12 maio, 2008

O DEVER CUMPRIDO

FAZER O QUE DEUS MANDA
Nada é mais confortante do que fazer aquilo para que sentimos Deus ter-nos chamado.
À medida que a vida corre, sentimos os desafios à nossa frente e entramos neles com cuidado e com ansiedade por sabermos da nossa fragilidade, mas a maior certeza é a que Deus põe em nossos corações de que estamos a fazer o que Ele nos mandou fazer.
Foi assim há 50 anos atrás, quando um jovem pastor se aproximou de mim e me fez sentir que eu era a escolhida de Deus na sua vida, para juntos cumprirmos uma chamada para o ministério e, sobretudo, o campo missionário.
A vida juntos depois destes 50 anos viria a confirmar a veracidade dessa chamada pelos resultados.
Ainda há pouco tempo recebemos o convite da Igreja na ilha do Pico, para a celebração do início da igreja há 50 anos atrás, que será a 2 de Fevereiro de 2009.
Se nos perguntarem se foi fácil o caminho percorrido temos que dizer que não. Foram muitas lágrimas, perseguições e solidão, em tempos em que a ida ao Continente se fazia em 8 dias de barco, e estivemos anos sem a fazer.
O mesmo se aplica a Timor. Foi semear com lágrimas, mas o conforto de saber que Deus permitiu usar a nossa vida para levantar para Si um povo tão numeroso de fiéis servos, significa mais do que as nossas palavras possam descrever.
Nada é mais importante do que fazer o que Deus nos mandou. Isso ultrapassa a valorização da dimensão do que cada um faz, porque o que quer que façamos devemos fazê-lo com a certeza da vontade de Deus, e fazê-lo o melhor que sabemos e podemos.
Costumamos medir a importância de um serviço pelo escalão humano, mas aos olhos de Deus só há um escalão, o da sinceridade e da honestidade no que fazemos, para o bem daqueles a quem servimos, por mais humilde que esse serviço se apresente.
Já tenho agradecido às pessoas que estão a limpar os lugares onde vou. Sem o seu serviço esses lugares seriam bem diferentes, e essa tarefa é humilde mas indispensável.
Outro aspecto do serviço é o começo do que fazemos. Ninguém nos diria em 1959, quando tínhamos que ir de camioneta, entre as Lages do Pico e os Fetais, e dormir em condições muito precárias numa casa de pedra, "visitada" por ratos, que Deus ia levantar uma igreja ali e hoje estar lá edificada um linda Casa de Oração.
Nas Lages, na humilde casa que nos emprestaram e onde começámos os cultos, o caixote que trouxe as nossas coisas era, durante o dia, a secretária, a tábua de passar a ferro e a mesa onde comíamos. A noite, colocado ao alto e coberto com uma toalha, o mesmo caixote coberto era o púlpito para o começo dos cultos que fizemos nessa mesma casa e onde a nossa filha primogénita, Bertina, nasceu um ano depois.
Não desprezemos os dias das coisas pequenas, nem o dia dos começos. Deus é quem dá o crescimento. Só precisamos da certeza da Sua vontade, e tem sido essa certeza que nos tem sustentado ao logo destes 50 anos.
Autor do Artigo;
Carmina Cóias

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