O vocábulo "Dinossauro" (assim como outros associados
e derivados) é novo no dicionário, assim como também é relativamente recente o conhecimento destes animais.
PERGUNTA:
Um adolescente pergunta-nos: Terão existido os dinossauros? Se existiram, porque é que a Bíblia não fala deles? O que terá levado à sua extinção, antes do aparecimento do homem à face da Terra?
RESPOSTA:
Parece não haver a mais pequena dúvida acerca da existência, no passado, destes animais que se encontram extintos há muito tempo. A enorme quantidade de material fóssil, patente nos museus de todo o mundo, incluindo Portugal, demonstra que eles "andaram por cá". Aliás, se não tivessem andado, como poderiam cá deixar as pegadas, os ovos e os ossos?
Ainda há pouco tempo (Setembro de 2005) foi televisivamente noticiado que mais 25 novas pegadas de dinossauro foram encontradas em Portugal. Duas delas continham a impressão da pele. É tal a quantidade de material fóssil no nosso país que até um novo tipo de animal, desconhecido no resto do mundo, foi "baptizado" com o nome de "Lourinhanossauro" (por ser encontrado na Lourinhã).
Sem entrar em muitos detalhes sobre a veracidade do facto, nem sobre a classificação taxionómica destes animais, passaríamos à segunda questão. E, na tentativa de responder, eu colocaria uma nova pergunta: Haverá alguém em condições de poder afirmar categoricamente que a Bíblia não fala destes animais? Bem sei que o Livro Sagrado não é obrigado a falar de tudo aquilo que existe, ou já existiu, à face da Terra. Porém, nenhum ser humano estará, à partida, na posse de elementos suficientes para garantir que a Bíblia não menciona os dinossauros!
O vocábulo "Dinossauro" (assim como outros associados e derivados) é novo no dicionário, assim como também é relativamente recente o conhecimento destes animais. Até meados do século XIX os dinossauros eram completamente desconhecidos do comum dos mortais. Somente em 1822, uma senhora inglesa, chamada Mary Ann Mantell (esposa de um hábil pesquisador de fósseis) descobriu as ossadas que não se enquadravam em nenhum grupo de animais conhecidos. Posteriormente, em 1842, Richard Owen fez uma classificação dos ossos encontrados e atribui-os a uma classe de "Dinosauria" que significa lagarto monstruoso.
Ora, se a Bíblia fizer referência a algum dinossauro, designá-lo-á, certamente, por um outro nome! Se a palavra é nova, a Bíblia não poderia usá-la no passado! Por exemplo, como é que os textos bíblicos poderiam mencionar o termo "Lourinhanossauro" se este nome tem ainda poucos anos? Aliás, na época em que os últimos textos bíblicos foram escritos nem sequer existia Lourinhã como localidade!
As ruínas de cidades antigas poderão ter designações modernas se, entretanto, forem desconhecidos os nomes originais. O mesmo poderá acontecer relativamente a reis do passado, em que a Bíblia lhes chama nomes diferentes daqueles que aparecem na História Universal. Quanto à palavra "dinossauro" (surgida em 1842), suas derivadas e associadas não poderiam aparecer na Bíblia, o que não significa, de modo algum, que os animais não estejam lá!
Os nomes que Adão colocou aos animais (Gn 2:20) já estarão todos alterados devido ao passar do tempo e à evolução das línguas. Ora, se isso acontece relativamente aos animais conhecidos, muito mais acontecerá relativamente àqueles que estiveram "escondidos" e esquecidos durante muito tempo!
A esmagadora maioria das traduções clássicas da Bíblia foi levada a efeito antes do século XIX, ou seja, muito antes dos dinossauros serem conhecidos. Os tradutores poderiam deparar com nomes sem tradução, ou com monstros, cujas características não se enquadravam no seio das espécies conhecidas. O que é que eles deveriam fazer? Manter a palavra no original (sem traduzir) e colocar uma nota de rodapé com o nome do animal que achavam mais parecido? Foi isso que eles fizeram, na sua maioria.
A Bíblia diz que Deus criou os grandes animais marinhos (Gn 1:21). Um desses animais aparece no livro de Job como "Leviatã" (Jb 41:1). Alguns tradutores, embora sem grandes certezas, acharam que poderia ser um crocodilo (normal) ou um grande crocodilo. E foi essa palavra que colocaram como nota de rodapé, embora mantivessem o termo original de "Leviatã". Curiosamente, o dicionário de língua portuguesa menciona "Leviatã" ou "Leviatão" como grande monstro marinho de que fala a Bíblia; coisa monstruosa, colossal.
O livro de Job é considerado o mais antigo da Bíblia. Ali faz-se referência também ao "Beemoíe" (Jb 40:15, 23). Pois, os cientistas criacionistas estão convencidos de que o "Beemote" foi o maior dinossauro terrestre já criado. Terão razão para isso? E uma questão de analisarmos o que a Bíblia diz acerca do "Beemote" (Jb 40:15-24). Poderá esta palavra ser traduzida por hipopótamo? Haverá alguma comparação da sua cauda com o cedro? Tanto o hipopótamo como o elefante (que alguns comentadores bíblicos apontam em substituição do hipopótamo) é insignificante, do género da cauda do porco! E, quanto aos tubos de bronze e barras de ferro, de que fala o texto bíblico (que aconselho a ler), também acredito que os ossos dos dinossauros reúnem melhores condições de semelhança, conforme podemos verificar nos museus existentes.
"Poderás pescar com anzol o leviatã, ou ligarás a sua língua com a corda?" (Jb 41:1). Ora, como a palavra "Leviatã" aparece nos livros mitológicos, alguns comentadores bíblicos são de opinião de que a Bíblia faz referência à Mitologia, mencionando algo inexistente, para reforçar a ideia da impossibilidade de pescar semelhante criatura! Sinceramente, não partilho de =a ideia. Aceito que os livros inspirados por Deus possam fazer referência a livros não inspirados, se estes forem históricos (verdadeiros). Agora, a Bíblia (Livro de Deus) apoiar-se na Mitologia... só se o fizer relativamente a alguma parte real que esta contenha no meio do inexistente! Estou a lembrar-me dos diversos acontecimentos bíblicos que a Mitologia menciona, embora com grandes deturpações.
Dizer que os dinossauros desapareceram antes do homem surgir na Terra... também não me parece muito acertado. A Bíblia diz que Deus criou os animais (todos) e por fim o homem, mas com uma diferença de tempo muito pequena. Continuo a acreditar que a Criação foi realizada numa semana de sete dias (com descanso divino no último dia). Se para Deus um dia é como mil anos e mil anos como um dia... então Ele não necessitaria de gastar 6 mil anos para realizar o que poderia fazer em 6 dias! Além disso, o sétimo dia de descanso divino serviu para modelo do descanso hebraico (Ex 20:1 I).
Além dos textos bíblicos que nos garantem a contemporaneidade do homem e dos animais, existem outras provas. Por exemplo, nas rochas do Cretácio, em Glenn Rose (Texas), encontram-se na mesma camada sedimentar, pegadas fossilizadas (entrecruzadas) de homem e dinossauro! Logicamente, os dinossauros não terão desaparecido antes do homem surgir!
Ainda sobre as pegadas, existem muitas provas de que todos os animais foram contemporâneos do homem. Por exemplo, em Antelope Springs (Utah, Estados Unidos), existem pegadas humanas fossilizadas numa rocha câmbrica (cambriana) e uma delas a amassar ou esmagar uma trilobite. Ora, a trilobite seria uma forma primitiva de vida, segundo os evolucionistas, muito anterior aos dinossauros.
Mas, o que terá contribuído para a extinção dos dinossauros? Há várias teorias. Alguns cientistas dizem que foi uma chuva de meteoros e outros que foi uma chuva ácida. Só falta dizer que foi uma chuva normal (ou anormal) do Dilúvio! Então o Dilúvio não sepultou também os outros animais? Certamente que sim! Aqueles que ficaram fora da Arca de Noé foram sepultados. Há fósseis de vários animais que ainda vivem à
face da Terra!
O Dilúvio limitou as espécies a um casal, com a excepção dos animais considerados limpos (Gn 6:18-22 e 7:2). Os fósseis que encontramos, tanto de animais extintos como dos outros serão, em grande escala, provenientes do Dilúvio. Mas, certamente, já houve mais catástrofes locais ou regionais, que poderiam sepultar muitos animais!
Terão os dinossauros entrado na Arca? Se eles ainda não estavam extintos, na altura do Dilúvio, certamente que entraram, porque a Bíblia diz que todos os animais, incluindo répteis, entraram dois em dois, ou seja, um casal de cada (Gn 7:14) naquele espaço de salvação física. O que aconteceu aos animais que entraram e saíram da Arca... não sabemos!
Ninguém sabe se os dinossauros entraram na Arca de Noé. O que podemos dizer é que eles cabiam lá dentro. As medidas da Arca (Gn 6:15) correspondiam a 522 veículos próprios para o transporte de animais, conforme afirma Henry Morris. Além disso, os dinossauros jovens progenitores eram substancialmente mais pequenos do que os velhos, designados por "avós". Por exemplo, o "Brontossouro" nasceria com o peso de 3 Kg e chegaria a pesar, em adulto, cerca de 30 toneladas! Outros ainda poderiam nadar, o que facilitaria as coisas. O Diluvio sepultou os zr —=-S c_s içaram fora da Arca. A extinção de quaiquer espécie poderia ser antes ou depois do mesmo. Quanto a mim, acho que seria mais fácil depois da grande catástrofe universal, porque todos os animais (considerados não limpos) ficaram limitados a um casal. Além disso, as condições climatéricas ter-se-ão alterado substancialmente depois do Dilúvio.
Devido a alguns factores, incluindo a enorme quantidade de fósseis, eu estou inclinado a acreditar, neste momento, que os dinossauros chegaram, pelo menos, até ao tempo de Noé. E, se chegaram, também entraram na Arca. O que terá acontecido depois... simplesmente ninguém sabe!
Ninguém estará em condições de garantir que os textos sagrados falam ou não falam de dinossauros. Será isso importante? Nenhum livro diz tudo. Ás vezes nem dizem o que é mais importante, mas a Bíblia regista o que nós devemos saber!
O que é importante é que a Bíblia, com dinossauros ou sem eles, continua a ser o Livro de Deus. Não é um manual de História Natural, assim como também não é um compêndio de Ciência. Antes, é um Tratado de Relacionamento com o Criador, indicando-nos o Caminho para estarmos com Ele e vivermos felizes para todo o sempre! Ií
Autor do texto bíblico
Agostinho Soares
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