23 maio, 2008

Preparação das novas gerações de ministério de Evangelho

Há que ter uma noção clara da Obra de Deus para o presente e o futuro
Temos consciência que pertencemos a um Movimento do Espírito, logo é o Senhor quem levanta os ministros do evangelho e os dá à Sua Igreja, segundo a Sua graça e soberana vontade.
No entanto, julgo que cabe às gerações mais velhas de servos de Deus a visão e a preocupação em ajudar os novos pregadores, e aqueles que são candidatos ao ministério, da forma mais correcta e conveniente no tocante às necessidades globais da Obra do Senhor.
As Assembleias de Deus em Portugal, neste final de século e de milénio, e depois do mau tempo que atravessámos num passado recente, precisam de novo arranque e de nova expansão, e, simultaneamente, de permanente consolidação e estabilidade.
Para isso torna-se absolutamente necessário auxiliar as novas gerações de obreiros, não só na sua formação doutrinária eclesial, mas também no plano estratégico dos ministérios, para enriquecer e dar crescimento significativo à Obra do Senhor nos seus diversos aspectos.
Julgo que não podemos continuar a trabalhar de modo um tanto ou quanto ocasional, no imediato dos acontecimentos, levados ao sabor das circunstâncias, mas impormo-nos com uma correcta estratégia ministerial, a fim de prevenir e evitar alguns erros do passado, suprindo as necessidades cada vez maiores e mais diversificadas do presente e do futuro da Obra de Deus no nosso país.
Não estamos a viver mais nos anos trinta, quarenta ou cinquenta. Os tempos são outros. A nossa sociedade passou e continua a passar por grandes mudanças. Precisamos ter consciência do tempo em que vivemos e dos desafios que essas mudanças sociais profundas colocam à Igreja, nomeadamente às novas gerações de pregadores.
Esta era a enorme preocupação do apóstolo Paulo e a sua visão rasgada no tocante à preparação de novos obreiros. A verdadeira liderança não é só pelo que se faz, mas ainda pela forma como preparamos e ajudamos os mais novos, proporcionando-lhes as condições e as oportunidades. Assim deverá ser feito de maneira a que os seus ministérios se tornem mais efectivos e alcancem uma dimensão mesmo superior aos que os nossos alcançaram.
Se não tivermos isto em atenção, receio que falhemos na nossa responsabilidade em preparar novos obreiros, e não atinjamos o objectivo para o qual Deus nos chamou como ministros do evangelho mais velhos. Jesus chamou-nos para ajudar outros a crescer. E se queremos ser como Ele, teremos de compartilhar as alegrias e os riscos de trabalhar para os mais novos.
Há que ter uma noção clara da Obra de Deus para o presente e o futuro, e, embora seja o Criador quem dá os ministérios, cabe aos pregadores mais velhos conceber e debater um plano estratégico que deverá desafiar e orientar as novas gerações de obreiros.
1. PRECISAMOS DE VERDADEIROS PASTORES. Necessita-mos deles para pastorearem as igrejas, alimentando e cuidando convenientemente do rebanho de Deus. Teremos assim igrejas cada vez mais bíblicas, mais fortes, mais estáveis e melhor lideradas, e a expandirem-se com a abertura de novas portas ao evangelho.
Isto deverá ser incutido e implementado nas novas gerações de obreiros, especialmente naqueles que evidenciem uma chamada divina para o pastorado.

2. PRECISAMOS DE VERDADEIROS EVANGELISTAS. Carecemos dos tais para fomentarem a visão e a prática da evangelização nas igrejas. Necessitamos também de evangelistas, a fim de pregarem o evangelho ao povo em campanhas, em cultos ao ar livre e até em lugares onde nunca se haja anunciado a Palavra de Deus. Eles são precisos ainda em trabalhos que estão a iniciar-se.
Para isso teremos de compreender ser mister criar condições para que este ministério tão importante quanto necessário se desenvolva, animando e apoiando quem revele vocação para tal.
As igrejas maiores deveriam convidar tais obreiros como evangelistas, e mesmo cada região deveria ter no mínimo um evangelista com plena liberdade para cumprir o seu ministério, cujo sustento seria comparticipado pelas igrejas integrantes.
Convém não esquecer de dar-mos ênfase cada vez maior à evangelização, cultivando e apoiando o ministério evangelístico.
3.PRECISAMOS DE VERDADEIROS PROFESSORES (DOUTORES). Devemos ajudar os jovens que revelem vocação e interesse pela investigação e pelo ensino das Escrituras Sagradas, proporcionando-lhes possibilidades de tirarem cursos superiores de teologia, pedagogia, ética, etc.
Precisamos de ter uma preparação bíblica conveniente de modo a dar-se resposta às exigências cada vez maiores da Obra de Deus e aos desafios que a sociedade moderna nos impõe, tais como os decorrentes da liberdade religiosa: ensinos de Religião e Moral Evangélica nas escolas públicas, capelanias militares e prisionais.
Tal não dispensa que os pastores devam continuar a leccionar

na preparação de obreiros do evangelho, mas, complementarmente, a isso, são necessários professores a tempo inteiro com formação compatível.
4.PRECISAMOS DE VERDADEIROS MISSIONÁRIOS. Há que relançar o espírito pioneiro na nossa estratégia de expansão na Seara do Senhor.
Carecemos de jovens para irem aos inúmeros concelhos do país sem nada do Evangelho.
Não podemos continuar a falar apenas das necessidades; é mister coragem espiritual para criar condições em termos de desafio, de apoio e sustento para tais missionários. Os pastores das igrejas necessitam dessa visão a fim de se enviar missionários e desafiar os novos pregadores para semelhante trabalho.
Para além da Missão interna devemos também começar a encarar a Missão transcultural, criando uma Escola de Missões, tipo curso de pós graduação, destinada aos alunos saídos da Escola Bíblica Nacional que mostrem interesse ou vocação missionária, tal como o Departamento de Missões já preconizou.
5.PRECISAMOS DE OUTROS MINISTÉRIOS DE APOIO, NOMEADAMENTE NOS "MASS MEDIA". As necessidades e possibilidades que hoje temos na Obra do Senhor exigem, da nossa parte, uma visão mais ampla de como realizar melhor esse trabalho.
Não podemos pensar somente nos chamados "ministérios de liderança" em Efésios (apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres). Há outros ministérios que precisam ser levantados entre nós para auxiliar a Obra de Deus nos seus diversos sectores, como os relacionados com a página impressa, a rádio e a televisão.
Jornalismo. A comunicação escrita é algo muito importante, e por isso necessitamos incutir esta visão do jornalismo nos jovens. Embora não possuam chamada para o ministério, os jovens podem ser bastante úteis na Seara do Senhor através da caneta e da página impressa.
Rádio. Com a regionalização do país, as rádios locais terão uma importância cada vez maior na informação e formação das populações, onde o ensino bíblico e a proclamação do evangelho devem ser parte integrante das mesmas. É necessário apoiar e desafiar os jovens de ambos os sexos para este trabalho, e as igrejas devem considerar isto como parte importante do seu ministério.
Nunca saberemos das capacidades sem darmos responsabilidades.
Televisão. Para além do acordo recém -assinado com a R.T.P. (Canal 2), acredito que mais cedo ou mais tarde surgirão estações regionais de televisão, onde teremos possibilidade de, a baixo custo, mantermos programas das igrejas ou das regiões. Portanto, é mister investir nos jovens para obterem formação em televisão como realizadores, operadores de câmara, etc.
6. PRECISAMOS DE DAR RES¬PONSABILIDADE AOS MAIS NOVOS. Essas responsabilidades serão sempre em função da vocação dos jovens, quer no plano das igrejas locais, quer a nível nacional.
A nossa responsabilidade como pastores e dirigentes é também preparar os mais novos ministrando-lhes instrução e treinamento, bem assim dar-lhes oportunidade de ficarem ao nosso lado e aprenderem, a fim de não conjunto com os pais. Semelhante projecto está em andamento através do ministério Bernhard Johson no Brasil, sob a direcção do Pr. Terry Johnson. Temos ainda alguns novos livros que se encontram na etapa final de preparo para lançamento a partir deste ano.
NA: Existem pessoas que não consideram a Bíblia como a Palavra de Deus. Certamente já encontrou algumas durante o seu trabalho como professor e pastor. O que é que vulgarmente lhes costuma dizer?
AG: Que a Bíblia é a inspirada e inerrante Palavra de Deus, nós já cremos nisso de todo o coração. Os que não crêem assim é que devem apresentar as provas contrárias (o que nunca conseguirão). São os materialistas, racionalistas
haver um fosso e uma falta de interligação com a geração antecedente. No entanto, não podemos esperar que eles façam tudo à nossa maneira. Cada geração deverá ter o seu próprio modo de fazer as coisas dentro do contexto e circunstâncias em que vive.
Nunca saberemos das capacidades sem darmos responsabilidades. As responsabilidades são oportunidades de provarmos as nossas capacidades.
O Senhor Jesus Cristo deu aos doze apóstolos responsabilidade e autoridade, resistindo à tentação de que para realizar a tarefa na "forma certa", esta tinha de ser feita por Ele próprio. Ao procede assim, aceitou o risco de que eles pudessem falhar.
Autor do Artigo ;
Luis Reis

1 comentário:

Anónimo disse...

O.K., tudo bem.
Era a ideia que eu tinha: as religiões também têm interesse em retalhar Portugal. Seria um fartote: partidos regionais, televisões regionais, religiões regionais, como sempre, as religiões "adoram" o Estado, melhor se estiver fragmentado,

Apreciei a frontalidade.

Quanto ao resto tudo bem.
Cumprimentos