23 maio, 2008

Ele te Chama

Relata-nos a Bíblia que, certa ocasião, subia da cidade de Jericó para Jerusalém uma enorme multidão, a qual acompanhava a personagem mais transcendente da História. Transcendente pela sua maneira serena e humilde de se apresentar. Transcendente pelo modo como foi rejeitado por uns e aceite por outros. Transcendente, sobretudo, pelo poder demonstrado através das suas obras. Esse homem era Jesus, cuja vinda e missão neste mundo fora profetizada em tempos remotos.
Quando O vemos nesta Sua caminhada para a histórica cidade de Jerusalém, havia já cerca de três anos e meio que Ele aparecera inesperadamente naquelas paragens, trazendo consigo uma mensagem cheia de esperança e certeza para uma geração oprimida pelo jugo dos ímpios que dominavam Israel.
Todo o Seu interesse era consolar os tristes e oprimidos filhos do Seu povo, socorrer os que viviam em aflição e ensinar o caminho da verdadeira luz àqueles que jaziam em trevas. Assim, curava os enfermos, limpava os leprosos, ressuscitava os mortos, libertava preciosas vidas escravizadas pelo poder do mal, dava vista aos cegos e fazia muitos outros prodígios.
Na altura em que Cristo passava, ouve-se subitamente uma voz notada pela multidão que O seguia. Tratava-se de alguém afligido por um grave problema que tornava penosa a sua existência. Era um cego. O seu problema, portanto, transcendia toda a possibilidade humana de solução.
Ele ouvira já falar, com certeza, das grandiosas maravilhas operadas pelo Senhor. Ao certificar-se que Jesus de Nazaré passava por ali, o invisual começou a clamar em alta voz: «Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim».
Mal o seu angustiado clamor foi ouvido, logo muitos de entre o povo se sentiram incomodados com essa intervenção julgada inoportuna. Dirigindo-se a ele, ordenaram-lhe que se calasse. O cego, todavia, teve o pressentimento de que aquela seria certamente a sua única oportunidade. E insistiu, com mais veemência, no seu rogo.
Então Jesus, verificando a fé daquele homem e reconhecendo a sua necessidade, parou e disse que o chamassem. Logo alguém chegou junto do invisual e o encorajou com as palavras: «Tem bom ânimo; levanta-te que ele te chama».
Ao receber tão agradável notícia, aquele homem atribulado «lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus».
Dada a forma como o acontecimento se encontra narrado no capítulo dez do Evangelho de S. Marcos, surge-nos a ideia de que o cego, ao chegar junto do Salvador, terá ficado ali, calado, sem dizer palavra, julgando talvez que o facto da sua necessidade estar bem patente aos olhos de todos seria suficiente para receber a cura sem ser preciso formular qualquer pedido específico.
Porém, o modo do Senhor responder às petições não é assim. A Bíblia diz que as nossas petições devem ser em tudo conhecidas diante de Deus. Logo, Ele não ia abrir aqui uma excepção. Aquele homem tinha, portanto, de declarar especificamente o que pretendia.
Jesus, apesar da indecisão do cego, sentiu-se com certeza movido de íntima compaixão para com o mesmo, pois logo lhe perguntou: «Que queres que te faça?».
Ao ouvir esta pergunta, o invisual respondeu: «Mestre, que eu tenha vista». Então o Senhor lhe disse: «Vai, a tua fé te salvou». E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho, como se lê no Evangelho.
Prezado leitor, vivemos num mundo cheio de problemas de toda a ordem - políticos, económicos, sociais, físicos, morais e espirituais. Em suma, problemas que, na sua maioria, estão para além da capacidade de resolução humana.
Para Jesus, todavia, não há problemas insolúveis, como o Seu próprio testemunho mostra. Ele é o mesmo como há vinte séculos. A Bíblia diz que «Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente».
Quando esteve fisicamente na Terra Ele sarava os doentes, purificava os leprosos, dava vida aos mortos, libertava os oprimidos, concedia vista aos cegos, multiplicava pães e peixes a fim de saciar grandes multidões, etc.
Por consequência, Jesus pode ainda hoje resolver o teu problema, qualquer que ele seja. Para o Senhor não há impossíveis.
O teu problema é capaz de não ser igual ao do cego de nascença descrito na Bíblia. Mas ainda que seja, Jesus Cristo respondendo à mesma fé, e movido pela mesma misericórdia e compaixão, tem poder para solucioná-lo com idêntica prontidão e eficácia.
Logo, poderás desfrutar da maravilhosa luz dos teus olhos de modo a enxergares os campos floridos na Primavera, a apreciares os pássaros a voar, a contemplares os teus entes queridos... Poderás sentir-te fisicamente saudável e forte, ter pão para comer em abundância e sentires-te bem no seio dos teus familiares e amigos.
Contudo, no meio de todo esse bem-estar, é possível que não sendo cego no aspecto físico o sejas no sentido espiritual. E essa é uma cegueira bem mais terrível. Os teus olhos espirituais poderão estar de tal maneira fechados que não consigas colher sequer a mais pequena partícula da luz da glória de Deus. Poderás ver o terreno material que pisas e não divisares o caminho espiritual, seguindo assim pelas veredas que te conduzem à perdição.
Mas escuta: Jesus ainda é o mesmo que há dois mil anos!
O objectivo principal da Sua vinda à Terra não foi tanto curar os enfermos e operar outras maravilhas, se bem que jamais deixou um enfermo por sarar sempre que encontrou a fé. A Sua grande missão, ainda hoje, é abrir os olhos espirituais a quem vaga nas trevas deste mundo de pecado, a fim de poder contemplar a luz da glória divina e desfrutá-la.
Com essa finalidade deixou-se crucificar no Calvário. Ele, porém, morreu pelos teus e pelos meus pecados, para que assim possamos desfrutar a Sua eterna salvação. Portanto, se O receberes como teu Salvador pessoal, pela fé, ao terminares os teus curtos dias na Terra irás estar para sempre com Ele.
Não desprezes, pois, a oportunidade que te está a ser oferecida através da leitura deste artigo. Lembra-te que a Bíblia diz: «Aos homens está ordenado morrerem uma vez vindo depois disso o juízo (...). Portanto convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido (...). E como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação?».
Entrega pois, agora mesmo, a tua vida ao Senhor Jesus. Ele clama-te!

Autor do Artigo ;
Alexandre Ferreira

Sem comentários: