29 agosto, 2007

ANDANDO SEGUNDO OS FATOS

Irmãos, bom dia. É bom rendermos graças ao Senhor, porque de fato Ele é digno, Ele merece a nossa adoração.

Antes de termos um breve período de oração vamos ler um versículo em Hebreus, cap. 11. Vamos ler os três primeiros versículos deste capítulo: 1 ¶ Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. 2 Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho. 3 Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.

Este último tempo que teremos neste fim de semana, pelo menos aqui, eu tenho o peso de podermos concluir pelo menos, algum aspecto daquilo que a gente vem compartilhando desde Sexta feira a noite. E talvez seja o lado mais prático, o lado que diz mais respeito ao nosso dia a dia. Depois de vermos algumas coisas temos algumas tentações, e se nós não as detectarmos bem, corremos o risco de fazer o que não nos compete fazer, proceder de uma maneira que não é adequado proceder. E eu sinto que o Senhor quer que tenhamos algum tempo para considerarmos alguns pontos na palavra Dele, e ganharmos alento da parte Dele. Sabemos que Ele é aquele que está no controle de todas as coisas, e pelo fato de ser um aspecto muito prático, eu me sinto muito frágil, muito incapaz. Então estou precisando da oração dos irmãos, e realmente precisamos pedir ao Senhor que nos dê revelação para enxergarmos um pouco esse caminhar cristão, que sob tantos aspectos parece paradoxal.

A vida cristã é um mistério. A vida cristã é Cristo. E quando nós tentamos verificar essas coisas no nosso dia a dia, parece que é tudo contraditório. Parece que tudo é de cabeça para baixo. E sob certo aspecto é. É nesse ponto que nós precisamos da graça do Senhor para vermos além do visível. Contemplarmos aquilo que é invisível. E para isso precisamos da revelação de Deus. Não há palavras que cheguem, não há raciocínios que convençam. É uma questão de revelação. Ou apraz ao Senhor abrir os nossos olhos para vermos alguma coisa ou então nós vamos permanecer no escuro, e por isso nós vamos tirar uns minutinhos, vamos estar em oração diante do Senhor, vamos pedir que Ele nos dê um tempo adequado nessa manhã. Que Ele possa nos fazer sossegar, nossas almas ficarem quietas. Aos seus pés possamos todos ouvir aquilo que Ele tem a dizer, e se aprouver a Ele revelar alguma coisa nesta manhã, amém que assim seja. Vamos estar orando, uns pelos outros, rogando que o Senhor venha nos conduzir nesse tempo. Ele é digno - acabamos de cantar - Ele é digno de que nós assim estejamos. “Os reis da terra se prostrarão - Toda língua confessará que Jesus é o Senhor”. É o nosso privilégio anteciparmos este momento e confessá-lo como Senhor hoje, num período de tempo em que parece que as coisas não estão sob o total controle do Senhor. Mas estão sim, e nesse momento, nesse período, é o nosso privilégio é antecipar aquele dia e voluntariamente confessá-lo como Senhor, porque todos hão de confessá-lo. Pelas boas ou pelas más. Então Ele é digno mesmo da nossa rendição, Ele é digno que estejamos aqui quietos aos seus pés para que Ele nos possa instruir. Vamos lá.

Senhor, a nossa declaração nessa manhã é que Tu és digno, Tu és belo, Tu és perfeito, Tu és Senhor, Tu és cuidadoso, Tu és o bom Pastor que cuida de nós. E a nossa declaração contra nós mesmos, é a Tua: “sem Ti nada podemos fazer”. Senhor. Nós somos cegos, a menos que o Senhor toque os nossos olhos, e nos dê visão. Por isso nós rogamos que o Senhor, através do Teu Santo Espírito, movendo o Teu Santo Espírito em nós, o Senhor venha falar conosco nessa manhã. Não para matar a nossa curiosidade, mas para nos atrair para Ti. Que possamos olhar firmemente para o Senhor e prosseguir conforme o teu desejo. Senhor, especialmente nesses dias, especialmente para aqueles que estão começando, que eles possam ser grandemente encorajados, a verem o Senhor e ver que grande provisão o Senhor já tem feito para a nossa vida. A nossa palavra de gratidão nessa hora, e também de clamor para que o Senhor abra os nossos olhos, e revele a tua palavra para nós. Te bendizemos orando em Teu nome. Amém.

O versículo 3 de Hebreus cap. 11, eu creio que nos revela algo de surpreendente. Diz que pela fé entendemos, que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem. O que é que existiu antes? ( um nenê balbucia alguma coisa) Essa é a resposta, e eu preciso de que alguém traduza parar mim. O que eu acho que ele quis dizer foi o seguinte: havia uma realidade, e essa realidade é a realidade espiritual, e essa realidade espiritual, ela não aparece, ela é invisível e na criação, o que Deus fez, pela sua palavra, foi tomar essas coisas invisíveis, como padrão, e a partir delas fazer aparecer delas, aquilo que conseguimos ver. E isso nós entendemos pela fé. É isso que diz esse versículo. Pela Fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus mas segundo um padrão, e que padrão é esse? Que o visível, aquilo que nós vemos, aquilo que nós podemos apalpar, aquilo veio à existência a partir das coisas que não aparecem. Então, o que não parece, aquilo que é espiritual, aquilo que é invisível, tem preeminência sobre aquilo que é visível. Existia antes, é mais real do que o que nós vemos, ao contrário daquilo que naturalmente tendemos a achar. Aquilo que nós vemos, para nós é o fato. E o que nós não vemos - sabe lá o quê - é uma teoria, uma vontade, um desejo, quem sabe alguma coisa que um dia acontece. Pelo contrário, aquilo que é invisível, é a realidade, é o fato, e Deus na criação, Ele formou o universo a partir dessas coisas, Ele trouxe à existência pela sua palavra, aquilo que vemos. Da mesma forma, quando vemos uma foto, nós entendemos que aquilo é uma projeção bidimensional de uma realidade tridimensional. Nós não olhamos para a foto achando que aquilo é a coisa. Aquilo é a imagem, de uma coisa que mais completa. E no aspecto espiritual é exatamente isso. Existe um fato, existe aquilo que é real, existe aquilo que nós vemos, apalpamos, sentimos, experimentamos. Precisamos não só ver essa diferença, e essa diferença eu creio que nós a vemos com uma certa facilidade. Algumas coisas nós vemos e outras não. Mas a questão não é essa. Dentre as que vemos e as que não vemos, o que é que é o fato? O que é que é a realidade? E o que é que é a nossa experiência? E se o nosso Senhor nos conceder graça, queremos andar nessa direção nessa manhã.

Antes porém, sinto que precisamos abrir um parêntesis. Aqueles que não conhecem a história dos Gálatas - em poucas palavras - a história foi a seguinte. Eles começaram bem, como todos nós, eles devem ter enxergado no Senhor Jesus, aquele que é o cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo. E começaram a caminhada cristã, pela única porta que existe, que é a fé. O primeiro passo foi em fé. Creram no Senhor, se converteram, nasceram de novo, tudo pela fé. Mas com o passar do tempo, coisas foram acontecendo, e pouco a pouco, eles foram tomando uma posição de que só o Senhor não era suficiente. Só crer no Senhor não era tudo. Era necessário sim, mas era necessário também que eles seguissem algumas questões da lei. Então, além de terem crido no Senhor, alguns deles começaram a dizer que era necessário se circuncidarem, e guardarem alguns aspectos da lei. E Paulo vai chamar a atenção deles com firmeza. Eu gostaria de ler esses versículos com os irmãos em Gálatas cap. 3. 1 ¶ Ó Gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? 2 Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? 3 Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne? 4 Terá sido em vão que tantas coisas sofrestes? Se, na verdade, foram em vão. 5 Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Então nós vemos como que os Gálatas eles começaram bem. Começaram bem, começaram pela fé, crendo no Senhor e prosseguindo. Com o tempo, talvez de forma até sutil, eles foram pegos preocupados com algumas coisinhas, referentes à lei. Agora, isso é natural em nós, porque o ser humano ele é intrinsecamente religioso - a religião é que varia de um para o outro - cada um tem a sua, e isso é verdadeiro mesmo. Nós temos a nossa própria religião. Será que nós conseguimos reconhecer a nossa religião? Mas, se nós estivermos atentos, as vezes até o nosso orar, se tornou uma religião, o nosso cantar é uma religião, o nosso ir às reuniões, é uma religião. Tudo aquilo que nós achamos que precisamos fazer porque senão, sabe lá? Tudo aquilo que vai além do Senhor em nossa vida, é religião. E se olharmos os primeiros capítulos de Gênesis, está muito claro. O homem é intrinsecamente religioso. A tendência é suprir alguma coisa que entendemos que está faltando. E quando nós suprimos isso, chama-se religião. E não é religião quando o Senhor supre. Religião é o homem tentando se religar à Deus. Aliás dizem, que a palavra veio dali: “religare”. Religar a Deus. A nossa vida é cheia dessas coisas, e Paulo deixa isso registrado aos Gálatas, e essa palavra tem instrução para nós. “Vocês começaram tão bem. O que foi que aconteceu? Vocês começaram pela fé, e agora parece que o resto vocês acham que é por sua conta”? E muitas vezes essa é a nossa atitude. “Pegando o boi nós já fomos salvos pela fé, mas o caminhar, alguma coisa eu preciso fazer”. E isso é enganoso. Isso é muito enganoso. Muitas vezes começamos bem, e com a melhor das intenções, nós nos pegamos preocupados em realizar coisinhas, e essa é uma religião a qual Deus pela sua palavra ele vai dizer: “Insensatos”. O mesmo Deus que vos concede pela Fé, será que Ele não iria continuar pela fé? A porta de entrada é pela Fé, e será que a porta de saída, ou caminho, é para ser trilhado de alguma outra forma? Escrevendo aos Colossenses, vamos ler este versículo também que ele nos ajuda. Colossenses, cap. 2 6 Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele. Olhem que versículo maravilhoso. Olhem que versículo simples. Ora, como recebeste a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele. Como foi que recebemos a Cristo Jesus? Foi pela Fé? Temos tranqüilidade em aceitar isso? Aliás é isso que nós ficamos martelando na cabeça dos incrédulos, quando pregamos o Evangelho, e nos sentimos ofendidos quando as pessoas dizem que elas tem que fazer alguma coisa. Não. O Senhor já fez tudo. Aí nos despedimos da pessoa, pensamos no nosso caminhar, e nos vestimos a camisa deles. É como se o Senhor nos dissesse: “Olha. Do jeito que você falou que você começa, é desse jeito que você prossegue”. Não tem outro jeito. Como recebeste a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele. Precisamos ver que o Senhor é tudo. Em matemática, o pessoal que vai provar um teorema, normalmente divide as condições, em condições suficientes, e condições necessárias. A condição necessária é aquela que precisa acontecer. Se não acontecer, então não tem conversa. Mas em acontecendo, não garante que o teorema é verdadeiro. Essa é a condição necessária. A condição suficiente é aquela que se acontecer, está resolvido. A necessária, é que ela é necessária, mas não necessariamente é suficiente. E a pergunta nossa é a seguinte: “Como é que vemos o Senhor?” Eu creio que todo mundo vai concordar que o Senhor é necessário. Ele é necessário. A pergunta acho que já não é essa mais. Ele é suficiente? Será que o Senhor é suficiente? E nós precisamos permitir que o Espírito Santo, periodicamente sonde o nosso coração, porque pouco a pouco nós vamos aglomerando coisas. E de tanto em tanto, o Senhor tem que nos chamar a atenção e perguntar: eu sou suficiente? Eu e mais nada? Ou eu e mais algumas coisas? E os Gálatas estavam agarrados nisso. Haviam começado bem, mas com o passar do tempo, algumas coisas foram naturalmente se incorporando ao sistema, e Paulo precisou dizer: “Espere aí gente !! O Senhor é tudo. O Senhor é o suficiente”. Quando Ele está falando a respeito de ser a porta, em João cap. 10, Ele diz que Ele é a porta. Quem entrar por mim será salvo. Então Ele é a entrada, Ele é a porta, mas logo depois Ele diz: E sairá e achará pastagem. Ele é a porta de entrada e Ele é a porta de saída. Você sai, e existe um caminho e Ele diz: eu sou o caminho. E você começa a trilhar o caminho e o nosso alvo é o Pai, mas Ele diz: Ninguém vem ao Pai senão por mim. Ele é a porta de entrada, de saída, Ele é o caminho. Chega lá é o Senhor Jesus. Ele disse: eu sou o primeiro, e o último. O princípio e o fim. O Alfa e o Ômega. Ele é tudo. Será que Ele é suficiente? Precisamos ver o Senhor como absolutamente suficiente. Muitas vezes nós achamos que nos convertermos é uma grande benção, porque Deus Pai nos concede o Seu Filho. E começamos a andar e achamos que Deus tem mais presentinhos para nós, e guardou algumas cartas na manga. Daqui a pouco ele vai nos conceder dons, e bênçãos, e livramentos. Na realidade o que Deus fez foi o seguinte: ele pegou tudo o que Ele tinha, tudo, e colocou no seu Filho e nos deu o seu Filho. Em outras palavras, ele não te mais nada para nos oferecer. Se nós não estivermos satisfeitos com o Senhor Jesus, não há mais nada, não há nenhum sacrifício. É isso o que o autor aos Hebreus diz: Olha se você tendo começado, acha que precisa sacrificar de novo, não há outro sacrifício. Não tem mais jeito. Deus queimou o seu único cartucho, na pessoa do Senhor Jesus Cristo. Tudo o que Ele tinha para nós, ao invés de ficar concedendo a conta gotas, Ele depositou tudo no seu Filho, e nô-lo concedeu. Cabe a nós aprender a reconhecer que Nele temos toda a suficiência, toda a graça para prosseguir. Tudo o Senhor consumou, e isso nos atrai.

Eu gostaria de fazer esse pequeno parêntesis, antes de entrar na questão que deve nos ocupar nessa manhã. Mas aí então é natural que nos pensemos que se Ele já fez tudo, vou-me embora. Não tem mais nada para ser feito. E é aí onde começam as nossas lutas, porque o nosso dia a dia, não parece ser exatamente o que imaginaríamos o que devesse ser, se o Senhor já fez todas as coisas. E é aí onde nós precisamos enxergar a diferença entre aquilo que é real, aquilo que é fato, e aquilo que é a nossa experiência. E para tentar motivar essa consideração eu gostaria de ler uma passagem em Mateus cap. 8, versículo 23 ¶ Então, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram. 24 E eis que sobreveio no mar uma grande tempestade, de sorte que o barco era varrido pelas ondas. Entretanto, Jesus dormia. 25 Mas os discípulos vieram acordá-lo, clamando: Senhor, salva-nos! Perecemos! 26 Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? E, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança. 27 E maravilharam-se os homens, dizendo: Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem? Esse texto é interessante porque se olharmos para ele, de um ponto de vista puramente natural, somos tentados a concluir que o Senhor vivia no mundo da lua. Ele entra no barco - em Marcos e Lucas diz que o barco estava se enchendo d’água, prestes a afundar, e o Senhor dormindo. Alguém diz: “está no mundo da lua. Ele está vivendo outra realidade”. E eu acho que no fundo, no fundo é isso, mas Ele está vivendo “a realidade” e os seus discípulos estão vivendo a sua experiência. Nos outros dois paralelos, tanto em Marcos quanto em Lucas, ao entrar no barco Ele diz o seguinte: “Passemos para o outro lado”. Eu creio que em Marcos é quem diz que Ele comandou que passassem para o outro lado. Então ao entrar no barco, havia uma palavra de ordem, do próprio Senhor: “Nós vamos para o outro lado”. E o Senhor estava tranqüilo. Ele havia dado a sua palavra. Eles iam chegar do outro lado. Por que não deitar e dormir? E agora começa a tempestade, os ventos, as ondas, a água entra no barco, e o Senhor está dormindo. E os discípulos apavorados: “salva-nos Senhor”. Quem estava errado? A questão é que o Senhor estava vivendo a realidade, e a realidade é aquilo que não se vê, porque daquilo que não se vê, é que Deus forma o visível. A realidade das coisas espirituais, antecedem o visível. Ele vivia a realidade, e os seus discípulos estavam experimentando a sua experiência. E quando o Senhor os repreende, diz 26 Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? Por muitos anos eu achei que a palavra do Senhor era a seguinte: “por que vocês não mandaram o vento se acalmar? Por que vocês não repreenderam o mar?” Eu acho que não. Ele estava dizendo o seguinte: há uma realidade, e a realidade é de descanso, é de segurança de que vamos chegar do outro lado. Eu estou tranqüilo, eu estou dormindo. Por que é que vocês não fazem o mesmo? Exercite a sua fé. É isso é que é fé. É a certeza do que se espera, a convicção de fatos, de realidade que se não vê. Não foi isso que nós lemos em Hebreus cap. 11, versículo 1? Então a palavra de repreensão do Senhor, não foi incitando os discípulos a fazerem alguma coisa. “Por que não lidam vocês mesmo com esse vento e com esse mar?” Mas foi no sentido de “ por que vocês não exercitam a sua fé vivendo a realidade que é de descanso? Eu estou descansando. Eu estou dormindo. Tudo bem. As ondas então aí, o mar está revolto, a água está entrando no barco, mas nós vamos chegar lá”. E é essa questão irmãos, que eu creio que permeia a nossa vida cristã. Precisamos descobrir quais são as realidades, quais são os fatos, quais são aquelas coisas que o Senhor já determinou, e descansarmos nela, a despeito das tempestades, a despeito das noites, a despeito de todas as lutas, podermos experimentar aquilo que é real. Para nós é impossível pegar daquilo que é real, espiritual, trazer e aplicar para a nossa vida. Tem alguém especificamente determinado para essa função. Chama-se Espírito Santo de Deus. Mas a nossa parte, é exercitarmos a nossa fé, aceitando de que não importa qual seja o meu contexto, a palavra de Deus, a decisão de Deus, a vontade de Deus, é a realidade.

Eu gostaria de ler alguns textos com os irmãos, e o objetivo não vai ser o texto em si, explicar o que o texto está dizendo. Mas chamar a atenção para esse princípio de que há uma realidade, de que há uma experiência. A realidade é de Deus, e a experiência é a nossa. E exercitar a fé, é simplesmente andar de acordo com a realidade, aquilo que não se vê, ao invés daquilo que se vê. Vamos começar com 1ª Co, cap. 5 7 ¶ Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Vocês percebem alguma coisa de paradoxal aqui? Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Ele está dizendo o seguinte. De fato, vocês não tem fermento. Esse é um fato, mas como é que começa o versículo? Lançai fora o velho fermento. Esse é um dos paradoxos da vida cristã. Existe o fato, a realidade e existe a nossa experiência. E freqüentemente elas parecem contraditórias. Por um lado não tem fermento, e por outro tem que jogar fora o velho fermento. Mas esse é o exercício ao qual o Senhor nos chama. Exercitar a nossa fé. Exercitar a nossa fé, é tomar aquilo que é fato, aquilo que é real, e aplicar isso a nossa vida, ou melhor, deixar que o Espírito aplique isso na nossa vida. Daqui a pouco Atílio vai me perguntar como é que chama a mensagem. Estão vendo? Sabia. Talvez pudéssemos chamar de “vivendo de acordo com os fatos”, reconhecendo o fato e que já que é assim, já que essa é a realidade do Senhor, então amém, que seja assim a minha experiência. Então nós vamos lançar fora o velho fermento, porque o fato é que nós não temos fermento. O fato, a realidade do Senhor, para a nossa vida - nós não temos fermento. Se isso é o fato, então a minha realidade tem que ser coerente com esse fato. Então nós vamos lançar fora o fermento. E o versículo termina assim: Pois, por causa de, de quê? De que Cristo, nosso Cordeiro Pascal foi imolado e sempre será assim. Se o fato pode ser realidade também em nossa vida, é só por uma razão, ou seja, por causa daquilo que o Senhor fez. Sempre por causa de Cristo, e não por causa de qualquer outra coisa. Não por causa do meu esforço, não por causa que eu vou batalhar até ficar livre do último pedacinho de fermento. Não. Não é nada disso. Mas por causa de Cristo, porque Ele morreu, porque Ele é o nosso cordeiro Pascal, porque Ele não tem fermento e porque nós fomos incluídos nele, nós também não temos fermento, mas no nosso dia a dia Ele nos chama: lançai fora o velho fermento. Romanos cap. 6, o texto que lemos ontem. 6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; 7 porquanto quem morreu está justificado do pecado. 8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos. Esse é o fato. É um dos muitos fatos. Fomos crucificados com Cristo. Estamos mortos com Cristo. Ele morreu, eu morri junto com Ele, mas observe o que diz o versículo 11 Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. Mais uma vez, há o fato: mortos em Cristo. Essa é a realidade. E a nossa experiência? Na nossa experiência, a palavra de Deus é: Considere-se morto. Você morreu? Considere-se morto. Você é sem fermento, considere-se sem fermento. Lance fora o fermento. Nós passamos a concordar com Deus, no seu juízo sobre nós, sobre o que somos, e a submetermos exatamente a essa determinação de Deus. Vivemos segundo os fatos. Então, se alguma coisa nós podemos e devemos fazer em nossa vida, é descobrirmos diante de Deus, quais são os fatos. É descobrirmos, tentarmos aprender de Deus, qual é a realidade, e clamar que Ele nos capacite a viver de acordo com essa realidade. O apóstolo Paulo, tem alguns exemplos, na vida dele, que eu acho fantásticos, sensacionais. Eu creio que ele aprendeu a fazer isso. Observe em 1ª Co cap. 15. Há dois trechos muito parecidos. Uma em Coríntios, e a outra nós vamos ler em Colossenses. 1ª Co, cap. 15, verso 10 Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles (está se referindo aos demais apóstolos); todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. Primeiro ele diz que trabalhou mais do que todos eles. E quase como que fazendo um ajuste de palavras, ele diz que todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. Antes de voltarmos este texto, vamos ler Colossenses, cap. 1, 26 o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; 27 aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória; 28 o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; (agora vejam o testemunho dele) 29 para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo ( esse segundo significa de acordo com) a sua eficácia que opera eficientemente em mim. O que ele está dizendo é que ele reconheceu que existia uma eficácia operando eficientemente nele. Ele reconheceu que isso não tinha origem nele, e sim em Deus. Então, de acordo com aquilo, é que ele se esforçava. Segundo a sua eficácia é que eu me afadigo, esforçando-me o mais possível. Isso começa a jogar um pouquinho de luz a um dos grandes conflitos que temos, porque se por um lado o Senhor fez tudo, e nós precisamos descansar e etc, como evitar cair em desleixo, cair em um extremo de deixar o barco correr, sendo que em tantos lugares, Deus nos chama, a lançar fora o velho fermento, a nos considerarmos mortos e assim tantas coisas, mas eu creio que a chave está nesse versículo. Paulo ele reconheceu que tinha alguma coisa dentro de si, cuja origem não era ele mesmo, mas era o Senhor Jesus. Era o poder de Deus, era a vida de Cristo, e o que ele diz: a eficácia que opera eficientemente em mim, então segundo isso, de acordo com isso, é que ele vai se esforçar o máximo possível. Então vemos nele, não uma pessoa largada, não uma pessoa descuidada. “Ah, já está tudo consumado, graças a Deus, vou-me embora”. Mas, por outro lado, temos alguém que não está agindo, motivado e movido pela sua própria força. Talvez a grande pergunta que nós precisemos responder na nossa vida, não é o que fazemos, mas é, baseado em que força eu faço alguma coisa. Será que energizado por mim mesmo? Será que é energizado pela minha iniciativa? Pelo meu entendimento, pela minha visão? Pela minha determinação? Ou será que é energizado pela vida de Cristo? O fruto que nasce só pode ser pela vida de Cristo, o fruto Dele. Caso contrário, vai ser meu. Então, mais uma vez, acho que o ponto aqui é reconhecer aquilo que Deus já alcançou, aquilo que Deus plantou em nós, e a semelhança de Paulo, nos esforçarmos segundo este princípio. Energizados por essa vida, por essa iniciativa, por esse agir de Deus. Então irmãos eu creio que esse é um ponto que tem que nos ajudar. No nosso dia a dia, reconhecer aquilo que Deus já alcançou, aquilo que Deus está movendo em nós e quando reconhecemos algo disso, então agir de acordo, segundo essa motivação, essa força, essa vida. É isso que se chama de Cristo vivendo em nós. É nós permitirmos que a vida de Cristo se manifeste. Nisso nós temos participação, porque nós precisamos abrir mão de nós mesmos. Como é que a vida de Cristo vai se manifestar, se eu estou trancado? A vida que está na semente do trigo não vai sair de lá, a menos que a casca caindo no chão, ela parta, ela se quebre, ela se rasgue. Só então que a vida de Cristo pode se manifestar. Se há glória no vaso, esse vaso precisa ser quebrado. Se lembram quando a mulher foi ungir os pés do Senhor? Era um vaso, e ela quebrou aquele vaso, e só então aquele ungüento pôde ser derramado, e diz que aquilo preencheu a casa. O perfume ele exalou sobre aquela casa toda. Você imagina tentar ungir os pés do Senhor, sem quebrar esse vaso. Por mais riqueza que houvesse ali dentro, aquilo iria permanecer ali dentro. A nossa vida é assim: cheia de noites, cheia de dias, altos e baixos, altos e baixos. Mas esses “altos e baixos” eles são períodos que o Senhor planejou para nós para que pudéssemos ser exercitados nessas questões espirituais, e Ele vai nos dizer: “homens de pequena fé. Exercite a sua fé. O meu justo viverá pela fé, e mais do que isso, sem fé é impossível agradar a Deus.” Porquanto, aquele que se aproxima de Deus tenta crer que Ele existe e se torna galardoador daqueles que o buscam. Sem fé é impossível agradar a Deus. Eu creio que todos nós desejamos agradar a Deus na nossa caminhada. Esse versículo nos diz: tem que ser pela fé. Ora. O que é que é fé? Fé é andar por aquilo que você não vê, mas você sabe. Você sabe que é. Você sabe que é assim. Você sabe que Deus determinou assim. Se você decide andar por isso e não pelas nossas circunstâncias, que são tipicamente contrárias - aquilo que nós vemos é tão oposto, é tão contrário é tão contradizente as vezes - e freqüentemente dizemos: “Ah. Não deve ser nada disso”. Aí é onde nós precisamos agarrar no Senhor, na sua palavra, experimentar a fé, exercitar a fé. A fé é para ser exercitada. Ela é para ser colocada em prática. Só tem um que pode tomar as coisas do plano espiritual e trazê-las para o nosso dia a dia e torná-las realidade para nós também. E esse é o Espírito de Deus. Vamos ler esses versículos em João cap. 16. Nós já estamos chegando ao fim. Versículo 13 quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. 14 Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Uma outra leitura que me ajuda muito nesse versículo 13, é o seguinte: que o Espírito da Verdade, é aquele que nos guia à realidade. Aqui “o verdade”, é muito mais do que o antônimo de mentira. Inclui isso também. Mas é mais do que isso. É verdade no sentido daquilo que é real. Ele me conduz - Ele não é apenas quem vai me ajudar a discernir o que verdadeiro daquilo que é mentiroso - mas o Espírito de Deus, é aquele que pode tomar aquilo que é verdade, que é um fato espiritual, que é uma realidade e tornar isso realidade na nossa experiência. É nesse sentido que ele nos conduz à verdade. Ele nos conduz às realidades espirituais. Ele pode fazer isso, e só Ele pode fazer isso. Por que? 14 ....................., porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Ele há de receber, ele há de tomar aquilo que é do Senhor, e nos anunciar. Ele é quem faz essa ponte. Ele é quem toma as coisas que são do Senhor, de Cristo, e as representa, as traz para a nossa realidade. É por isso que Ele é chamado do Consolador, é por isso que Ele é chamado do ajudador. Aquele que está para nos ajudar, para tomar todas essas experiências de Cristo, todas essas riquezas insondáveis que há em Cristo Jesus, e torná-las realidade em nossas experiências diárias. Não há nada que nós entendamos ser o desejo de Deus para nossa vida, que Ele não possa executar. Agora, tente fazê-lo você mesmo. E Ele vai tirar a mão, vai esperar você cansar, vai esperar você se debater e chegar à conclusão: “ Pois é. Não consigo”. Na hora em que você chegar nesse ponto, Ele diz: “Certo. É isso mesmo. Você não consegue. Você quer que eu tente? Você quer que eu faça?” É o Espírito de Deus. Vem e traz a realidade, e isso não é de uma vez por todas. Isso é também cíclico. Vocês lembram da experiência de Jó? Jó era um homem temente a Deus. Não havia na terra alguém como ele. Ele falava face a face com Deus. Mas depois daquele “bafafá” todo, ele chega ao final e diz: “Eu conhecia Deus só de ouvir, mas agora meus olhos te vêem”. Depois dessa nova etapa, a etapa anterior parecia uma coisa tão pequena, mas na etapa menor dele, ele já era um homem temente a Deus. E a nossa vida é assim. Ciclo após ciclo. Nunca alguma coisa definitiva, sabem por quê? Porque nós somos tendenciosos à independência. Se Deus nos desse a mesada para a nossa vida inteira, diríamos um obrigado e...pé no mundo. Mas Ele vai nos dando graça a cada dia, para que nós aprendamos a depender dele a cada dia. Sempre voltar ao Senhor, sempre estar na dependência Dele. Qualquer coisa que nós ouçamos, leiamos, compreendamos, que gere em nós um sentimento de independência, que gere em nós um sentimento de: “Ah. Deixem comigo!!!!! Isso aí eu dou conta!”, nós precisamos questionar, precisamos deixar que o Senhor sonde o nosso coração. Por que? A palavra Dele com respeito a nós, qual que é? “Sem mim, nada podeis fazer”. Sem mim nada podeis fazer, mas aquele que estando em Mim, o Pai o limpa, e produz muito fruto. O fruto não é do galho. O fruto é da videira. É a vida da videira, mas se o galho não estiver na videira, como produzir fruto? Não tem jeito. Então a nossa vida cristã é assim. Cheia de aparentes paradoxos, mas o Espírito Santo de Deus, é aquele que é capaz de tornar as realidades de Cristo, verdades também no nosso dia a dia. Agora imagine tudo que está depositado em Cristo? Deus colocou toda a plenitude em Cristo. É isso que está disponível para nós, pelo Espírito Santo de Deus. Eu estava meditando nessas questões, nessa questão do ciclo de noite e de dia, e tive a seguinte impressão. Eu deixo para os irmãos considerarem e meditarem: é indubitável que a vida natural ilustra muitos aspectos da vida espiritual. Então quando o Senhor vai falar da conversão, Ele vai usar a figura do Novo Nascimento, e o paralelo é muito grande. E assim tantos outros exemplos. Isso não deve ser surpresa para nós porque acabamos de ler que Ele criou o visível à imagem das coisas invisíveis. Então já havia um padrão, e aquilo que nós vemos segue aquele padrão. Então, com respeito à noite, eu fiquei imaginando o seguinte: quando nós não descasamos à noite, quando nós não dormimos à noite, eu tenho certeza que todo mundo já passou uma noite mal dormida, principalmente do curso que você resolveu fazer, você vai passar muitas noites mal dormidas, e sabemos o que acontece depois, o dia seguinte. É patético. Você está abobalhado, você não consegue, dorme aqui, dorme ali, tropeça onde não deve, é uma confusão. Qual que é o efeito de uma noite mal dormida? É ruim. Agora, isso é claro para nós. No nosso ciclo natural noite e dia, onde é que arrancamos força para viver o dia bem? Não é na noite? Não é na noite que ganhamos a força, recuperamos as forças? Mas, como é que é esse ganhar força? É por que nós passamos a noite malhando, fazendo os exercícios do Atílio, para cima e para baixo, alongando, preparando para o dia seguinte? Tente fazer isso para você ver o que acontece no dia seguinte? Você toma café e ó: Puff! Mas é quando nós descansamos durante a noite, é que nós recuperamos força para viver o dia. Só que as vezes, na nossa vida espiritual, nós invertemos o processo. Achamos que durante o dia, é que nos vamos - quando está tudo bem - que nos vamos fazer um monte de coisas, porque quando vier a noite vai ser bravo, e aí nós vamos ter que dar uma boa ralada. E o interessante é o seguinte: quando você começa a sentir que não vai pegar no sono, você fala para si mesmo que tem que dormir, tenho que dormir, tenho que trabalhar, tenho que dormir. Mas aí é que não vai dormir mesmo!! E roda para lá, rola para cá, e quanto mais força você faz para dormir, tanto mais o somo foge. Mas eu creio que essa analogia ela é muito feliz, porque é na nossa fraqueza que o Senhor tira força, e a vida que nós precisamos viver no dia, é a vida de ressurreição. A vida de ressurreição, porém, só tem um pré-requisito: morte. É a vida que passou pela morte, é a vida que passou pela noite. É dela que nós temos força. É o período de carga das nossas baterias. E o Senhor, na sua infinita misericórdia, na sua infinita bondade, na sua infinita sabedoria, Ele nos concede as noites para que sejamos fortalecidos, para que sejamos carregados. Qual que é o problema? Chega na nossa noite natural, todos nos estamos doidos para ir para a cama, mas chega na nossa noite espiritual, não sei o que acontece conosco porque de repente resolvemos fazer tudo o que deveria ser feito no dia. A noite é para ser descansada. A noite é para ser descansada na presença do Senhor. E isso a palavra de Deus chama de exercitar a fé. Eles tinha que atravessar aquele lago. O Senhor já estava dormindo, e eles deveriam estar pensando assim: “ Não. Se eu largar aqui o troço vai afundar, se eu parar de remar isso aqui vai para trás. Se eu não levantar isso aqui, sabe-se lá o que acontece. A água esta entrando. Vou tirar a água daqui”, e o Senhor dormindo, e eles desesperados. E quando o Senhor se levanta Ele diz: “homens de pequena fé”. A noite é para ser descansada. A noite é para deixar o Senhor operar, é para deixar que a vida Dele se manifeste, porque depois vem o dia, e aí sim, nós precisamos caminhar, com a força que o Senhor nos concede. A vida cristã, a força da vida cristã, é uma força que nasce da morte. É por isso que Tiago (1:2), e tantos outros lugares diz: “Tende por motivo de toda alegria o passardes por várias privações”, porque são esses períodos que o Senhor nos concede para o nosso fortalecimento, para nos conceder vida, mas é uma vida que nasce da morte. É uma vida que nasce igual a nossa vida natural, em meio a dores de parto. É labuta, mas essa é vida do Senhor, e essa é a vida que produz muito fruto.

Antes de orarmos, eu gostaria de lembrar dois versículos que vieram ao meu coração enquanto ouvia outros irmãos. Um deles é Filipenses cap. 3 versículo 15 ¶ Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. 16 Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos. Irmãos, eu não sei o quanto disso tudo nós conseguimos entender ou apreender. Certamente uns mais outros menos. Não se preocupe. Deus não nos chamou para andarmos de acordo com aquilo que nós não temos, de acordo com aquilo que nós não alcançamos. Ele nunca nos pede para prosseguirmos baseados nas nossas dúvidas, mas sempre baseados naquilo que nós já alcançamos. 16 Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos. Eu creio que todo filho de Deus já alcançou alguma coisa. Não se preocupe com o que você não alcançou. Não se preocupe com aquilo que você não entendeu. Não se preocupe com aquilo que você não entende. Se vai ser assim ou se vai ser assado. Mas, de acordo com aquilo que você já alcançou, essa é a palavra de Deus. Ande de conformidade com isso. E na medida em que você prosseguir, o Senhor vai conceder mais. Se nós nos preocuparmos com aquilo que nós não alcançamos, nós vamos pirar, porque são tantas coisas que nós não alcançamos, não e mesmo? Mas alguma coisa Deus já me concedeu. Se agarre nisso, e ande de acordo com isso. Daqui a pouco o Senhor vai conceder mais. O segundo texto está em Gálatas cap. 3, onde Paulo está falando da lei, dizendo que a lei serviu como aio para conduzir a Cristo. 24 De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Por muito tempo eu achei que a lei sendo boa, Deus a tinha dado para que o povo tentasse cumpri-la e não descambasse como os demais povos da época, porque de fato Israel tinha uma vida - moralmente dizendo - bem melhor do que os vizinhos, e acabamos achando que o objetivo da lei era esse, não deixar que eles se desviaassem, de forma que quando o Senhor viesse, eles não estivessem tão desesperadamente perdidos, e conseguissem reconhecer o Senhor. Bom. Evidentemente isso eu creio que não esteja certo. Mas a lei nos conduz a Cristo por tabela, porque ao tentarmos seguir a lei, logo logo, fica muito evidente que nós não temos a menor chance. Sem chance para nós. Ora, se nós não temos chance, então nós precisamos recorrer ao Senhor. É por isso que a lei nos conduz a Cristo. A lei coloca um padrão tão alto, que é o padrão de Deus- não o do homem - pois é aquilo e tem que ser aquilo cem por cento. Noventa e nove vírgula nove, não serve. Tem que ser cem por cento. Nós então, logo percebemos que não dá, e aí, nós corremos para o Senhor. é por isso que a lei nos conduz a Cristo. Portanto, se ao considerar a palavra de Deus, nós temos este sentimento de que “eu não dou conta”, Amém. Esse é o sentimento que Deus quer imprimir em nossos corações porque isso nos conduz a Cristo. Certa vez li que o irmão Watchman Nee fazia uma oração todo dia de manhã. Acordava, dava graças a Deus, por ele ser um pecador tão pecador, tão desesperadamente perdido. “Senhor não tem jeito para mim”. Ele dava graças a Deus por isso. Dava graças por ser um pecador que não tinha conserto, porque depois ele dizia: “Eu preciso de Ti”. Será que nós vemos a benção de nos enxergarmos pequenos? Isso nos conduz a Cristo. Se nós percebermos que não tem jeito para nós em nós, isso vai nos conduzir a Cristo. Agora, quando chegamos àquele ponto de vermos que não tem mais jeito para nós, e nós concordamos coma a palavra de Deus - “Sem mim nada podeis fazer” - parece que nós nos decepcionamos conosco. Mas que decepção é essa? O Senhor já havia dito, o Senhor já sabia. Nós simplesmente chegamos ao ponto de percebermos um pouquinho, o que Deus já percebia desde o início. A pergunta é: em chegando lá, nós vamos ouvir o inimigo acusando, mas nós também devemos ouvir o Senhor chamando: “já que você não consegue, vem!”. Não é assim? Pedro começou a afundar e clamou que fosse salvo e o Senhor imediatamente, prontamente, o resgatou. Irmãos, é uma grande benção, nós chegarmos ao ponto, ao fim de nós mesmos, e percebermos que não tem jeito para nós, porque isso nos atrai para Cristo. Amém. Vamos concluir lendo aqueles versículos que o Leo, lembrou ontem a tarde, e eu acho que é o grande alento, saber que um dia isso aqui vai acabar. Um dia nós vamos sair desse processo. Um dia o Senhor vai alcançar finalmente o seu desejo e aquilo que está no seu coração. Apocalipse 22 1 ¶ Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. 2 No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos. 3 Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão, 4 contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele. 5 Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos. Vamos orar.

Senhor nós te damos graças, porque aquilo que está no Teu coração, um pouquinho que nos conseguimos apreender, já nos enche de esperança. Oh Senhor, é nós entendemos pela fé, de que o Senhor vai completar a Tua obra. Senhor nós não ousamos olhar para nós mesmos, e Senhor, nós concordamos com a Tua palavra: “Não tem jeito para nós”, mas nós concordamos com a Tua palavra, de que o Senhor há de completar a Tua obra, até o dia de Cristo Jesus. Dá-nos Senhor um coração que seja de rendição a Ti, para que o Senhor possa fazer aquilo que o Senhor deseja fazer, sem a nossa intervenção, sem a nossa resistência. Senhor. Torna essas palavras frágeis esta manhã, em capazes de tocar em questões tão profundas, e trás a realidade, trás entendimento, trás encorajamento, para cada um que está aqui, para que possamos prosseguir, dependentes do Senhor, com grande alegria, com grande gozo, com grande paz, com grande tranqüilidade, assim como nós recebemos a Cristo Jesus, queremos andar Nele. Senhor. Nós te bendizemos porque o Senhor já fez toda a provisão, para podermos chegar lá, conduzidos pela tua boa mão, em pleno descanso. Ajuda-nos também Senhor, a nos fatigarmos, trabalharmos, esforçarmos o mais possível sempre de acordo com o teu poder que opera em nós. Senhor que nós não façamos nada que tem origem em nós mesmo. Como precisamos que o teu Espírito nos ajude a discernirmos aquilo que é teu. Oh Senhor nós queremos estar abertos ao Senhor para que o Senhor possa falar aos nossos corações, e tratar conosco. Te bendizemos pela Tua boa mão para cada um de nós, pelo teu amor infinito. Em nome do nosso amado Senhor Jesus. Amém.

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