo as escrituras budistas, Buda conhece os pensamentos do homem e responde às suas perguntas íntimas.

Segundo os budistas, Buda teria tido diversas reencarnações, algumas como homens e outras como deuses. Na sua última existência, Buda não foi um deus, mas um homem que pôde alcançar a salvação definitiva. Não um profeta, alguém que fala em nome de outro que lhe é superior; ensina em seu nome porque descobriu, ele próprio, a verdade e cumpriu por si mesmo a libertação definitiva que pode assim mostrar as outros. Alcançou a salvação definitiva, a libertação perfeita, o “nirvana” que é indizível. Seria assim o mestre dos deuses e dos homens!

Segundo a doutrina budista haveria diversas reencarnações até se atingir a perfeição. Todos os seres no final do seu penoso renascer (sansâra) para atingir a libertação perfeita (nirvana) teriam de se tornar Budas ou iluminados (paccekabuddha).

Quanto à reencarnação, a mesma não é científica nem bíblica. Os mortos não voltam cá como diz o Evangelho segundo S. Lucas, capítulo 16 e também “aos homens está ordenado morrerem uma vez vindo depois o juízo”, como se refere em Hebreus 9:27.

Antes de morrer Buda afirmou que ainda estava à procura da verdade. Porém, Jesus afirmou que era o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14:6). Como afirma o Dalai Lama, Buda compreendeu que o ascetismo não conduz à libertação do sofrimento (4). Afinal, o que é que ele atingiu? O conhecimento? Qual conhecimento? Quem o terá convulsionado debaixo da árvore? Quanto a Jesus Cristo, Ele expulsava os demónios e nunca foi convulsionado por eles!

Existiram homens importantes ao longo dos tempos, que descobriram coisas boas para a Humanidade, incluindo certas filosofias de vida. Mas isso nada tem a ver com a salvação e vida eterna.

No Budismo atinge-se um elevado nível de perfeição terrena, uma superioridade relativamente às outras pessoas. Se a vida eterna dependesse dos nossos méritos, os budistas estariam em boa posição. Porém, a salvação foi ganha por Jesus e somente aqueles que O aceitam como único e suficiente Salvador receberão a mesma. Não há salvos sem o Salvador.

Buda expôs a sua filosofia. Há quem a aceite e quem a rejeite. Cada um acredita no que quiser ou puder. Porém, eu continuo a acreditar muito mais em Jesus Cristo do que em todos os outros que vieram antes ou depois dEle. Aliás, Jesus disse que todos os que vieram antes dEle eram ladrões e salteadores (João 10:8), referendo-se, naturalmente, àqueles que se apresentavam como sendo messias, salvadores ou pessoas importantes. Não aos humildes servos de Deus, onde se incluem os verdadeiros profetas, que tiveram o cuidado de explicar, como João Baptista que disse: “Eu não sou o Cristo”.
Jesus Cristo cumpriu tudo o que acerca dEle estava escrito ou profetizado. Demonstrou ser Ele o filho de Deus, tanto pelo cumprimento profético como pelos milagres que realizou. A comprovação de que Jesus era a Pessoa esperada culminou com a Sua ressurreição.
Buda não salva ninguém, como diz o catecismo budista de Olcott, mas Jesus é o Salvador por excelência. Buda não volta à Terra, como afirmam os budistas, mas Jesus voltará, como Ele mesmo afirmou. Os cristãos aguardam a sua vinda!
Autor do texto bíblico

Agostinho Soares

4 comentários:

Anónimo disse...

Olá, vc não me respondeu português... estou aqui de novo. Tenho um amigo em Lisboa, ele não é evangélico, mas é leitor do nosso blog. Gostaria de comunicar-me com vc. Em Cristo, Guiomar Barba.

Anónimo disse...

Paz do sr , minha querida irmã em Cristo Jesus .
Na Altura que me deixou o comentário lhe deixai o meu endereço do messager deusetudoparamim@gmail.com .

Querida irmã tenho todo o gosto de conhecer o seu Amigo e lhe poder ajudar , mas preciso de saber de que zona de Portugal ele pk Portugal e muito grande .
Eu só de Lisboa , mas o pé da Expo .
Lhe vou deixar o Endereço da minha Igreja .

A . D .Sacavém

Morada: Travessa Chafariz Lote 4-r/c 2685-034 Sacavém

Telefone: 219 415 268

Domingo: 9.00h Culto de Estudo Bíblico 10.30h Escola Domingo 17.00h Evangelismo

3ª Feira: 15.00h Culto de Pregação

4ª Feira: 15.00h Culto de Pregação

6ª Feira: 21.00h Culto de Estudo Bíblico

Sábado: 19.30h Culto da comunidade Brasileira

Sábado: 21.00h Culto da comunidade Africana (Terraços da Ponte)

caso seja preciso mais alguma informação me diga .

Com os melhores comprimentos .
Pedro Aurélio

Anónimo disse...

Obrigada meu irmão, ainda não sei mexer muito com esta pagina. Vou falar com meu amigo primeiro, não dei o endereço dele antes porque não lhe pedi permissão. Agora vou mandar o seu para ele.
Vou ver também se posso comunicar-me com você através do seu messager. O meu é davidguiomar@hotmail.com
Que as bençãos do Senhor sejam sobre sua vida. Guiomar.

Anónimo disse...

paz do sr .
Querida irmã já adicionai na minha conta