06 junho, 2008

Família em Crise

Em numerosas nações (incluindo Portugal) os meios de comunicação social fazem eco, com frequência, de casos dramáticos, como o de uma pobre mãe, dedicada e séria, com várias crianças nos braços. A mesma é desprezada pelo marido, o qual junta-se a outra mulher bastante mais nova e atraente. É uma espécie de esposa descartável: usa-se e deita-se fora!
Sucede também que pais exemplares, de um momento para outro vêem-se rodeados de menores, pois
a esposa troca levianamente o marido e os filhos por outro homem que, mais tarde, a deixará por seu turno...
Fala-se ainda (cada vez menos) contra o divórcio por motivos fúteis, especialmente por causa da situação
dos filhos que, sem culpa alguma, sofrem as consequências da separação dos pais. Quase nada se diz, todavia,
em oposição a quem abandona o cônjuge e os descendentes, os quais por vezes ficam na miséria.
Por outro lado verbera-se a mulher quando entra no caminho do meretrício ou do adultério, enquanto o homem é desculpado ao proceder de forma idêntica... Ora isso é discriminatório, injusto, anticristão.
Entretanto inúmeras famílias são destruídas por via do adultério; pessoas inocentes sofrem na carne a infidelidade do cônjuge; crianças traumatizadas chegam a enveredar pela senda do crime face ao mau exemplo deixado pelos progenitores. É preciso ao menos que os pais cristãos, os pais que regulam sua vida pelas Escrituras Sagradas, os pais que temem a Deus, se comportem nesta matéria como homens e mulheres de carácter, como pessoas dignas, honestas, sérias e, sobretudo, coerentes com sua fé. É mister que os crentes conhecedores da Bíblia não desonrem Deus, não desacreditem a Igreja, não arruinem sua família e a do semelhante, não fragilizem mais a sociedade. Sim, é necessário não se aviltarem trilhando as sinuosas veredas da imoralidade, pois a Escritura adverte: "Venerado seja entre todos o matrimónio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará" (Hb 13:4). Assevera mais a Bíblia Sagrada: "Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores, herdarão o reino de Deus" (iCo 6:10).
Nos tempos que correm não é vulgar um casal permanecer unido durante quatro, cinco, seis décadas. Em muitos casos o casamento dura meses ou alguns anos... É grave a situação familiar em não poucos países. A separação e o divórcio aumentam consideravelmente, sendo já comum zombar-se dos casais que se mantêm fiéis durante dez, vinte, trinta anos... Está na moda os cônjuges separam-seporc/ó cá aquela palha. Também há lares aonde marido e mulher, apesar de coabitarem por longo tempo, não desfrutam carinho, paz, alegria, companheirismo, felicidade.
Sabe-se que a duradoura felicidade conjugal não brota num ápice, ao simples toque duma varinha de condão num conto de fadas. A felicidade conquista-se e fortalece-se cada dia num ambiente de compreensão e amor, na árdua batalha da vida. Se o cristão, honesta e persistentemente, busca a vontade divina num assunto tão delicado como o matrimónio, conservando-se fiel a Deus e à Sua Palavra, ele será sem dúvida ditoso no seu lar.
E a propósito de lar, escreveu Biily Graham: "O lar é um telhado para abrigar-nos da chuva? Quatro paredes para nos protegerem do vento? Soalhos para mantermos longe o frio? Sim, mas é muito mais que isso. É o choro dum bebé, a canção da mãe e a força do pai, o calor de corações amorosos, a luz de olhos felizes, a bondade, a lealdade e o companheirismo - essas coisas é que compõem um lar".
Conclui o seu pensamento o conhecido evangelista internacional: "O lar é a primeira escola, a primeira igreja das crianças, onde elas podem aprender o que é correcto, o que é bom e gentil. É para onde as crianças se dirigem quando querem conforto; para onde se dirigem quando estão feridas ou doentes. Ali a alegria é compartilhada e a tristeza suavizada. Ali pai e mãe são respeitados e amados, e as crianças são queridas. Isso é um lar. Ali é que o mais simples dos alimentos é suficientemente bom para os reis, visto ser ganho com o suor do trabalho. Ali é onde o dinheiro não é tão importante como o amor e a bondade. E, conforme alguém já disse, 'É onde a chaleira canta de felicidade.' Isso é o lar".
Quando marido e esposa se amam deveras, quando trabalham quotidianamente para conservarem e robustecerem esse amor, quando defrontam as vicissitudes, as adversidades da vida, com humildade, perseverança e fé em Deus, chegarão decerto coesos até ao fim da sua existência terrena.
Pena é que muitos cônjuges não cumpram a palavra dada na altura do seu consórcio, trazendo com isso infelicidade a si próprios, aos seus filhos, à sua família! ■

Autor do texto bíblico

Fernando Martinez

Sem comentários: