12 maio, 2008

Os Pentecostais Portugueses .

E os Congressos Mundiais Das Assembleias .
NO PÓS-GUERRA, REALIZOU-SE A CONVENÇÃO MUNDIAL DAS IGREJAS PENTECOSTAIS, EM 1947, ZURIQUE, SUÍÇA.
A II CONVENÇÃO MUNDIAL DAS IGREJAS PENTECOSTAIS OCORREU NO ANO DE 1949, EM PARIS.
A propósito da realização do Congresso Mundial das Assembleias de Deus, que ocorrerá de 23 a 25 de Maio 2008, em Lisboa, ocorreu-nos recolher alguns tópicos sobre a participação dos pentecostais portugueses nos eventos anteriores da mesma natureza.
São apenas alguns tópicos que os leitores interessados, querendo, poderão aprofundar nas fontes citadas.
No pós-guerra, realizou-se a I Convenção Mundial das Igrejas Pentecostais, em 1947, Zurique, Suíça, na qual, como tema principal, se discutiu o modelo de organização e se consagrou o princípio da comunhão e cooperação das igrejas em todo o Mundo, sem recurso a qualquer denominação de âmbito mundial, triunfando o princípio da autonomia da igreja local.
Para desenvolver a comunhão e estabelecer comunicação foi deliberado publicar, em língua inglesa, o Pentecostes, jornal da Convenção Mundial (cf. NA, Ano V, n° 56, Agosto e 1947, fonte da qual não resulta a data da realização nem a identificação dos representantes portugueses).
A II Convenção Mundial das Igrejas Pentecostais ocorreu no ano de 1949, em Paris, nos dias 21 a 29 de Maio, no Grande Palácio da Mutualidade, na qual estiveram representados 33 países, sendo 157 os delegados oficiais e 360 os delegados observadores. No conjunto, estavam representados 3 milhões de pentecostais.
Nessa Convenção - onde as Assembleias de Deus de Portugal foram representadas por Rogério Ramos Pereira, pastor em Portimão, Alfredo Rosendo Macha pastor em Lisboa, e pelo missionário Tage e muita " Ingridade , na ocasião de férias na Suécia - foi aprova uma Declaração sobre a natureza e fins do Encontro tratada a temática da evangelização mundial (cf. Ano VII, n° 78, pág. 69, n° 79, pág. 73). A III Conferência Mundial das Igrejas Pentecostes realizou-se de 27 de Junho a 5 de Julho 1952, em Londres, Inglaterra, no Westmis Central Hall, com a participação de 1 delegados, representando 25 países, eá os quais Portugal. O grande tema dei Convenção foi a Missão (O reavivamento Pentecostal e a missão mundial, desdobr¬em vários tópicos, com ênfase na prega na literatura e na rádio). Em representa das Assembleias de Deus portugueses estiveram os delegados Alfredo Rosem Machado e Durval Correia (cf.NA, Ano X, n° 117, p 102/103/104) A seguinte, a IV Convenção Mundial do Movimento " Pentecostal, foi levada a efeito em Estocolmo, Suécia de 13 a 20 de Junho de 1955. Foram analisados vários temas, que «serviram para um ajustamento m perfeito às verdades bíblicas, à revelação e ao património espiritual» que foi dado à Igreja da parte do Senha saber, entre outros: Visão histórica do Movimento Pentecostal; princípios bíblicos para receber o baptismo do Espírito Santo; o baptismo do Espírito Santo - falou ou porta de entrada?; o Espírito Santo e as Escritura novas línguas e profecia; o movimento Pentecostal ■ cura divina; o movimento Pentecostal e a evangelização do Mundo. Participaram 10.000 pessoas, das quais 440 eram
delegados que representavam 34 países. O poder político sueco deu grande ênfase ao evento, hasteando, no palácio do Parlamento, em Estocolmo, as bandeiras nacionais dos países participantes, incluindo a Bandeira Portuguesa. Na sessão de encerramento, estiveram cerca de 30.000 pessoas. As igrejas pentecostais portuguesas foram representadas, pelo menos, por Tage Stahlberg, Ingridade, Ernesto Newman, Alfredo Rosendo Machado, Manuel Ribeiro, Manuel Folgado, António Parreira, Hermínia e Durval Correia e Rogério Ramos Pereira, (cf. NA, ano XIII, n° 145, Janeiro 1955, pág. 11, n° 146, Fevereiro de 1955, pág. 26, n° 147, Março de 1955, pág. 37 e n° 152°, Agosto de 1955, págs. 83,90 e 91).
A V Convenção Mundial Pentecostal estava nas preocupações dos crentes portugueses pois, em Novembro de 1957, pedia-se aos leitores de Novas de Alegria que orassem pela «Convenção Pentecostal Mundial, de 14 a 21 de Setembro de 1958, em Toronto, Canadá...» (cf. NA, ano XV, Novembro de 1957, pág. 131).
Essa V Convenção realizou-se efectivamente nesse período, no Coliseu de Toronto, Canadá, tendo estado presentes, em representação de Portugal e das suas Províncias Ultramarinas (referência não usual mas
delegados que representavam 34 países. O poder político sueco deu grande ênfase ao evento, hasteando, no palácio do Parlamento, em Estocolmo, as bandeiras nacionais dos países participantes, incluindo a Bandeira Portuguesa. Na sessão de encerramento, estiveram cerca de 30.000 pessoas. As igrejas pentecostais portuguesas foram representadas, pelo menos, por Tage Stahlberg, Ingridade, Ernesto Newman, Alfredo Rosendo Machado, Manuel Ribeiro, Manuel Folgado, António Parreira, Hermínia e Durval Correia e Rogério Ramos Pereira, (cf. NA, ano XIII, n° 145, Janeiro 1955, pág. 11, n° 146, Fevereiro de 1955, pág. 26, n° 147, Março de 1955, pág. 37 e n° 152°, Agosto de 1955, págs. 83,90 e 91).
A V Convenção Mundial Pentecostal estava nas preocupações dos crentes portugueses pois, em Novembro de 1957, pedia-se aos leitores de Novas de Alegria que orassem pela «Convenção Pentecostal Mundial, de 14 a 21 de Setembro de 1958, em Toronto, Canadá...» (cf. NA, ano XV, Novembro de 1957, pág. 131).
Essa V Convenção realizou-se efectivamente nesse período, no Coliseu de Toronto, Canadá, tendo estado presentes, em representação de Portugal e das suas Províncias Ultramarinas (referência não usual mas que certamente se deveu ao incremento do trabalho Pentecostal no Cuanza -Sul, Angola e em Moçambique) os pastores José Oliveira Pessoa e José Augusto Pina.
Discursou na abertura um parlamentar do Canadá (cf. mensagem em NA, Ano XVII, n° 195, págs. 25/26, documento muito interessante) para delegados de 40 países de todos os Continentes, alguns de «nações para além da cortina de ferro», que representavam cerca de 9 milhões de crentes pentecostais.
Os trabalhos da Convenção subordinaram-se ao tema «O propósito de Deus no movimento Pentecostal para a hora presente.»
Reuniram-se mais de 10.000 pessoas nalgumas sessões, apesar do tempo chuvoso, também para ouvir o Coro de Ministros, sueco, que antes cantara na Casa Branca, perante o Presidente dos EUA, Eisenhwer.
No final dos trabalhos, foi deliberado que a VI Convenção Pentecostal Mundial seria realizada pelo Pentecostes, em Jerusalém, (cf. NA, Ano XVII, n° 192, Dezembro de 1958, págs. 4/5.
A VI Convenção Mundial Pentecostal foi marcada para 19 a 21 de Maio de 1961 na cidade de Jerusalém. Em Portugal esse evento suscitou enorme entusiasmo e foi apresentado como algo grande e singular pois, cerca de 2000 anos após o Pentecostes, haveria oportunidade de celebrar esta Festa na mesma cidade onde o Mestre morrera, ressuscitara e o Espírito Santo fora derramado sobre a primitiva Igreja (cf. Revista NA, n° 211, Julho de 1960, pág. 85, donde também consta o programa da viagem Lisboa/Jerusalém).
Os pentecostais portugueses foram motivados a marcar um dia especial de oração no período da Páscoa de 1961, com vista a um «poderoso derramamento do Espírito Santo». O evento estava a despertar o povo Pentecostal em todo o mundo, em particular por ser a primeira vez, desde o tempo dos Apóstolos, que um grupo tão importante e numeroso ia reunir-se em Jerusalém, tão pouco tempo após a nação de Israel ter conquistado o direito de se organizar em Estado soberano.
A Revista Novas de Alegria referiu-se à realização dessa Convenção Mundial e deu-lhe honra de primeira página, publicando «a medalha oferecida pelo governo de Israel» na qual estava escrito: «Porque de Sião sairá a lei e de Jerusalém a palavra do Senhor» (Is. 2:3).
Sob o tema «Pentecostes de ontem e Pentecostes actual», reuniram-se 2.595 delegados, representando 32 nações, os quais, no início dos trabalhos, escutaram a leitura da mensagem do primeiro-ministro Davi Ben Gurion, ausente de Jerusalém por razões de Estado.
No final dos trabalhos, os conferencistas concluíram que uma experiência pessoal do baptismo do Espírito Santo, com as suas manifestações genuínas, «é a grande necessidade do tempo actual» (cf. NA, ano n° 223, Julho 1961, págs. 77,80 e 84, onde está a fotografia dos 9 delegados portugueses, a saber: Alfredo Machado, Rogério Pereira, F. Flausino, Morais, Hans Casqueiro, Tage Stahlberg e Ingrid, Durval Correia e Teodoro dos Santos; cf. ainda NA Agosto de 1961, págs. 87, 88 e 89; Setembro e Outubro sob o título «Por Terras de Nosso Senhor, uma reportagem muito desenvolvida sobre a viagem dos delegados e a descoberta da Terra Santa da autoria de ARM). Foi em Helsínquia, Finlândia, de 23 a 28 de Junho de 1964, que se levou a efeito a VII Convenção Mundial Pentecostal, no Laakso Race Groud, com capacidade para 10 mil pessoas sentadas (as reuniões públicas realizaram-se em tendas para cerca de 12 mil pessoas, que estiveram praticamente lotadas).
A organização ficou a cargo da Igreja «Salem», tendo o tema escolhido sido «A Evangelização do Mundo». Os delegados portugueses, em número de 17, estiveram antes na convenção anual Sueca, onde também apresentaram o trabalho Pentecostal em Portugal, e foram liderados por Tage Sthalberg, que relatou a participação no evento (cf. NA n° 261, Setembro de 1964, págs. 100,101,106).
O tempo foi de enorme refrigério e motivação, e contou com a presença e participação de ministros do evangelho mundialmente conhecidos como Donald Gee e Lewi Pethrus. Se a Jerusalém, três anos antes, os portugueses foram especialmente para peregrinar e visitar lugares santos (em Israel, na altura, as igrejas tinham muito pouca expressão numérica, o que se reflectia na fraca participação nas reuniões públicas), em Helsínquia estiveram muito activos (tinham-no estado antes na Suécia) e trouxeram grande motivação para a evangelização do nosso país.
No final dos trabalhos os delegados deliberaram que a Convenção se reunirá no Brasil dentro de três anos.
O Brasil, em 1967, acolheu a VIII Convenção Mundial Pentecostal, que se realizou de 18 a 23 de Julho de 1967, no Rio de Janeiro, sob o tema «O Espírito Santo glorificando a Cristo». Foi a Assembleia de Deus em São Cristóvão que recebeu os delegados de cerca de 50 nações. Para a abertura da Convenção foi utilizado o estádio de Maracanãzinho, onde estiveram reunidas cerca de 30 mil pessoas. No último dia participaram aproximadamente 130 mil pessoas na grande reunião celebrada no Maracanã, com transmissão pela rádio e TV.
A delegação portuguesa era composta por Alfredo Machado, que relatou o acontecimento, José Bastos, João Chasqueira, Sérgio Castiel, Tage Stahlberg, Rogério Pereira e Joaquim Cartaxo (cf. NA 296, Agosto de 1967, pág. 102 e 297, Set. de 1967, págs. 101/102,116).
A realização da IX Conferência Mundial foi noticiada na Revista Novas de Alegria (n° 342, Julho de 1971, pág. 11), de modo resumido, na rubrica O Vigia Fiel: «Em Dallas (USA) efectuou-se a 9a Conferência Mundial Pentecostal, de 3 a 8/11/70, com a presença de cerca de 5.000 delegados das igrejas que representam 40 países. (...) Declarou o pastor Percy Brewster, Presidente da referida Conferência, que a Família Pentecostal no mundo atinge já a cifra de VINTE MILHÕES».
Ao contrário do que acontecera desde a Ia reunião mundial, não foi feita referência à participação de portugueses em Dallas. A Revista NA aludiu ao evento numa entrevista que fez ao pastor Paulo Macalão, do Rio de Janeiro, Brasil, que presidira à Conferência três anos antes, e que estava a caminho de Londres «para a reunião da comissão que vai tratar de assuntos que dizem respeito à Conferência Pentecostal Mundial, em Dallas...» (cf. NA n° 313, Janeiro de 1969).
A X Convenção Mundial Pentecostal realizou-se de 18 a 23 de Setembro de 1973, na cidade coreana de Seul, tendo o missionário sueco Ernesto Newman representado Portugal (cf. NA 368, Setembro 1973). Estiveram presentes 2500 delegados vindos de vários países (cerca de 50, cujas bandeiras desfilaram no encerramento, incluindo a portuguesa) e mais de 5.000 coreanos em representação de várias igrejas evangélicas. A Convenção subordinou-se ao tema; «Unidos para pregar» (cf. NA n° 372, Janeiro de 1974, pág. 11 «Pentecostais de todo o mundo em Convenção»). Foi celebrado um grande Culto de Ceia do Senhor com a participação de 10.000 membros (NA n° 373, Fev. 1974, pág. 17).
A XI Conferência Pentecostal Mundial teve enorme destaque na Revista Novas de Alegria, que lhe dedicou a primeira página do n° 406 de Nov. de 1976, reproduzindo o logótipo do evento. Aliás, desde Janeiro de 1975 que se publicavam anúncios, chamando a atenção dessa magna reunião mundial. O Director da Revista dedicou-lhe o seu «Apontamento», reafirmando que o «movimento Pentecostal não é uma denominação nem confederação religiosa, pois trata-se de um movimento espiritual sem estruturas organizativas ou burocráticas».
Foi o Redactor Fernando Martinez quem fez a reportagem e sintetizou-a assim: «Mais de seis dezenas de portugueses estiveram presentes na 11a Conferência Pentecostal Mundial realizada, na capital britânica, no período de 28 de Setembro a 2 de Outubro do ano em curso (1976). «O Espírito da Verdade» foi o tema central da Conferência, à qual assistiram cerca de 3.000 delegados de 90 países». Nas reuniões públicas juntavam-se diariamente 6.000 pessoas e a BBC filmou e transmitiu a Conferência a 31 de Outubro, aniversário da Reforma (cf. cit. n° pág. 14-15-16).
Os delegados portugueses, nos tempos livres, aproveitaram a liberdade do Hyde Park, em Londres, para cantar e testemunhar.
Autor do Artigo;
José Manuel Martins

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