23 maio, 2008

Lideranças religiosas

Na religião acontece de tudo, como em todos os lados
"Ao longo dos tempos houve sempre pessoas que se distinguiram como lídres, tanto na política, como no campo militar e até na religião. O espírito de liderança avassalou religiosos que encabeçaram novos movimentos, como Paulo, Martinho Lutero e João Wes-ley. Ao criarem novas religiões tornaram-se chefes das mesmas, o que lhes garantiu um determinado estatuto que dificilmente obteriam de outra forma.
"Actualmente os líderes religiosos abundam por todos os quadrantes, alguns dos quais levam os seus fiéis para redutos isolados onde, mais tarde, surge um 'suicídio' colectivo como aconteceu com Jim Jones, na Guiana Francesa, na década de 70, e posteriormente com David Koresh, em Waco, no Texas, para não falar em muitos outros lugares e situações. Será isto correcto? Não será esta a razão porque há muitas religiões e movimentos? Não seria melhor seguirem e obedecerem todos à religião original?"
Depende daquilo que se considerar original. Se algo começa bem e depois degenera, continuará a ser designado por original? Afinal, por que se fazem as reformas? Para actualizar a religião relativamente ao nosso tempo, ou para voltar aos princípios estabelecidos inicialmente?
É evidente que sempre houve homens que se distinguiram nos seus campos de acção. Uns pelo seu zelo. trabalho e dedicação, e outros dor quererem "botar figura". Na religião acontece de tudo. como em todos os lados. Mas é errado considerar todos da mesma forma.
Houve homens escolhidos por Deus. chamados em circunstâncias diversas, alguns dos quais nem se achavam dignos de executar o trabalho. Estavam nesta condições os profetas do Antigo Testamento. No que se refere aos apóstolos de Jesus Cristo, os mesmos também foram escolhidos e fizeram o que se lhes ordenou. Eram pessoas humildes sem projectos para sobressaírem ou se distinguirem no meio dos outros mortais. Eram tão normais que, quando Jesus foi preso, fugiram praticamente todos.
O apóstolo Paulo já era uma pessoa importante quando o Senhor Jesus lhe apareceu no caminho de Damasco. Nessa altura o seu estatuto foi alterado; de perseguidor passou a ser perseguido. Tornou-se testemunha de Jesus como Messias, Filho de Deus e Salvador do mundo. Não tinha intenção de ser líder, pois afinal deixou um lugar importante. a nível terreno, para ser perseguido e maltratado. Mesmo como cristão, ele - veio engrossar um movimento já existente.
Lutero, um dos reformadores, ao afixar na igreja de Wittemberg as 95 teses contra as indulgências, estava apenas a fornecer matéria para um futuro debate. Ele amava a Igreja Católica, não esperava deixá-la nem formar nada à parte. Porém, copiaram as 95 teses, traduziram-nas noutras línguas e em 25 dias chegaram a toda a Europa, apesar da grande dificuldade de transportes naquela época.
A exemplo de vários reformadores como Whychiff, João Huss. Jerónimo de Praga, Savonarola e muitos outros que foram queimados por ordem papal, Lutero não queria provocar um cisma. A
Diferença é que Martinho Lutero não chegou a ser assassinado; alguém o raptou e escondeu durante certo tempo. Lutero foi um líder por força das circunstâncias. O papa excomungou-o e os príncipes alemães deram-lhe apoio. Não havia por onde escolher.
Depois de Lutero, muitos outros homens se constituíram reformadores dentro da Reforma. João Wesley despertou para um certo avivamento. Porém, devido às suas actividades, as igrejas estabelecidas na altura também o marginalizaram. Sofreu muito porque amava a sua igreja. Todavia, os "evangélicos" — assim designados na altura os que o apoiavam — criaram um novo movimento a que chamaram "Metodismo" ou Igreja Metodista. Influenciados por esse movimento religioso, as igrejas da Reforma melhoraram espiritualmente.
Ainda a respeito de levarem os crentes para certos redutos, gostaria de mencionar o bom trabalho executado pelo conde Von Zinzendorf que, com 21 anos de idade, comprou um território na Saxónia. onde recolheu os cristãos evangélicos perseguidos noutras regiões. Aí, em Hernhut. estabeleceram-se os morávios que fizeram um trabalho impressionante. Começaram um período de oração ininterrupto que se manteve durante 100 anos. Nos primeiros vinte anos enviaram mais missionários do que as restantes igrejas existentes.
Nem tudo é negativo. Houve realmente pessoas que foram usadas por Deus para executarem determinadas tarefas ao longo da História. Hoje existem indivíduos enganadores, talvez em maior quantidade que antigamente. No passado havia os que se opunham e dificultavam; agora aparecem aqueles que se fazem muito espirituais e tentam enganar os crentes, como aconteceu com Jim Jones, David Koresh. etc.
Destes enganadores, uns são mesmo diabólicos e levam as pessoas à ruína espiritual e física, como os atrás citados, e outros são apenas exploradores dos recursos financeiros dos incautos.
Como em todas as coisas, é preciso distinguir o trigo do joio. Direi melhor; é necessário apartar o joio que está no meio do trigo, o qual parece mesmo trigo!

Autor do Artigo;
Novas de Alegria

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